Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 32
Cemeteries Of London


Notas iniciais do capítulo

[Cemitérios de Londres]

Alô alô realeza aquele abraço! Alô alô leitores da fic aquele abraço!

Estou aqui de novo porque Deus é bom! Como vcs tem passado? Galerinha turbinando o twitter, o Whats, amando isso, muita gente pra bater papo, soltar uns spoilers e montar 42. Vocês são minha força galera, obrigado por estarem comigo!

Não posso falar nada deste capítulo, a coisa vai começar a engrossar daqui pra frente, ele se passa na opção 1 a mais cotada por boa parte do pessoal e agora tudo vai acontecer bem de pressa... Só peço que se preparem, leiam, gritem... Ficou quase como um episódio de série, provavelmente terão que ler o próximo para entender o que aconteceu em cada parte, mas creio q vai dar para entender alguns dos acontecimentos, ou talvez não... Aproveitem! Adoro vcs!



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        Povs Freddie:

Eu caio da cama e sinto meu peito apertar. Sam. Meu primeiro pensamento é ela. Algo está errado. Alguma coisa aconteceu. Eu posso sentir. Levanto do chão e procuro roupas para vestir. Acho minha camisa branca na cama, uma calça jeans e cueca que eu usaria ontem no passeio. Me visto e saio em disparada pelo andar de cima. O sangue pulsa nos meus ouvidos, minhas mãos tremem, tudo alerta perigo.

Pulo os últimos degraus da escada e vejo Austin sentado colocando os sapatos, ele parece mais perdido do que eu.

— Cadê ela? – o desespero na minha voz o faz erguer a cabeça.

— Ela... – Austin me olha chocado – Saiu.

— Saiu para onde? – cerro as mãos em punhos em cada lado do meu corpo.

— Ela não disse. – ele volta a colocar os sapatos.

— O que você fez? – eu ando em sua direção, uma dor pulsa pelo meu corpo e nem ao menos eu sei o por que.

— Eu não fiz nada. – ele se levanta do sofá e me encara, não me intimido pela sua altura e o puxo pelo colarinho da camisa.

— O que você fez?! – eu repito. Meu tom de voz aumenta e ele me empurra.

— Contei a verdade – Austin ajeita a camisa – Depois disso ela me beijou e saiu.

A sensação é como um soco no estômago. Levo minhas mãos a barriga sentindo o golpe invisível ser deferido. Ela o beijou. Não! Ela disse que me amava. Ela disse que tinha escolhido a mim. Ela...

— Nós temos que encontra-la. – eu digo e meu olhar está totalmente desfocado.

— Eu já estava indo fazer isso. – ele diz como se pudesse tê-la de volta após tudo.

— Não! – eu seguro seu braço – Se der um passo desta casa eu juro que vai se arrepender, fique aqui.

Austin desprende seu braço da minha mão e compreende a situação.

— Quando você disse “nós”, você estava se referindo há...

— Carly, Gibby, Embryl e eu. – completo para ele.

— Ela também importa para mim.

— Eu estou bem ciente disso. – dou as costas para ele e subo as escadas.

Bato furiosamente na porta do quarto da Carly, leva um tempo até ela vir atender trajando apenas um roupão. Dispenso formalidade e entro sem hesitar.

— Que foi hein? – ela parece está dormindo em pé.

— A Sam sumiu. – eu falo de uma vez entrando em pânico.

— Mas o quê? – Carly usa o bordão da melhor amiga – Como assim sumiu? Capaz que o arrebatamento chegou e a Sam foi, e eu que fiquei.

— Não estou brincando Carly. – a encaro sério.

— Ok, calma ai. – ela aperta o roupão em volta de si – Explica direito.

— Austin contou a Sam a verdade sobre o acidente, depois disso ela o beijou e foi embora.

— Espera, espera. Que verdade? – Carly ergue as mãos – Oh, como assim o beijou? – isso a deixa chocada.

— Não importa, nós temos que encontra-la. – caminho até a cama dela onde o Gibby está dormindo, me aproximo e dou leves tapas em seu rosto – Hey! Acorda, anda Gibby acorda.

— Ahhh, Gibbeeeeh – ele se senta assustado. – O que? Freddie... – Gibby continua meio desnorteado.

— Volta a dormir amor. – Carly reclama atrás de mim.

— O que houve? – ele fica mais confuso ainda.

— O Freddie está dando a louca já de manhã cedo. – Carly anda até mim e me empurra na cama – Primeiro de tudo se acalma.

— Como vou ficar calmo? A Sam sumiu, ela se foi, entendeu? – fico totalmente perdido ao ter que pronunciar isso.

— Freddie, a explicação deve ser bem mais lógica do que isso, ok? Se a Sam saiu, ela quer um tempo, o que temos que fazer agora é deixar ela sozinha. Ela se afastou por que quis, você está agindo como se ela tivesse sido sequestrada! – ela passa a mão no rosto e depois aperta a ponta do nariz – Eu vou ligar para ela e você se acalma enquanto isso. – Carly balança as cobertas a procura do celular e o Gibby volta a cochilar imediatamente, eu reviro os olhos e tento me acalmar – Nossa, parece a Sam quando se irrita. – ela ri e encontra o celular, Carly disca o número da Sam e aguarda ela atender. O que não ocorre. Ela vinca a testa se preocupando – Dê um tempo a ela, Freddie. É sério. Se você fizer algo à procura dela, só vai piorar as coisas, seja lá o que está se passando é melhor não tentar intervir agora.

Solto um xingamento. Levanto-me da cama e saio do quarto da Carly. Escuto ela me chamar, mas ignoro.

Vou para o quarto da Sam. Preciso tomar um banho, escovar os dentes e clarear os pensamentos. A sensação de estar sem rumo somente aumenta.

Tomo um banho rápido, escovo os dentes e visto a mesma roupa novamente, por alguma razão a minha camisa está com o cheiro doce da Sam, ou estou ficando louco.

Saio do banheiro e vou ao guarda-roupa maior onde guardo meus sapatos, pego um tênis branco e os coloco. Preciso sair deste lugar.

 

 

Retorno para a sala a contra gosto. Austin está lá sentado no sofá. Excelente. Agora eu vou ter que fazê-lo de refém. Vou para a cozinha e escuto os passos dele me seguindo.

Começo a preparar um café, suspiro ao saber que ele está de braços cruzados esperando que eu diga alguma coisa.

— Ela veio aqui na cozinha de manhã. – eu murmuro.

— Isso foi uma pergunta ou uma afirmação? – Austin me pergunta.

— Não sei. – eu digo a mim mesmo.

Sinto-me dopado. Estar longe da Sam não fez total efeito ainda. Estou à base de alguma anestesia emocional. Quando acabar irei sentir toda a dor. Por hora tenho que me manter em pé. Tenho que dizer a mim mesmo que ela vai voltar. Que ela escolheu a mim.

— Ela ama você Freddie. – Austin me tira dos meus pensamentos conturbados – Ela só precisa ficar sozinha. A Sam é muito emotiva quando quer, funciona como um tanque que armazena água. Guarda o necessário por um bom tempo, mas pode ficar sobrecarregado se encher de mais. Ela só não queria estourar perto de ninguém. – o jeito que ele fala, como se a conhecesse melhor do que eu, é de tirar a paciência que me resta.

— Só fica quieto, sua voz me irrita! Não devia ter contado! – chuto a parte de baixo do armário com força e me viro com raiva.

— Você mesmo disse para eu contar. – ele me lembra.

— Não agora! – eu levo as mãos à cabeça – Não podia esperar até depois do casamento?

Ele ri friamente e eu me surpreendo com sua postura.

— Casamento...

— Nós tínhamos a droga do acordo! Mas você ainda é louco por ela! Admita que aquela história com a Lana não passou de uma forma de se aproximar da Sam de novo. – finalmente pronuncio o que eu estive pensando o tempo todo.

Ele me encara por alguns segundos, quero que ele negue e que tenha sido apenas paranoia minha, mas noto que realmente essa é a verdade.

— A história é bem maior que apenas isso. – ele indaga respirando fundo – O acordo não importava mais.

— O que? – olho para ele ceticamente – Era se eu a deixasse, lembra? O que não aconteceu!

— Eu sei! – ele fala mais alto – Só que... Quando ela foi me ver naquela madrugada, ela falou que somente ela poderia quebrar o acordo, que se algo desse errado seria por culpa dela. Foi quando eu vi que ela ainda me amava, eu ainda podia ter a chance de tê-la de volta.

— Merda! – eu levo as mãos ao rosto, o tempo todo embaixo do meu nariz.

— Só que eu não esperava a Sam te amar tanto, eu virei um mero acontecimento para ela, e você se tornou a vida inteira. – ele me explica.

— Você é um cretino... – eu nunca tive tanta raiva na vida.

Austin dá um passo para trás como se fosse fugir, mas foi para dar passagem à Carly que entra na cozinha.

Passo a mão no cabelo totalmente exasperado.

— Não sei o quanto você ouviu. – digo a Carly.

— Ouvi o que? – ela me olha sem entender e faz seu caminho para a geladeira.

Suspiro meio aliviado.

— Nada. – dou de ombros e pego uma xícara no armário, despejo o café e bebo sem esperar esfriar um pouco.

— Eu hein. – Carly murmura, ela abre a geladeira, Austin se retira da cozinha e nesse mesmo momento Carly me olha e pisca para mim, mostrando que escutou a conversa.

— Eu devia expulsa-lo daqui agora. – bato a mão no mármore com força.

— Eu concordo.

— E quanto a Sam?

Carly balança a cabeça.

— Ela vai voltar.

Eu dou um sorriso frio.

— Por que eu não consigo acreditar nisso?

— Porque você não consegue entender que ela ama você. – Carly pega uma caixa de leite e fecha a geladeira – Aquilo que ela carrega no dedo – ela me mostra o anel em sua mão, indicando que fala do anel de noivado que dei a Sam – É a prova do amor dela por você. Ela só pensa que ainda ama o Austin por alguma razão fútil. Não acredite em nada do que ele disser, eu te avisei que ele podia ser bem manipulador quando quer.

Fico em silêncio para pensar sobre o que disse, somente uma pequena parte do meu corpo relaxa aos poucos, a outra só vai se acalmar quando enfim eu estiver com a Sam novamente.

— Eu não sei se posso viver sem ela. – sussurro para Carly, algo nessa frase a faz arregalar os olhos, ela disfarça rapidamente e foca em colocar o leite no copo.

— Eu vou tomar um banho. Não façam nenhuma besteira até eu voltar. – Carly fala alto o suficiente para o apartamento todo ouvir e leva o copo consigo, eu pisco sem entender.

— Por que está levando o copo com você?

— O Gibby gosta de tomar leite de manhã. – ela explica saindo da cozinha.

 

 

 

 

 

Eu passei boa parte da manhã no quarto. Liguei para a Sam diversas vezes e deixei várias mensagens para ela, na esperança que ela ouça. Fiquei somente sentado encostado na porta do quarto, sentindo falta dela. Não consegui comer nada. Só fiquei olhando para a cama, querendo que ela não tivesse saído para fazer meu café. Na próxima vez pegue seu maldito café, Benson! Meu coração reclama comigo.

Alguém bate na porta, eu me desencosto e me levanto para abrir. Toco na maçaneta e rodo lentamente. Carly entra no quarto e tem um olhar de pena no rosto, engulo em seco. Ela está vestindo uma calça jeans e uma camisa rosa escrita “Do it”. Nos pés tem um par de botas pretas. Acho que ela vai sair para algum lugar.

 Carly estende os braços para mim e dá um leve sorriso. Como me sinto tão desesperado, entro no seu abraço.

— Vai ficar tudo bem. – ele sussurra dando carinho nas minhas costas.

— Não enquanto ela não voltar. – eu murmuro baixinho.

Ela me aperta com mais força. Começo a me soltar quando escuto passos nas escadas, mas é um pouco tarde quando o Gibby vê a cena na porta do quarto.

— Carly? – Gibby lança um olhar de dúvida.

Ela me solta rapidamente e se sente envergonhada, não entendo o porquê, mas não faço questão de perguntar. Estou funcionando a base de ansiedade, quando ela acabar não restará nada e eu vou desabar.

— Eu só estava... – ela não consegue explicar ao Gibby, sendo que foi somente um abraço.

— Ela deixou mesmo você? – ele ignora a Carly e olha para mim.

— É o que eu vou descobrir. – fecho a porta do quarto e vou para as escadas. Aposto quanto quiser que Sam está com a Lana, e algo aconteceu.

Carly bate o pé como se estivesse chateada.

 

 

Arrependo-me de chegar à sala e encontrar o Austin no mesmo lugar, agora deitado totalmente entediado, mas ele é minha única opção.

— Qual é a ordem agora? – ele murmura.

— Me leve a Clermount. – eu ordeno de imediato.

— Não. – ele nega.

— Austin, você tem cinco segundos para levantar desse sofá, me acompanhar até o carro e ir até Clermount.

Ele se levanta e me olha com desdém.

— Ou se não o que?

Penso em ameaça-lo, mas não sou a Sam. Mas a conheço bem o bastante para saber o que ela faria agora. Tenho que pensar em algum argumento válido.

— Se nós a encontrarmos... Você pode ficar com ela. – eu digo o que jamais achei possível.

— Como? – até ele se surpreende.

— Eu só preciso saber se ela está bem, após isso, eu saio da vida dela, abro mão de tudo e a deixo com você. Sam não vai poder contradizer isso, esse era o acordo. – mantenho a postura rígida, tenho que parecer forte.

Austin estreita os olhos para mim.

— Qual é o seu jogo?

— Sem jogo. – balanço a cabeça negando – Você tem a chance de ter a mulher que você ama, basta apenas me ajudar a encontra-la.

— Está de brincadeira, certo? – Carly pergunta atrás de mim.

— Não, eu não estou. – respondo para ela que começa a ficar desolada e meio nervosa. Vamos Carly, entre no jogo.

— Bom, então é isso. – Austin tira as chaves do carro do bolso sem pestanejar – Freddie vamos logo, sim?

— Como quiser. – eu vou com ele para a porta, Carly continua me olhando chocada. Vejo dois capacetes em cima do sofá... Para onde ela vai?

 

 

 

Austin opta por passar em sua casa, primeiro, para trocar de roupas. Eu aguardo pacientemente enquanto meus pensamentos entram em conflito. Enxugo a testa e prossigo esperando. Ele retorna após alguns minutos e entra no carro.

Nenhum de nós dá uma palavra durante o trajeto. O único som que escutamos é do motor do carro, mas se lêssemos pensamentos, provavelmente estaria uma gritaria aqui dentro. Sinto a bile na minha garganta e me concentro somente em achar a Sam, é só focar nela que todo o resto parece insignificante.

Austin conduz o carro por uma zona rural de Londres, vejo casinhas ao longe e muita vegetação. Vejo um cruzamento ferroviário. Isso chama minha atenção.

— Para aqui. – eu peço ao Austin.

Ele estaciona o carro na beira da estrada.

— Não chegamos ainda. – ele diz enquanto eu abro a porta e saio do carro.

Eu corro para os trilhos do trem. Uma peça que parece ser parte do para-choque de um carro está ali. A cor azul é única. Olho em volta e vejo outra parte da mesma cor. Há marcas de frenagem na terra úmida. Só tem um pedaço da cancela que empata que os carros avancem nos trilhos, o resto está espalhado pelo chão. Eu olho em volta e vejo que as marcas do carro prosseguem para dentro da floresta.

— Austin! – eu chamo e corro de volta para o carro – Vem comigo!

Austin sai do carro e me segue. Eu mostro as marcas no chão. Nós acompanhamos até a floresta. Eu corro ao ver o Mustang estacionado. Contorno o veículo. Ele está vazio. O celular da Sam está sobre o banco. Eu abro a porta do carro e pego o Pearphone dela, várias chamadas perdidas minhas e somente uma da Carly. Coloco o celular no bolso e procuro a chave. Não está no carro. A frente do carro está toda arranhada. Faltam partes. As mesmas que eu vi próximos aos trilhos.

O que aconteceu aqui?

 

 

 

 

 

Povs Carly:

A moto da Sam ruge embaixo da mim. Tento controlar como ela me ensinou, mas é mais difícil quando não se tem ela aqui do meu lado para me ajudar.

Enquanto o Freddie passou a manhã toda no quarto, a Sam me ligou do celular da Lana avisando que estava na casa dela em Clermount. Ela pediu que eu fosse o mais rápido possível. Depois que o Freddie decidiu ir atrás dela com o Austin, eu liguei avisando que pegaria uma rota alternativa para lá.

Estou a uma velocidade aceitável guiando a moto pela estrada de barro por trás do vilarejo de Clermount, se estou certa Austin e Freddie estão próximo ao cemitério o que me dá uma vantagem de tempo, bastante significativa por sinal.

Desligo a moto e entro em um beco apertado por trás da casa da Lana. Deixo a moto encostada na parede e abro o portão para adentrar no quintal. Neste momento avisto Sam na parte mais alta da casa encostada em uma grade de madeira que a impede de cair.

— Ai Puckett! – eu grito e aceno para minha melhor amiga.

— Sobe aqui! – ela acena de volta.

Ando até a porta de trás e entro na casa, contorno o que parece ser uma sala de jantar e subo as escadas para o quarto de cima, a porta para a sacada está aberta, onde Sam continua virada de costas. Lana está deitada na cama, parece estar dormindo.

Ando silenciosamente até a sacada.

— Oi – encosto na porta.

— Oi amiga. – Sam fica de frente para mim e solta um suspiro.

Quero conversar com Sam sobre o porquê de ela ter ido embora e porque ela beijou o Austin. Não irei julga-la é claro, não tenho esse direito, mas como ela não pensou no Freddie? Em como ele iria se sentir... Aquele garoto que deixou o apartamento, estava totalmente destruído.

A luz do sol revela um pequeno arranhão no pescoço da Sam.

— O que foi isso ai? – aponto para a direção do seu pescoço.

— Eu estava no Mustang cruzando a linha de trem, quando o carro ficou preso nos trilhos, foi por pouco. A Lana me ligou bem na hora, eu fiquei confusa. Só deu tempo de engatar a marcha ré, mas mesmo assim o trem bateu contra uma parte do para-choque. Eu deixei o carro próximo à floresta perto dos trilhos.

— Meu Deus! – estou quase me descabelando.

— Relaxa está tudo bem agora. – Sam dá de ombros.

— Não está tudo bem! Você quase morreu! O Freddie está desesperado! E estamos na casa da Lana!

— Não era para ser desse jeito. – ela encosta-se à grade de madeira.

— O Freddie disse algo sobre a verdade do acidente, o que ele quis dizer com isso?

— Austin teve culpa no acidente dos pais. A neve não interferiu no trajeto, foi a direção do carro que estava com problemas, ele não arrumou... Você sabe o resto. – Sam explica por cima e eu sinto meu corpo se encher com uma raiva descomunal.

Esse tempo todo ele foi o culpado e a Sam ficou carregando essa dor nas costas?

Fico pasma com a história.

— Me de um bom motivo para eu não te odiar por ter o beijado mesmo depois de saber disso.

Sam franze a testa.

— O beijado? – ela faz cara de desentendida.

— Freddie disse que você beijou o Austin.

— Eu não o beijei. – Sam nega e eu ergo a sobrancelha – Bem... – não creio – Foi somente um beijo no rosto... – graças ao bom Deus- Que o Austin teve ter feito... – filho da mãe.

— Parecer maior do que realmente aconteceu – dizemos juntas.

— Então não aconteceu nada?

— Não – ela estala língua – Carly, eu amo o Freddie, eu jamais faria algo para magoa-lo a esse ponto. Nem se ele me deixasse, o Austin não seria a opção dois. Não mais.

Suspiro aliviada.

— Mas então, você foi embora para esfriar a cabeça após saber do que realmente aconteceu e veio se hospedar aqui na casa da Lana.

— Exatamente.

— Melhor ligar para o Freddie, ou ele vai chegar aqui em alguns minutos. – eu aviso.

— Lana vai se prontificar em manter a casa fechada, ele não vai saber, ela não está pronta para falar com ele ainda.

— Falar o que? – eu perguntei e a Sam riu.

— A Lana é irmã dele, achei que estivesse tudo óbvio. – meus olhos quase pulam das órbitas, mas a história faz sentido.

— Melhor eu te contar uma coisa. – me aproximo dela e nós duas nos viramos para observar as casas.

Começo a contar sobre a conversa que escutei do Freddie e do Austin, explico os mínimos detalhes e a Sam somente escuta, quando eu termino ela respira de uma forma estranha.

— Eu não sei o que dizer Carly. O Austin parece um chiclete, você tira do sapato, mas ainda ficam uns pedaços presos. Ele me frustra. – Sam toma fôlego como se fosse dizer a coisa mais importante do mundo – Eu o amo. – ela me olha sincera – Mas não sou mais apaixonada por ele. – tento segurar o sorriso que se forma no meu rosto, mas falho horrivelmente, esperei muito tempo para ouvi-la admitir isso. É tão bom saber que a Sam finalmente vai seguir em frente com o Freddie.

— Você não cansa de me surpreender garota. – dou abraço nela que se assusta, mas depois devolve me abraçando com força – Agora o Freddie é definitivamente o seu “felizes para sempre”.

— Com certeza. – ela afirma me soltando.

— Own Sam, estou feliz que as coisas se ajeitaram por fim. – sinto o clima do ambiente mudar.

— Nem tudo se ajeitou. – ela faz um movimento com a cabeça e a Lana se aproxima andando sem jeito com uma garrafa de Bourbon na mão.

— Meio cedo para beber. – eu murmuro.

— Quem é você? Meu pai? – ela pergunta ironicamente.

— Ui Jesus, está de mau-humor? – ergo as mãos me defendendo.

— Quem convidou ela? – Lana pergunta a Sam.

Lana tem a mesma cara enigmática do Freddie, tão bonita quanto ele. São poucas as diferenças. A mais notável são os olhos azuis prussianos, são encantadores.

— Baixa bola – Sam rebate o comentário da Lana.

 – Eu preciso tomar um ar. – Lana suspira. Ela cambaleia até as barras de madeira, se choca contra elas e derruba a garrafa na parte de baixo, o vidro do Bourbon se estilhaça em vários pedaços ao entrar em contato com as pedras do quintal – Não! Merda! – Lana se estica como se ainda pudesse recuperar a garrafa.

— Sai dai, você vai acabar caindo. – Sam a puxa pelos braços, mas Lana a empurra com força, Sam cai no chão e a Lana sobe em cima das grades.

— Lana! – eu berro.

— A garrafa. Eu preciso! – Lana age como se falasse sozinha. Ela coloca um pé no ar e vejo seu corpo tombar para frente.

Mesmo sabendo que eu posso cair junto, posiciono o pé na grade e agarro seus braços antes que ela caia. Minhas mãos tremem, eu não tenho forças para segura-la, mas dentro de mim algo me dá uma força inimaginável. Sozinha eu consigo trazer Lana para a sacada de novo, ela se debate e eu a solto.

— PERDEU O JUÍZO?! – Sam se levanta e vem me abraçar – Por pouco você não caiu junto!

— E eu deveria deixa-la cair e morrer? – olho para a Lana que parece perdida.

— Não... – Sam balança cabeça me soltando.

— Não tive escolha Sam. Eu não poderia deixar isso acontecer. – saio de perto da Sam e conduzo a Lana para dentro do quarto dela.

— Eu não preciso de babá! – Lana recusa meus cuidados – Eu preciso de outra garrafa. – ela caminha para fora do quarto, sinto uma raiva dessa garota tão grande.

— A Lana passou por algum trauma antes de retornar para cá – Sam percebe minha expressão de ódio - Ela não está pronta para comentar sobre o que aconteceu, vamos dar mais algum tempo a ela. – Sam se joga na cama da Lana – Me da o celular, deixei o meu no Mustang. Preciso falar com o meu futuro marido.

— Falando nele, você não sabe o que ele fez... – me sento ao lado dela – Freddie mentiu para o Austin traze-lo aqui.

— Mentiu?

— Sim. – passo a mão na coberta da cama – Freddie disse que o Austin te teria de volta se encontrassem você. Foi um teatro e tanto.

— Ai céus... O Austin vai merecer essa. – Sam ri sombriamente.

— Depois do que você me contou, não ligo para os sentimentos dele.

— Foi a Lana que pediu para ele não contar.

— Agora mais um motivo para eu não gostar dela. – falo mais baixo e Sam estica a mão pedindo o celular.

— Eu preciso falar com ele Carls.

— Aqui. – dou meu Pearphone para ela – Marque um ponto de encontro, como você mesma disse, Lana ainda não está pronta para encontrar com ele.

— Não está mesmo, a garota está mentalmente instável. – Sam disca o número do Freddie com rapidez.

— Jura? Nem reparei quando ela ia se jogar da sacada...

— Shhh. – Sam coloca os dedos nos meus lábios – Freddie, sou eu a Sam. – ela fala e começa a sorrir intensamente, amoleço diante da cena – Calma baby, eu estou bem, desculpa ter saído sem avisar. Eu precisava de um tempo. – ela tira a mão da minha boca e escuta o Freddie falar – Vá para o cemitério próximo à ferrovia, o Austin sabe onde fica... – Freddie murmura e Sam balança a cabeça – Estamos indo... – ele eleva o tom da voz, mas não compreendo a ligação – Depois amor, xau. – ela desliga e se levanta da cama – Vamos morena, deixa a Lana na dela por hora, não quero você dando uma de heroína de novo.

— Eu não sei o que deu em mim. – me levanto e sigo Sam para fora desse quarto.

— Se você caísse Carly, eu me culparia para sempre.

— Acho que já temos muita culpa nisso tudo. – desço as escadas para o andar de baixo.

 

 

Sam e eu saímos pela porta dos fundos, Lana está lá fora gritando com um gato que brinca pelo pequeno jardim.

— Eu estou de saída Lana, volto quando quiser realmente conversar, sua misoginia me irrita. – Sam reclama com a falta de atenção da Lana para conosco – Me liga.

Lana prossegue gritando com o gato e só faz um sinal com a mão.

— Ela entrou na terceira idade mais cedo. – eu murmuro.

Sam abre o portão para mim e eu saio do quintal, ela vem logo atrás e fecha.

Vou até a moto, dou um capacete para ela e coloco o outro. Sam se senta no banco e conduz a moto para fora do beco, eu a sigo até o final, depois subo na garupa e ela dá partida.

— Pronta melhor amiga? – Sam está carinhosa comigo, provavelmente por causa do incidente na sacada.

— Só vamos. – me seguro na Sam ela acelera a moto.

 

 

É muito pior deixar a Sam dirigir a moto comigo na garupa, do que eu dirigir sozinha. Ela acelera em uma velocidade consideravelmente perigosa. Graças a Deus começa a diminuir quando adentra no terreno de um cemitério. Sinto um arrepio na espinha.

Avisto Freddie e Austin por cima do ombro da Sam. Eles estão encostados no Jimny. Parecem apreensíveis.

Sam estaciona a moto. Eu desço rapidamente, tiro o capacete e respiro aliviada. Sam desliga a motocicleta e retira o capacete, ela sai de cima do banco e praticamente joga a moto na grama. Freddie e ela se abraçam amorosamente, ele chega a tirar os pés dela do chão. Sam ri como uma garotinha. Enquanto Austin cruza os braços intrigado com tudo.

— Sam, eu senti sua falta. – Freddie não rompe o abraço.

— Eu sei, mas agora estou aqui com você. – ela diz acariciando as costas dele – Jamais vou me afastar de novo. - Sam o beija lindamente.

— Mas o Freddie vai. – o Austin estraga prazeres corta a cena inteira.

— Você acreditou mesmo naquilo? – deixo escapar uma risada.

Sam se solta do Freddie e olha para o Austin.

— Alguém passou a perna em você.

— Tem certeza? – Austin ainda insiste e olha para o Freddie – Acho que ele passou a perna em vocês.

— Não, era mentira. Fala para ele Freddie – eu peço ao Freddie que esclareça logo tudo isso.

Freddie olha para a Sam, depois para o Austin e enfim para mim. Ele engole em seco. A dor atravessa seu rosto lentamente.

— Freddie? – Sam pergunta e o pânico nos rodea.

— Eu sinto muito. – ele toca o rosto da noiva – Mas a decisão não cabe a mim.

— Decisão? – Sam leva uma fração de segundo para entender.

— Escolha. – Austin se aproxima.

Eu me encolho enquanto a coisa que eu mais temia que fosse acontecer se inicia em um dos cemitérios de Londres.

 

 

 

 

 

Uma semana depois:

Povs Carly:

— É tão estranho estar aqui de novo – digo ao meu noivo enquanto ando pela sala da casa do Gibby, que em breve será minha – Daria tudo para não retornar a Londres, mas ainda temos o aniversário da Sam e o fechamento da empresa.

— Compreendo, mas será rápido. – Gibby me abraça por trás e beija meu cabelo, sorrio com seu gesto carinhoso, quando me viro para beija-lo um de seus empregados aparece de surpresa.

— Senhor Gibson, está tudo pronto. – Koll informa algo a ele.

— Obrigado. – Gibby responde contra meu cabelo – Venha Carly, tenho uma surpresa para você.

— Sério? – me empolgo.

— Venha. – ele repete e me guia pela enorme casa.

Eu o sigo sorridente sem saber de nada. Somente a iniciativa do Gibby já faz meu coração querer sair pela boca. Milhares de possíveis desfechos se embaralham na minha mente. Estou quase dando pulinhos feito uma criança e batendo palmas.

Gibby me leva até os fundos da mansão. Subimos a escada para o pequeno coreto que fica no meio de jardim, lá está uma mesa com duas cadeiras. Em cima da mesa, tem uma garrafa de vinho ao lado de uma caixa média com um laço de cetim verde.

— Está me dando um presente? – eu aperto com mais força a mão do Gibby.

— Considere isso como achar melhor. – ele me faz entrar no coreto primeiro, eu não o espero e vou direto à caixa. Pego ela e balanço ao lado do meu ouvido, parece que contém envelopes.

— Cartões? – eu observo a caixa em minhas mãos.

— Abra. – ele se posiciona na minha frente e parece corar.

— Tudo bem. – eu abro a tampa e me deparo com um envelope, mais um ponto para mim – Um convite para que? – Gibby sorri como se eu já tivesse entendido tudo.

— Espero não desaponta-la, mas tive que adiantar algumas coisas. – ele coloca as mãos atrás das costas.

— Adiantar? – eu abro o envelope, realmente dentro dele está um convite, lentamente leio a primeira linha e meu coração dispara.

— Gostou? – ele se aproxima sorrindo e eu fico sem saber o que dizer.

— Carlotta Taylor Shay e Orenthal Cornelius Hayes Gibson ficariam honrados em terem sua presença em seu casamento. – eu leio perdendo o fôlego, as lágrimas já estão rolando pelo meu rosto – Você...

— Dentro da caixa tem fotos das melhores igrejas de Seattle, bolos para casamento, vestidos para madrinhas e claro, opções de vestido para noivas. – Gibby coloca a mão no meu rosto – Eu precisava mostrar que estou realmente disposto a fazer isso, eu amo você Carly e estou muito ansioso para o casamento, mais do que você imagina.

Eu coloco uma mão na boca enquanto seguro o convite com a outra. A emoção é tão intensa que as palavras não surgem. Eu ergo a cabeça e fito o homem que eu amo, percorremos um trajeto estranho até aqui. O futuro ainda talvez nos reserva muitas surpresas, provavelmente irá ser estranho por ser com o Gibby, mas quem disse que não será perfeito?

— Eu amo você. – eu largo o convite na mesa e me lanço sobre ele para beija-lo.

Gibby me aperta contra seu peito e o beijo com todo o amor mais puro do universo. Minhas mãos apertam seu rosto. Minha boca estala contra a sua. Eu me perco no seu cheiro inebriante e na potência do beijo. Mas Gibby tem que me soltar. Ele tem que falar o que eu preciso ouvir.

— Eu também te amo Carly e vou te amar até depois desta vida. – ele segura meu rosto – Eu sou seu.

— E eu sou sua. – eu o beijo de novo e depois o abraço.

— Não existe até que a morte nos separe. Não para nós. – ele diz no meu ouvido.

Eu sorrio com isso enquanto meu coração ainda bate de maneira descontrolável.

— Não. Não existe. – eu concordo com ele, aproveitando o precioso tempinho que temos.

 

 

 

 

Em breve nos últimos capítulos de Fix You:

Povs Sam:

— Não era para estarmos desse jeito. – Freddie sussurra para mim chorando baixinho – Era para sempre, lembra?

— E você acreditou que iria durar? – eu continuo o abraçando, tenho medo de solta-lo e ele ir embora antes da hora – Não estrague a noite, prometemos deixar a Carly feliz.

— Acho que já quebramos muitas promessas – ele me mantém contra seu peito – Pelo casamento deles então, dance comigo uma última vez.

— Não será a última vez. – eu sinto minha garganta fechar pelas lágrimas – Eu te amo.

Freddie não responde. Ele somente me gira pela pista de dança se afastando de todos.

— Eu sempre vou amar você. – ele tenta me acalmar enquanto o mundo todo se ergue contra nós. Acho que o jogo acabou.

— Pare de prometer coisas que não pode cumprir. – deixo uma lágrima escorrer por perder algo que eu não posso substituir.

— Não é uma promessa, é uma escolha. – seus lábios se abaixam procurando os meus, eu aceito seu beijo, nosso último beijo – Não chore, eu ainda estou aqui com você.

— Até seu último suspiro. – eu relembro nossas palavras.

Desfaço-me em lágrimas e choro arduamente contra seu peito.

— Infelizmente, ele está bem próximo. – seu corpo treme de medo.

A escolha era eu ou ele. Freddie com seu amor infinito por mim, optou por isso... Optou por morrer em meu lugar. A vida é uma droga, depois você morre... É, tivesse eu essa sorte...


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Notas finais do capítulo

Surpreendi vcs? Quase matei vcs? Comentem tudo o que quiserem, sinceridade é a meta aqui seus lindos!

Medinho de leitor fantasma, se for um se manifeste...


O próximo capítulo entrará em vários flashbacks, várias coisas serão explicadas, algo está para acontecer. Eu adiantei o tempo do capítulo na vida da Carly, postei o que está por vir mais para frente na vida do Freddie e da Sam, tudo vai vir como um tsunami. Agora o destino da fic está nas mãos de vocês, só bastam escolher: final perfeito, alegre e esplêndido? Ou reviravolta, cadeia, confusão, final feliz, épico e o destino de cada um? Vocês que escolhem... Pela primeira vez, os nomes do capítulos já serão revelados, a galera que já estava por dentro já entendeu o que cada um significa, então, escolham como acharem melhor, vocês não sabem oq vai acontecer, só sabem o nome do que está por vir.

OPÇÃO 1: Capítulo "A Thousand Years" (mesma trajetória da história, sem alterar nenhum casal principal)


OPÇÃO 2: Capítulo "The One That Got Away" (reviravolta com grandes surpresas)

See you soon guys!!



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