Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 30
Primeiros Dias


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez demorou, como eu disse antes eu comecei a revisar meu livro e tive que dar uma paradinha aqui. Escrever duas histórias ao mesmo tempo não funciona muito para mim. Mas não podia deixar vocês sem as atualizações.
Esses primeiros dias da vida deles juntos e sozinhos antes da Melissa conhecer a família em Alamedas era muito importante. Então, deixei um capítulo inteiro para eles. Espero que gostem.



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Melissa já estava acostumada a deixar a Casa Verde com pais adotivos. Tudo era sempre igual, o casal vinha buscá-la, normalmente eles estavam ansiosos, cheios de cuidados e queriam agradá-la de todas as formas. Traziam presentes, doces e a levavam para conhecer a casa nova. 

Agora, tudo era desconhecido. Os Olivers, seus pais, eram diferentes de todos os outros. Quando a viram, os dois choraram e ela ficou comovida e aceitou os beijos e abraços, só que logo depois eles não pareciam mais tristes e muito menos cuidadosos. Eles a tratavam como se a conhecessem a vida inteira, não a sufocaram com cuidados, nem a tratava como bebê ou deram algum brinquedo novo. Eles gostavam do seu passarinho.  

A viagem de carro até o hotel foi muito rápida, quando ela viu já estava em frente a um grande prédio, onde ficava o hotel. 

— Você dirigiu rápido demais Tommy… - reclamou Kimberly. - Isso não é um zord. 

— Desculpe, eu estou faminto - olhando para a filha ele perguntou: - Já esteve em um hotel antes princesa?

— Já esteve em um hotel antes querida? 

— Não - admitiu um pouco envergonhada.

— É bem divertido, você não precisa arrumar a cama e o café da manhã é incrível  - Tommy disse abrindo a porta do carro para as duas e pegando as malas. 

— Nós ficamos aqui da última vez que viemos - Kimberly respondeu tirando o cinto da filha e a ajudando a sair do carro. - É muito confortável, reservamos um quarto família, tem dois quartos e uma sala com televisão e sofá, você vai gostar. 

O hotel estava cheio, Melissa  arregalou os olhos admirada. Tommy e Kimberly trocaram um olhar feliz ao ver a reação da filha. Enquanto, Tommy foi fazer o check in, Kimberly ficou vigiando as malas e a menina, sempre um passo atrás dela, mas deixando-a a explorar a recepção. 

— Tudo pronto - disse Tommy se aproximando da esposa. - Vamos subir? 

Kimberly sorriu e falou baixinho:

— Ela ainda está explorando. 

— Vou deixar as malas no quarto e já volto. 

Kimberly concordou com a cabeça e deu a mala da filha para o marido carregar, ela se aproximou da menina e chamou?

— Melissa! - a menina parou um pouco e olhou para a mãe: - Seu pai está levando as malas para o quarto. O hotel tem uma vídeo locadora, vamos lá?

Melissa concordou e acompanhou a mãe até lá, quando Tommy as encontrou já estavam com dois filmes da Disney na mão e a menina ainda olhava para as prateleiras.  

— E aí o quê escolheram? - perguntou passando os braços em volta de Kimberly. 

— A Pequena Sereia e Cinderela - Kim respondeu se aconchegando nos braços do marido. - Melissa vai pegar mais um.  

— Só princesas… - Tommy reclamou e se aproximando da filha, ele se abaixou e perguntou. - Hey princesa, que tal escolhermos uma aventura? Já viu o Rei Leão ou Aladdin?

Melissa concordou e os três acabaram indo para o quarto com quatro filmes. 

— Vamos ficar aqui hoje querida foi um longo dia - ela disse para Melissa mostrando-lhe o quarto. - Esse é o seu quarto e o nosso é aqui do lado e aqui na sala nós podemos assistir os filmes. 

Tommy deixou a mala no chão e comentou:

— Vou buscar o jantar para nós, enquanto isso podem começar algum dos filmes de princesas. 

— Seu pai não gosta muito de princesas - riu Kimberly no ouvido da filha. Melissa não conseguiu se controlar e deu uma risadinha. - Então, o quê vai ser hamburguer ou pizza? 

— Você escolhe princesa!

— Pizza - respondeu Melissa rapidamente. 

— E pipoca - completou Kimberly. - Com suco de laranja ok? 

— Já volto! 

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Tommy chegou logo com a comida e em um silêncio confortável, os três comeram e assistiram alguns filmes. Perto das 8 horas, Melissa começou a bocejar e Kimberly afirmou:

— Hora de ir dormir - desligando a televisão ela disse. - Vamos Melissa. 

A menina a seguiu até o quarto quieta, Tommy olhou as duas se afastando e pegou o controle da televisão antes de se levantar.

— Vou preparar seu banho.  

Kimberly entrou no banheiro que ficava dentro do quarto.  Melissa ficou quieta do lado da cama, o quarto era grande e bonito. Não tinha televisão ou brinquedos, só uma cama de solteiro, um abajur na cabeceira e uma cômoda no canto da cama onde estava a sua mala.  Esfregou os olhos, estava cansada mesmo. 

— Seu banho está pronto, querida - Kim entrou no quarto. - Tem uma toalha limpa no banheiro, a sua camisola está na mala? 

— Está sim - respondeu Melissa. 

— Posso desfazer a sua mala e separar a sua camisola enquanto toma banho? 

A menina concordou com a cabeça e entrou no chuveiro. Kimberly sorriu e rapidamente abriu a mala da filha, passou os olhos pelas roupas contando-as rapidamente e deixou sobre a cama as roupas que a filha precisaria para a noite e saiu do quarto. 

Tommy a estava esperando ansioso na sala, Kimberly sorriu e o abraçou. 

— Eu não acredito que ela está aqui mesmo! - murmurou com lágrimas nos seus braços.

— Nem eu… - Tommy respondeu sorrindo. - Como foram as coisas lá dentro?

— Bem, eu arrumei a mala dela e a deixei sozinha para se vestir. Ela tem poucas roupas, vamos precisar comprar tudo. 

— Você não vê a hora de levá-la para o shopping?

— Não mesmo, eu quero vê-la vestida como uma princesinha. Mas acho que ela não vai ter paciência para compras como você. 

— Ela já é igualzinha a você, né? Em alguma coisa teria que ser parecida comigo. 

Ficando nas pontas dos pés, Kimberly beijou o marido. Tommy correspondeu ao beijo erguendo-a do chão e girando pela sala. 

— Bobo! - riu Kimberly beijando-o novamente. 

— Eu estou tão feliz! 

Os dois ouviram a porta do quarto se abrir e Melissa saiu vestida com a sua camisola branca do orfanato. 

— Pronta, querida? 

— Eu deixei meu passarinho aqui - Melissa respondeu hesitante. 

— Está aqui princesa - disse Tommy pegando a Garça de cima do sofá. - Vamos, eu levo para você. 

Kimberly deixou que Tommy tivesse um momento sozinho com a filha e começou a arrumar a bagunça da sala. Pouco depois, Tommy voltou e começou a ajudá-la.

— Ela já se deitou? 

— Já sim, eu a coloquei para dormir e dei até um beijo de boa noite - vendo Kimberly suspirar ele continuou. - Ela quer um copo de água. 

— Eu vou levar - ela respondeu animada correndo para o quarto. 

— Melissa! Eu trouxe água para você - Kimberly disse entrando no quarto. A menina se sentou na cama e aceitou o copo tomando um gole de água. 

— Obrigada! - a menina respondeu devolvendo o copo. 

Kimberly pegou o copo e colocou na mesa de cabeceira. 

— Se precisar de alguma coisa, nós estamos no quarto ao lado, a porta vai ficar aberta. 

— Ok… - murmurou sonolenta.

Kimberly olhou para a cômoda e viu as meias que separou para a filha caídas no chão. Ela imediatamente as pegou, a lembrança do sapatinho caído no colo veio a sua mente. 

— Suas meias - instintivamente, ela se sentou e colocou as meias na menina. -  Você vai ficar com frio a noite sem elas. 

Melissa arregalou os olhos e perguntou:

— Como você sabe?

Kimberly sorriu e ajeitou o edredom em volta da filha. 

— Um passarinho me contou - ela deu beijo na testa da filha e murmurou: - Boa noite querida!  

— Boa noite - murmurou Melissa vendo a mãe saindo do quarto, cansada abraçou o seu passarinho e caiu no sono. 

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— Chega! - exclamou Melissa irritada se afastando da mãe. 

Kimberly olhou surpresa para a filha, não conseguia imaginar o que poderia ter irritado a menina. Eles acordaram, tomaram café juntos e partiram para as compras, tudo parecia perfeito.

— Qual o problema, princesa? - perguntou Tommy se aproximando da filha.

— Eu não preciso de mais roupas… - Melissa cruzou os braços e franziu a cara. - Eu não vou experimentar mais nada.

— São só alguns vestidos… 

Tommy tentou segurar o riso ao ver a expressão da filha olhando para a pilha de roupas que Kimberly segurava. 

— Acho que já compramos o suficiente por hoje, beautiful! - ele disse abraçando a esposa. 

— Mas ainda faltam tantas coisas… - murmurou Kimberly. 

— Podemos comprar o restante quando chegarmos na Alameda dos Anjos - ele insistiu tentando convencer a filha.

— Eu não preciso de mais nada - repetiu Melissa irritada. 

— Acho que já compramos o suficiente por hoje - Kimberly suspirou resignada aceitando a opinião da filha. - Só preciso pagar antes de irmos embora. 

Vendo a expressão emburrada da menina, Tommy interviu:

— Que tal tomarmos um sorvete enquanto a sua mãe termina aqui? 

A menina balançou a cabeça concordando ainda calada. 

— Podem ir - Kimberly concordou. - Eu encontro vocês daqui a pouco. 

Tommy saiu com a filha para a loja, depois que Melissa já estava com uma picolé na mão, ela se acalmou. 

— Melhor agora? - Tommy perguntou olhando a filha.

— Desculpe - Melissa murmurou um pouco envergonhada. - Mas era muita roupa. 

— Tudo bem, a sua mãe às vezes se empolga um pouco no shopping mesmo e ela nunca pôde comprar roupas para você. 

— Vou tentar ser mais paciente… - murmurou Melissa em um tom mais adulto. 

— Vai precisar mesmo - riu Tommy enquanto tomava o sorvete. - As suas avós também vão exagerar um pouco nesses primeiros dias.

— Avós? - perguntou Melissa.

— É, a minha mãe está ansiosa para te conhecer e a mãe da Kimberly está vindo direto de Nova York para vê-la.  

— Tenho avôs também?

— Tem sim, aliás, se pensar bem tem até mais que dois - vendo a expressão confusa da menina continuou. - Meus pais são casados, mas os pais de Kimberly se divorciaram quando ela era adolescente e se casaram novamente. A mãe de Kimberly e o marido moram em NY, mas o pai dela e a nova esposa moram bem perto da nossa casa. 

— Ah! - murmurou Melissa. - E vocês tem irmãos?

— Eu tenho um irmão, David. Kimberly não, mas temos muitos amigos e todos eles estão ansiosos para te conhecer. 

— Por isso, nós preferimos ficar aqui alguns dias para nos conhecermos sem toda a família por perto. - Kimberly chegou se sentando perto deles. - Desculpe por te fazer experimentar tantas roupas queridas.

— Ok… - murmurou Melissa olhando para a mãe e ruborizando ela falou: - Desculpe por ter sido gritado. 

— Tudo bem, nós duas exageramos - olhando para o marido ela pediu. - Pega um para mim.

— Claro… morango mesmo? - Kimberly balançou a cabeça concordando e ele se levantou. 

— Onde estão as roupas? - Melissa perguntou. 

— Eu já levei para o carro. 

— Mas eram muitas sacolas… 

— Eu sou mais forte do que pareço - Kimberly riu acariciando o rosto da filha. - Seu pai estava falando da nossa família, suas avós vão querer te mimar. Você é a primeira neta, precisa ter paciência. 

— Eu vou tentar…  - murmurou Melissa. 

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A Cafeteria “Cristaleira Mágica” era o lugar mais encantador que Melissa já tinha visto, ela era inspirada no Conto Boneca Mimi. Na história original, uma velha boneca de porcelana esquecida em uma cristaleira ganhou vida para passar o Natal com a família de sua antiga dona. Ela foi acolhida pela única mulher da família que não tinha filhos que se apaixonou por ela.  Mas a mágica acabou antes do ano novo, ao ver a filha amada sumir a moça quase enlouqueceu de dor. Sua mãe, a antiga dona da boneca achou-a caída no chão do quarto e implorou a Rainha das Fadas para dar vida à boneca. Então, no dia seguinte a velha senhora morreu e a boneca se transformou em uma criança de verdade.

A história era uma das favoritas de Melissa, ela lera o livro várias vezes no orfanato e sempre quis conhecer a confeitaria que abriram na cidade inspirada no livro. Não conseguia disfarçar a sua excitação ao entrar lá, todas as garçonetes estavam vestidas de bailarinas e na porta tinha dois soldadinhos de chumbo protegendo a entrada. A decoração lembrava uma antiga Casa Vitoriana como a da história, com a grande cristaleira que era o lar da boneca, a árvore de Natal e uma réplica da cama onde a boneca se transformou em uma menina. Em volta do cenário ficavam as mesas do café, as bailarinas recebiam os clientes e os levavam até as mesas. 

Tommy ficou tão admirado quanto a filha com o local. 

— Parece que entramos em um conto de fadas!

— É essa ideia - Kimberly sorriu. - Daqui a uma hora vão encenar a história do livro?

— De verdade? - Melissa perguntou animada olhando para a mãe. - A Boneca Mimi vai aparecer?

— Vai sim, mas vamos nos sentar agora. 

Os três seguiram a bailarina com vestido prateado que os atendia. 

— E o cardápio? - Tommy perguntou vendo a moça se afastar. 

— Ela é uma bailarina! - exclamou Melissa ofendida. 

— Os mordomos que vão trazer nossa comida - esclareceu Kimberly. - Tudo é escolhido no momento da reserva, a comida, horário do show, livros, brinquedos. 

— Nunca vi isso nem na Disney. Já esteve aqui antes Kim?

Melissa estava completamente alheia a conversa dos pais, ela estava saltitando na cadeira olhando para todos os lados. 

— Não… já tinha ouvido falar, esse lugar é famoso no Estado todo. - cochichou no ouvido do marido. - Nunca tive coragem de vir antes porque é muito caro, mas com ela vale a pena.

O mordomo com peruca branca chegou e serviu a mesa. 

— Esse é o bolo com geléia de morango da vovó? - Mel perguntou. 

— É sim - Kimberly respondeu colocando um pouco do líquido quente na xícara da filha. - E esse é o egg nog para crianças do vovô e os biscoitos de coco. 

Entusiasmada Melissa experimentou o bolo.. 

— É uma delícia

Vendo a expressão confusa do marido Kimberly esclareceu: 

— As refeições aqui são iguais às refeições do livro. A boneca de porcelana nunca tinha comido antes, então ela ficou apaixonada pelo bolo da avó. 

— Acho que preciso ler esse livro. 

— No orfanato tinha uma cópia - Melissa comentou tomando um gole de chocolate quente. - Era um dos meus favoritos.

— Precisamos comprar um para nós - disse Tommy.

— Aqui eles não vendem livros - reclamou Melissa com o pai.

— Não… - Kimberly sorriu vendo a expressão compenetrada da filha. - Mas a fada sempre trás um presente para as crianças no final da apresentação. 

— É verdade… - concordou Melissa comendo um biscoito. 

Logo, as luzes se apagaram e começou a apresentação de teatro. De dentro da cristaleira partiu o canto triste da boneca que queria se transformar em humana. Logo, uma linda fada estava transformando-a em uma menina loira com grandes olhos verdes e fitas no cabelo. 

Todas as crianças ficaram completamente fascinadas com o espetáculo, Melissa estava na ponta da cadeira prestando atenção em cada detalhe. Tommy sorriu vendo a filha compenetrada e abraçou a esposa, KImberly descansou a cabeça em seus braços. 

— A fada vai trazer o livro?

— E uma caixinha de música com a boneca e a bailarina - respondeu Kimberly.

— A boneca grande não?

Kimberly sufocou um riso e balançou a cabeça negando. 

— Ela é mais cara que a nossa passagem de volta para casa.

— Shiiuu! - protestou Melissa.

Os dois riram baixinho e abraçados observaram a filha vendo o espetáculo, para eles ela assistir a felicidade de Melissa era mais interessante que qualquer espetáculo. 

 

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— A varinha da fada brilhou e a boneca se transformou em uma menina de novo - contou Melissa para Jenny animada. - E ela me deu um livro só meu do Conto da Boneca Mimi. 

— Igual ao da Casa Verde? - perguntou Jenny.

— Nãoo - a menina balançou a cabeça. - Ele é bem maior e tem desenhos grandes. Também ganhei uma caixinha de música com a fada e a boneca. 

— E você gostou muito?

— Gostei sim - Melissa respondeu sorrindo toda animada. 

Jenny não conseguiu conter o sorriso ao ver a alegria da Melissa, ela era tão reservada e podia contar nos dedos quantas vezes já a vira animada assim. Os Olivers estavam calmos do outro lado da mesa conversando e deixando-a à vontade com Melissa.

— O que mais você fez nos últimos dias?

— Assisti filmes no hotel e fiz compras. - Melissa respondeu imediatamente. 

— Você se divertiu?

— Eu não gosto de comprar roupas, tem que ficar experimentando tudo - Melissa reclamou. - Mas eu gostei dos filmes. 

Kimberly fez uma careta cômica e Tommy riu, Jenny a olhou e ele comentou:

— Em alguma coisa ela teria que se parecer comigo não é?

— Como? - perguntou Jenny.

— Melissa puxou a mim, eu também não tenho paciência para fazer compras. Já  Kimberly adora.

— Eu gostava mais quando era adolescente, agora, eu só compro o que é preciso - Kimberly protestou. 

— Mas nós compramos muitas roupas - Melissa reclamou. 

— É que você quase não tem roupas filha - protestou Kimberly. - Nós só compramos três pares de sapatos. 

— Mas eu só tenho dois pés… - explicou a menina.

Vendo o rosto perplexo da mãe, Jenny riu e se solidarizou:

— Calma, quando ela crescer vai querer um de cada cor. Sem salto não tem graça mesmo.

— Espero que sim… - murmurou Kimberly.

Voltando a atenção para a menina Jenny perguntou:

— Ansiosa para andar de avião?

— Um pouco… - murmurou Melissa. - Quando eu chegar na casa, eu vou poder ligar para a Jenny? 

— Vai sim, assim que chegarmos você pode ligar para ela - Tommy reafirmou. - Seu quarto tem um telefone para você ligar sempre que quiser. 

Eles terminaram o almoço e Jenny se despediu de Melissa com um abraço e olhos marejados de lágrima. A menina estava um pouco trêmula, mas não chorou e isso encheu o coração da assistente social de esperança. Esse era o caminho certo. 

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 A viagem de volta para Alameda dos Anjos foi muito rápida e tranquila, o avião decolou pontualmente. Para distrair a filha, Tommy lhe deu o livro sobre dinossauros, Melissa ficou surpresa com as diferentes espécies que passou o tempo todo compenetrada na leitura. 

O jantar foi servido no avião e quando chegaram na cidade, ela estava bem cansada e eles foram direto para casa. Já estava escuro quando o carro parou em frente a casa. 

— Acho que ela dormiu… - murmurou Kimberly baixinho.

— Foi um dia longo - Tommy respondeu estacionando o carro. - Eu a carrego para o quarto. 

Kimberly concordou e saiu rapidamente do carro, abriu a porta da casa e acendeu as luzes do quarto e arrumou a cama. Logo, Tommy chegou com a filha no colo, Melissa continuava adormecida com a sua garça nos braços e a deitou na cama. Cuidadosamente, Kimberly tirou seus sapatos, a aconchegou na cama e cobriu com o cobertor rosa. 

— Será que ela não vai ficar assustada quando acordar? - Tommo ergueu a sobrancelha preocupado.

— Eu vou deixar um bilhete… - Kimberly foi até a escrivaninha e escreveu algumas palavras. Deixou-o do lado da mesa de cabeceira da filha e saiu do quarto seguida pelo marido.

Eles saíram do quarto e foram de mãos dadas até a escada, Kimberly colocou as mãos no rosto emocionada. 

— Nossa filha em casa… - murmurou com voz entrecortada de emoção. 

Tommy a abraçou forte e ela deixou as lágrimas de alívio e felicidade caírem. 

— Finalmente a família está completa. - ele respondeu deixando uma lágrima cair dos olhos também.- E amanhã vamos ter a nossa primeira fogueira. 

Kimberly riu baixinho com a empolgação do marido. 

— Será que Melissa vai gostar da Casa de Reefside? 

— Com certeza - Tommy abriu um grande sorriso. - Ela vai adorar a vida simples do campo bem longe dos shoppings.

— Bobo - Kimberly disse dando um tapinha no ombro do marido e o beijando em seguida. 

Tommy sorriu e aprofundou o beijo, sentindo o corpo da esposa tremer em seus braços. Kimberly passou a mão pelos seus cabelos e mordeu o canto de seus lábios. Ele gemeu baixinho:

— E as malas? 

— Deixa no carro - ela respondeu abraçando-o e encostando o rosto em seu pescoço. Tommy baixou a cabeça e a beijou novamente. Sem interromper os beijos eles caminharam até o quarto. Kimberly retirou a blusa do marido e beijou seus ombros. Sorrindo, ela se afastou dele e sentou na cama. 

Tommy se aproximou dela, mas sorrindo Kimberly foi para o outro lado e sorrindo disse:

— A porta - vendo a expressão confusa dele continuou. - Agora, precisamos fechar a porta. 

Tommy se lembrou da filha e fechou a porta, ainda um pouco relutante se deitou ao lado da esposa na cama. 

— E se ela acordar?

— Ela não vai acordar - Kimberly disse abraçando-o e beijando a sua nuca. - A Garça está cantando, ela só vai acordar de manhã. 

Tommy suspirou aliviado e beijou a esposa com paixão.


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Notas finais do capítulo

E aí o quê estão achando? Melissa ainda está pegando leve com os pais.



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