Remember Sunday escrita por Thay Paixão


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! ta aí mais uma das minhas loucuras! rsrsrsrs espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705608/chapter/1

Remember Sunday

 

Nova York 2016

Edward Cullen estava em seu café favorito em sua cidade favorita. Era um domingo frio, logo estaria nevando em Nova York, porém Edward gostava do frio. Até por que, foi num frio domingo como esse que conheceu a garota que salvou sua vida. Isabella Swan.

Dez anos atrás

 

 

Devia estar uns cinco graus negativos nessa água. Meu subconsciente sussurrava para mim tentando me fazer desistir.

Que se dane! Pensei. Assim seria mais rápido.

Respirei fundo mais uma vez. Eu não deveria enrolar mais, viera ali exatamente para dar um fim naquilo tudo. No sofrimento da minha família, que se alimentava de falsas esperanças, a minha constante luta e dor dos últimos três anos.

Se houvesse um doador compatível comigo, a essa altura já teriam encontrado, horas!

Eu havia fugido da casa dos meus avós em Forks, colocado um sobre tudo preto que achara perto da porta, “roubado” o carro do meu pai, e chegado até aqui. Um penhasco em La Push na reserva Quileute. Não demoraria muito para meu pai sentir a falta do carro ou a minha. Eu tinha me levantado da cama pela primeira vez em dias, e já tinha dirigido! Minha irmã caçula Rosalie, ficaria muito orgulhosa de mim.

Pensar na minha irmã de apenas 13 anos e lindos cachos dourados me fez repensar...

Me matar era mesmo a melhor opção?

Só em pensar isso, já não parecia a melhor. Apesar de estar farto dessa vida, eu tinha medo. Medo do ‘’depois’’. O que havia do outro lado? Como minha família ficaria depois?

— Sabe, a correnteza não está boa para praticar esportes hoje.

Sobressaltei-me com uma voz baixa, mas clara que vinha do meu lado.

Uma linda moça de calça jeans surrada, all star mais surrado ainda e uma leva blusa de mangas ( adivinha?) surrada, me olhava com suas duas orbes castanhas. Ela era extremamente pálida, e o cabelo castanho avermelhado grande e pesado chegava ao quadril. Apesar das roupas finas, seu sorriso era como um raio de sol. Um raio de sol num dia muito, muito frio e nublado.

— De onde você saiu? - a questionei. Ela me olhou surpresa. Olhou em volta parecendo um pouco assustada. Depois sacudiu a cabeça e sorriu para mim.

— Eu estava aqui desde antes de você chegar! Sempre venho aqui... Gosta de mergulhar, dai mesmo de onde você esta.

— O tempo hoje não está bom para mergulhos.

— Foi o que estava tentando te dizer. - ela fez língua para mim. Depois piscou um olho. Tenho certeza de que corei. Seria um flerte? Eu estava enferrujando.

— .. Não vim por esporte. - falei sem jeito.

— Esta tentando se matar?

— E se estivesse? -ok agora eu estava tentando flertar com ela. Um grande idiota eu.

— Eu diria... É...

— Edward.

— Eu diria Edward que você veio ao lugar errado e na hora errada. Por que terei que sentar ao seu lado e questionar seus motivos.

— Uma garota enxerida…

— Bella.

— Uma garota enxerida você. Bella

Ela deu de ombros reconhecendo. Deu alguns passos na minha direção.

— Se você chegar mais próximo eu pulo.- avisei.

— Vamos fazer uma linha imaginaria. - ela pegou uma pequena pedrinha perto de seu pé. Jogou para mim.

— Agora coloque essa pedrinha para marcar o ponto máximo em que posso chegar.

A olhei em duvida, mas acatei. Coloquei a pedrinha a um metro e meio de distância. Sorrindo ela se sentou. Os pés balançando na beirada.

— Vai ficar aí em pé mesmo? – questionou – sente-se irei te fazer muitas perguntas.

Um pouco resignado e um tanto fascinado com ela, me sentei.

— Eu acho que nunca te vi na cidade. – ela comentou.

— Não sou daqui. Sou do Arizona. – falei olhando cada detalhe dela.

Ela franziu o nariz. Apertou os olhos.

— Você não parece alguém do vale sol. – brincou.

— Já pareci. Antes de ficar doente.

— Entendo. – disse dando pouco caso.

— Então você veio aqui só para... Você sabe; um mergulho radical? – gesticulou para o mar revolto a baixo de nós.

— Estou na casa dos meus avós. Eles estão velhos demais para viajar... E minha avó ficou doente. Como estou morrendo... Vim me despedir. Claro que meu pai não usou essas palavras. – resmunguei.

— Quantos anos tem, Edward? – ela perguntou

— dezessete. Por quê?

— Não parece. – reclamou franzindo o rosto numa expressão que deveria ser aborrecida, porem achei fofa de mais.

— Bom , quando você passa a adolescência num hospital... Acaba envelhecendo mais rápido. – justifiquei

— Sinto muito. – falou olhando em volta.

— Está esperando alguém?

— Meu amigo... Jacob. Ele deveria me encontrar aqui... Eu acho.

— Você acha?

—Eu não sei... Edward. –ela me olhou seria. Seu rosto estava ficando mais pálido... Meio cinza. – tenho a impressão de que estou esperando ele a muito tempo...

E  ela se levantou. Começou a andar de um lado a outro. Quase entrava na floresta. Depois voltava.

Corria para as arvores. Depois correu de volta para mim.

— Edward... Estou ficando sem ar. – falou com a mão no peito.

— Então pare de correr. – me coloquei na frente dela verdadeiramente preocupado. Sua pela tinha adquirido um tom acinzentado doente. Seus olhos com olheiras.

Ela começou a ofegar.

— Jacob não vai vir... Não consegue me achar. – gemeu.

— Eu lembrei! Edward, você precisa me ajudar! – falou torturada. Sua expressão de pânico inumano me fez ficar apavorado. Meu coração bateu mais rápido.

— Bella, se acalma. Vou te ajudar... Me diz o que tenho que fazer. – tentei me aproximar com os braços estendidos para tocá-la. Ela se esquivou.

— A agua... A agua esta subindo. Não gosto quando sobe... Não consigo respirar! – gemeu. – tem que me tirar de lá Edward!

—Edward? – era a voz do meu pai ao longe.

— Edward?! Vamos acorde?! Temos que leva-lo agora!

Abri os olhos fracamente. O rosto do meu pai se destacava dos de mais.

— Filho? Graças a Deus! Vamos leva-lo ao hospital.

— Bella...- sussurrei.

— Shi.... Descanse. Você caiu da beirada do penhasco e aquele jovem te salvou! Edward! Você nos deu um tremendo susto.

— Cai? – tentei falar, mas minha garganta estava seca. Arranhando. Tosi. Água salgada saia da minha boca.

(...)

Eu não conseguia acreditar na historia de Carlisle. Ele percebeu a ausência do carro, e me procurou no seu antigo quarto na casa dos meus avós. Minha irmã encontrou meu bilhete, e contou a ele me plano de acabar com tudo. Ele veio com a policia e ambulância para La Push. Também entrou em contado com um velho amigo da reserva, Billy Black, que pediu ao filho Jacob e outros Jovens para me procurar na praia. O engraçado era; Rosalie os mandou para o penhasco, direto para lá. Eu não dizia que iria para La Push em meu bilhete!

E tinha mais... Eu não me lembrava de ter ‘’caído’’ do penhasco. Eu estava conversando com uma garota!

Claro que Carlisle não acreditou.

— Filho, sei que tem sido difícil, mas sua mãe esta tão confiante! Talvez... Talvez essa moça na Austrália seja compatível com você.

— Claro. – resmunguei.

Carlisle respirou fundo.

— Você sabe que é adotado. Sua mãe tem perseguido cada funcionaria do orfanato em que você estava... E bem, uma disse que você tinha irmã.

Parei.

— Tenho uma irmã?

—Parece que você foi deixado lá com uma garota, um pouco mais velha. Os registros dizem que ela foi adotada antes de você, e que a família se mudou para Austrália. Sua mãe conseguiu contato... A moça está a caminho para cá fazer os exames. Não desista.

— Ela faria o transplante? – sussurrei em choque. Eu tinha dois anos quando cheguei ao orfanato. Não me lembrava de nada!

—Há uma boa chance de essa moça ser mesmo sua irmã. Ela já conversou com sua mãe... Disse que na época em que chegou ao orfanato, ela tinha sete anos e o irmão dois. Ela se lembra de você.

Passei aquela noite no hospital em observação. Eu havia me afogado e não me lembrava de nada! Não me lembrava de ser chegado tão próximo a beirada.

Logo na manhã seguindo, o rapaz que me salvou, Jacob apareceu. Era indígena, e tinha longos cabelos castanhos. Os olhos eram escuros e amigáveis.

— Oi... Você deve ser o Edward. Eu sou o Jacob... Te salvei. – falou encabulado.

— Obrigado. – falei com sinceridade por mais que não me lembrasse. – Você me viu pular?

— Não... Você não pulou. Caiu mesmo. Eu estava na praia... Só olhando o mar. Estava bem revoltou. Vi você na beirada... Parecia falar com alguém, mas não consegui ver a pessoa. Você se desequilibrou e caiu. Nem pensei... Só entrei na agua atrás de você.

— Obrigado. Mesmo. – falei com sinceridade.

— Tudo bem. Não foi nada demais, conheço bem aquelas aguas. Eu não poderia deixar que alguém se perdesse naquelas aguas. Não... – ele parou de súbito.

— Alguém já morreu lá?- adivinhei

— Uma amiga caiu .- ele falou com a voz pesada. – nunca achamos o corpo. Bom, só vim ver como você esta, meu pai e o seu são amigos então... Já vou.

— Jacob. Espere. Qual nome da garota que caiu?- quis saber.

Seus olhos ficaram marejados.

— Isabella. Isabella Swan.

— Filha do chefe de policia? Acho que meu pai já falou dela.

Lembrei que quando estamos no Arizona há seis meses, eu estava numa época de recuperação boa, tinha até voltado á escola, Charlie veio a Forks, dizendo que a filha de um amigo da infância havia falecido num acidente. Isabella Swan.

— Bella. –sussurrei

— Sim, era assim que a chamávamos. – caiu uma lagrima dele. Ela a limpou disfarçadamente. – Você a conheceu?

— Não... Meu pai que comentou. Essa é a terceira vez que venho à cidade, e nunca passei muito ou conheci alguém.

—Entendo. Você é o neto dos Cullen. Seu avô já havia me mostrado fotos suas. E sua avó também. Ela dizia que Bella precisava te conhecer. –ele riu saudoso.

Logo depois ele saiu e eu fiquei pensando. Por que nunca quis vir aqui? Todas as vezes que vovó Elizabeth chamava eu inventava algo. Eu poderia ter conhecido essa Bella.

Mais era estranho. Eu a vi mesmo no alto daquele penhasco. Nós conversamos droga! Não era possível eu ter inventado tudo aquilo.

(...)

No dia seguinte fui ao pequeno cemitério de Forks. Procurei nos registros da cidade pela lapide dela.

Quando enfim achei, sua lapide era nova, havia uma foto dela e em baixo os dizeres;

‘’Não importa que você esta perto ou longe, o que importa é que você existiu, e deixou sua marca em nossos corações. ’’

Filha amada. Querida amiga. Isabella Swan 1988 a 2005

Meu coração estava batendo de forma descompassada. Ali, vendo sua foto, seu sorriso bonito, eu conseguia ver claramente a menina com que conversei naquela tarde louca. Era ela! E ela havia me pedido ajuda.

Naquela noite fui ao quarto de Rose.

Rosalie era filha de sangue de Carlisle e Esme, e a única que passava um tempo de verdade em Forks nas férias. Ela tinha uma ligação especial com a vovó Cullen.

— Posso entrar? – perguntei batendo na porta entre aberta.

— Claro Edward! – ela disse animada de sua cama.

— Rose, como sabia onde eu estava? – fui logo perguntando sentando na cama dela.

— Ela olhou para a parede ficando seria.

— Você não vai acreditar. – disse

— Tente.

—Eu senti. Era uma sensação ruim... Depois, sua foto dali caiu- ela indicou sua penteadeira que tinha uma foto nossa do natal anterior. O porta retrato estava trincado.

— Então a sensação aumentou... E eu vi na minha cabeça a praia de La Push. Eu sabia que você estava lá. Contei para o papai. E mostrei a carta estranha que você deixou no meu livro.

Ela terminou e ficou encarando as mãos. Mexi em seus cabelos.

— Ei... Não fique assim.

— Não quero ser uma aberração Edward. – ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Ei, você não é.

— Vovó Elizabeht disse que todas as mulheres da nossa família são assim. Sensi...

— Sensitivas. – completei

— Isso. Não quero ser. Tenho medo.

A abracei. Isso explicava muita coisa. Rose sempre ligava para a vovó, não gostava nem de passar em frente ao cemitério. E não gostava de ir ao Shopping no fim de semana, lotado de mais ela dizia com uma careta.

— Você é maravilhosa. –sussurrei em seus ouvidos.

— Vovó também diz isso. –ela riu um pouco.

— Você... Já viu alguém... Que já morreu? – perguntei

Ela ficou seria.

— Não exatamente... É mais uma sensação. Os espíritos que estão por aqui, nem sempre são bons. Pode-se dizer que os vejo, se eles querem ajuda para passar. Porem vovó disse que ainda sou muito nova, melhor ignorar todos.

—Eu acho que vi um. – falei serio. Ela arregalou os olhos.

— Você também é sensitivo?

Então contei a ela como vi a Bella no penhasco.

— Eu não acho que ela esteja morta... Vamos falar com a vovó. – ela saiu correndo para o quarto da avó.

— Rose! – a gritei seguindo- a

Ela entrou no quarto sem bater. Vovó estava se recuperando de um infarto. Não havia sido nada serio, ela dizia. Porém teve que colocar uma Ponte Safena.

— Vovó. –Rose sussurrou a sacudindo um pouco.

— Deixe a vovó descansar. Reclamei em um sussurro

— Já estou acordada. – dona Elizabeth abriu seus olhos verdes. – Edward, querido. Que bom que se sente bem para levantar.

 -Estou bem. – e era verdade. Às vezes me sentia um pouco fraco... Mas nada fora do comum.

— Vovó Edward acha que a Bella esta viva também! – Rose disse animada.

— Eu não disse isso! – reclamei

— Edward, filho, você a viu?

Então relatei. Quando terminei, vovó tinha os olhos marejados.

— Eu andei cada sentimento daquela praia. Conseguia senti-la sabe? Mas não conseguia atraí-la... Era como se algo interferisse. Então entendi... Ela estava do nosso lado do véu. Porém... Não conseguimos achar seu corpo para junta-los, e a coitadinha está tão fraca...

— Ela esta há seis meses desaparecida. – falei – como pode acreditar que o corpo...

— La Push é um lugar de magia Edward. Toda essa cidade é. –ela disse seria.

— O Jeito como ela falou com você... Nunca consegui capilar mais do que um pouco da energia dela. O tempo dela deve estar se esgotando. Você precisa encontra-la.

— Como? – falei apavorado. Eu tinha aquela sensação borbulhante dentro de mim... Uma inquietação. Mas eu não sabia o que fazer.

— Você tem que voltar a La Push.- Rosalie falou como se fosse óbvio.

— Pegue meu carro. Seu avô e seu pai estão na cidade. Ninguém irá notar.

— Eu fico com a vovó. – Rose disse. Eu estava tentado a chama-la como apoio.

Assim, peguei o carro de vovó Elizabeth e segui para La Push.

(...)

Eu me sentia um completo idiota ao estacionar na base do penhasco e continuar meu caminho a pé. A tarde já avançava para seu fim, e se eu não me apressasse teria que me virar no escuro.

Fui até o espaço aberto onde a encontrei pela primeira vez.  O vento ali estava forte. Como faria para encontra-la?

—Perdido de novo? – sua voz veio de trás e mim.

— Bella. – sussurrei tentando controlar meu choque. Ela estava com a mesma roupa, porém agora suas roupas estavam um tanto molhadas. O sorriso era aberto.

— O que faz por aqui, forasteiro? – ela perguntou divertida.

— O que você faz aqui, Bella? – falei de vagar. Isso teve o efeito que eu esperava. Ela olhou em volta parecendo perdida.

— Jake. – sussurrou. – Jacob e eu iremos pular do penhasco hoje! – ela disse feliz.

— Não é um bom dia para pular. – sussurrei olhando bem seu rosto. Ela ficou assustada.

— Tem razão... Está ventando muito... Jessica nem quis surfar. - ela sussurrou e colocou uma mão na boca. A expressão apavora.

— Bella... Onde você está? – perguntei me aproximando.

— Estou com você - ela me olhou em duvida.

— Não Bella... Você pulou. Não consigo te encontrar.

Onde você esta- repeti.

 Isso teve o efeito desejado. Ela ficou mais apavorada. Olhando em volta com desespero. Parecia que não me enxergava mais.

— O mar está muito agitado, Jake... Não quero pular. – gemeu fechando os olhos. Lágrimas corriam por seu rosto. Eu queria me aproximar. – Não... Não quero... Por favor...

— Bella, onde você está? – repeti

— Ele me empurrou. - ela gritou me olhando. – ele me emburrou rindo Edward! Ele não acreditou em mim!

Acho que eu só estivesse com um medo bobo...Tem muita agua agora, eu tô com frio...

Sua pele começou a ficar cinza de novo. Suas roupas pareciam mais molhadas. Em volta de seus olhos estava roxo com hematomas.

— Me diz onde você está que eu vou te ajudar. – mas ela não me ouvia mais. Estava sacudindo a cabeça e sussurrando palavras desconexas.

Tentei me aproximar, mas o corpo dela começou a emitir uma luz branca.

Ela correu descendo o penhasco.

— Bella! – a gritei. O por do sol estava cada vez mais próximo. Corri a trás dela. Ela o correu pela praia pegando o caminho das rochas. As ondas estavam batendo com força, mas a segui mesmo assim. Logo fiquei molhado. Então ela parou entre duas pedras grandes. Eu tentava me segurar nas rochas para que as ondas não me levassem. Ela me olhou.

— Me salva. – sussurrou desaparecendo.

Andei mais um pouco e minha mão entrou numa abertura entre as pedras. Espremi meu corpo para passar. Ali, havia um minúsculo espaço de área, agua até meus joelhos e era bastante escuro.

Então minha visão ganhou foco e eu a vi. Creio que o fato dela reluzir um pouco ajudou.

O corpo de Bella Swan estava jogado de qualquer jeito contra a pedra da pequena caverna. Seus cabelos molhados e longos, sua pela acinzentada. Eu comecei a chorar.

 Havia encontrado seu corpo.

Eu me aproximei um pouco mais e seu corpo começou a emitir uma luz mais forte. Na sua mão havia uma faca. Uma faca artesanal que julguei ter sido feita por algum indígena dali. Superando meu medo, coloquei uma mão em seu rosto frio. Surpreendi-me quando percebi a pela ainda macia e... Respiração! Seu peito subindo e descendo de forma franca.

— Bella! – eu a chamei emocionado. A peguei em meus braços. – você vai ficar bem, eu prometo. –sussurrei

Ela abriu os olhos.

— Edward?- sussurrou fraca.

—Shi... Eu vou te tirar aqui. – falei com segurança. Ela fechou os olhos de novo.

Então tudo se tornou um tanto confuso. Eu precisava sair para pedir ajuda, porém tinha medo de deixa-la só e ela sumir. Quando fui à frente da caverna as ondas milagrosamente haviam acalmado. Se eu suportasse o peso de Bella, poderia tirá-la dali. Quando voltei para seu lado, firmei seu corpo junto ao meu. Ela esta incrivelmente leve.

— Eu vou tirar você daqui. –falei. E estaquei. Na saída, estava parada uma mulher. Ela tinha a pele de Jacob, os cabelos longos e incrivelmente pretos. Suas vestes lembravam-me as roupas indígenas antigas. Ela sorria para mim.

—Vá. Não poderei controlar a maré por muito mais tempo.

E então desapareceu. Com dificuldade, sai com ela dali. Não me pergunte como eu consegui , quando me lembro daquele dia, um borrão confuso toma essa parte. Quando enfim cheguei a área, ofegando e completamente molhado, a noite tinha caído.

— Você vai ficar bem. –sussurrei para ela. Sua respiração era fraca.

— Socorro! – gritei. Aparentemente não havia ninguém por perto.

— Socorro! – gritei. Minhas pernas tremiam. Eu não conseguiria levantar.

— Ei cara! Ai meu Deus! É a Bella! Paul chame ajuda! – uma voz próxima.

— Ei cara! Consegue levantar?

— Sim. – sussurrei me sentando. Peguei a cabeça de Bella e coloquei em meu colo.

— Eu sou Embry, meu amigo Paul foi buscar ajuda. – explicou

— Obrigado. – falei

— Não por isso. Como a achou?

—Entre as rochas... – tentei falar. Eu estava muito fraco.

— Onde achou essa faca? – ele disse com espanto.

Notei que de alguma forma a faca que antes estava na mão de Bella, estava ao nosso lado.

— Estava com ela.

Ele a pegou com espanto.

— Se não me engano, essa faca pertenceu a terceira  esposa.

— Terceira Esposa? – perguntei um tanto aéreo.

— Sim. Nossa lenda conta que ela salvou a aldeia dos bebedores de sangue, quando se matou. Com essa faca. A Terceira Esposa era dotada de magia e sabedoria.

— Bebedores de sangue? – sussurrei

— Seu povo os chama de vampiro. Ela usou o próprio sangue para distrai-los tempo o bastante para que seu marido e chefe da aldeia pudesse matar o bebedor de sangue.

Eu ouvia a explicação dele só em parte. Estava com a maior da minha concentração na respiração de Bella, com medo de que cessava.

Não demorou muito e os paramédicos chegaram.

Logo a pegaram e começaram a trabalhar nela. E em mim. Eu não estava respirando muito bem.

(...)

Eu precisei de uma transfusão de sangue. Dona Esme chegou apavorada ao Hospital enquanto eu recebia minha bolsa. Nenhuma enfermeira me dava noticias de Bella, eu só ouvia seus sussurrou de ‘’ é um milagre’’ ‘’depois de seis meses’’’os médicos não sabem com ela estava viva. ‘’ ‘’parece que não sofreu trauma algum’’’só um pouco desidratada’’

 

Mamãe só falava em com eu era louco por me colocar em perigo.

— Eu estou bem- falei pela milésima vez.

— Você não pode me culpar por estar preocupada com você. Logo agora...

— Logo agora o que?

— Seu pai me contou que ele te falou da sua provável irmã. – ela disse com calma.

— O exame de DNA saiu. Ela é mesmo sua irmã.

Nossa.

— Eu... Eu não seu o que dizer. – falei

— Você vai ficar bem, Edward. – Esme me abraçou.

— Mãe, eu preciso vê-la. – falei. Uma irmã... Que eu não tinha lembrança alguma.

— Você verá. Ela esta vindo para cá. Ela viria antes, estávamos juntos em Seattle, mas eu tive que vir na frente... Enfim. Alice é uma moça adorável.

Alice... O nome provocou uma onda de arrepios positivos em meu estômago.

(...)

Levou dois dias. Dois malditos dias para que os médicos permitissem que eu a visse. Eu continuava no hospital, sem receber alta, já que meu sistema imunológico havia baixado. Não reclamei muito já que ela estava perto. Meu pai disse que o pai dela estava em choque ainda. Poucas pessoas podiam vê-la já que isso estava gerando uma fama que ela não gostava. Os olhos do mundo todo se voltaram para Forks, onde uma jovem de dezessete anos havia sobrevivido seis meses dentro de uma gruta.

Carlisle me contou que os médicos não sabiam explicar. Ela havia perdido peso, de 51kg que ela tinha antes, agora estava com 31kg. Porem estava viva, e todos os órgãos funcionando. Para não usar a palavra ‘’milagre’’ os médicos diziam que ela estava num estado de coma vegetativo, onde o corpo dela de alguma forma conseguiu manter-se funcionando.

O único trauma era um corte na lateral da cabeça, que mesmo assim não era profundo. A memória estava intacta, ela se lembrava de tudo até o dia do acidente.

— Oi Bella. – meu pai disse entre abrindo a porta dela. – meu filho deseja vê-la. Tudo bem?

— Claro. Entrem. – sua voz era clara.

Eu entrei, com todo o corpo tremendo. Ela estava sentada, encostada na cabeceira da cama. Estava pálido, porem não era fantasmagórico como antes. Seus cabelos castanhos estavam bem penteados em volta do rosto bonito. Só agora pude perceber seus ossos salientes.

— Vamos deixa-los. – a mulher que estava ao seu lado, julguei ser sua mãe, disse. Ela saiu com Carlisle.

— Ela deve gostar de você – Bella disse pra quebrar o clima de silencio no quarto.

— Por quê? –sussurrei ainda chocado com sua imagem.

—Ela não saiu do meu lado desde que abri os olhos. – Bella disse. – Ela foi embora, sabe? Quando eu tinha 12 anos ela se mudou.

— Por que não foi com ela? – perguntei chegando mais perto.

—Gosto daqui. – ela deu de ombros.

Não resisti. Aproximei-me mais e peguei sua mão. Tinha muitos fios ligados a ela.

—Eles estão me alimentando todo o tempo. – ela esclareceu

— Tenho que ganhar peso. O medico disse que eles deveriam me induzir ao coma para me alimentar, mas tinham medo de me colocar para dormir de novo. – explicou

— Estão certos. Prefiro você acordada. – falei.

— Edward... Meu pai disse que você me achou. Obrigado. – olhei bem em seus olhos. Ela não se lembrava de mim.

— Não foi nada de mais.

— Meu pai disse... Que eles me procuraram por meses. Como você me achou? – ela me olhou perdida.

— Já ouviu falar em destino? – falei sorrindo. Um no se formando em minha garganta. Ela sorriu.

— Eu conheço sua avó. Ela sempre me disse que eu deveria conhecer o neto dela. Você é mais bonito pessoalmente. – ela disse corando.

Eu passei o resto da tarde ali. Tiveram que trazer minha comida para o quarto dela. Bella não se lembrava de nada depois de ter sido empurrado por Jacob do penhasco. E ela me fez jurar que não contaria a ninguém que o ‘’amigo’’ a havia empurrado. Ela não se lembrava de ter me visto no penhasco e de ter me levado ao lugar onde estava. Eu não falei nada. Para ela nosso primeiro encontro foi naquele quarto de hospital.

Ela achava que eu havia salvado a vida dela, mas ela salvou a minha e m ajudou a salva-la.

Nova York 2016

 

— Ei... Você esta muito disperso hoje. – Bella comentou sorrindo dando uma mordia em sua rosquinha.

— Só lembrando quando nos conhecemos.

— Na área da praia em La Push ou no hospital? – ela disse de boca cheia.

— Os dois. – sussurrei pegando suas mãos e beijando.

Como eu amava aquela mulher. Nunca falei que ela impediu que eu acabasse com minha vida.

Ela era tudo pra mim. Depois que ela saiu do hospital, nós ficamos cada vez mais próximo. Minha irmã Alice me salvou do câncer. Bella voltou para escola e eu também. decidi morar com meus avós para estudar com ela. Começamos a namorar. E nunca mais nos largamos. Hoje, quase onze anos depois, eu sempre me lembrava de como a conheci, num domingo nublado, de como a magia e a realidade se confundiram e ela pode estar viva, sã e salva para     que pudéssemos ficar juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigado por lerem até o fim!

caso queiram me presentear com um review ficarei muito feliz ♥

Isso é tudo pessoal! sei que ficaram muitas pontas soltas, por isso não marquei como concluída. se vocês quiserem mais... me digam. Quem sabe poderia ser uma fanfic?

E então? gostaram? >

01/09/2016 a one virou fic https://fanfiction.com.br/historia/706729/Remember/ quem quiser, passa lá :) bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Remember Sunday" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.