Tudo Acontece em Spring High School escrita por Cocotinha Motherfucker


Capítulo 1
Garotas de Minnessota não sabem se vestir


Notas iniciais do capítulo


Essa fic coloca todo mundo debaixo do mesmo teto: a escola Spring High School. Tem inspiração nos melhores filmes já feitos tipo: Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões, Carrie a Estranha, Admiradora Secreta e mais um tanto de carai dos anos 80.
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Molly Ryans odiava apresentações em público. Apresentar-se a si mesma então? Melhor passar por um pelotão do fuzilamento, mas era praticamente isso que estar ali em cima do tablado da sala de Matemática, representava nesse momento.

“Vamos querida, não temos o dia todo” Katherine Perry, a professora peituda usando um vestido dominado por rostos de gatinhos sorriu e piscou seus enormes cílios postiços com camadas e mais camadas de máscara de cílio colorida.  Até nisso Portland era o total oposto de Minessota: lá as professoras usavam óculos fundo de garrafa, saias abaixo do joelho e não se vestiam como dançarinas de cancan que estavam compensando a infância depois dos trinta com roupas de estampas infantis.

“Meu nome é Molly, tenho dezesseis anos e...me mudei  de Minessota com meus pais para Portland no último verão"

Parecia a personagem de um filme da sessão da tarde falando. Seus colegas olharam totalmente desinteressados para ela. Viu até alguém bocejar da última fileira. Nossa, como era fracassada. Mesmo com seus cabelos ruivos, suas sardinhas autênticas espalhadas graciosamente pelas bochechas, Molly Ryers era tão interessante quanto um pão amanhecido. Faltava-lhe sexy apell.

“Ah! Isso explica esse sotaque feio da porra. Mas e a roupa? Todas as garotas  em Minessota também se vestem como se estivessem nos anos 80?”

Gargalhadas estridentes ecoaram pela sala e Molly sentiu suas bochechas ficarem vermelhas, olhou para os próprios pés, encarando a pontinha dos seus tênis Keds de Poá que faziam par e tanto com as meias amarelas. “Droga. Não é que esse filho da puta tem razão? Sou o retrato perfeito da garota estranha que entra na escola nova para ser zoada”. Pensou, ainda envergonhada, mas mesmo assim procurou o autor daquela declaração tão infeliz quanto verdadeira.

“Quem disse isso?” Molly  apertou os punhos e venceu sua miopia para procurar seu algoz entre os coleguinhas de classe que agora pararam de rir e se encaravam assustados. Surpreendeu a todos: ela poderia até parecer o personagem de um filme da sessão da tarde, mas seguramente não era a garota feia, antissocial e que aguentava as merdas dos outros alunos.

Ela era a garota feia, antissocial, mas que enfrentava seus problemas cara a cara. Rará.

“Fui eu, Justino Bieber. Prazer. Ou se preferir, pode me chamar de seu pior pesadelo.”

A frase despeitada saiu do fundo da sala, mais especificamente de um garoto que se sentava sozinho, a outra cadeira mais próxima estava há metros de distância do infeliz.  Ele intimidava. Cabelo tingido de loiro, como de um rapper convencido,  tatuagens pelos braços e várias argolas no rosto, inclusive brincava com uma delas, a que enfeitava o canto do seu lábio inferior enquanto olhava debochado para Molly e sorria com escárnio. Estava tão confortável no seu lugar que as pernas esticadas despontavam para fora da cadeira e revelavam a ponta de suas botas militares sujas de barro e aparentemente, sangue humano.  

“ Com essa cara cheia de alfinete não me espanta se eu quiser te chamar de meu pior pesadelo, moleque.” Molly disse em voz alta o que de fato achou que ficaria apenas em sua mente na forma de um pensamento.

Todos riram da cara de Justino. E Molly cruzou os braços toda altiva. Estavam empatados e isso certamente já faria com que qualquer outro idiota metido a valentão não ousasse enfrentá-la”

“Molly! Isso é jeito de uma mocinha falar? E Justin! Não me obrigue a te mandar para fora pela segunda vez essa semana. Dá próxima vai ser detenção.” A professora Katy exclamou horrorizada.

Ao que de repente, as portas se abriram quase que automaticamente para que três garotas caminhassem em câmera lenta, com cabelos esvoaçantes como se ventiladores ambulantes estivessem mirados diretamente para elas. O buchichinho começou rápido  pela sala. Um garoto quase caiu da cadeira e o queixo de outro quase bateu nos joelhos. A que ia a frente era loira, bronzeada,  incisivos frontais grandes e brancos a mostra em um sorriso diabólico como de uma psicopata. Estava com um tomara que caia que exibia os ossos da sua clavícula, uma saia branca que contrastava com o dourado de sua pele. Carregavam bolsas daquelas que apenas patricinhas endinheiradas usam e que o Greenpeace seguramente desaprovaria, com penduricalhos ridículos e exagerados.

As outras duas garotas não tinham o brilho da primeira, não que fossem feias, longe disso, mas a forma como estavam distante um passo atrás da loira, e o jeito que a encaravam. Claramente, sabíamos que eram as abelhas operárias, quando a verdadeira rainha era a loira bronzeada. Uma tinha aparência latina, Molly lembrou de sua mãe dizendo que viviam tempos perigosos em que os latinos estavam abandonando seus postos de camareiras e frentistas de postos para estudar com a elite branca americana.

A garota latina tinha lábios carnudos e lambuzados de gloss, olhos semicerrados e puxados como o de um felino selvagem, cabelos escuros e sedosos com a quantidade ideal de volume para que fossem considerados sensuais e não os de uma menina desleixada. Usava um microshort e plataformas gigantes que acentuavam as pernas e uma camiseta com a estampa Jack Daniels cuja manga caia de um dos ombros . A terceira parecia um bicho do mato. Roupas pretas, batom roxo, cabelão enrolado na cara. Que coisa uma menina daquele tipo ser amiga das outras duas. Não tinham nada a ver.

“Isso são horas de chegar, senhoritas?” Professora Perry perguntou com uma ligeira irritação.

“Eu chego a hora que eu quiser, sua louca. E quem é essa pateta parada na frente da sala?”  A loira perguntou, um charme.

Molly ficou quieta, mas se aquela piranha achava que ficaria por isso mesmo estava enganada.

“Tayla Swift! Calada e vá para seu lugar. Agora!” Professora Perry esgoelou.

“Aff. Isso tudo foi porque peguei seu marido no vestiário?”  Taylor falou baixo, e suas abelhas operárias riram em concordância. Como Molly estava bem próxima, apenas ela escutou. 

“O que você disse?” a professora perguntou desconfiada.

“Que já estou indo para meu lugar.” Taylor mentiu.

As três caminharam com rebolados excessivos ignorando os gracejos de garotos. A professora Katherine Perry estava vermelha de raiva como aqueles desenhos animados. Molly lançou um olhar de súplica para Senhora Perry e a mesma deu um aceno para que a garota voltasse para seu lugar.

“Abram na página 137 da apostila.” A professora disse, já se recompondo. Todos atenderam, menos Justin que estava montando um castelo de cartas em cima da sua mesa toda vandalizada com desenhos de genitálias. Ele pegou Molly olhando e deu uma piscadinha, a garota rolou os olhos e virou para o lado oposto da sala, onde as três retardatárias tinham se sentado bem próximas, exibindo seus fichários mais caros da tilibra e ostentando canetas marcatexto de todas as cores do arco-iris.

“Aff. Quem são essas vadias, hein?” Molly disse baixo olhando para as três enquanto a latina lixava as unhas.

“Ah aquelas lá são sangue ruim.” Uma voz baixinha sussurrou.

Molly se virou e deu de cara com uma garota morena, vestida como uma nerd virgem viciada em clichês românticos, cujos cabelos estavam presos em uma bela trança que terminava abaixo da cintura. A menina acenou empolgada para ela.

“Que?”

A nerd romântica continuou:

“A loira de ossos salientes é a Tayla Swift, chefe do esquadrão. As outras são suas fieis escudeiras: a morena sexy é Serena Gomez e aquela com ares góticos é Ella Lordeana”

“Ah. Entendi! Achei que esse tipo de vadia só existisse em filme.”

“Rárá! Você é engraçada. Prazer. Sou Ariane Botega Grande, mas pode me chamar de Ari”

“ Prazer, Molly. Mas pode me chamar de... ahn... Molly.”

 “Ah. Puxa. Obrigada, você é gentil. As pessoas aqui não costumam ser legais comigo”

“ Nem imagino porque”. Molly disse depois de olar diretamente para o aparelho freio de burro na boca da menina e analisando a armação antiquada dos óculos da garota. E quem é aquele mau-elemento cria do capeta que implicou comigo assim que pisei na sala?”

O rosto de Camilla foi tomado por algum tipo de medo mortal, como se o garoto fizesse parte de uma seita para matar filhotinhos de lulus da pomerânia, ou roubasse o lanche dela no ensino fundamental.

“Shiii. Não olha para ele! Se ele ver que está olhando, vai te perseguir na saída.”

“Haha. Não tenho medo, se ele se engraçar, puxo aqueles alfinetes que ele tem preso na beiça.” Molly disse toda destemida, Ariane ficou admirada com a coragem da nova amiga, seus grandes olhos castanhos arregalados por trás das lentes bifocais

“Aquele ali é Justino Bibber. O maior arruaceiro de Springs High School. Ele gosta de por apelidinhos na geral. Se te notar, vai arrumar um para você, então evita.”

 Na verdade Molly adoraria saber o que esse cara de alfinete pensaria de apelidinho para ela. Então o barulho do que parecia ser um gato sendo escalpado vivo ressoou na sala: era o sinal de que a aula tinha acabado. Dona Catarina Perry tentou, sem êxito, passar uns avisos finais para os alunos que começaram a juntar suas coisas e sair desesperados da sala.

“Eu tenho aula de  Ensino Religioso com ênfase em métodos contraceptivos aprovados pelo cristianismo agora, e você?”  Ariane perguntou.

Molly abriu seu fichário velho e conferiu no papel:

“Geografia.”

“Afff odeio Geografia e odeio os Estados Unidos.” Ariane respondeu.

“Que?”

“Nada não. A gente se vê.”


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Notas finais do capítulo

Vou exigir que comentem sim, que favoritem sim e que deem nota para eu continuar a história siiiiiiim pq eu sou ariana com ascendente em leão e lua em gêmeos.

Até o próximo (se alguém tiver lido essa merda aqui.)



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