Cartas para Lucy escrita por Boadicea


Capítulo 11
Capítulo Extra: Gruvia


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, minna! ^-^
Sei que demorei, e peço desculpas por isso. Essas semanas foram agitadas para mim, acabei tendo uns... Problemas pessoais.
Vou tentar demorar menos da próxima vez, haha ^-^
Bem, na realidade eu pretendia conversar com vcs sobre este cap, no capítulo passado mais acabei esquecendo.
E como o único momento no qual poderia "encaixá-lo" seria esse...
Não sei se vocês gostam Gruvia, mas...
Espero que todos gostem! ^-^
Boa leitura:



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Gray rosnou enquanto Erza cerrava os punhos. Mira olhava fixamente para o copo já limpo que ela tornava a limpar. Lisanna franziu as sobrancelhas, confusa, o que fez Levy revirar os olhos. Sem nem perceber o que estava fazendo, Gajeel afagou carinhosamente os cabelos da azulada, tentando se concentrar em outra coisa que não fosse seu desejo de sair correndo atrás de Natsu e trazê-lo de volta nem que tivesse que o arrastar.

Gray levantou-se rudemente, quase derrubando Juvia no processo. Suas mãos estavam fechadas em punhos de aço.

A Fairy Tail encontrava-se quase que em completo silêncio, com exceção dos soluços de Asuka, que ainda chorava desesperadamente. Nem mesmo Bisca ou Alzack conseguiam confortá-la.

Os passos do mago de gelo ecoaram por todo o recinto, fazendo Erza finalmente erguer seus olhos do chão.

Não, pensou ela trincando os dentes.

Quando o som da porta batendo atrás de Gray soou, Juvia não perdeu mais tempo e correu atrás dele. Mira deixou o copo que segurava cair enquanto Erza mordeu o lábio inferior, tentando conter as lágrimas que ameaçavam se formar.

Sem problemas, tudo irá ficar bem. Certo...?

Lá fora o Fullbuster chutou uma lata de lixo que estava em seu caminho tentando resistir ao impulso de ir atrás de Natsu e socá-lo até a morte. Como ele ousava fazer algo assim?

Como tinha coragem de abandoná-lo ali, logo após Lucy ter feito o mesmo?

Infernos, será que ele não entendia que todos sentiam falta de Lucy? Principalmente Gray?

Em tão pouco tempo, havia perdido os dois melhores amigos.

Jogou-se em um banco de praça qualquer e encarou a fonte a sua frente.

Onde será que Lucy estaria agora?

O mago de gelo conhecia muito bem sua amiga a ponto de saber que ela nunca faria algo assim sem uma boa razão. Para saber que ela voltaria.

Mas, mesmo assim....

Não suportava o fato de não saber onde sua melhor amiga estava. De não saber se ela estava bem e, principalmente, o motivo de tê-los abandonado.

Infernos! O que levaria Lucy a tomar uma atitude tão radical?

Alguns metros ao longe, Juvia observava seu amado Gray-sama escondida atrás de uma parede.

Seu coração pesava ao vê-lo sofrendo daquela forma. Queria poder ajudá-lo, confortá-lo.

Se aproximou em passos hesitantes, ponderando se devia ou não dizer alguma coisa.

Juvia sabia melhor do que ninguém que, às vezes, não eram necessárias palavras para expressar sentimentos. Em certas ocasiões, simplesmente permanecer ao lado da pessoa era o melhor que se podia fazer, deixando o silêncio contar tudo por si só.

Afinal, o que se havia para dizer em uma situação dessas?

Naquela tarde, porém, Gray sentia uma necessidade inexplicável de dizer alguma coisa. Talvez fosse pelo fato de seu sangue estar fervendo, a raiva circulando por suas veias. Pedindo para ser posta para fora.

— O que faz aqui? — a voz do moreno saiu rude, deixando claro que não a queria ali. Seus olhos permaneciam fixos na fonte, não se dando nem mesmo o trabalho de olhá-la.

— Gray-sama... — Juvia murmurou, tentando encontrar algo para dizer.

— Você deve estar feliz, não é? Agora que Lucy se foi, você deve pensar que não existe ninguém entre nós dois. Que o caminho está livre para você — ele fez uma pequena pausa como se ponderando se valia a pena continuar ou não. Quando voltou a falar, as palavras que saíram de sua boca eram tão frias quanto a pior noite de inverno — Você deveria parar de ser tão boba e egoísta. Eu nunca vou me apaixonar por você, Juvia.

A maga de água não disse nada por um tempo, apena fitou o chão.

De fato, seu coração doía um pouquinho a cada vez que Gray lhe ignorava ou dizia algo rude. Mas...

Subitamente, sentiu raiva dele. Era verdade que, às vezes, acabava vendo Lucy como sua rival no amor. Admitia que tinha ciúmes da relação dela com o moreno, da proximidade entre os dois. Do laço de amizade que os unia.

Por que em algumas ocasiões a azulada sentia que nem mesmo isso ela tinha. Que Gray não a tinha nem sequer como uma amiga querida.

Mesmo assim, Lucy era sua amiga. Ela sentia falta da loira. E estava sofrendo tanto quanto Gray.

Então, como ele ousava dizer algo assim?

Depois de tudo o que ela fizera, tudo o que aguentara por Gray...

Era essa a imagem que ele tinha dela?

— O egoísta aqui é você, Fullbuster. Ou não consegue perceber isso? - Gray finalmente olhou para ela, surpreso. Até mesmo ela se surpreendeu consigo mesma. Não pensou que sua voz pudesse sair tão fria e cortante quanto um iceberg.

Exatamente da forma como ele falava com ela.

Gray ainda a olhava em choque, tentando entender como ela conseguia ser tão... Indiferente. Nunca pensou que ela o chamaria de "Fullbuster". Nunca sequer imaginou que um dia ela se cansaria dele, que se magoaria a este ponto.

No entanto, lá estava Juvia. Se afastando do seu amado Gray-sama, com o coração se partindo a cada passo que dava para longe dele. E, ainda sim, com o sangue fervendo em raiva. Lágrimas ameaçavam cair, mas ela nunca as deixaria descer por seu rosto novamente.

E lá estava o Fullbuster, olhando atônito aquela que disse lhe amar se afastar.

Como a visão das costas de Juvia podia ser tão dolorosa?

Talvez fosse pelo fato de estar tão acostumado com a presença da azulada em sua vida, sempre se mantendo ao seu lado. Sem nunca virar as costas para ele, como fazia naquele instante.

— Espere! — ele gritou, se levantando apressado. Nuvens escuras se formavam no céu, prometendo uma tempestade.

Por favor, pensou.

Juvia começou a correr, se abraçando contra o vento.

Por favor.

Um trovão soou ao mesmo passo em que Gray se apressava a correr.

Não posso perdê-la também.

Outro trovão, desta vez mais forte. A tempestade estava quase em cima deles, agora.

— Me largue! — a maga de água gritou, tentando se soltar do moreno que a segurava firmemente pelo braço.

— Juvia... — ele sussurrou, sem ter o que dizer.

— Por que veio atrás de mim?! Não acha que já me fez sofrer o suficiente, Gray? Me deixe em paz! — ela gritava a plenos pulmões, tentando falar mais alto que os trovões. As lágrimas em seus olhos imploravam para se derramarem, mas ela não mais se humilharia. Ela não sofreria mais por ele. Olhou fundo nos olhos dele e então disse — Eu não me importo mais.

Para Gray, foi como se o mundo não fizesse mais sentido.

Onde estava sua Juvia doce, gentil e determinada?

A Juvia que jurou lhe amar para sempre?

Um mundo onde Juvia não mais se importasse com ele... Não, isso não fazia o menor sentido.

Ele tomou os lábios dela ferozmente, sem se dar conta do que estava fazendo. Abriu um pequeno sorriso ao senti-la arquejar de surpresa, logo se aproveitando disso.

Não era o primeiro beijo que Juvia havia imaginado para eles. Pelo contrário. Ela sempre sonhou que seria doce, calmo. Gentil. Apaixonado.

Total oposto do que acontecia agora.

Enquanto ele a beijava, podia sentir toda a raiva acumulada dentro dele, toda tristeza. A urgência dele em tê-la para si e o medo de admitir isto para si mesmo.

— Não diga bobagens, Juvia — ele sussurrou em seu ouvido enquanto a puxava mais para si, em um abraço apertado — Você não pode deixar de me amar. Caso contrário, o que eu faço com o que sinto por você?

Com o que eu sinto por você.

Finalmente, Juvia deixou todas aquelas lágrimas escorrerem. Chorou e soluçou alto, sem se importar se estava molhando a blusa de seu Gray-sama.

Finalmente, a chuva desabou sobre eles.

Juvia ergueu os olhos, surpresa, ao notar que as nuvens que estavam no céu haviam se dissipado. As gotas que tocavam sua face se misturaram em meio a suas lágrimas e, lá no alto do céu, o sol brilhava timidamente.

Juvia abriu um pequeno sorriso e puxou Gray para si.

Pela primeira vez em sua vida ela não se incomodou com a chuva. Pelo contrário.

Ela queria que continuasse a chover por um bom tempo, pois sabia que o sol sempre estaria lá.

Seu Gray sempre estaria lá para ela.

Espero que Lucy volte logo, pensou Juvia, como será que ela vai reagir ao descobrir que finalmente me acertei com o Gray? E, principalmente, espero que ela esteja bem.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas se houver algum erro, pois como escrevi pelo celular (no qual não tenha muita prática) pode ter ficado algum erro.
Hey, minna, me digam o que acharam, hein ;)
Até o próximo ❤



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