O anjo olhava para a mulher, que tinha uma expressão séria no rosto.
  - Qual das nornas você é? – ele perguntou, igualmente sério.
  - Não sei qual a necessidade disso – disse ela – Mas vou dizer por que gostei de você. Meu nome é Verdandi.
  Castiel sentiu um alivio. Ele sempre imaginou que Verdandi, que representava o presente, seria a menos perigosa das três. Quer dizer, ela não poderia prever o futuro ou usar seu passado para o assombrar. Mas ele não sabia como estava enganado.

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  - Bom, mas chega de conversa – a norna disse, ajeitando o cabelo – É uma pena ter que estragar um rosto bonitinho como o seu.
  E antes que Castiel pudesse fazer qualquer coisa, foi atingido pelo chicote. Seu terno rasgou quando o chicote o atingiu.
  - Se não tentar lutar não tem graça – disse ela, estalando o chicote mais uma vez.
  Naquela distancia o chicote não deveria atingi-lo. Estava longe demais. Porem, se tratando das nornas... Aquele chicote devia poder se esticar o quanto ela quisesse.
  Mais uma vez, o chicote veio em sua direção, e ele pulou para o lado. Mas sua perna foi atingida, rasgando a calça perto do joelho.
  Ele não sabia dizer se era o chicote que era encantado ou a força da norna que faziam tanto estrago.
  - Você não vai durar muito nessa luta desse jeito – ela disse.
  O chicote outra vez investiu contra ele. Ele se protegeu atrás de uma mesa, mas a mesma se partiu com o golpe que deveria atingir o anjo.
  Ele se jogou para o lado bem na hora que o chicote investia novamente e destruía algumas cadeiras que estavam logo atrás dele.
  Ela estendeu a mão que não segurava o chicote e um copo de cerveja apareceu.
  - Vou ficar entediada – disse ela, dando um gole na bebida.
  O chicote outra vez atingiu Castiel, dessa vez cortando-lhe o braço. Se continuasse assim, ele sabia que iria perder. Precisava fazer algo.
  Desviou rapidamente do chicote que vinha em sua direção. Se ele conseguisse escapar mais um pouco, poderia cansar a norna. Ou talvez acontece justamente o contrario. Mas ele tinha que tentar. Desviou novamente, por pouco. Outra vez, pulou para o lado instantes antes do chicote o atingir.
  - Parece que está aprendendo a escapar não é? – disse a norna, jogando o copo de cerveja já vazio no chão – Então vou ter que dar um jeitinho nisso.
  Então alguém apareceu na frente do anjo. Um dos clientes que estava no bar antes.
  Ele se preparou para dar um soco em Castiel, mas o anjo pulou para trás, evitando o golpe. Mas o chicote o atingiu.
  O homem desapareceu.  Outro dos clientes que estavam ali apareceu ao lado de Castiel, segurando uma faca. Investiu contra o anjo, mas ele pulou para o lado. O chicote o atingiu novamente, e o homem sumiu.
  O balconista apareceu na frente dele segurando uma garrafa de vinho. Por pouco a garrafa não atingiu a cabeça do anjo, que pulou para trás. Foi atingido novamente pelo chicote, e o balconista sumiu.
  - Que merda é essa? – perguntou o anjo.
  Outro homem apareceu com uma faca, e quando Castiel desviou do golpe, foi atingido novamente. Um velho que estava sentado nos fundos do bar quando ele chegou apareceu na sua frente, com uma pistola nas mãos. O anjo pulou para o lado evitando os tiros, mas foi atingido pelo chicote.
  Ele decidiu parar de fugir. Um homem apareceu a sua frente segurando uma espingarda. Estava só a uns cinco metros de distancia. Castiel correu até ele, para impedi-lo.
  Mas quando ele estava chegando perto, o homem atirou. Os tiros atingiram Castiel e saíram por suas costas. Por um momento, o anjo achou que havia sido atingido. Mas não havia marcas de bala, nada disso. As balas simplesmente passaram por ele e desapareceram junto ao homem.
  O chicote destruiu uma mesa que estava um pouco longe de Castiel. Exatamente onde ele estaria se tivesse desviado dos tiros. O homem que apareceu antes, segurando a faca, reapareceu ao lado de Castiel. O anjo não se moveu. A faca atravessou seu peito, literalmente. Era como se o anjo fosse um fantasma, uma ilusão. Ou talvez o contrário.
  O chicote estalou no lugar para onde ele iria se tivesse desviado da facada. E então ele entendeu o que a norna estava fazendo.

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  - Entendi seu truque – disse ele – Você está criando ilusões para me fazer ir para a onde você quer, sempre me acertando. Esse truque não vai funcionar mais – disse ele, com um ar de superioridade.
  A norna olhou para ele com um ar debochado e riu.
  - Você realmente acha que eu apostava minhas fichas nesse truque besta? – ela falou – Isso foi só um joguinho, só para me divertir. Era óbvio que você ia descobrir.
  A expressão superior no rosto de Castiel desapareceu. Ela estava apenas brincando com ele deis de o começo.
  - Certo, então, vou jogar sério também – disse ele, e então, sumiu.
  A norna piscou, perplexa. Ele reapareceu atrás dela, e a derrubou da mesa com um chute nas costas.
  Ela deixou o chicote cair, e ele pegou a lamina de arcanjo de dentro do paletó.
  - Você... – disse a norna, surpresa- Você é... Um anjo!
  Castiel sorriu.
  - E você é uma norna – disse ele – Creio que não temos mais crises de identidades agora, certo?
  A norna se levantou, dessa vez com raiva.
  - A maldita Skuld não me falou nada sobre anjos – ela reclamou, se pondo de pé – Mas tudo bem, então agora posso lutar a sério com você – ela disse, e começou a tirar os dois brincos dourados de argola que usava.
  Ela colocou um em cada mão e as estendeu para frente. Um brilho dourado saiu dos acessórios. O brilho sumiu, juntamente aos brincos. Não, os brincos continuavam ali, em parte. Agora eles eram duas enormes argolas de ferro de ouro, e eram altamente afiadas.
  Faíscas azuis saíam das argolas de ferro. De algum jeito, a norna as segurava sem se cortar ou se eletrocutar com a eletricidade que saia dos objetos.
  - Vamos jogar a sério agora – ela disse, investindo contra Castiel.
  O anjo pulou para o lado, e a norna passou direto, mas ela era rápida. Já estava se virando e se preparando para investir novamente contra ele. O anjo esbarrou em algo no chão, e notou que a norna havia esquecido do chicote. Ela correu na direção dele. Ele se abaixou e pegou o chicote. Ela estava chegando perto, estendeu os braços para atacá-lo. Ele lançou o chicote na direção da norna.
  E então, os dois desapareceram.

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