Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 15
A pior briga


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Oi, gente. Então, eu não sei o que aconteceu nos últimos dois capítulos... É que ninguém comentou nem nada, então fiquei meio na bad. Peço desculpas se decpcionei vocês em algum ponto relacionado aos casais, se a história ficou chata ou confusa. Me digam o que estão achando.
MASSS, a vida às vezes é uma vida, então vamos ao próximo capítulo... Fiz com muito carinho, espero que gostem ♥



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Já havia completado uma semana desde a catástrofe da prova de Defesa Contra as Artes das Trevas. Todas as vezes que Harry tentava falar com Dumbledore, o diretor e sua sala se encontravam cheios de pilhas e mais pilhas de papel, provavelmente relacionados ao ocorrido.

Harry, Rony, Simas e Neville acordaram juntos, o dia estava claro e o céu sem nuvens, Neville fora o primeiro a acordar — disse que noite passada não tinha comido muito e estava faminto —, Simas acordou logo depois. Já Harry e Rony foram os últimos descer para o café.

— Eu não quero acordar... – Rony resmungou com a cara enfiada no travesseiro.

— Vamos... Hermione já deve estar lá. Ela tem que nos ajudar a revisar a matéria. – Harry bateu no amigo com um travesseiro.

— Não... a prova foi semana passada – Rony grunhiu.

— Não, semana passada foi a prova de DCAT. Hoje é a prova de Poções.

— O.K... – Rony bufou mal humorado. – Pode ir descendo, eu já vou indo.

Harry foi até o Grande Salão, onde avistou Hermione comendo torradas com geleia e lendo um livro que aparentava ter no mínimo quinhentas páginas enquanto conversava com Gina.

— Bom-dia – disse. As duas disseram o mesmo.

— E então, sobre o que falavam?

— O castigo que a McGonagal deu pro Malfoy – Hermione disse (por algum motivo que Harry não sabia) sorrindo.

— Não era bem sobre isso... – Gina murmurou.

— Como assim? – perguntou ele.

— Ela deu conselhos de relacionamento para Hermione depois que o Malfoy foi embora. – a ruiva respondeu, risonha. 

— Relacionamento? Ela não é meio velha para dar conselhos assim? – Harry perguntou imaginando a Profª Minerva dando conselhos amorosos, sua comida recém-engolida quase voltou para sua boca.

— Não foi bem um conselho, ela só disse o óbvio, que o Ro...

— Oi, gente – Harry estava prestes a apurar os ouvidos ao ouvir a palavra Rony, mas bem naquele mesmo instante, como se o ruivo tivesse lido o pensamento de Hermione, ele apareceu e se sentou do lado de Harry.

— Oi – Harry disse, e percebeu que, na mesma hora, Gina fechou a cara e se concentrou no seu waffle com mel.

Ninguém respondeu, Rony olhou para Harry, que deu de ombros. Os dois, então, se serviram de tudo que tinham direito na mesa e ficaram conversando sobre assuntos diversos por um longo tempo. Contudo, nem Hermione (e muito menos Gina) abrira a boca.

— Então, Harry... – Rony começou, mas suas palavras seguintes foram abafadas pelo ruído de asas que vinha do alto anunciando a chegada das corujas com o correio.

Harry ergueu os olhos e, na mesma hora, avistou Edwiges, que voava em sua direção. Rony parou de falar abruptamente e observou a coruja de Harry, ansioso, enquanto a ave batia as asas rapidamente para descer e pousar no ombro de Harry, depois fechou-as e estendeu a perna, cansada.

Harry desamarrou o que achava ser a resposta de Sirius e ofereceu a Edwiges um pedaço de sua panqueca, que ela comeu, grata. Então leu a carta de Sirius, aos cochichos, para Rony e Hermione, mas a menina nem parecia se interessar muito.

  

“Olá Harry.

Alguém acabou me descobrindo e fui obrigado a fugir, estou em alguma floresta próxima a Escócia, mas garanto que estou bem, desculpe-me por não ter respondido suas últimas duas cartas, mas roubar papel como um cão é realmente complicado. Quero que me mantenha informado de tudo que estiver acontecendo em Hogwarts. Não use Edwiges, é uma coruja muito bonita e chamativa, se a pegarem e lerem nossas cartas saberão onde e estou e já sabe... troque de corujas e não se preocupe comigo, cuide-se.

Não se esqueça do que lhe disse sobre a cicatriz, se ela tornar a doer, procure imediatamente Dumbledore, dizem que ele contratou uma professora de DCAT muito boa, o que significa que tem identificado os sinais, mesmo que os outros não os vejam.

Logo entrarei em contato com você. Dê minhas lembranças a Rony e Hermione.

Fique de olhos abertos, Harry.

Snuffles”.

 

— Faz quanto tempo que você mandou uma carta para ele? – perguntou Hermione.

— A última foi no dia dois de setembro...

— Nossa – murmurou ela. –, faz tempo... Então deve estar sendo realmente difícil...

— Então quer dizer que você fala? – disse Rony, porém Hermione preferiu ignorar o comentário.

Harry enrolou a carta e guardou-a dentro das vestes, se perguntando se estaria sentindo-se mais ou menos preocupado do que antes. Supunha que o fato de Sirius ter conseguido virar um humano sem ser apanhado já era muito. Tampouco podia negar que a ideia de que seu padrinho estava muito mais distante era, no mínimo, um tanto desconfortável.

— Obrigado, Edwiges – disse, acariciando-a. Ela piou sonolenta, meteu o bico rapidamente no cálice de suco de laranja do garoto, depois tornou a levantar voo, visivelmente desesperada para tirar um longo sono no corujal.

De repente uma mancha cinza passou por Rony, Pichitinho. A corujinha de Rony piava feito louca, um rolo de pergaminho amarrado à perna. A ave quase pousou em cima do prato de Rony. Ameaçou dar uma bicada no pão do seu dono mas este a afastou com uma das mãos.

— Não, minha comida – sibilou. – Você vai comer lá no corujal.

— Que horror, Rony – disse Hermione, um tanto impressionada. — Aqui, Pichitinho – e então ela deu um pedaço de seu waffle para a corujinha, que piou alegremente, a cabeça espichando por cima da mão fechada de Rony. Então piou ainda mais alegremente ao sair voando pelos ares. Sem abrir a carta, Rony a enfiou no bolso e voltou a comer.

— Não vai ler? – Harry perguntou.

— É da mamãe, alguma coisa aconteceu, mas quero comer em paz, depois abro. – ele respondeu, Harry mexeu os ombros e voltou a comer.

O Salão estava esvaziando, todos os alunos já estavam terminando a refeição e indo para os dormitórios e terminarem de se arrumar.

— Vamos, Harry, temos prova daqui a pouco – Rony disse, se levantando.

— Vamos, Mione? – Harry se levantou também. Mas a morena não disse nada, só continuou lendo.

Harry olhou para Gina e viu que ela também estava olhando para ele.

— Hermione... – Gina murmurou gentilmente enquanto se sentava de frente para a amiga. – Então... – ela tentou puxar assunto, sem sucesso. Ficou olhando Hermione por um tempo, até que se inclinou até a amiga e cochichou algo no ouvido dela.

— Eba... – ela disse em tom de sarcasmo. – Agora você sabe por eu não quero falar, Gina – ela disse aumentando seu tom de voz. – E você, Ginevra? Mesmos motivos que eu? – ela disse ao observar o olhar fixo da amiga no seu prato já vazio.

— É, Gina – Rony provocou, seu tom de voz assustou Harry, que deu um pulinho disfarçado. – Não devia estar se agarrando com o Dino?

— Como assim? – Hermione perguntou confusa. – Dino?

— É, Hermione. Não sabia? – Rony continuou. – Minha irmã virou uma...

— Ronald – Gina explodiu, jogando seus talheres no prato, o que fez um certo barulho.

Os alunos que estavam em volta ficaram mudos, fitaram os quatro por um tempo e então voltaram a comer. Harry não disse nada. Mas então viu Gina respirar fundo para, provavelmente, gritar com Rony. E, nesse momento, Harry teve medo da morte.

— Só porque eu beijo alguém, não quer dizer que eu seja qualquer umazinha, o.k.? Então pare de prestar atenção em com quem eu fico, e foca em conseguir o sorriso de alguma pobre menina.

Os três, e até mesmo Gina, ficaram paralisados com a raiva da garota, que se levantou e foi sentar-se em um lugar qualquer.

— Licença... – uma voz soou por trás de Harry e Rony, quando eles se afastaram apareceu uma menina de cabelos longos e loiros cor-de-mel, olhos castanhos escuros, lábios rosa-claros e um rosto redondo, usava a blusa de Quadribol do time da Grifinória. Era Rosalie Fleur.

— Oi? – Hermione perguntou.

— Eu posso falar com você rapidinho? – a menina perguntou, envergonhada.

— Oi... bom... – ela gaguejou sem jeito. – Eu tenho que te entregar uma coisa, você é a Hermione, não é?

— Sou – afirmou séria.

— Bom, ontem eu te vi indo ao banheiro, mas uma coisa caiu da sua bolsa, esse papel – A menina disse mostrando-lhe o papel que encontrara. – Eu não li nada, tentei te encontrar depois mas você tinha desaparecido. Aqui está.

Gina apareceu como um jato por trás de Hermione, leu o que estava nas mãos da amiga e então disse:

— Me conta... o que aconteceu com o Rony?

— Bom, eu estava nervosa, foi muito estranho o que aconteceu na enfermaria... a gente quase... Bom, graças a Merlin que nós dois mudamos de ideia... imagina... como seria horrível... E o pior foi que depois eu achei que nós dois estávamos bem, e ele de repente chegou me acusando de estar defendendo o Draco.

— Você e o Rony quase se beijaram e você não me disse nada? – Gina falou um tanto nervosa.

— Fleur, você tem algum parentesco com a... – disse Hermione tentando desvirtuar do assunto, ignorando Gina totalmente.

— Fleur Delacour? Não... já me perguntaram isso cinco vezes, por causa dos nossos nomes que são iguais. – ela respondeu. – Até prefiro que me chamem pelo primeiro nome: Rosalie.

— Você está aqui desde quando? – Gina perguntou.

— Entrei esse ano, vim pelo Castelobruxo.

— Bom, nós vamos indo. – Hermione disse quase áspera demais. – Tchau, Fleur.

Gina e Hermione, então, seguiram caminho até a Torre da Grifinória. Gina estava extremamente amuada, enquanto andava até a sala comunal, murmurava e falava sozinha, e isso incomodava Hermione demasiadamente.

— Qual é o problema, Ginevra? – perguntou entediada e sem paciência.

— É que quer saber? Eu beijei o Dino, e gostei muito. Sabe, ele me convidou para ir com ele à Hogsmeade no feriado do Dia dos Namorados, estou pensando em ir com ele. Se o Harry quer ficar com aquela Cho, que fique.

Gina percebeu que Hermione não estava prestando atenção ou ouvindo, então prosseguiu:

— O.k., mas e você e o Rony?

— Nem inventa Gina, entre mim e o Rony não tem nada, e eu já disse isso.

— Tem sim! – Gina insistiu, acabando com a paciência de Hermione.

— Você está sonhando, e muito alto. Rony está namorando. E outra coisa, nós dois, eu e Rony, sempre brigamos, ele me tira do sério. Ele é legal, e eu com certeza... Quer dizer, é meu melhor amigo e eu gosto de... Bom, ele está namorando, e ponto final – Hermione perdeu o rumo da conversa. – Bom, já são 12h45, e em quinze minutos eu tenho uma prova. Vou no quarto pegar minha mochila e te vejo depois. Tchau. – Hermione se virou e desapareceu na bagunça de alunos.

— Tchau.

— Você não acha estranho? Ela chegar de repente e querer ser nossa amiga? – disse Rony, saindo do Grande Salão.

— Você acha muitas coisas – respondeu Harry, com a visão focada no chão. –, acha que a Hermione gosta de Krum, quando você sabe que não...

— Por que vocês ficam inventando essas coisas? Ela que fique juntando cabeças com o Krum na biblioteca. E outra coisa, parem de falar sobre eu e a Hermione perto de Lilá, ou perto de qualquer um que tenha ouvidos. – Rony deu um sorriso tentando mostrar para Harry que ele estava bem.

— Vocês nunca vão parar de brigar?

— Eu e Lilá não brigamos.

— Não, tonto. Você e Hermione. – Harry de um tapa no pescoço de Rony.

— Isso não depende de mim. Víbora de Lagartixa – ele disse secamente ao chegar ao quadro da Mulher Gorda.

— Ah, não? Então depende de quem? – Harry perguntou.

— Dela, é claro. Eu tento ser legal e nada ajuda... – Rony bufou.

— Oi, Mione – Harry deixou bem claro a mudança de assunto ao ver a amiga passar por eles.

— Do que falavam? – ela perguntou enquanto os alcançava.

— Ahm..? O quê? – Harry gaguejou.

— Pensando na sua fila de pretendentes? – Hermione brincou dando um riso pequeno, mas recebeu um olhar fuzilante de Rony.

— Não é uma fila, exatamente. – o ruivo respondeu antes de Harry, um tanto encabulado.

— Ele não gosta da Cho, não é, Harry? – Hermione perguntou, Harry quase achou que a garota estava ansiosa ou queria simplesmente que ele confirmasse algo na frente de Rony.

— Por que não? Cho é bonita, inteligente. É popular também – Rony argumentou.

— Nossa... – Hermione piscou algumas vezes. – De repente você desenvolveu bastante conhecimento e opinião sobre a Cho, não é mesmo? Não deixe que Lilá saiba disso. – ela disse sarcasticamente.

— E qual é o problema?

— Nenhum, e o problema não é meu. Depois se vire explicando para a sua namorada o porquê de você saber o nome de algumas meninas. – disse ela, grossa.

— Ah, engraçada... Fala como se fosse algo de outro mundo, namorar é normal...

— Então por que o Harry não pode gostar da Gina? – Harry sentiu novamente seu estômago revirar. Hermione lera seu pensamento? O que quer que tenha acontecido, aquela foi a primeira vez que Harry teve vontade de matar Hermione.

— O que a minha irmã tem a ver com isso? E o que Gina tem que Cho deixa de ter?

— Está falando que a Cho é melhor que a sua irmã? – Hermione quase gritou, indignada.

— GENTE! – Harry berrou, interrompendo a conversa. – Calem-a-boca... – sibilou. – Calem a boca – sibilou. – Não são vocês que decidem de quem eu gosto, o.k.? Porque infelizmente a gente não decide de quem gostamos. – Harry disse, agora bravo, e saiu pisando forte até a lareira, onde se sentou na poltrona.

— É... infelizmente... – Hermione murmurou brava para Rony mais do que para si mesma.

— Bom... eu gosto de quem eu escolhi gostar – Rony desdenhou. Hermione deixou escapar um riso de indignação suficientemente alto para que os dois ouvissem

— Com licença... o que você quer dizer com isso? – Ela começou. – Eu também gosto de que eu escolhi gostar.

— Hum? Você acabou de dizer que infelizmente não pôde escolher de quem gostar.

— O quê? Ha... isso só prova que você interpreta muito mal o que eu falo.

— Vai dizer que é mentira? Que não está apaixonada pelo Vitinho?

— Pare de chama-lo de Vitinho! – ela gritou. – E se eu estiver? Qual é o problema?

— Nenhum, é claro, só não precisa negar quando nós sabemos o que está bem óbvio.

— Então está bem, eu gosto do Vítor mesmo. E quer saber? Eu posso confirmar, sim, eu já beijei o Vítor. Desde o ano passado, Rony. E qual é o problema se já dei uns amassos nele?

Harry desligou seu ouvido por um momento e focou sua visão na expressão um tanto homicida demais de Rony. O amigo estava quase mais vermelho que seu cabelo.

— Ele foi aluno do Karkaroff, não foi? Eu ficaria o mais longe possível dele, se fosse você.

— Não aguento mais você falando disso. Ele pode ter sido aluno do Karkaroff, mas isso não significa que ele é mau...

— Ótimo, sempre existe um chinelo velho para um pé descalço – Rony disse em uma expressão satisfeita, como se estivesse feliz com a frase que conseguiu formular de última hora.

— O QUÊ? – ela gritou mais revoltada ainda.

A sala comunal inteira mergulhou em um silêncio total.

— O que disse? – ela tentou (sem sucesso) diminuir seu tom de voz.

— Pelo menos um tinha que gostar de você, não é mesmo, Hermione? Ou acha que sendo orgulhosa e grossa... quem você iria impressionar?

Hermione pareceu levar um balde de água fria de Rony, estava congelada e faltavam-lhe palavras. Harry pôde perceber algumas lágrimas se formando no canto de seus olhos.

— Me surpreende o Krum não ter saído voando na vassour...

— RONALD! – ela berrou.

— O que está acontecendo aqui? – Gina apareceu na sala.

Vendo Hermione com aquele olhar devastado, foi até a amiga e, olhando para seu irmão, indignada, disse: – O que disse para ela?

Rony não falou nada, na verdade, antes que pudesse dizer alguma coisa Hermione murmurou:

— Se eu sou tão grossa quanto você diz, Ronald, é melhor eu ir pro meu quarto, nada mais que venha de você me importa, não quero mais te ver, não quero mais falar com você de manhã, tarde ou noite. Vai embora da minha vida, que talvez seja o melhor pra mim... – ela mal conseguia falar, saiu correndo pelas escadas em direção ao seu quarto e Rony, por sua vez, mexeu os ombros como se não ligasse para o que ela tinha dito e foi se juntar a Harry na lareira.

— Ela que não entende... – Rony bufou.

— Cara, acho você foi longe demais... – Harry murmurou.

— Não fui não... eu não consigo entender essa menina, hoje ela nem falava com a gente, e agora tudo que ela tem para falar é que não me quer ver mais? Me poupe...

— Ron...

— Não, sério, pensa... é sempre comigo, ela nunca briga com você.

— É porque você a provoca.

— Eu não a provoco, só digo o que penso.

— Esse é o problema... – Harry disse ainda com os olhos fixos no fogo consumindo a lenha.

O garoto bufou e, assim como Harry, ficou mirando a lareira por um longo tempo. Uns dez minutos se passaram e Harry concluiu que essa era sua deixa para dizer algo.

— Ron...

— Cala a boca, eu estou com problemas maiores... – Rony o interrompeu, tirando do bolso a carta que havia recebido no café da manhã e entregando-a para Harry.

 

“Bom-dia, filho,

Lembra da vovó? Então, ela vai completar noventa e cinco anos e a festa de aniversário dela já está marcada, você conhece a tradição. Logo depois do Baile de Outono, em Hogwarts, vocês virão para cá. Você já tem quinze anos, sendo assim, esse ano, seu par é quem usará o anel. Como você não tem namorada, convidei Hermione. Nada mal em convidar sua melhor amiga, não?

A tinta e o pergaminho aqui em casa estão acabando, quando seu pai comprar mais (acho que em duas semanas) eu mando o convite para ela. Já mandei o de Harry, falei para Gina convidá-lo. Ela queria trazer um tal de Dino, mas eu sei que Harry se divertirá muito mais.

Mamãe.”

Quando Harry terminou de ler, estava de olhos arregalados.

— – O que você vai fazer? – Rony não disse nada, continuou olhando emburrado para o aveludado tapete vermelho. – Olha... tem a Parvati... – Harry sugeriu, sabendo que, na verdade, era uma brincadeira. Entre Lilá e Hermione, Rony não convidaria Parvati.

— Não viaja... eu fui com ela no baile do ano passado.

— Não, Rony. Eu fui com a Parvati, você foi com a Padma. – Harry corrigiu, achando um pouco de graça na confusão do amigo.

— Qual é a diferença? – bufou ele.

— E a Lilá? Não seria o mais lógico? Você levar a sua namorada?

— É... bom, nesse caso, a Parvati não é uma má ideia. – Rony murmurou.

— Se não gosta dela, termine de uma vez... Você sabe o que tem que fazer. – Rony continuou calado. – Então vai ser a Lilá – concluiu Harry, levantando-se da poltrona.

— Eu realmente não quero. Leva-la para quê? Ela ficar me beijando o tempo todo? Ainda por cima na frente de Fred e Jorge...

— Mas se não gosta dela, por que ainda a namora?

— Eu não sei... Me fale uma qualidade dela.

— Ela não é feia – Harry falou hesitante, foi o melhor que conseguiu.

— Tem meninas mais bonitas, como a ...

— Quem? – Harry perguntou com um sorriso brincalhão, sabia em quem Rony estava pensando. – A Hermione? – ele disse antes que Rony pudesse falar alguma coisa.

— Não... Vai ser a Lilá... e ponto final. – decidiu emburrado, Lilá, visivelmente, não era quem ele tinha em mente.

— É, cara, parece que alguém vai pedir desculpas para Hermione

— Eu já não disse que vou com a Lilá? Vou escrever para a minha mãe agorinha...

— Sério... então não terá medo do provável berrador que vai chegar aqui amanhã de manhã, e todos vão ouvir... – provocou Harry.

— Ah! Vai embora, Harry! Vou pensar em alguma desculpa...

— Vamos para a prova?

— Vamos...

 

 

 

 

 

 

 

 

“Mamãe,

A senhora não sabe o que o Rony fez, brigou com a Hermione, mas uma briga feia, só achei que você deveria saber, ele disse muitas coisas horríveis.

Já estamos na terceira semana de outubro e sei que a vovó já está aí em casa. Ela fez boa viagem? Já estou com saudades de todo mundo...

P.S: Mande beijos para o papai. Fred e Jorge estão bem.

Gina”

Gina terminou de escrever, enrolou a carta e se pôs a olhar as infinitas corujas e escolher uma. Sabia que sua avó se assustava muito fácil com corujas grandes e imponentes, então escolheu uma coruja menor que a maioria; estava dormindo, tinha as penas castanhas e olhos redondos, como duas perfeitas bolinhas de gude azuis. Parecia boazinha. Acordou-a passando a mão nas suas costas e fazendo um cafuné na sua cabeça e, assim que ela acordou de vez, Gina amarrou a carta na sua perna.

— Leve para mamãe – Gina disse para a coruja, e no mesmo instante esta saiu mergulhando pelo ar, dando piruetas e voando em ziguezague.

— Viu Hermione por aí? – Rony perguntou. – Ela não faltaria a uma prova, faltaria?

— Não, acha que ela vem para a aula? – Harry perguntou.

— Não sei... será que el...

— Senhor Weasley – Snape sibilou com sua voz fria, e, no mesmo instante, Harry pôde sentir milhares de cabeças dando meia volta e mirando os dois. – Sua vida pessoal deve ser, eu creio, muitíssima interessante, mas nesse momento a única coisa que eu quero que faça é pegue sua Descurainia e com o que restou do seu cérebro faça a Poção Wiggenweld. Uma vez que eu estou avaliando sua capacidade, o sensato da sua parte seria portar-se com o mínimo de decência enquanto eu estou falando com a classe. – seus olhos pareciam penetrar os de Rony com tanta força que Harry podia sentir os olhos do professor agirem como facas ao olhar para os alunos.

— Professor Snape – uma vozinha ecoou do fundo da sala.

— Senhorita... Granger..? Ora veja... – Snape pareceu deslizar até onde Hermione estava. – Olhos inchados, bochechas vermelhas... andou chorando?

— Ela estava aqui? Quando que ela surgiu? – Rony sussurrou para Harry, espantado, que simplesmente mexeu os ombros.

Hermione preferiu ignorar a pergunta do professor e prosseguiu:

— Está errado. O que o Senhor falou está errado. – Harry sentiu os olhos que o fitavam mudarem seu alvo para Hermione, além disso, ficou bem claro que Snape pareceu enfraquecer de tão absurda que era a afirmação da menina.

— O que disse? – ele perguntou com a voz praticamente impossível de ser ouvida.

— Descurainia não é usada na poção Wiggenweld.

— E qual deveria ser o ingrediente a ser usado, Senhorita Granger? – Snape disse imóvel, só mexia os secos lábios.

— Ditamno – ela afirmou.

— Menos dez pontos para a Grifinória, por falar sem a permissão do superior – ele concluiu ao deslizar de volta para a frente da sala de aula.

— Isso é totalmente injusto! – disse Harry. – Ela te corrigiu e está certa...

— O que sabe sobre justiça, Potter? A vida é injusta – Snape respondeu.

— Justiça é a coisa mais importante no caráter de um homem. Profª Lamartine nos ensinou isso ao dar uma aula sobre a poção veritas... – Harry parou de falar, prometera a Odette que não contaria a ninguém sobre aquela aula, muito menos para Snape.

— Parece que a professora Lamartine precisa rever seus conceitos se acha que é mais competente que eu na área de poções. Afinal, eu sou o professor de poções.

— É mesmo? Pois, se não me engano, você queria ser professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, nesse caso... a Profª Lamartine conseguiu o cargo, se estou fazendo o raciocínio correto, a Profª Lamartine é mais competente que o senhor.

Snape congelou, Harry sentiu que pôs pra fora o que estava guardado dentro de si há quatro anos, mas isso que estava guardado agora fazia falta, e Harry sentiu um enorme vácuo na sua barriga, como se seus órgãos tivessem sumido.

— Pelo simples fato de que o garoto nasceu com uma cicatriz na testa acha que pode me enfrentar. Igual ao seu pai, faz o que quer, acha que todos gostam de você... pergunte a Hogwarts, Potter... ninguém suporta seus ataques e os problemas que traz para a escola. Se o Lorde das Trevas quer te matar... que o faça, mas que não prejudique os outros alunos devido aos seus problemas pessoais. Não me surpreendo com as suas atitudes, já que é filho de Thiago Potter...

— Não fale do meu pai! – Harry rosnou.      

— Não preciso, as pessoas podem ter uma boa noção de como seu pai era ao olhar para você: um mero vagabundo que se achava o mais legal e o melhor bruxo de toda Hogwarts, um ilegítimo para a família.

— Você não disse isso! Você não tem o direito de mencionar meu pai, eu, ou a minha mãe. Você não conheceu meu pai! E não conheceu minha mãe! ... – Harry estava gritando. – Meu pai era um ótimo homem. E minha mãe era boa, nunca chegara perto de te conhecer...

Snape pareceu entrar um uma hipnose profunda. Olhava Harry com tanta incredulidade, que mal piscava.

— Menos dez pontos para a Grifinória. Se mais alguém deseja me corrigir, pronuncie-se.

Todos estavam estáticos, não mexiam nem um músculo, e Harry, com seus olhos cobertos com raiva, passou a aula inteira dando olhares emburrados para Snape, que retribuía ignorando-o.

Harry mal prestou atenção nos ingredientes que colocou na sua poção. Por alguma razão, sua cicatriz doeu o resto da aula inteira.

A sineta tocou e todos os alunos saíram da sala.

— Senhorita Granger – chamou Snape em meio aos cochichos dos alunos. — Na próxima vez que se dirigir a minha aula, verifique se seu rosto está... digamos... apresentável, ninguém está interessado nos seus probleminhas pessoais de adolescente. E nunca mais me corrija.

Snape devolveu o livro de Poções de Hermione para a garota, que, quando terminou, esvaziou o que restara no seu caldeirão e se retirou rapidamente da sala.

— Hermione! – Rony a chamou, mas foi ignorado. Harry achou que Snape falaria alguma coisa pra ele, assim como falou para Hermione, mas ele não lhe disse nada, simplesmente bateu a porta e a trancou.

Harry não esperava mais do que um Péssimo ou um Deplorável, Rony não pensava diferente de Harry a respeito do resultado final de sua poção. A próxima aula seria da Profª Sprout, a maioria dos alunos rezava para que matéria da prova de Herbologia não se resumisse em Mandrágoras. Claro, haveria uma parte dissertativa além da prova prática, mas isso não melhoraria as coisas: as partes dissertativas das provas de Hogwarts não eram fáceis — sem dúvida, era muito difícil repetir de ano, mas não impossível —, e, geralmente, as partes práticas não costumavam descomplicar, entretanto, eram mais fáceis do que escrever a primeira vez que um bruxo usou mandrágora para despedrificar alguém.

— Aii! – um gritinho soou pelo corredor, tirando Harry de seus devaneios sobre Herbologia. Ele e Rony trocaram olhares assustados, não esperaram para correr até de onde o grito veio.

Era Hermione, os dois a encontraram ajoelhada no chão com as mãos vermelhas. Ela tinha várias cartas e pergaminhos na mão e em volta dela. Harry pegou um deles que tinha caído no chão e o leu:

“Como duas pessoas podem disputar você? Sinceramente, existem meninas mais atraentes, que não tem cabelos lanzudos e emaranhados, meu corpo é escultural, e sou muito legal, não deixo de ser inteligente. Óbvio que não vou dizer quem sou, só basta o Krum e Ronald olharem além da sua juba, Granger, que eles percebem.”

 

— Mas de onde tudo isso surgiu? – ela perguntou a Harry, o garoto pegou uma carta e a jogou no chão.

 

"Vou preparar seu casamento com o Potter, ou será que você vai casar com Krum? Ou será que é Ronald? Nossa, menina rodada, não? Mas como as pessoas da sua laia de sangue-ruim, Granger, não sabem o que um cartão carnívoro, já mandei uma amostra.”

— Cartões carnívoros adultos! – disse Rony, tirando um envelope vermelho que tinha dentes loucos por carne em vez de abas para colocar um pergaminho.

— Ai! – ela suspirou, as lágrimas enchendo seus olhos quando tentou limpar as mãos cheias de sangue e com cortes em suas vestes, mas seus dedos agora estavam tão cobertos de feridas dolorosas que suas mãos pareciam mãos de um zumbi.

— É melhor você ir depressa à ala hospitalar – disse Harry, quando as corujas ao redor da amiga levantaram voo – diremos à Professora Sprout aonde é que você foi...

Rony se aproximou do monte de pergaminho no chão. Pegou sua varinha e, com um gesto, incendiou todas as cartas, o fogo quase saiu do controle quando Harry disse Aquamenti.

— Tá doido? Quer incendiar a escola também? – exclamou.

— Quem foi o idiota que mandou isso? – Rony disse, bem raivoso. — Devemos contar para alguém – Rony disse pisando nas cinzas que acabara de produzir.

— Pra quem? Não sabemos quem mandou, são anônimas – Harry murmurou ao revirar as cartas tentando achar o nome de algum remetente.

— Potter! Já viu o que sua namoradinha recebeu? – um voz fina guinchou pelo corredor, era Pansy Parkinson, os provocando entre risadas.

— Foi você! – Rony disse com raiva, se impondo em frente a Pansy, que recuou ao ver a agressividade do garoto. – Por que fez isso, Parkinson? – disse ameaçando partir para cima da menina, mas foi contido por Harry.

— Nossa... – ela murmurou com um sorriso maroto. – Então é verdade que o Profeta Diário nunca erra, o pobre Weasley está realmente disputando a Granger com o Vítor Krum – ela riu. – Lilá já sabe disso?

— Vai embora, Parkinson – Harry zangou-se, logo depois o sorriso maldoso no rosto da garota virou uma estranha expressão de tédio.

— O que está acontecendo aqui? – era Malfoy.

— Nada, Draquinho – Pansy mudou sua voz, que saiu em um tom de inocência tão rápido que Harry achou uma ótima atuação. Draco, porém, preferiu ignorar o apelido que ela tinha lhe dado. Analisou Harry e Rony de cima a baixo e deu uma risada.

— Chame-o de Draquinho o quanto quiser... pelo menos enquanto pode – disse Rony, que recebeu em resposta um suspiro indignado de Pansy.

— Como?

— A goleira da Grifinória é linda, não é mesmo, Draco? – Rony provocou Draco como se fossem dois amigos. Pansy olhou para o loiro com os olhos faiscantes.

Draco deu a Rony algo parecido com um grunhido, mas foi embora sem dizer nada. Parkinson seguiu-o aos pulinhos e murmúrios preocupados.

— Se eu pudesse eu... eu...

— Você nada, Rony – Harry o interrompeu. – Vamos para a aula, depois vemos como a Hermione está.


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Notas finais do capítulo

É isso, gente. Gostarammmm? Comente aí.... Vou postar capítulo amanhã e domingo também... TALVEZ no sábado... Então é isso. Não me abandonem, essa fic ainda está no começo, gente... Além do mais... Ainda nem mencionei a Caverna de Sepsyrene... ou a 3&304ne *¨45*)332do.
Bjs, hein! ♥
Nox.



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