Portas da Alma escrita por Cris Herondale Cipriano, Manuca Ximenes


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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Phoenix  - Três Meses depois.

Viver sozinho era difícil, mas a rotina de estudos e do trabalho fez com que Alec se acostumasse com a solidão.

Talvez... Talvez ele adotasse um gato.

Os primeiros dias foram difíceis, ele estava sozinho numa cidade estranha e sem emprego, batalhou todos os dias para conseguir um e no final, foi uma senhora que o ajudou.

Mary Louise tinha por volta de setenta anos, cabelos grisalhos e pele marcada com o tempo, Alec há socorrera um dia e acabou ganhando a amizade da velinha, a única amizade que ele fizera desde que ele colocara os pés na cidade.

A verdade é que nesses três meses ele se sentia deslocado, desfocado e perdido, era como se ele não pertencesse a esse mundo e ter essa amizade era algo que ele não esperava, principalmente, pelo fato que o neto dela era dono de uma academia e que ele precisava de um instrutor de defesa pessoal, curso esse que Alec era completamente capacitado para dar aulas, por causa do seu pai.

Saindo do seu apartamento, ele viu uma movimentação no apartamento da frente, deixando-o confuso, já que o apartamento estava vago e o dono não pretendia aluga-lo, ou pelo menos foi o que o mesmo lhe garantiu da última vez que encontrara com o rapaz.

Seguindo em direção à escada, ele encontra Mary, com uma escultura de pato nas mãos, fazendo-o colocar uma careta no rosto.

—Uma vez me disseram que patos são demoníacos. –Comenta Alec, despreocupado, recebendo um olhar confuso da senhora.

—Quem em sã consciência tem medo de patos? –Pergunta Mary, confusa.

—Não me lembro do nome dele, mas sei que ele foi meu amigo de infância. –Responde, despreocupado.

—Deve ter se tornado um rapaz interessante, com medo de criaturas tão adoráveis como os patos. –Revela, abrindo o apartamento. –Soube da novidade? Você tem um novo vizinho de porta! –Revela, animada.

—Sério? –Pergunta, curioso.

—Um excêntrico rapaz que faz um chá maravilhoso! –Responde, suspirando. –E o melhor! Ele tem um gato. Um gato tão fofinho. –Comenta, sonhadora.

Mary adorava gatos, mas não tinha paciência para cuidar de um, Alec sempre achou que era por esse motivo que ela tinha tantas figuras de gatos, mas nenhum gato ao vivo.

—Nossa! –Afirma, intrigado.  –Agora eu tenho que ir. –Diz, encarando o relógio. –Tenho uma aula para dar. –Garante, suspirando.

—Tenha cuidado. –Pede, carinhosa e Alec concorda com a cabeça, seguindo em direção as escadas, não sem antes encarar a porta do apartamento em frente a sua, como se algo o puxasse para ela.                                 

                                                     * * * 

Nova York - Instituto.

Jace olhava para o alvo a sua frente frustrado, perguntava-se quando sua vida havia desandado tanto, viva mais tempo fora do instituto do que qualquer outra coisa, quando não estava procurando por pistas a respeito do sequestro de Alec, estava o vigiando pelas sombras. 

Alias, passara os últimos três meses praticamente sem voltar para o instituto, vivia para vigiar Alec, embora o mesmo não fizesse ideia disso. No começo pensou que não conseguiria, quando viu seu parabatai acordado e este não fazia ideia de que pertencia ao mundo dos caçadores, seu coração se partiu em milhares de pedaços. Sua intenção era passar dois dias por semana com cuidando de Alec e os outros dias tentando reconciliar a vida no instituto sem dar pistas à Robert que desconfiava dele.

Porém quando Magnus lhe mandou uma mensagem pedindo que fosse se encontrar com ele em Phoenix, o caçador não pensou duas vezes e foi atrás do bruxo, este parecia desesperado e Jace pensou logo que algo poderia ter acontecido à Alec.

Jace puxou a faca do alvo ao qual estava praticando e olhou pensativo para a janela, as cenas daquela manhã em que se encontrara com Magnus em Phoenix lhe vieram à mente.

" Preciso falar com você, é urgente, me encontre em Phoenix. Você tem meu atual endereço. M.B. "

Jace ficou um bom tempo encarando a mensagem em seu celular, logo pegou sua jaqueta preta e algumas laminas serafim, se Magnus tinha urgência em lhe falar, era sinal de que algo poderia ter acontecido com Alec. Aproveitando do portal que Magnus deixou aberto em seu antigo apartamento para que Jace fosse a Phoenix com mais facilidade, o caçador logo se viu no atual apartamento do bruxo. 

Observou preocupado o ambiente e logo avistou Magnus sentado em uma poltrona aos prantos, correu até o feiticeiro e o segurou pelos ombros.

— Magnus? O que houve? Aconteceu algo? Alec . . . 

— Não consigo,Jace, achei que seria mais fácil, porém não consigo, ainda não estou preparado para encontrar com Alexander sabendo que ele não se lembrará de mim! Sei que tenho que mudar para o apartamento ao lado como prometi que faria para ficar mais perto dele, mas não consigo Jace, eu o vi de longe, ele parecia tão frágil, tão perdido, aquele não é o mundo dele,Jace! Aquele não é o lugar dele, o lugar de Alexander é ao meu lado! - Disse o bruxo descontrolado. 

Jace por um momento não disse nada, Magnus estava completamente destruído, pelo jeito estava sendo mais doloroso para ele do que havia imaginado. 

— Magnus, sinto muito, sabia que seria difícil, estava mais tranquilo porque de certa forma eu não veria Alec todos os dias, não iria ver ele me olhar com indiferença, sem reconhecimento algum, não me coloquei em seu lugar e no quanto isso seria destrutivo para você ter que conviver com ele assim, sem que ele ao menos saiba quem você é! 

— Achei que conseguiria, quer dizer, eu sabia o que me esperava, afinal eu fiz o feitiço, mas admito está muito mais difícil na pratica. Não consigo vê-lo lá, sozinho, perdido, embora tenha se passado apenas três dias, isso está me matando! 

— Vamos fazer assim, você ainda não está totalmente recuperado do uso excessivo de sua magica, vá até a casa de Catarina, você disse que ela é de confiança, vá se recuperar e se preparar psicologicamente para enfrentar Alec, eu vou ficar por aqui, vou cuidar de Alec, não vou aparecer na frente dele, vou segui-lo de longe e sempre sobre encanto. Vou cuidar dele nas sombras, como havíamos combinado, leve o tempo que precisar, quando achar que já pode aguentar ficar perto dele, você volta e a gente reveza. O que acha? 

Magnus olhou para o loiro com gratidão, esses três dias foram um verdadeiro inferno para ele, não conseguia dormir, estava enlouquecendo, Alec estava tão próximo e ao mesmo tempo tão distante! 

— Obrigado. - Disse limpando suas lagrimas. 

E assim Jace ficou ausente do instituto por quase três meses, havia apenas dito a Maryse que precisava de um tempo para pensar e se recuperar da perda de Alec, disse a mesma coisa a Clary, porém a garota estava cismada, ela tinha colocado na cabeça que ele tinha outra, já havia até perguntado isso diretamente a ele quando ele dera a noticia sobre o " afastamento " de Alec. 

Jace havia negado, a havia pego pela cintura e lhe dado um beijo como há meses não dava, um beijo cheio de paixão e amor, um beijo que mostrava o alívio que sentia por finalmente ter encontrado o parabatai, a garota parecia ter aceitado, mas quando ele lhe disse que precisava de um tempo fora do instituto, fora das lembranças de Alec, ela havia pedido para ir junto, Jace não teve outra opção senão negar. 

Quando retornara após quase três meses, Clary estava distante e fria com ele, o loiro não a culpava, se estivesse no lugar dela também estaria assim, porém não tinha como sanar suas dúvidas, não sem entregar Alec e ele não podia fazer isso, alguns dias antes de retornar, Magnus e ele haviam descoberto que as Seelies poderiam estar metidas no sequestro de Alec, logo a situação estava cada vez mais se complicando.

Agora três meses desde a vida mundana de Alec, a vida de Jace estava um inferno, Clary estava cada vez mais arisca e desconfiada, grudava cada vez mais nele, Isabelle praticamente o culpava pela ausência do irmão, Robert continuava com sua vida entre Idris e Nova York, Maryse mergulhou de vez na depressão e nada a fazia sair do quarto. 

A única boa noticia era que Magnus finalmente se sentia pronto para viver ao lado de Alec o que facilitava e muito a vida de Jace, já que ele não precisava mais passar todos os dias em Phoenix, o bruxo a princípio havia ficado no apartamento que Jace ocupara quando chegou lá, agora resolvera se mudar para um ao lado de Alec, claro sem deixar que o moreno o visse ou soubesse quem ele era. Era perigoso para Alec se lembrar de algo, com sua mente tão destruída a única coisa que o mantinha estável eram as lembranças falsas que Magnus havia posto em sua cabeça.

Voltando a realidade, Jace deixou a sala de treinamento pronto para ir até Phoenix dar uma olhada em como as coisas estavam e se Magnus havia conseguido se instalar no apartamento novo. Estava terminado de descer as escadas quando viu Clary abrir a porta do instituto, a ruiva olhou para seus trajes e franziu o cenho. 

O loiro se preparou para a observação mordaz que não demorou a vir. 

— Já vai? Achei que fosse demorar um pouco mais dessa vez, cuidado ou logo você vai está somente pelo e osso, sabe o tipo de exercício que você faz todos os dias não deve ser muito saudável, nem pra você e nem pra ela. - Disse a ruiva amarga. 

Jace se encolheu com as palavras ásperas, Clary achava que ele tinha outra e não tirava sua razão,estava sendo um péssimo namorado, porém as palavras agressivas e os olhares rancorosos e magoados que ela lhe lançava toda vez que o via sair o machucavam. 

Por isso começou a sair às escondidas, não suportava esse tipo de relação com Clary, a amava demais e morria um pouco a cada vez que a via sofrer, porém também amava Alec e seu parabatai precisava mais dele nesse momento, não podia fraquejar.

Respirou fundo e passou pela ruiva na porta, deu um pequeno aperto em sua mão e seguiu rumo ao apartamento de Magnus pedindo ao anjo para que um dia Clary o perdoasse. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Bjuss até o próximo!!!



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