Boruto escrita por Calpúrnia


Capítulo 6
Titio Shikamaru


Notas iniciais do capítulo

Olá! Olá! Como vocês estão? Então, cá estou. A ideia de dobradinha não deu muito certo, porém cá está o capítulo. Shika-kun, nosso amado gênio problemático, mostrando seu lado mais sentimental. O Shika é um amorzinho (e meu primeiro crush em Naruto) e foi super divertido escrever sobre ele. Uma aventura bem diferente. Espero que gostem!
Boa leitura!



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Capítulo Seis

Titio Shikamaru

Escrito por G. de Oliveira

Tédio resumia muito bem o que Shikamaru sentia sendo ele mesmo. Gênio, braço direito e esquerdo do Hokage e ainda por cima preso numa coleira pela mulher mais problemática do mundo. E, segundo Naruto, havia ganhado mais uma função: tio. A palavra o fez se arrepiar pensando numa miniatura de Naruto Uzumaki dando trabalho em Konoha. Passado o susto, ele sorriu para o amigo. Como ele poderia não ficar feliz por Naruto, que sempre foi sozinho e odiado e agora tinha uma família? Estava feliz sim, mas se a criança puxasse a ele, seria muito problemático.

Shikamaru não conseguiu acompanhar muito bem a gestação de Hinata, no entanto, Naruto trabalhava com Kakashi na maior parte do tempo e assim ele ficava sabendo sobre tudo. Ele via aquele brilho especial nos olhos do loiro e pensava em como tudo havia mudado tão drasticamente. Sendo o gênio que era, sempre soube sobre Naruto e a Kyuubi, portanto entendia todo o drama que envolvia a vida do Uzumaki. Vê-lo ali, radiante, se preparando para ser pai, era algo que lhe dava orgulho.

Quando Naruto contou que escutou os batimentos do filho pela primeira vez, Shikamaru conseguiu sentir todo o amor do amigo. Era um sentimento forte, uma emoção quente e confortável que, de repente, o contagiou e o fez pensar em como seria ter uma miniatura dele dentro de casa. Bom, talvez não totalmente igual a ele — quem sabe com olhos verdes?

— Espero que essa criança puxe à mãe, porque se puxar a você, não vai ser bonita não...

— Oe, baka! — berrou. — Eu sou bonito sim, ‘ttebayo.

Shikamaru gostava de provocar Naruto, especialmente porque ele sempre se deixava levar. Claro que ele estava apenas brincando, porque sabia que sendo cria de Hinata e Naruto, aquela criança nasceria especial, e com certeza seria um raio de luz na vida deles, ou até mesmo o próprio Sol. Além de que seria forte e inteligente. E problemático, é claro.

Ele não via a si mesmo como um tio nem conseguia imaginar que colocaria uma criança no colo algum dia, mas surpreendia a si mesmo comprando brinquedos e roupinhas para o enxoval do primogênito Uzumaki. Sua desculpa era que Temari insistia em ajudar com isso, no entanto, ela nem sabia que Shikamaru gastava dinheiro assim. Não sabia bem por que fazia isso, no entanto, estava seguindo seu coração.

Os meses passaram muito mais rápido para ele do que poderia imaginar, mas tudo parecia ter parado quando Temari contou sobre a gravidez. Além de tio, seria também pai, e ele não se sentia preparado para nenhum dos dois. Porém, ele finalmente conseguiu entender a felicidade de Naruto: a plenitude no coração, a sensação de que nada mais faltava em sua vida.

A única parte preocupante de toda essa história era ter de aguentar o nervosismo de Naruto e o dele próprio. Não sabia como agir, ficava ligando para Temari o dia inteiro querendo saber se estava bem e/ou precisando de algo. Naruto não ficava muito atrás. Tudo se complicou quando Ko chegou à sala e informou que Hinata passou muito mal e estava no hospital. Shikamaru sentia que Ko estava exagerando um pouco, mas não recriminou o loiro pelo desespero que sentia. Não tiveram tempo para nada; Naruto se teletransportou ao hospital e não saiu de lá até que pudesse conversar com a esposa e saber que ela e o filho estavam bem.

Naruto foi para o prédio Hokage para avisar a Kakashi que pararia de trabalhar nos próximos meses. Shikamaru conhecia o amigo o suficiente para saber que ele estava morrendo de medo, uma sensação que ele não experimentava há muito tempo. Quando o viu sentado de cabeça baixa e trêmulo, Shikamaru teve certeza de que não era apenas o simples medo de perda; era o desespero apavorante de sentir o mundo desmoronando entre seus dedos. Apesar de Sakura deixar claro que estava tudo em perfeita ordem, o loiro não conseguia esconder, e ninguém o culpava.

— Naruto, — começou. — você sabe que está tudo bem.

O loiro apenas ficou quieto, ainda de cabeça baixa. Shikamaru, na maioria das vezes, se irritava muito com esse comportamento passivo e pessimista do amigo em seus momentos tristes, no entanto, daquela vez, não estava. Diferente de antes, ele era um homem casado com sua esposa grávida, portanto, na mesma situação que Naruto. Estava entendendo aquele sentimento, e dividi-lo era o que tornava o peso menor.

— Você não deveria se desesperar. Até parece que não conhece a esposa que tem.

Pela primeira vez, viu Naruto rir. E chorar ao mesmo tempo. Shikamaru já era péssimo em lidar com sentimentos e um homem chorando, então, era ainda pior. Não o abraçaria, porque não resolveria em nada, mas deixou que ele chorasse a vontade. Seu pai dizia que o choro não era a solução ainda que ajudasse bastante a clarear as ideias. Depois do que pareciam horas, o loiro deu um alto suspiro e virou-se para ele.

— Sabe, Shikamaru, em todo esse tempo sozinho, eu tinha medo. Era um sentimento estranho que eu só entendi quando o Ero-Sennin morreu. Meu medo era de perder as pessoas que eu mais presava. Medo de perder o pouco que eu conquistei e esse era o pior que eu poderia sentir. Eu não conseguia fugir disso, porque era real demais. E quando é real, e palpável, machuca muito mais. — fez uma pausa. — Eu não sentia isso há muito tempo. Até hoje.

Desde então Shikamaru via Naruto poucas vezes. O loiro passou a ficar em casa com a esposa, apenas a espera que o filho, enfim, nascesse. O pouco tempo que faltava passou rapidamente, e ele se via ansioso tanto pelo nascimento de Boruto quanto de Shikadai. Ele tinha certeza de que ambos seriam grandes amigos; talvez pela influência da amizade que tinha com Naruto.

Os nervos estavam à flor da pele para todos os lados. E só piorou quando Hinata entrou em trabalho de parto. Ele não teve tempo para muita coisa além de correr atrás do amigo e tentar mantê-lo em seu juízo perfeito — ou qualquer coisa bem perto disso. As horas em que ficaram naquele corredor foram sufocantes. Shikamaru orava para que Hinata lutasse naquele momento, porque se Naruto a perdesse, seria algo que eles jamais seriam capazes de arrumar.

Foi também ali que ele começou a pensar quando chegaria seu momento. Ele teria de enfrentar o momento em que Temari também passaria por isso, mas não se sentia preparado. Ele também tinha medo, receio de que algo desse errado. Mesmo que Temari fosse a mulher mais problemática do mundo, ainda era sua Temari, e não suportaria perde-la. Nem ela nem seu filho.

Ele observava Naruto andando de um lado a outro no corredor, se descabelando e murmurando coisas que ele não conseguia entender. Foi uma torturar assistir a tudo isso. Mas para sua completa felicidade e paz, Sakura apareceu e tranquilizou a todos de que Hinata e Boruto estavam bem. Era um dia de surpresas, pois nunca pensou que veria Hiashi Hyuuga abraçando Naruto Uzumaki. Só Hinata mesmo para proporcionar momentos assim.

Mais um tempo se passou até que Naruto e Hiashi fossem ver Hinata. Shikamaru ficou na sala de espera, junto com Kiba, Shino e Ko. Ninguém precisava dizer, porque era muito óbvio: todos estavam imensamente felizes. Existia um peso nos ombros de todos desde que Hinata havia passado mal, e ele havia partido deixando que respirassem em paz.

Uma hora mais tarde, Hiashi apareceu dizendo que Naruto o chamava. Shikamaru não entendeu bem, mas se encaminhou ao quarto onde Hinata estava. Era engraçado vê-los casados e agora com um filho. Mesmo sabendo dos sentimentos da Uzumaki (e ele os sabia muito antes de todo mundo), não imaginou que daria tão certo. Estava feliz pelos dois.

Ao entrar, encontrou Naruto sorridente e choroso com um embrulho nos braços. Estava um pouco trêmulo e desengonçado, mas se esforçava para não machucar o filho. Shikamaru ficou apenas observando até que o loiro o chamou. Aproximou-se até que Naruto colocou Boruto em seus braços. Ainda surpreso, se esforçou para acomodar a criança nos braços.

Boruto parecia estar estranhando Shikamaru, no entanto, de repente, estava tranquilo como se soubesse exatamente quem ele era. Aquilo o deixou feliz. Sim, estava feliz. O menino era a cópia máxima de Naruto, nem mesmo um bushin seria tão preciso. O menino olhava para ele com curiosidade, os grandes olhos azuis captando cada detalhe de seu rosto. Mas muito mais que isso, Boruto era um raio de luz. Shikamaru sentia-se aquecido com a presença ainda pequena dele. O sentimento que tinha era o mesmo de quando estava com Naruto: a de que tudo era possível.

— Bem-vindo, problemático. — ele disse ao menino que continuava observando-o com seus grandes olhos azuis.

Boruto Uzumaki era o próprio Sol e ele não tinha dúvidas disso.

Δ


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Notas finais do capítulo

E é isso. Tio Shika sendo um fofíssimo. Adorei esse capítulo e espero que vocês gostem também. Muito obrigada por lerem e acompanharem a história!
Até mais! ♥ ♥ ♥



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