Ally in Wonderland escrita por America Jackson Potter


Capítulo 7
Capítulo 7




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Você que é a guerreira aqui. Eu sou apenas alguém preocupado com uma garota que não é daqui. 

— Carmim Wine of Hearts

...

Quando Violet conseguiu ver o exército de copas, o sol já estava alto. A garota esperava que Ally e os outros já estivessem seguros no castelo da Rainha Branca. Queria ter certeza disso, mas não dava para saber.

A Valett se escondeu entre as árvores para conseguir ver e escutar alguma coisa. Estava com um pouco de medo se alguma carta a visse e a dedurasse, afinal, ela saiu do seu posto. Saiu do trabalho de proteger o príncipe. Ótimo, ela pensou.

— Acharam alguma coisa? — uma voz familiar soou. Era seu pai na velha armadura vermelha. — Rainha Iracebeth quer respostas agora.

— A última vez que ela foi vista estava na casa do Chapeleiro. — respondeu um homem baixo e gordinho.

— Avisem ao príncipe, então. — o Valett revirou os olhos. — Ele viu a garota, deve saber para onde foi. — o gordinho assentiu e saiu correndo em meio as árvores.

Violet ficou ali observando seu pai até que um homem alto com armadura se aproximou. Valett olhou para ele e acenou para que aproximasse.

— Alguma notícia? — o pai de Violet ergueu uma sobrancelha.

— Nada. Ninguém viu ela. — o homem balançou a cabeça. — Não fique assim, Victor. Ela é esperta e sabe se virar.

— Não é isso, é só... eu prometi a Lidya que iria cuidar dela. — Victor Valett balançou a cabeça. Violet se assustou. Seu pai estava procurando-a? Queria ir tanto para lá e abraça-lo. Dizer que a promessa que tinha feito a mãe ainda estava valendo.

— Violet vai aparecer. — o homem falou apertando o ombro do amigo. — Agora, levante. Príncipe Carmim quer mover o acampamento.

Violet saiu dali correndo. Era arriscado ser vista. Mas pelo que viu, só se aproximou mais do acampamento.

Havia um exército mesmo lá. Cartas e soldados vestidos com as armaduras vermelhas. Lanças e espadas estavam sendo afiadas. Aquela cena era horrível. E o pior foi quando alguém gritou que Alice foi vista atravessando o Tabuleiro de Xadrez. As pessoas começaram a se movimentar, carregavam tudo que conseguiam.

Quando quase todos estavam haviam saído pode ver Carmim. Poucos dias e o garoto já havia mudado pequenos traços. O cabelo dele havia crescido um pouco, pouquíssimos centímetros, mas perceptíveis. Ele havia ainda ganhado uma cicatriz abaixo do queixo. Do jeito que Violet conhecia a família dele, principalmente a mãe, sabia que aquela cicatriz foi feita por ela.

Violet escalou a árvore e conseguiu ficar em um galho bem no alto da cabeça dele. O homem que tinha visto mais cedo conversando com o pai apareceu perto do príncipe. Fez uma reverencia e se aproximou.

— As tropas estão ao seu comando, alteza. — o homem lhe entregou uma espada. A espada de guerra do garoto.

— Não preciso disso. — ele respondeu balançando a cabeça. — Não vai haver guerra.

— Alteza, se me permite dizer, se Alice ultrapassar o Tabuleiro e se a Rainha Miranda não entrega-la para sua mãe, irá haver...

— Não é Alice. — ele sussurrou revirando os olhos. — E eu não vou deixar uma guerra explodir se eu posso controla-la.

— Mas alteza, o senhor ainda não é rei para po...

— Basta, Charles. — o príncipe levantou a mão. — Eu vou ser rei e é isso que importa. Agora pode ir, quero ficar sozinho.

O homem alto, Charles, fez uma pequena reverencia e saiu. Carmim finalmente pode ficar sozinho e Violet desceu do galho. O príncipe deu um pulo para trás fazendo a garota rir.

— Pensei que você não se assustava.

— O que está fazendo aqui? — Wine ergueu uma sobrancelha. — Deveria estar com Ally.

— Ela está bem, está com os Twedlee — Violet tentou sorrir.

— Violet, ninguém consegue se proteger — Wine revirou os olhos. — Eu te pedi uma coisa e você não fez.

— Meu trabalho é cuidar de você. — a garota cruzou os braços. — Sei que você é o príncipe, um futuro rei, mas agora, nesse momento, você é apenas alguém que quer proteger uma garota que não é daqui.

Wine remexeu dentro da armadura. Estava pensando numa resposta ideal para dar para a garota. Mas nada veio. Violet tinha razão.

— Escute, precisamos achar ela antes que as tropas Vermelhas cheguem. Ou que a notícia chegue a minha mãe. — Wine disse andando para uma tenda.

— Ham, o Tabuleiro é para lá. — Violet o observou.

— Acha mesmo que eu vou ficar usando isso? — ele entrou na barraca. — Você que é a guerreira aqui. Eu sou apenas alguém preocupado com uma garota que não é daqui.

...

O plano de sair apenas com os garotos, não havia dado certo. Assim que Louise viu Ally sair, correu até a garota e não desgrudou mais. Ally até a entendia, mas precisava manter a segurança de todos. Chelsea estava cada vez mais impaciente com os comentários de Maddie sobre tudo.

— Não ouse desaparecer. — Ally o alertou.

— Está bem, mas se ela não calar a boca, eu juro que eu faço ir para o Lago das Maravilhas. — Chelsea revirou os olhos apertando o passo.

— O quê?

— Nada, só ande. — o gato a puxou.

Buny estava indo na frente e Tyrell atrás junto com Maddie. Estava demorando mais do que Ally pensava.

— Bem vinda a divisa, forasteira. — Buny disse abrindo alguns arbustos. Um enorme tabuleiro de xadrez apareceu e mais ao longe, as flores começavam a ser mais coloridas.

— Que lugar lindo! — a garota sorriu. Antes que alguém disse algo mais, Tay correu para o outro lado.

— Vocês acabam acostumando. — Tyrell falou indo devagar atrás da prima. — Ela é toda louca com flores. E principalmente por essas.

— O que tem de diferente nessas? São flores. — Ally o seguiu.

— Bem, aqui é o lado da Rainha Branca e tudo aqui é bom. — Maddie deu um sorriso. — Vai perceber que aqui é diferente.

— Hm, então por que não moram aqui?

— É complicado. — Tyrell disse. — Meu pai trabalhava para a Rainha de Copas, então tem de ficar lá.

Uma borboleta prata passou em frente ao nariz de Ally, a fazendo espirrar. Chelsea riu.

— Você é toda estranha.

— Mas o que eu fiz?

Louise puxou a garota para perto de Taylor antes que o gato a respondesse.

— O castelo da Rainha Branca. — Louise falou apontando para a enorme construção de vidro com árvores cor-de-rosa enfeitando a entrada. Ally não segurou o sorriso.

...

Wine corria o mais rápido com Violet. Eles tinham que chegar o mais rápido possível no castelo Branco. Era noite quando chegaram no Tabuleiro.

— Falta pouco. — Violet falou entrando no tabuleiro. — Vamos.

— Calma. — Wine a puxou. — Felfel. — a garota estreitou os olhos e pode ver a enorme ave parada no meio do Tabuleiro. Violet sacou a espada. — Minha mãe deve saber que Ally passou por aqui.

— O que vamos fazer? Não dá para ficar aqui até a amanhecer.

— Vamos ter que contornar o tabuleiro.

— Wine, vai ser a mesma coisa. — Violet se mexeu entrando no Tabuleiro. — Correr é nossa melhor opção. Ou você poderia tentar controla-lo.

— Vio, ele como um dodô inteiro sem mastigar! — Wine tentou não gritar, mas parecia que o bicho já havia sentido a presença dos dois. — Corra!

Em questão de segundos, a gigantesca ave estava atrás deles. Violet estava sendo arrastada por Wine pelo tabuleiro. A ave piava e cada vez mais estava próxima dos dois. Violet se livrou da mão de Wine e ergueu a espada.

— Corra logo. — ela gritou.

— Violet para com isso! — Wine gritou, mas viu não viu mais a garota. — Droga, Valett. — o príncipe olhou em volta e também não viu a ave. Mas claro que não os veria, estava em outro lugar.

— Fique ai. — alguém disse o soltando. Como aquilo havia acontecido? Estava no tabuleiro em um segundo e no outro, em meio flores pratas brilhantes. E no próximo, Violet estava segura.

— Chelsea. — a garota falou.

— Ah, não precisam agradecer por eu ter salvo a suas vidas. — o gato sorriu.

— Estava tudo sob...

— Ser devorado por um Felfel estava sobre controle? Porque era isso que estava aparecendo. — o garoto revirou os olhos. — Andem, sua tia estava preocupada.

— Ally está bem? — Wine ergueu uma sobrancelha.

— Sua tia está cuidando dela e dos amigos. — Chelsea deu de ombros. — Sabe como ela é, se preocupa com tudo e todos. Menos...

— Com o Jaguadart. — uma voz que Violet não escutava fazia tempo, soou. — Oh minha nossa, como vocês dois cresceram!

A Rainha Branca se aproximou dos dois com um sorriso e abraçou os dois.

— Separei roupas limpas para vocês, e o jantar está sendo serviço.

— Oi, tia Miranda. — Wine falou sem jeito. Havia anos que não via a tia. — Se não se importa, eu preferia...

— Querido, não se preocupe com sua mãe, agora não. — ela segurou o ombro do sobrinho. — Amanhã veremos tudo. Meu marido irá te ajudar com tudo, mas apenas amanhã.

...

Wine, apesar da cama fofa, não conseguiu dormir. Estava pensando em milhares de coisas que poderiam dar errado e não gostava tanto assim daquela claridade exagerada do quarto.

Assim que vestiu as roupas que a tia havia lhe dado, desceu para a sala de jantar, onde viu Violet e Louise já tomando café.

— Hm, saia não é seu estilo. — ele comentou, sentando-se ao lado da Valett. — Bom dia, Louise.

— Bom dia, alteza. — a garota de azul sorriu.

— Hã, bom dia, Wine. — Violet revirou os olhos. — Pensei que soubesse que eu apenas trabalhava de saia.

— Podemos resolver isso. — ele deu de ombros pegando uma torrada. — Onde estão os outros?

— No jardim. — Louise respondeu passando a geleia no pão. — Tay e Maddie quiseram tomar café lá, Ally as seguiu e acho que Buny e Tyrell ainda estão dormindo.

— Ah sim. — Wine colocou o café e deixou alguns respingos caírem na toalha branca.

— Não está acostumado não ser servido, alteza? — Violet ergueu uma sobrancelha segurando o riso.

— Não enche — o príncipe revirou os olhos.

— Eu terminei, com licença. — Louise pegou o prato sujo junto com o copo e os deixou na cozinha. Depois saiu em direção ao jardim.

Wine pode ver Ally de onde estava. Os cabelos loiros da garota agora tinham mechas claras de todas as cores, havia combinado com ela.

— Por que não vai lá? — Violet levou a xícara a boca esperando a resposta do menino.

— Tenho coisas mais importantes.

— Tipo?

— Não ser morto pela minha mãe? — ele ergueu uma sobrancelha sorrindo fraco. — Ou tentar fazer com que minha mãe não mate meu único amigo e a mãe dele.

— Você encontrou com August? Pensei que não tinha voltado para o Castelo.

— Eu voltei para o castelo. Acha que minha mãe ia sair do conforto das tortas de maçã dela para procurar a filha da inimiga mortal dela?

— Certo. — Violet assentiu. — Eu ouvi sua conversa com Charles ontem, todos sabem agora que ela não é Alice?

— Bem, meio que sim. E isso é minha culpa. — Wine olhou fixamente para a loira do lado de fora que estava rindo toda delicada.

— Existe coisas que não podemos evitar. E traze-la até aqui não foi sua culpa.

— Mas contar que ela não é Alice foi. Minha mãe está mais obcecada em pega-la e forçar Alice a retornar do que em perceber que o herdeiro dela não está ao seu lado.

Violet ficou quieta e isso incomodou o príncipe. Ia dizer alguma coisa, mas um ponto roxo e rosa, chamou mais a atenção.

— Hm, clima ruim? — Chelsea perguntou com um sorriso.

— Pensei que você tinha ido embora. — Violet revirou os olhos.

— E eu pensei que você não usava saia.

— Ele te pegou. — um garoto loiro se sentou do outro lado da mesa. Violet forçou a memória para se lembrar quem era o garoto.

— Nossa, você está diferente, Matthew. — Carmim analisou o garoto. Claro, esse é o filho da Rainha Branca, pensou Violet. Matt apenas balançou a cabeça.

— Agora sim, esse é o clima ruim. — Chelsea se acomodou na cadeira.

— Por que está aqui, Cheshire? — Violet ergueu uma sobrancelha.

— Me escondendo, igual a vocês. — o gato deu de ombros. Wine o fuzilou com o olhar: odiava mesmo aquele gato.

— Eu o convidei. — Matt falou bebendo o chá em sua xicara. — Sea está como meu convidado aqui. Ele não vai perturbar vocês.

— Nossa, agora eu me senti igual a um animal de estimação, Pequeno. — o gato riu.

Pequeno? — Violet e Wine perguntaram juntos. Matt corou com aquilo, fazendo com que Chelsea se divertisse mais.

— Bom dia! — gritou Maddie aparecendo na sala de jantar. — Venham tomar café conosco. O clima está divertido lá fora.

— Não estou com tempo para brincadeiras. — Wine revirou os olhos saindo da mesa.

— Okay, e vocês?

— Eu já terminei. — Violet disse com um sorriso. — Vou ver se tem algo para fazer, depois eu vou para lá.

— Pode ser. — Matt respondeu com um sorriso fraco. Chelsea se adiantou e pegou a torrada e a xicara do garoto primeiro.

Taylor estava com uma sombrinha cuidando de algumas flores, Louise e Ally estavam brincando com uma borboleta e Buny e Tyrell estavam em uma mesa olhando tudo.

— Sabe que não precisava. — Matt resmungou baixinho vendo Sea colocar as coisas que havia pego em uma outra mesa do jardim.

— Calado e me deixe. — o gato colorido riu.

— Okay então. — o príncipe branco riu e se sentou na cadeira, voltando a atenção para todos que estavam ali. Sea terminou de arrumar as coisas e sentou-se ao lado do garoto.

— Eles são legais, você aprende a gostar.

— Agora foi você que falou igual a um dono de animais.

— Já disse: me deixe.


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