Innocence escrita por Thay


Capítulo 3
Olhos verdes atrevidos




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Claro que não fazia ideia de onde a praia ficava, então fiquei zanzando, pedindo informação até finalmente chegar.

A música tocava alto, mesmo à distância e as caixas de som pulsavam, pessoas conversavam e outras dançavam, e uma fogueira alta chamava atenção no centro. Me aproximei, observando que o pessoal da ilegalidade sabia se esconder, assim como alguns casais. A jaqueta que eu usava não continha muito bem o frio da brisa gelada, mas a fogueira ajudava. Me surpreendia ela ficar acessa.

— Hey! – um cara com caixa de isopor chamou minha atenção – Segura aí! – ele jogou uma latinha de cerveja.

— Valeu! – consegui segurar e agradeci, abrindo e bebendo logo depois. Dois goles desceram e eu procurei um tronco de árvore jogado no chão pra sentar.

— Gostando da festa? – a voz era familiar e o dono dela sorriu pra mim, sentando-se do meu lado. Tinha olhos verdes e um sorriso provocante, mas além da voz eu reconheci a jaqueta e o cabelo repicado.

— Nenhum arrependimento até agora. – dei de ombros. – Mas a noite é uma criança.

— Arrependimento você teria se não viesse. – ele riu – Meu nome é Trace. – estendeu a mão, sentando-se do meu lado. Apertei.

— Hale. – tomei outro gole da latinha.

— É nova na cidade?

— Sim. Meus pais faliram e eu acabei aqui, fim da história.

— Então era rica?

Dei de ombros.

— Mais ou menos.

— Não temos muitos magnatas por aqui. Na verdade, os únicos em Forks são os Adams. Eles têm grana o suficiente pra mandar na cidade inteira, mas mesmo assim não saem daqui. O filhinho prodígio deles vive exibindo sua esperteza, como se isso fizesse ele melhor do que a gente.

— Isso é inveja por um acaso? – eu disse e ele me encarou, esticando um sorriso de lado.

Trace ficou em silêncio por um momento e eu imaginei que aquela pergunta o fez emergir nos próprios problemas, então não interrompi. Ele vagou o olhar ao redor, até parar no mar, então virou-se para mim.

— Quer tomar banho de mar comigo?

— Tá brincando? Nesse frio?

— Ah, você tá com medo... – afirmou, levantando o queixo, e, como se soubesse minha fraqueza, pronunciou as três palavrinhas – Eu te desafio.

Senti o ego e o orgulho cutucados inflarem dentro do peito, me levantei na mesma hora e comecei a tirar o casaco. Com um sorriso de aprovação, Trace se levantou e se pôs a fazer o mesmo. Levei minhas roupas até a beira do mar e somente de lingerie entrei na água, mergulhando.

No momento em que minha cabeça emergiu eu senti o frio cortante penetrar meu corpo violentamente como mil fagulhas acertando cada nervo existente. Baforadas brancas saíram da minha boca quando gemi e nem me importei mais com Trace acharia, já estava correndo de volta para a areia e me vestindo o mais rápido que conseguia.

— Então, você gosta de desafios? – Trace me puxou pela cintura e me arrancou um beijo, ainda sem camisa, só de calça.

— Tá escrito “pode agarrar” na minha testa? – perguntei com os lábios tremendo. Ele observou e mordeu meu inferior. Ele era mais magro do que eu pensei, mas não me importei, ele beijava bem e eu só queria me divertir um pouco.

— Não, mas você não parece ser o tipo de garota que se importa com isso. – respondeu, ainda segurando minha cintura. Eu sorri, confirmando e ele sorriu junto. – Vem comigo.

Ele me arrastou até uma área afastada da festa na praia, perto de uma caverna, escura. Lá, ele me pôs contra uma rocha que mais parecia uma parede e começou a beijar meu pescoço, logo retirando meu casaco novamente. Não impedi, era o tipo de distração que eu precisava no momento. Devolvi cada pedaço, tirando a camisa dele também, até que um alvoroço nos interrompeu. Olhamos por cima das pedras altas, escondidos, policiais haviam invadido tudo, lanternas, carros, gritos e pessoas correndo por todos os lados. Droga!

— Alguém denunciou... – Trace rangia os dentes – Vem, a gente ainda pode fugir.

E nós tentamos, mas um dos cães da polícia nos viu e ferrou tudo de vez.


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