Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 11
O anúncio da Profª McGonagall


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Arnaldos, queridos.. Eu sei que estive ausente nesta semana... Mas eu realmente estou muito ocupada com a escola. Não pensem em pensar em achar que eu desisti dessa fanfic... Já estou escrevendo os últimos capítulo... Mas ainda falta bastante, então aproveitem essa leitura... ;)



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O dia amanheceu nublado e encharcado como o resto do mês. Embora Harry tentasse se convencer de que todo dia seria um dia bom, ele logo voltava seus pensamentos para problemas mais urgentes, como a infinita pilha de deveres de que precisava dar conta. Uma única coisa o sustentou naquele dia: o pensamento de que já era quase o fim de semana.

— Potter! Weasley! Querem prestar atenção?

A voz irritada da Profª McGonagall estalou como um chicote pela aula de Transfiguração, os dois garotos levaram um susto e ergueram a cabeça.

A aula chegava ao fim; eles tinham terminado a tarefa dada. A sineta devia tocar a qualquer momento e Harry e Rony, que andavam travando uma luta de espadas com umas varinhas falsas de Fred e Jorge, no fundo da sala, ergueram a cabeça.

— Agora que Potter e Weasley nos deram o prazer de parar com as bobeiras – disse a professora, lançando um olhar feio aos dois. –, tenho um aviso para dar a todos.

“Teremos o Baile de Outono, uma festa de boas-vindas para nossos convidados. É uma oportunidade para convivermos socialmente com os nossos hóspedes estrangeiros. E como sempre, teremos a valsa das meninas com os meninos.

Lilá Brown deixou escapar uma risadinha aguda. Parvati Patil deu-lhe uma cutucada nas costelas com força mas também sorria.

— É basicamente o baile que tivemos no ano passado, só que no outono? – Simas perguntou um tanto emburrado ou entediado.

— O traje é a rigor – continuou a professora, ignorando o comentário de Simas. – e o baile, no Salão Principal. Começará às oito horas e terminará às duas horas da manhã. Será na terceira semana de outubro, dia vinte e seis, um sábado.

A Profª McGonagall olhou deliberadamente para a turma.

— Como vocês sabem, essa noite é para vocês se divertirem e se soltarem... – ela disse em um leve e quase imperceptível tom de desaprovação. – Mas isto não significa que vamos nos esquecer dos padrões de comportamento que se espera dos alunos de Hogwarts, da Grifinória principalmente. Não me decepcionem.

A fala da professora foi seguida de murmúrios; reclamações preguiçosas dos meninos e suspiros animados e nervosos de algumas meninas.

— Agora se levantem! Todos – ela fez um gesto com sua varinha e as mesas, cadeiras e armários desapareceram. Agora a sala estava vazia. – Escolham um par para treinar.

— Herm...

— Ron...

— Ronald! — A voz de Lilá guinchou um em um tom impressionantemente agudo.

— Quê? — perguntou Rony, um tanto desorientado.

— Vamos.

Harry olhou para Hermione e a garota deu ombros, nervosa.  Lilá Brown puxava um assustado Rony Weasley para o centro da sala. Hermione se levantou e fez um sinal com os olhos, cogitando a possibilidade dela e Harry irem juntos, ele a seguiu e foi para o centro do salão como os outros alunos, que iam andando tímidos.

— Sabe fazer isso? – ela deu um sorriso fraco.

— Tem alguma coisa a ver com nós dois andando sincronizados com a música. – ele comentou, hesitante, ela riu.

Harry segurou a fina cintura da garota. Os dois tentaram acompanhar a música, sem muito sucesso, mas acabaram se divertindo no final das contas.

Logo depois do almoço, Harry e Rony foram até a sala comunal, os dois ficaram em frente a lareira conversando sobre suas prováveis futuras profissões, até que o horário da aula de DCAT chegou, e ele e Rony foram até a sala da Srta. Lamartine.

— Bom-dia, gente – Oddete disse sem tirar os olhos do pergaminho em que escrevia. – Podem ir se sentando que já estou acabando aqui.

Harry sentou-se ao lado de Rony, Hermione ficou na frente deles.

— Agora vou entregar os poemas para os que já recitaram... – ela fez um gesto com a varinha e uma pilha de pergaminhos começou a levitar. – A nota que você tirou está no canto superior direito na folha, escrito em tinta vermelha. Não é uma coisa discreta.

A pilha ia passando pelas mesas e cada pergaminho ia para seu dono. A professora estava vestindo mais um modelo de seus vestidos coloridos que iam até um pouco depois do seu joelho, dessa vez o vestido era vinho com alguns detalhes em prateado.

— Os que estão recebendo são, Hermione Granger, Isabelle Fairclough e Rodolfo Sharrow. Bom, agora é a próxima letra R. É... Ronald Weasley? – Odette chamou.

— Sim, eu... – gaguejou Rony enquanto se levantava e ia até a frente da sala.

— Pode começar... – Lamartine ordenou, cruzando as pernas enquanto molhava a ponta de sua pena em seu tinteiro.

Harry podia ver o nervosismo no rosto de Rony, assim como no rosto de todos os alunos que iam até a frente. O garoto estufou o peito e Harry apurou seus ouvidos para ouvir claramente o que o amigo tinha para dizer.

 

Você é arrogante

Você é orgulhosa demais

É rude além da conta

E seu jeito de andar me incomoda um pouco

Odeio como fala

E quando me trata como burro

— Ãhm... Ronald – interrompeu-o Odette. –, acho que você não entendeu a proposta do poema...

— Acho que fiz certo – retrucou Rony, que, novamente, respirou fundo e continuou.

E odeio quando me corrige

Tinha um ser vivo no seu cabelo mas agora ele tá bem melhor

Mas nada supera o quanto eu odeio quando você olha pra ele

Ou quando você fala dele

Eu simplesmente odeio ver que ele tem o que eu perdi

Odeio ter esperado tanto tempo para fazer o que eu fiz esse ano

Mas acho que o que eu mais odeio

É não conseguir te odiar porque gosto muito de você

Nem por você talvez não me reparar

Ou não conseguir me odiar só por me odiar.

Rony respirou fundo quando terminou, como se tivesse prendido a respiração o tempo todo e mal soubesse disso.

— Ronald... realmente estou impressionada... nunca pensei ou achei que... bom, foi você quem escreveu esse texto? – Lamartine perguntou com um olhar duvidoso.

— Sim – Rony respondeu rapidamente.

— Ah... claro – Odette murmurou. – E seus olhos..?

— Sim! – uma voz fininha guinchou, Harry curvou-se e era Lilá Brown.

— Lilá?! – Lamartine pareceu perguntar para si mesma. – Sim... – murmurou enquanto conferia o braço da garota, mas, de repente, Harry achou ver o sorriso da professora desaparecer e transformar-se em uma expressão meio desapontada.

— Bom... – a professora gaguejou. – É, parece que o poema foi para Lilá, não é?

— N-n... – Rony respondeu duvidoso e com certo medo.

— Ah... claro – Lilá levantou-se do seu lugar e foi até Rony, que de algum jeito tentou se soltar dos braços da loira. – Esse Ronald... – ela apertou a bochecha dele. – Sempre tão modesto... Olhem! – ela ergueu o braço alto o suficiente para que todos vissem a fina linha dourada em volta de seu punho. Lilá tentou segurar o rosto de Rony para dar-lhe um beijo, mas o garoto virou o rosto e acabou recebendo um beijo na bochecha.

Harry não conseguiu segurar uma risada, percebeu a relutância de Rony e seu desespero enquanto voltava ao seu lugar e tentava achar um buraco para enfiar a cabeça.

No restante da aula, outros dois alunos recitaram; um escreveu três linhas e outro fez uma pessoa ficar com o cabelo roxo. Quando Harry e Hermione saíram da sala, procuraram por Rony, mas não o acharam, assim como Lilá, que parecia procurar por ele desesperadamente.

Harry e Hermione foram então para a sala comunal, ambos com infinitas pilhas de tarefas para cumprir.

— Bichento... Bichento... BICHENTO! – Hermione gritou, assustando o gato, que tentava morder a manga do suéter de sua dona. – Enfim, eu acho que o programa foi uma ideia muito boa, fiz várias amigas novas – continuou. – Aquela menina nova, Zarina Kênia, ela caiu na Grifinória e é muito legal. Descobri que lá na África eles nem precisam usar varinha, sabia que... para, Bichento, que Uagadou é... PARA, BICHENTO! – ela resmungou novamente, mas desta vez o gato cor de gengibre arrancou um pedaço de seu suéter.

— Nossa – Harry riu. – Que gato agressivo, Mion... Hermione? Hermione, o que é isso? – Harry jurou ver algo machucado no braço de Hermione. – Andou se machucando? Quem fez isso? – Hermione lutou para não deixar Harry ver, mas ele era mais forte então conseguiu segurar o braço da amiga. – Ei, isso é uma cicatriz recente...

— Não é nada, Harry – disse ela, tentando cobrir a cicatriz com a manga, agora rasgada.

— É sim... é uma cicatriz da aula de DCAT... mas... como? Quem recitou essa semana. Hoje, os únicos que recitaram o poema foram o Richard e o Rony...

— Exatamente, não é nada, e Rony deixou uma cicatriz na Lilá...

— Eu não sei... – Harry disse pensativo. – Viu a cara que Odette fez quando viu a linha dourada de Lilá de perto? Tinha alguma coisa errada ali...

— O quê? Acha que Lilá forjou aquela linha? – Hermione perguntou.

— Pode ser... bom, não a conheço bem, mas sei que é meio louca...

— Oi – Harry ouviu a voz de Gina soar do buraco na parede que dava entrada ao salão comunal.

— Oi – Harry disse.

— De que falavam? – a ruiva perguntou enquanto jogava sua mochila perto das mochilas de Harry e Hermione. – Ah, antes de responderem... – Gina interrompeu Harry antes mesmo que ele começasse a falar. – Madame Pomfrey mandou avisar que Rony está passando mal.

— De novo? Já é a segunda vez que ele passa mal – Harry comentou.

— Pomfrey disse que ele não para de vomitar um líquido verde-escuro... tenho que ter uma conversinha com Fred e Jorge... Mas enfim... falavam de...?

— Estávamos falando do que aconteceu na nossa aula de DCAT – começou Harry.

— Ah, aquele negócio do bracelete da Lavender? – Gina comentou sem demonstrar muito interesse.

— Sim... como sabe? – Hermione perguntou, também inexpressiva, concentrada no seu dever de Herbologia.

— Ah, a escola inteira está comentando sobre o namoro de Lilá e Rony – Gina disse enquanto sentava-se mais perto da lareira (e, para sua estranha felicidade, Harry pôde sentir o calor do corpo da ruiva).

— Namoro? – Harry perguntou. – Então eles estão namorando mesmo?

— Lilá espalhou pela escola inteira que estão, nem sei se Rony sabe disso, já que passou a tarde toda vomitando – Gina comentou enquanto chamava Bichento para sentar-se no seu colo.

— Você sabe que Lilá tem uns miolos a menos... – Harry brincou.

— É... para gostar do Rony... – Gina disse brincalhona, levando uma almofadada de Harry no braço.

Harry pôde perceber Hermione morder seu lábio inferior, mas ela continuou quieta e concentrada, quando falou, sua voz saiu um pouco rouca:

— Você devia estar estudando para os N.O.M.s, Harry. E Gina, te aconselho a começar a estudar agora... – Hermione comentou em um tom mais sério.

— E você está estudando? – perguntou Harry em um tom de desafio, mesmo que já soubesse a óbvia resposta.

— Claro que sim – Hermione retrucou. – E também temos prova em três semanas, se lembra? De DCAT?

— Gente, acalmem-se. – Gina disse. – E Hermione, estou preocupada demais com outras coisas... – Harry percebeu as duas trocando olhares sorridentes, sua barriga se manifestou de repente.

— Que coisas? – ele perguntou, tentando esconder o leve tom de desespero.

— Coisas – Gina disse enquanto se levantava. – Vou jantar, querem vir? – Por mais que Harry quisesse dizer sim por conta da sua fome, ele sabia que precisava fazer seu relatório de Herbologia, e copiar de Hermione não serviria; cada aluno tinha sorteado uma planta diferente para pesquisar, Harry sorteara um Visgo do Diabo.

Então ele só observou Gina e Hermione se despedirem com um beijo na bochecha e Gina acenar para Harry, ele acenou de volta.

— Ei – Harry chamou Hermione. – Você sabe alguma coisa sobre visgo do diabo?

— É claro, nós estudamos sobre isso no primeiro ano... – Hermione desdenhou.

— Acha que eu me lembro do primeiro ano? – Harry disse, agora um pouco emburrado.

— Eu lembro, e se a Profª Sprout nos ensinou sobre o visgo do diabo, é porque em algum momento nos seria importante.

Harry sentiu uma pequena pedrinha rolar pelo seu intestino, ou era fome, ou era raiva. Considerando que todas as vezes que ele e Hermione entravam em uma discussão ela vencia, Harry simplesmente resolveu descer até o Grande Salão para almoçar, quem sabe ele encontrasse Gina lá.

Harry desceu lenta e calmamente as enormes e contínuas escadas de Hogwarts em direção ao Grande Salão. Achou um lugar vago ao lado de Gina, determinado a se sentar lá, ele foi andando até a amiga. Mas então, um corpo escuro e enorme bloqueou a visão da pequena Gina. Era Dino Thomas. Por ter tido seu lugar tomado, Harry se sentou em um espaço vazio, ao lado de pessoas que ele sinceramente nunca tinha visto.

Serviu-se de torta de frango e quiche de queijo.

“Desafio” ele ouviu a voz de Gina murmurar perto dele. Sim, Gina e seus amigos estavam brincando de Verdade ou Desafio.

A fala de Gina foi seguida de gritinhos e batuques na mesa, até que Harry ouviu alguma coisa com a palavra Dino no meio. Ele sentiu sua barriga revirar um pouco, talvez os elfos tivessem errado daquela vez, e colocado tempero demais no frango.

Saindo de seus devaneios sobre a comida, Harry assistia de um lugar premiado, o que ele achava ser o primeiro beijo entre Gina e Dino, o que nem podia ser considerado um beijo de verdade.

Gina estava toda vermelha e sua mão direita no peito de Dino impedia que o menino chegasse mais perto. Mas então os amigos de Gina começaram a gritar “vai, vai, vai, vai”. Dino ia se aproximando até que Gina cedeu.

Harry não entendeu porque, mas ele se levantou muito rápido, não estava com cabeça para pensar. Saiu bem apressado do salão e pôs-se a andar por alguns corredores, aproveitou e pensou sobre tudo que estava acontecendo.

Já era a segunda vez que Rony passava mal. E aquela cicatriz no pulso de Hermione o assustava mais ainda. O pior era o fato de Harry sentir alguma coisa grunhir em seu estômago quando alguém pronunciava o nome Ginevra. Além disso, algo que rabiscava os pensamentos de Harry era Cho. Ele só tinha a visto uma vez esse ano, que foi no Expresso Hogwarts, mas depois, ele só viu um vulto de cabelos longos entrando no banheiro feminino. Quando viu, Harry supusera que Cho estava chorando, tal era o volume dos soluços que saiam da garganta da garota. Harry mandara uma carta para ela nas férias, o que foi um grande erro, uma vez que esta não foi respondida.

Depois de um tempo passeando por Hogwarts, Harry resolveu ir até a biblioteca e lá encontrou Rony. Eles concluíram que, apesar do horário, deviam estudar um pouco – coisa que raramente acontecia, mas teriam os N.O.M.s em pouco tempo, até Hermione, que já sabia a matéria da prova, estava revisando tudo em seu quarto para ter certeza de que não tinha deixado nada escapar.

— Pronto, Rony, vou fazer algumas perguntas pra você, o.k.? – Harry perguntou.

— De novo? Você já me fez todas as perguntas desses cartões de estudo que Hermione nos emprestou – Rony resmungou enquanto se concentrava para não deixar o castelo feito com cartas de Snap Bruxo desmoronar.

— E você não acertou nenhuma, vamos lá, presta atenção – Harry insistiu.

— Por quanto tempo nós ainda vamos ficar aqui? – ele perguntou colocando a cabeça entre os braços.

— Daqui a dez minutos nós vamos dormir – Harry conferiu no relógio da parede. – Agora fica quieto e responde o que eu perguntar – ele de um tapa com os cartões na cabeça do garoto, e Rony sabia que devia levar o estudo a sério.

— O.K – ele respondeu de mau grado. Mas Harry não prosseguiu, estava com os olhos fixos em um cabelo gorduroso e cor de manteiga do outro lado da biblioteca – HARRY! – Rony disse estralando o dedo na frente do rosto do amigo.

— O quê? – ele murmurou ainda confuso.

— Você está mais perdido que eu, cara, o que você está olhando?

— Malfoy, por que ele está na biblioteca?

— E eu lá sei o que se passa na cabeça dele? E outra... até Crabbe e Goyle estão na biblioteca – Rony disse apontando para os dois em uma mesa na diagonal deles. – Provavelmente deve estar estudando, não acha? – ele disse mostrando que era óbvio.

— Mas olha o livro que o Malfoy está lendo.

— Qual deles? – Rony perguntou confuso.

— Os dois – falou Harry, impaciente.

— Estudos Avançados no Preparo de Poções. As Forças das Trevas: Um Guia de Autoproteção— Rony sussurrou pra si mesmo. – Por quê acha que ele está lendo esses livros?

— Não sei, não chegamos em Estudos Avançados de Poções, ainda estamos no Bebidas e Poções Mágicas. E por que ele quer saber sobre as forças das trevas? – Harry perguntou ainda muito confuso.

— A esse ponto eu não me pergunto mais nada.

— Tá bom, esqueça ele, precisamos tomar mais algumas coisas. Vou te fazer mais umas perguntas.

— Não... – resmungou, mas Harry já tinha começado a falar.

— Qual desses ingredientes não é usado no preparo da poção Feliz Felicis: dois fios de barba de Duende Irlandês, treze trevos de quatro folhas de pó de dente de Basilisco, ou desde quando você está namorando a Lilá e não me disse? – Harry disse, ignorando a má vontade do amigo.

Rony não respondeu imediatamente, mordeu os lábios com cara de pensativo.

— Acho que foi a partir de hoje, quando eu recitei o poema – ele disse duvidoso.

— E era pra ela o poema, mesmo?

— No final acabou sendo, não? Ela até que é legal.

— Ela está espalhando pela escola que vocês são o casal mais apaixonado do ano.

— Harry, podemos concentrar na prova? – Rony tentou mudar de assunto enquanto abria um novo livro.

— Não, o que você vai dizer para Hermione? – Harry estava esperando essa conversa o dia inteiro.

— Eu tenho? Sei lá... Eu achava que ela já sabia.

— A Gina me contou, mas acho que Hermione não ouviu.

— Claro, tinha que ser a Gina – Rony murmurou.

— Mas então... O que vai fazer a respeito do baile?

— Ah, bom... Não convidei Lilá ainda – Rony murmurou. – Mas acho que por estarmos namorando... seja o esperado, não?

Harry concordou com a cabeça e considerou a conversa encerrada ali, então ele voltou a ler um parágrafo sobre feitiços de azaração, já era a terceira vez que ele lia aquele trecho, mas não tinha guardado nenhuma informação.

— Acho que vou desistir, sei que o Snape vai me reprovar mesmo. – Rony fechou um livro e guardou.

— Rony...

— Quê? – ele disse emburrado.

— Draco não está mais lá!

— Deixa ele, Harry, eu não ligo – Rony respondeu ainda com raiva de Draco ou talvez de Harry.

— Eu vou lá – Harry disse ao se levantar, ignorando-o.

— Pra onde?

— Quero ver o que ele estava lendo – Harry disse ansioso.

— Ainda estamos falando do Malfoy? Não vai não! – Rony segurou o braço de Harry e o fez sentar-se de volta na cadeira.

— Por quê?

— POR QUÊ? PORQUE EU NÃO SEI NADA DA MATÉRIA! EU NÃO SEI NEM O QUE É UMA MANDRAGORA, HARRY! – Rony disse histericamente preocupado.

— SHHHHHH, Sr. Weasley! – Madame Pince disse com raiva.

— Fica calmo – Harry disse ignorando a ordem da bibliotecária. –, vamos para a sala comunal, então? Quem sabe a gente encontre a Mione.

Rony concordou com a cabeça.

Os dois andaram até a Torre da Grifinória, provavelmente com os pensamentos a mil.

Mas então Harry ouviu longínquos risos e conversas. Olhando pela janelinha transparente da porta da sala de aula que estava do seu lado, Harry deparou-se com Dino e Gina, enlaçados em um apertado abraço, se beijando vorazmente como se estivessem colados.

Foi como se uma coisa grande e escamosa tivesse despertado no estômago de Harry e enterrado as garras em suas entranhas; um afluxo de sangue quente pareceu inundar o seu cérebro, extinguindo todo o pensamento e substituindo-o pelo impulso selvagem de azarar Dino, transformando-o em geleia. Lutando contra essa súbita loucura, ele ouviu a voz de Rony muito longe.

— Que tem aí?

— Oi? Nada, como... — gaguejou Harry. Mas, por algum motivo, ele não teve a mínima vontade de impedir a entrada de Rony na sala de aula.

Dino e Gina se separaram e viraram para olhar.

— Que foi? – perguntou Gina.

— Não quero encontrar minha irmã se agarrando em público!

— Pelo amor de Merlin, não estamos em público, Ronald! – retrucou Gina. — Uma sala fechada...

— E bem escura! — Rony completou, já revoltado.

Dino pareceu constrangido. Lançou um sorriso evasivo a Harry, que não o retribuiu, porque o monstro recém-nascido dentro dele urrava.

— Ãh... vamos, Gina – convidou Dino. –, vamos voltar para a sala comunal...

— Dane-se – respondeu Gina, um tanto grossa. — Vai indo, te encontrou depois.

Dino foi embora, parecendo não lamentar a saída de cena.

— Certo – disse Gina, jogando os longos cabelos ruivos para trás e encarando Rony, aborrecida. –, vamos entender de uma vez por todas. Não é da sua conta com quem eu saio e o que eu faço, Rony...

— É, sim! – retrucou Rony no mesmo tom zangado. – Você acha que eu quero que as pessoas digam que minha irmã é uma...

— Uma o quê? – gritou a garota, puxando a varinha. – Uma o quê, exatamente?

— Ele não quis dizer nada, Gina – interpôs Harry automaticamente, embora o monstro estivesse rugindo sua aprovação às palavras de Rony.

— Ah, quis, sim! – explodiu ela com Harry.

— De toalha com o Harry... amassos com o Dino... O que será o próximo? Acordar no quarto de Vítor Krum?

— Ah... — Gina riu, irônica. — Então isso se trata de um enorme ciúmes pelo Krum, não é mesmo? Porque ele já beijou a Hermione! Ele já seu uns amassos nela! — Harry quase pôde ver fumaça saindo pelas orelhas de Rony. — Ele já tocou a boca dela!

— Cala a boca — Rony se jogou em cima de Gina, mas foi impedido por Harry.

— Não! Deixa, Harry! Só porque ele ainda não se agarrou com ninguém na vida, só porque o melhor beijo que ele já deu foi no travesseiro dele!

— Cala essa boca! – berrou Rony, o rosto passando de rosado direto para o castanho-avermelhado.

— Não, claro que não! – gritou Gina, fora de si. – Se você saísse por aí beijando alguém, não iria se importar tanto que os outros fizessem isso.

Rony também puxara a varinha; Harry se meteu rapidamente entre os dois.

— Você não sabe o que está dizendo! – rugiu Rony, tentando acertar em Gina pelos lados de Harry, que agora se interpunha aos dois de braços abertos. – Só porque eu não faço isso em público..!

Gina gargalhou debochadamente, tentando tirar Harry do caminho.

— Quem é a coitada eleita?

— Sua...

Um lampejo laranja voou por baixo do braço esquerdo de Harry e por centímetros não atingiu Gina; Harry empurrou Rony contra a parede.

— Não seja burro...

— Harry já deve ter dado uns amassos na Cho Chang! – berrou Gina, que parecia à beira das lágrimas agora. Mas Harry não se sentiu à vontade de dizer que era mentira. – E, Hermione, no Krum, desde o ano passado; só você se comporta como se isso fosse feio, Rony, porque você tem a experiência de um garotinho de dez anos!

— Escuta aqui, estou com a Lilá e...– Rony disse com um certo medo.

— Claro, a Lilá! Faz umas três horas que vocês estão juntos!   Sabe o que eu acho dela? Uma coitada, louca e desmiolada. Já a viu com alguém? Não! Porque ela é uma chata mimada que só sabe falar do Uon-Uon. Quer saber? Vocês dois combinam. Parecem dois bebês que em dois meses, se isso durar, vão andar pela escola com suéteres e colares combinando. Ah, me poupe, Ronald!

E, dizendo isso, retirou-se enfurecida da sala, batendo a porta e fazendo um quadro de uma professora com o rosto bem jovial cair no chão.

— Ei! Me levantem! — o berro da professora acabou com o encanto do seu rosto.

 Harry soltou depressa Rony, que tinha no rosto uma expressão homicida. Os dois ficaram parados ali, arquejando, até que Harry viu que era sua deixa e disse:

— Vamos

Eles subiram, apressados, as escadas e seguiram pelo corredor do sétimo andar.

A sala da Grifinória estava agitada demais. Era sexta-feira à noite e alguns alunos do quinto ano tinham preparado uma festa em uma sala de aula que devia estar vazia, decorada e repleta de docinhos e salgados. A maioria dos alunos devia estar se preparando para ir à festa.

Harry mal escutou os gritos e conversas em alto som dos alunos; sentia-se desorientado, tonto; ser atingido por um raio deveria ser parecido. Só porque ela é irmã do Rony, pensou. Você não gostou de ver Gina beijando o Dino porque ela é irmã do Rony... Rony é seu irmão. E se ela é irmã do Rony, ela é sua irmã...

Involuntariamente, porém, sua mente foi invadida pela imagem daquela mesma sala escura e vazia, e ele beijando Gina em vez de... o monstro em seu peito ronronou... então viu Rony gritando coisas como “traiu a confiança” ... “acreditei que era meu amigo” ... Mas e se Rony aceitasse...? O monstro ronronou novamente... ele iria ao baile com Cho, ele gostava de Cho... Cho poderia ser sua futura e primeira namorada... Sim, Cho. Gina... NÃO. Cho C...Gi... CHO, QUE DROGA!

— Você acha que Hermione deu uns amassos no Krum? – perguntou Rony, subitamente, ao se aproximarem da Mulher Gorda. Harry teve um sobressalto de remorso e arrancou sua imaginação de uma sala onde Gina e Cho se revezavam... Gina andava até Harry, mas o monstro que Harry tanto odiava gritava e então ela se transformava em Cho... E depois Gina... Cho... Gina... Cho... Gin..

— Harry!

— China! – ele berrou sem saber o que estava berrando.

— China? – Rony ergueu as sobrancelhas.

— Quê...? – exclamou confuso. – Ah... ãh...

A resposta franca para a pergunta anterior do amigo seria “acho”, mas não quis dá-la. Rony, contudo, pareceu ter entendido pela expressão no rosto de Harry.

— Oi – Harry disse quando viu Hermione sentada no chão da sala comunal com pelo menos três ou quatro livros abertos, sendo quase pisados pelo enorme grupo de alunos que conversava excitadamente.

— Vocês estudaram o quê? – ela disse sem mesmo cumprimentá-los, nenhum dos dois respondeu. No mesmo instante ela bufou decepcionada.

— Vocês não estudaram nada, não é?

— Na verdade a gente estudou, mas não quer dizer que tenhamos aprendido – disse Rony chateado.

— Tudo bem, vem, senta aqui – ela fez sinal para que Rony sentasse no chão perto dela. – Eu organizei em pastas catalogadas e etiquetadas a nível de dificuldade da explicação, tem explicações mais simples e outras mais complexas.

— O.K... – ele disse tentando entender.

Hermione respirou fundo se preparando para falar algo.

— Olha, para vocês dois terem uma boa ideia do quanto não quero que reprovem, vou mostrar como eu estudo e decoro os feitiços e poções mais difíceis – ela demorou para começar a falar.

— Que foi? Pode falar – encorajou-a Harry.

— O.K, bom, eu meio que faço... uma... música... – ela disse gaguejando.

— Bom, vamos ver alguém cantando hoje? – Rony brincou.

— Pode cantar, vai... – Harry disse dando um leve tapinha no braço dela.

A...poção...” ela tentou cantar mas estava com muita vergonha.

— Fica tranquila, com certeza você canta melhor que nós dois – Rony disse.

Hermione respirou fundo mais uma vez, deu um último olhar para os dois, fechou os olhos e começou:

“A Poção Polissuco, sim eu já tomei,

Mas com cara de gato eu fiquei” Nessa frase, os dois riram, fazendo ela rir também.

“Hemeróbio rima com chifre de Bicórnio

Sanguessuga é sanguinária com pele Ararambóia picada

Não esqueça Descurainia, e por último algo da menina”.

Ao terminar de cantar, ela cobriu o rosto com as mãos mostrando que estava envergonhada, Rony e Harry aplaudiram.

— Meu Merlin... que vergonha... – ela disse com o rosto ainda coberto.

— Ficou boa, mas deve dar um trabalho danado para fazer tantas músicas. – Rony disse.

— Preguiçoso... – ela murmurou.

Os três ficaram mais de quatro horas estudando e conversando, mas quando Hermione deu o primeiro bocejo, todos perceberam o quão tarde já era.

— Gente, eu realmente estou dormindo por dentro e não consigo processar mais nada, vamos descansar um pouco, daqui a pouco temos aula – Harry disse enquanto se levantava.

— É, vamos...

— Mas eu ainda não sei nada – Rony disse de olhos arregalados, surpreendendo seus amigos.

— Rony, o que deu em você de que tem que estudar tanto? – Hermione perguntou. – Nunca ficou assim.

— Jorge, Fred, Crabbe, Dino, Goyle, Neville e até o Draco! Estão todos estudando, eu já era, Hermione! – ele respondeu ainda mais preocupado.

— Rony! – ela gritou segurando o rosto dele para que ele a ouvisse. – Você-sabe-a-matéria – sibilou. – Para de se preocupar! A prova é daqui a algumas semanas, ainda tem bastante tempo de estudar,

— É, cara, relaxa, nós vamos mal em todas as provas e estamos aqui, não estamos? – Harry tentou ajuda-lo, mas pelo olhar ameaçador da amiga percebeu que foi uma piada de mal gosto.

— O.K.? – ela perguntou se certificando que havia acalmado Rony, que respondeu balançando a cabeça.

— Uon-Uon – uma voz aguda berrou.

Harry olhou para trás e viu Lilá Brown passando pelo buraco do retrato, mas mal conseguiu olhar a garota, que num estalar de dedos já estava pendurada no pescoço de Rony.

— Rony, você entendeu? – Hermione perguntou ignorando o berro de Lilá.

— O que você estava fazendo com ela, Roniquinho? – Lilá perguntou fazendo bico para Hermione.

— Nada – Hermione disse. – E qual é o problema de ele estar na mesma sala que eu?

— Não tem nenhum problema estar na mesma sala. O problema é estar no mesmo metro quadrado. – Lilá ficou com um olhar sério. – Só quero deixar uma coisa bem clara aqui. Ronald é meu namorado, e não seu, querida...

— Querida? Olha como fala comigo, doida – Hermione elevou seu tom de voz e Harry, que estava atrás dela, a viu pegar sua varinha, que estava no bolso de trás da calça.

— Estupefaça!

— Protego!

Harry mal pôde acreditar. Lilá tinha tentado estuporar Hermione. Rony, na mesma hora, pegou Lilá pela mão e, sério, a levou para um canto em que Harry ainda podia vê-los. Já por sua vez, Harry ficou de frente para Hermione e disse:

— Você está bem?

— Ha – Hermione riu baixinho. – Quando um estupefaça de uma desajuizada me deixar mal, me interne. – Harry riu de volta.

Os dois olharam para Rony e Lilá depois de um tempo e viram os dois se beijarem como se fossem um casal realmente apaixonado ou desesperado.

Harry não tinha ideia do que dizer à amiga. Perguntava-se se haveria uma chance de Hermione não ter visto Rony, de ter simplesmente olhado para o teto, quando ela comentou em um tom anormalmente engraçado:

— Rony parece estar se divertindo.

— Ah... está? – Harry murmurou como a pessoa mais inocente do mundo.

— Não finja que não está vendo. Ele não está bem se escondendo, está?

Harry ouviu Hermione fungar, olhando para o chão com olhos tristes. Então uma lágrima escorreu pelo seu rosto e Harry resolveu pega-la pela mão e sair da sala comunal.

Quando os dois estavam do lado de fora, se sentaram em um degrau de pedra fria. Hermione encostou a cabeça no ombro de Harry. Ela deixou algumas lágrimas escorrerem até que murmurou:

— Como você se sente? Quando vê a Gina com o Dino?

— Como? – a barriga de Harry gelou.

— Não pense que eu não percebi... – ela limpou seu rosto molhado. – Sou sua melhor amiga. Eu estava lá no Grande Salão quando ela deu um selinho no Dino. Vi você sair correndo.

Harry e Hermione ouviram Rony e Lilá darem uma risada estridente que pôde ser ouvida do lado de fora da sala, então Harry olhou de canto para Hermione e viu a amiga fechar os olhos e contrair a boca.

— É assim que eu me sinto. – ele murmurou depois de um tempo.

Os dois se despediram e cada um foi até seu quarto. Nem Harry e nem Rony tornaram a mencionar Gina nem Hermione; de fato, quase não se falaram aquela noite e foram dormir em silêncio, cada um absorto nos próprios pensamentos.

Harry ficou acordado durante muito tempo, contemplando o dossel da cama e tentando se convencer de que seus sentimentos por Gina eram inteiramente fraternais. Tinham vivido, não tinham, como irmão e irmã o verão todo, jogando Quadribol, implicando com Rony e rindo da Sra. Weasley quando esta ficava brava com alguma que Fred e Jorge aprontavam.

Conhecia Gina havia anos... era natural que quisesse protegê-la... natural que prestasse atenção nela... quisesse despedaçar Dino por tê-la beijado... não... teria de controlar particularmente este sentimento fraternal...

Rony soltou um ronco gutural.

Ela é irmã de Rony, disse a si mesmo com firmeza. Irmã de Rony. É fruto proibido... Ele não arriscaria sua amizade com Rony por nada. Deu uns socos no travesseiro para deixá-lo mais confortável e esperou o sono chegar.

Estava tudo escuro. Harry devia estar em uma floresta. A terra estava úmida e algumas gotas d’água caíam de folhas de altas árvores e molhavam o rosto e ombros de Harry. Ele olhou para cima e o céu não estava claro. Não tinha Sol. Mas também não estava escuro, sem uma única estrela ou luz. O céu estava simplesmente acinzentado. Um vulto se moveu por entre as enormes e altas árvores da que parecia ser a Floresta Proibida. Harry olhou para suas mãos e estas estavam com migalhas de terra e um tanto úmidas. Depois viu seus joelhos e estes estavam úmidos também, como se Harry tivesse caído no chão e engatinhado até um certo ponto. Uma luz verde em forma de raio surgiu cortando as árvores e um berro soou como eco.

Harryyyyyy Potterrrrrrr

Harry acordou. Ele estava suado. Sua cicatriz ardia demais. A cabeça latejava de dor. Olhou pela janela e viu que o céu ainda estava escuro. Encostou-se em seu travesseiro e tentou fechar os olhos, mas qualquer movimento facial parecia fazer sua cabeça explodir. Harry tentava voltar a dormir e não chegava nem perto de conseguir. Olhou para seus amigos e todos dormiam tão calmos quanto o céu naquela noite. Então Harry desceu até a sala comunal para respirar um ar que não fosse do seu quarto.

A lareira estava acesa. E uma pessoa se aquecia em frente à ela.

Era Hermione.

— Se aquecendo? – ele perguntou.

— Ah – ela levou um pequeno susto. – Oi, Harry. Não consegue dormir?

— Você também não? – Harry sentou-se ao lado de Hermione, a menina estava com as pernas encolhidas e os braços em volta destas, parecia estar com calafrios.

— E agora? Esse baile vai ser em algumas semanas e eu tenho que aturar tudo calada.

— Com quem vai no baile?

— Ainda ninguém – Hermione riu. – E você?

— Idem. Se não arrumarmos ninguém até depois de amanhã, vamos juntos, o.k.?

— Sim – ela escondeu sua cabeça nos seus braços. – Acho que Krum vai me chamar.

— Isso é bom, não? Você se divertiram da última vez.

— É, acho que sim...

— Estou pensando em chamar a Cho – Hermione olhou impressionada para Harry. – Mas não conta para o Rony, ele acha que eu não tenho um par, e ficou feliz por, pela primeira vez, ele ter um par e eu não.

— Então ele vai com a Lilá?

— Ele não a convidou de verdade. Ela meio que... bom...

— Entendi – ela se levantou. – Bom, então vou indo. Boa-noite.

— Boa-noite. Ah, Hermione!

— Oi? – ela se virou antes de pisar no primeiro degrau.

— Posso te dar um abraço? – aquilo veio sem que Harry soubesse, ele simplesmente queria um abraço, e pelo jeito que ela falava, ela parecia precisar de um também. Mas Hermione simplesmente sorriu, como se tivesse uma certa pena de Harry, e então continuou seu caminho pela escadaria.                    


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Notas finais do capítulo

E entaunnnnn? O que acharam??? Por favor, gente... Já tem mais de 10 pessoas me acompanhando e duas comentam... Senão fico tiste... Mintira, amo vocês. E outra coisa, não comentem pq eu estou pedindom, mas pq vcs gostaram da fic! Amo muito vcs e nos vemos no próximo capítulo! Bjoss!
Nox.



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