Parallel escrita por Escrever Sonhar Viver


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou postando a estória de novo, agora na minha nova conta e espero muito que gostem dela!!!

Quero pedir algumas coisas a vocês: 1- ignorem o encontro de Viktor e Hermione no casamento da Fleur, nessa fic ele nunca aconteceu. 2- o beijo dos dois no baile também não aconteceu (se é que ouve realmente um beijo)

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708588/chapter/1

Capítulo 1

As cartas de Viktor costumavam chegar toda semana. Fielmente, ás sextas-feiras Hermione recebia uma carta narrando como foram seus dias e o que ele estava sentindo. E ela rapidamente procurava um pergaminho para respondê-lo contando o que acontecera durante o período. Era assim desde que ele fora embora, no quarto ano. Conversaram depois do baile e fizeram uma promessa um ao outro, de mandarem uma carta semanal, assim um poderia saber como o outro estava.

Mas, dois anos depois, pouco antes de ela sair à procura das Horcruxes com Harry e Ron, as cartas do búlgaro pararam de chegar. Sem nenhum aviso, simplesmente não vinham mais. Ela ficou preocupada, mas com tudo o que aconteceu no ano seguinte, não tinha tempo para pensar nos sentimentos.

E foi somente quando a guerra acabou e Hermione pôde finalmente organizar seus pensamentos que ela sentiu aquilo. Um vazio enorme dentro do peito, uma saudade incontrolável. Precisava saber de Viktor, precisava saber como ele estava. Afinal, uma guerra tinha explodido em todo o mundo bruxo e ela tinha medo de que alguma coisa tivesse acontecido a ele. Mas deduziu que Krum tinha se cansado dela, que estava farto de esperar por alguém que pensava não corresponder a seus sentimentos. Ele estava errado.

Cinco anos após a guerra, ela ainda não tinha notícias. Mas tinha medo de mandar uma carta e descobrir que ele parara de se corresponder porque não gostava mais dela. Tinha medo de ter perdido seu amigo. Amigo? Até onde Hermione sabia, eles eram amigos. Não eram? Ela sabia que para Krum sempre houvera algo a mais. Mas quando conheceu o búlgaro, gostava de Ron. Namorou-o depois da guerra, e terminaram porque ela descobrira que não o amava, como pensava desde o primeiro ano em Hogwarts. Depois do ruivo, namorou mais alguns homens, alguns trouxas, outros bruxos que conhecera na escola. Mas nenhum deles podia fazê-la sentir o que sentira com Viktor na noite do baile.

Hermione estava sentada em sua cama, num apartamento que comprou em um pequeno bairro de Londres, rodeada pelas cartas que ele tinha mandado. Ela se perguntava o porquê de não ter dado uma chance a Viktor na época. Talvez por medo de que ele só quisesse brincar com ela. Tinha sido um grande erro.

Desde que ele parou de mandar cartas, Hermione vinha sentindo aquele vazio que ninguém conseguia preencher, por mais que ela tentasse. Não tinha entendido o sentimento, ela vivia dizendo para si mesma que não era possível se apaixonar tão rápido assim, que era uma criança naquele tempo e que só sentia falta de seu amigo. Hermione Granger nunca esteve tão errada. Afinal, o que poderia justificar o coração batendo forte quando se sentava à mesa da Grifinória nas sextas feiras e esperava a grande coruja cinzenta trazer a carta dele? Ou o sorriso que se abria em seu rosto quando ele escrevia nas cartas que sentia muito a falta dela?

O rádio, que tocava baixinho, quase imperceptível, começou a emitir o som de um violão. Ela não conhecia a faixa, e, quando a letra da música começou, com a voz melodiosa do cantor ao fundo, Hermione estremeceu. Parecia que a música narrava os acontecimentos da noite do baile e tudo o que ela estava sentindo enquanto relia as cartas do búlgaro.

A mulher se deitou na cama e fechou os olhos, lembrando-se do momento que tiveram nos jardins de Hogwarts.

“O baile se estendia até tarde e Hermione e Viktor tinham dançado até os pés doerem. Ele fazia de tudo para deixá-la feliz. Buscava bebidas, fazia piadas, nunca a deixava sozinha e dizia o tempo todo o quanto ela era e estava linda. Certa hora, as pessoas pararam de dançar e se sentaram em suas mesas para conversar com os amigos. Hermione estava prestes a levar Krum para se sentar com Harry e Ron quando ele a puxou delicadamente pelo pulso e sussurrou em seu ouvido:

— Vamos dar um passeio pelos jardins, Hermione? Sinto que a noite está linda e quero ver as estrelas e constelações junto com você.

— Eu não sei, Viktor... deixar o baile não me parece uma boa idéia.

— Só por um tempinho. Por favor, Mione. Vou levar como uma ofensa pessoal se você não vier. –Hermione suspirou e deu um sorriso tão lindo a ponto de fazer o coração de Viktor disparar como se ele tivesse avistado o pomo de ouro em um jogo de Quadribol.

— Tudo bem. Vamos lá.

O casal foi andando em silêncio até chegarem aos jardins. Hermione olhou brevemente para o céu e descobriu que Viktor estava certo. A noite estava maravilhosa e as estrelas pareciam brilhar mais do que nunca.

O búlgaro observou o perfil de Hermione, enquanto a mesma olhava as estrelas. “Tão linda.” Pensou. Ele sabia que não podia se deixar levar. Não quando tinha praticamente certeza de que nunca mais a veria. Mas era impossível não se apaixonar por Hermione Granger. E ele fez uma promessa silenciosa a si mesmo, de que, não importava quantos anos se passassem, ou se ela estivesse casada e com filhos, ele a veria de novo. Nem que para saber que ela estava bem e feliz.

Ele se deitou na grama, atraindo o olhar da menina. O convite silencioso foi feito e, Hermione, meio relutante, se deitou junto a ele. Ela confiava em Viktor, mesmo conhecendo-o há pouco tempo. Apoiou a cabeça no ombro esquerdo do garoto, que passou o braço em volta da cintura dela .Eles se puseram novamente a observar as estrelas.

Counting stars, lying in the grass. (Contando estrelas, deitados na grama)

Side by side, your head on my shoulder. (Lado a lado, sua cabeça em meu ombro)

Viktor começou a perguntar sobre a vida de Hermione, querendo saber sobre a relação dela com Harry e Ron e sobre o dia a dia em Hogwarts. Depois mudaram de assunto e, com uma facilidade inacreditável, a conversa ia fluindo.

Depois de um tempo, como se fosse combinado, os dois ficaram em silêncio. Era um silêncio confortável e acolhedor. Apenas mais um dos momentos que Hermione apreciava com Viktor. Ela ainda tinha a cabeça apoiada no ombro esquerdo dele. A mão em sua cintura continuava firme, como se nunca quisesse deixa-la ir. E ele realmente não queria que ela fosse.

Os momentos que passara com Hermione, todas as conversas que tiveram, sempre o faziam bem. Krum fazia de tudo para fazê-la rir e o som da risada da menina agraciava seus ouvidos, como uma daquelas músicas que sempre te fazem feliz.

Era um fato. Viktor Krum estava completamente, inevitavelmente, perdidamente apaixonado por Hermione Granger.

Sorrindo, ele levantou sua mão direita e levou-a até a mão dela, entrelaçando seus dedos. Hermione também sorriu.

—Mione...                                                                                                                        

Ouvi-lo dizer o nome dela com aquele forte sotaque búlgaro fez o coração da grifinória disparar mais uma vez naquela noite. Virou a cabeça para o lado e lá estava ele, a encarando com um enorme sorriso na face. Quando ela se deu conta, seus rostos já estavam se aproximando e ele olhava diretamente para a boca rosada dela.

— Viktor, eu... –ela não conseguiu encontrar forças para terminar a frase. Até o momento, não tinha noção do quanto ansiava por aquilo.

We talk a lot about nothing much. (Falamos muito, sobre nada demais)

Every breath we’re getting closer. (A cada respiração estamos ficando mais próximos)

A respiração dele batendo contra o rosto de Hermione proporcionava uma sensação única e os narizes se encontraram. Krum olhou profundamente nos olhos da garota, enquanto se aproximava mais e roçava seus lábios nos de Hermione. Aquele contato, mesmo que pouco, foi o suficiente para fazer a menina suspirar. Ficaram se curtindo, apenas naquele roçar de lábios suave, enquanto sorriam juntos. Era um momento mais que especial.

Parallel in this universe (Paralelos neste universo)

Do we light up our hearts (Será que iluminamos nossos corações)

Just to watch them burn? (Apenas para vê-los queimar?)

Parallel (Paralelos)

Are we crossing lines? (Estamos atravessando linhas?)

Cause maybe tonight the stars align. (Porque talvez hoje á noite as estrelas se alinhem.)

Viktor subiu sua mão direita para a nuca de Hermione com o intuito de puxá-la mais para perto e finalmente iniciar um beijo de verdade. Mas o fato de seus dedos estarem gelados estragou tudo. O contato da mão fria com a nuca da menina a acordou do transe, e ela pôs imediatamente as mãos no peito de Krum como um apoio para se levantar, antes mesmo que o garoto pudesse impedi-la.

— O que foi, Mione?

— Não podemos fazer isso, Viktor. Você vai embora em alguns dias, logo vai rodar o mundo jogando quadribol e eu provavelmente nunca mais o verei. Tenho quase certeza de que irá se esquecer completamente de mim, que fui só mais uma das muitas garotas que você gostou.

Viktor ficou de pé e parou ao lado de Hermione, que se encolhia de frio e passava freneticamente as mãos nos próprios braços. O búlgaro retirou o seu pesado blazer e colocou na garota, passando o braço por cima dos ombros dela.

— Te esquecer? Enlouqueceu Hermione? Nunca! Eu gosto muito de você para fazer algo assim.

A grifinória olhou-o desconfiada, mas resolveu não discutir. Deu de ombros e sorriu sem graça.

— De qualquer forma, vamos somente curtir o momento juntos Viktor.

Ele percebeu então que a menina estava insegura. E o garoto compreendia o medo que ela sentia. Famoso, era o que ele era. As mulheres cairiam matando em cima de Viktor quando ele voltasse do Torneio Tribruxo, como já faziam antes, e Hermione tinha medo de ser somente um brinquedinho dele, apenas alguém que ele usou para passar o tempo enquanto esteve em Hogwarts. Mas Krum nunca ligou para nenhuma dessas mulheres interesseiras. E ele estava determinado a provar a Hermione que levava as coisas bem mais a sério do que os outros jogadores de quabribol famosos por aí.

— Tudo bem. Mas antes, uma promessa.

— Uma promessa? –Ela olhou-o, assustada.

— Quero te provar que nunca vou te esquecer, quero uma forma de nos corresponder até podermos nos encontrar pessoalmente outra vez.

— Que tal por cartas?

Krum pensou um pouco antes de concordar. Colocou as mãos nos bolsos da calça e sorriu novamente. Era algo que ele fazia muito perto dela, reparou. Na Bulgária, dificilmente algo o fazia feliz assim.

— Gostei. Uma vez por semana, combinado? Todas as sextas-feiras eu te mandarei cartas até nos encontrarmos de novo, mesmo que você já tenha terminado os estudos.

Hermione amou aquela ideia.

— E eu vou te responder com todo o prazer.

O sorriso que Viktor deu em seguida foi de orelha a orelha, os olhos brilhando de alegria.

Os dois permaneceram por mais algum tempo no jardim, abraçados. Viktor com o braço esquerdo passando de forma protetora por sobre o ombro de Hermione, e ela com o braço direito ao redor da cintura dele e a cabeça encostada em seu ombro.

— Viktor! Venha logo, já é hora de dormir! –a voz de um dos colegas do garoto foi ouvida vinda de dentro do castelo.

Ele se virou para a castanha com um pedido de desculpas no olhar, o que fez a menina rir.

— Eu vou sentir sua falta, Viktor. –ela se pronunciou, para a surpresa do búlgaro.

— Eu também, Mione. Nunca pensei que conheceria alguém como você quando viesse para cá. –respondeu ele, puxando-a mais para perto e abaixando a cabeça, para colar seus lábios na testa dela demoradamente. Hermione fechou os olhos e sorriu.- Agora eu tenho que ir, boa noite minha grifinória favorita.

Krum fez menção de se virar, mas antes que pudesse dar um passo sequer Hermione o puxou de volta e deu um beijo estalado em sua bochecha.

— Boa noite meu apanhador favorito.

E com um sorriso enorme ele andou na direção do castelo. Viktor sabia que a insegurança de Hermione ainda estava lá, mas podia senti-la ser quebrada aos poucos.”

Hermione abriu os olhos marejados. Sentia tanta falta dele... Agora, relembrando de tudo o que tinha acontecido, ela conhecia os seus sentimentos quanto ao búlgaro. E com certeza não eram somente de amizade. Como ela, a sabe-tudo, pôde ser tão cega em relação a si mesma e a Viktor?

Aquela música que tocara no rádio fazia sua cabeça girar, trazendo á tona todas as verdades que a garota precisava ouvir.

What if the one who was meant for you (E se aquele que foi feito para você)

Was all along right in front of you?(Estivesse o tempo todo bem na sua frente?)

You just didn’t see, it was there all the time (Você simplesmente não viu, esteve lá o tempo todo)

Got a feeling tonight, yeah (Tenho uma sensação esta noite, é)

E com um lampejo de ideia decidiu que não poderia mais esperar. Sua única felicidade estava em um país distante e frio. A Bulgária. E era exatamente para lá que ela iria, para reencontrá-lo. Porque, agora que Hermione sabia o que sentia por ele, não queria esperar nem mais um segundo. E ela desejava com todas as suas forças que ele ainda se lembrasse dela, que ainda sentisse algo por ela, mesmo achando impossível isso acontecer depois de tanto tempo.

Com um aceno de varinha todas as coisas de que precisava voaram pelo quarto e foram parar dentro do malão e ela se preparou para aparatar. Decisão precipitada? Não, de jeito nenhum. Nada é precipitado para Hermione quando ela está decidida a fazê-lo.

— Bulgária, aí vou eu. –a grifinória disse, com um sorriso radiante. Nem mesmo se preocupando em pesquisar se Viktor ainda morava no lugar, ela desaparatou. Ela sabia e podia sentir que o búlgaro nunca deixaria o tão amado país.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem suas opiniões para que eu possa corrigir no segundo capítulo.

Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Parallel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.