Nerve - versão Hogwarts escrita por CarolFonseca


Capítulo 8
Capítulo 7




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— Como é?

— Você é o meu próximo desafio Granger. Aqui, olhe. — mostrou-me a tela do celular.

Vá para Londres Trouxa com ela, valendo 4 galeões.

Soltei um suspiro de alívio. — Merlin, por um momento eu pensei que... Esquece o que eu pensei. — completei, vendo o olhar divertido de Malfoy.

— O que? Vai me dizer que a santinha Granger já estava pensando em que tipo de promiscuidade eu faria com ela? Merlin, você pensou! É por isso que esta corada agora não é?

— Não seja idiota Malfoy, não sou uma de suas garotas e estou feliz em continuar assim. — cruzei os braços.

Ele deu de ombros. — Não se iluda Granger, a única pessoa que você está enganado é a si mesma.

— Que seja. A minha resposta é não. Agora, se você puder me deixar em pa...

Vá para Londres Trouxa com ele, valendo 10 galeões.

—  Você tem que estar de brincadeira...

Malfoy leu a mensagem, logo devolvendo o celular que ele arrancou de minhas mãos.

Ele deu de ombros. — Aparentemente formamos um belo casal. Mas novamente, qualquer um é favorecido quando se trata de andar comigo.

— É bom saber que você é humilde. — ironizei. — Mas minha resposta continua sendo não.

—Ah, vamos lá Granger. Nós só precisamos sair dos terrenos de Hogwarts e aparatar, não tem nada falando sobre continuar lá.

Ele tinha um ponto.

— Mas ainda sim...

— McGonagall não vai voltar para a escola até amanhã à noite, e com o diretor ausente ninguém vai perceber (ou se importar) que saímos. E Isso vai levar 45 minutos, no máximo, 1 hora. Você realmente vai ficar aqui sabendo que pode ganhar 10 galeões Granger?

Não. Mesmo sem saber, Malfoy havia acabado de tocar no meu ponto fraco. Não que eu fosse interesseira, longe disso, mas com a desvalorização do dinheiro trouxa em relação à conversão na moeda bruxa estava ficando cada vez mais difícil para meus pais arcarem com as minhas despesas. O consultório não estava dando mais tanto lucro quanto antes e minha mãe havia adoecido alguns meses atrás, fazendo papai gastar horrores com as consultas e os remédios. Eu mesma já havia tentado – e conseguido – um emprego de verão, mas ele pagava muito mal e me deixava extremamente exausta ao final do dia. Acabei gastando meu salário todo com os materiais escolares, já que havia mentido para meus pais em relação aos juros da moeda bruxa; mamãe ainda estava se recuperando, eles não precisavam de mais um peso em seus bolsos.

— Eu vou Malfoy. Não porque você é irresistível ou o que seja, — expliquei ao vê-lo abrir a boca. — mas porque eu não nado em grana e eu definitivamente preciso desse dinheiro. Mas existem regras: 1) posso não ser uma boa jogadora, portanto você vai aceitar os meus limites; 2) se eu me sentir desconfortável, eu tô fora; e 3) sem piadas ou gracinhas, não é porque eu sou uma nascida-trouxa que vou aceitar seu desrespeito. Entendeu?

Ele pensou um pouco. — Parece justo pra mim. Pronta pra ir? — assenti. Ele estendeu o braço, fazendo um floreio idiota. — Ótimo. Damas primeiro. — não contive o revirar de olhos ao passar por ele.

Fiquei surpresa ao não encontrar quase nenhuma alma viva nos jardins. Com o sol nos oferecendo um quentinho agradável e com a brisa fraca em um pleno sábado, era de se esperar que pelos menos alguns alunos estivessem ali, desfrutando da sombra de alguma árvore ou algo do tipo.

— Eles estão jogando.

— Como?

Ele riu. — Estou vendo o seu cérebro trabalhando daqui Granger, tentando encontrar uma resposta para o sumiço dos alunos. Eles estão jogando. E provavelmente cumprindo desafios na Londres Trouxa, já que estamos sem responsáveis na escola hoje.

— Uhm.

Depois de mais algum tempo de silêncio, resolvi sanar a minha curiosidade.

— Porque você está jogando afinal? Nós dois sabemos que não é por dinheiro. — apontei o óbvio.

— E porque eu não jogaria Granger? É um jeito de me tirar do tédio dessa escola, e me fazer esquecer os problemas.

— Não sabia que uma família tão prestigiada como a sua teria “problemas”. É chocante na verdade. — potuei.

— Você não pode construir um império baseado em amor verdadeiro e fidelidade Granger, pensei que seria mais inteligente que isso. — revirei os olhos, decidindo ignorar seu último comentário. — Mas agora quero seu motivo. Porque está tão desesperada por dinheiro?

— Não estou desesperada. Minha mãe adoeceu recentemente, e com ela sem poder trabalhar as despesas estão ficando por conta do meu pai. O material aqui de Hogwarts é ótimo, mas também é caro, assim como os remédios da minha mãe. — dei de ombros. — Entrei no jogo pra fazer um desafio, mas não estou realmente em condições de escolha.

Ele assentiu, e com um pouco de hesitação perguntou: — O que são remedios?

— RemÉdios. — dei ênfase no assento, o corrigindo por força do hábito. — Eles equivalem às poções, só que tem um tempo maior para fazer efeito.

—Ah. E ela.. hã... a sua mãe está bem?

Tive que rir. — Sabe Malfoy, se eu não te conhecesse bem diria até que está um pouco preocupado.  Mas ela está se recuperando.

Ele pigarreou. — Isso é... isso é bom Granger.

— Sim.

Lembrar de como minha mãe estava há apenas alguns meses atrás me deu um aperto no coração. Seu rosto abatido, olhos cansados, mãos fracas... Tive que respirar fundo para não chorar. Felizmente Malfoy me tirou de minhas lembranças ao abrir o portão.

Depois de passarmos por ele e Malfoy fechá-lo com um rangido, continuamos andando por mai uns metros quando ele se pronunciou:

— Acho que já podemos aparatar daqui, certo? — concordei. — Ótimo. Agora se segure em mim Granger.

— O quê? Quando foi que decidimos que você iria aparatar?

— Quando você disse que não queria perder muito tempo com isso. Agora, se você me der à honra de sua companhia... — ironizou, estendendo a mão.

A peguei, depois de o xingar mentalmente. — Que seja.

— Ótimo. É melhor se segurar Granger. Isso não vai ser muito confortável.

E aparatou.

Engoli a vontade de por as minhas tripas para a fora. Tropeçando para trás agradeci aos céus quando minhas costas bateram em uma parede, evitando a minha eminente queda. Olhando para frente, ainda tentando conter o enjôo que desaparecia em um ritmo lento, foquei meus olhos em Malfoy.

— Me lembre de nunca mais aparatar com você!

Ele apoiou a mão na barriga, parecendo um pouco verde.

— Não se preocupe Granger, da próxima vez não pretendo te arrastar junto comigo.

— Isso é reconfortante, — apoiei minha mão na parede do que reconheci ser um beco, andando até a sua saída. — mas já estou feliz em não ser estrunchada. Vem, eu conheço essa avenida.

— É, eu também. E não me dê esse olhar surpreso Granger, como você acha que eu aparatei aqui em primeiro lugar?

Fiz uma careta. — Você tem um ponto, embora eu não considere isso que você fez uma “aparatação”. Estava mais pra uma mini ida pro inferno, isso sim.

— Há há, tão engraçada Granger. Uma pena que... — seu celular apitou. — Que seja, tenho que ir. Até que esse passeio não foi tão ruim Granger. Podíamos repetir mais vezes, o que acha?

Nos encaramos por um momento.

— Não mesmo. — repetimos juntos, o que ocasionou em uma careta conjunta.

— Até Granger. — inclinou a cabeça.

— Malfoy. — por algum motivo desconhecido por mim fiquei encarando as suas costas, até ele desaparecer em uma das muitas lojas dali.

Olhando no relógio do meu celular – a única opção que ele tinha além das mensagens – constatei que já eram 7:20 PM. Aparentemente eu tinha passado mais tempo do que previra brigando com Harry e discutindo com Malfoy do que fazendo algo realmente útil, como comer mais de dois cookies na biblioteca. O resultado disso já era meio obvio: eu estava morrendo de fome.

Depois de achar 10£ na minha meia – sempre ande com dinheiro para emergências – andei por algumas ruas até encontrar uma lanchonete mais em conta para mim. Gastando todo o meu dinheiro com peixe e fritas, me sentei em ma das poucas mesas do local de frente a rua, admirando aquelas pessoas de vida mais simples enquanto eu comia meu lanche. Foi quando o celular apitou.

Experimente esse vestido, valendo 14 galeões.

Arregalei os olhos ao ver a quantia de dinheiro. Aquilo com certeza ajudaria as despesas de casa, sem falar nos futuros livros e materiais que eu teria que comprar para Hogwarts. E como a escola ainda se encontrava sem responsáveis...

Cliquei em sim, jogando o resto da minha sujeira no lixo e saindo da loja. Eu já sabia onde encontrar aquele vestido.  


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Notas finais do capítulo

Ai ai, prevejo muitas loucuras daqui pra frente...



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