Homem-Aranha: O Legado escrita por Wellington Junior


Capítulo 1
Fardo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, esse é o primeiro capítulo da fic e espero que gostem.



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Alguns anos atrás, Peter Parker, o Homem-Aranha original, conseguiu descobrir a fórmula da substância contida no veneno da aranha que o picou há muito tempo através de diversas pesquisas. Ele contou com a ajuda do brilhante Doutor Edward Nolan, geneticista e uma das maiores mentes da atualidade. A aranha em questão era geneticamente modificada e o veneno que ela produzia, contia uma substância especial que desencadeava as Super Habilidades. Analisando a fundo as substâncias contida no veneno, Peter e Edward chegaram à conclusão de que era perfeitamente possível recriar todo o processo em laboratório. Foi constatado que qualquer pessoa que fosse picada no lugar de Peter, iria adquirir as suas habilidades: Super-Força, reflexo, resistência, agilidade, equilíbrio, velocidade sobre-humanas, aderência física e um sentido de aranha, uma espécie de sentido precognitivo que o avisa quando está ameaçado. Isso anulava qualquer possibilidade dele ter sido o "escolhido", não, ele não era um caso especial.

No entanto, como uma substância dessas poderia dar todas essas super habilidades para uma pessoa sem qualquer tipo de efeito colateral? Por que ela era totalmente compatível com qualquer DNA humano? É nesse momento que eles chegam à conclusão de que a resposta para todas essas perguntas estava na fórmula recém descoberta. Existia uma espécie de algoritmo genético, com ele era possível descobrir a solução para "Burlar" qualquer tipo de efeito colateral e fazer com que o veneno da aranha, fosse compatível com qualquer pessoa, com qualquer DNA. A substância automaticamente se adaptava ao DNA da pessoa em questão, era algo extraordinário. Para isso ocorrer, era preciso alterar a estrutura da substância e adicionar uma amostra do DNA da pessoa.

Porém, e se ele não quisesse usar o veneno da aranha? E se Peter e Edward quisessem desenvolver uma substância que quando injetada no tecido muscular o estimula, fazendo a pessoa em questão adquirir Super-Força? Eles poderiam, se quisessem. Seguindo todo o procedimento estabelecido na fórmula, essa substância se adaptaria a qualquer pessoa, assim como o veneno da aranha.

E então, ambos percebem que desenvolveram um método para criar substâncias que dariam Super Habilidades para qualquer pessoa. Ao mesmo tempo que isso era maravilhoso, era terrível. E se isso caísse em mãos erradas? Essa fórmula deveria ser guardada a sete chaves, principalmente quando Morgan, um Doutor que recentemente foi preso, responsável por comandar um projeto ilegal de experiências em humanos na sua empresa, é o único a conseguir escapar, levando consigo inúmeras pesquisas e substâncias perigosas. Com toda certeza , Morgan iria atrás dessa fórmula se ficasse sabendo de sua existência. Porém, Peter sabia que agora possuía a possibilidade de finalmente deixar de ser o Homem-Aranha. Ele poderia criar uma substância para anular as suas super habilidades e viver uma vida normal com a sua família. Seria o certo a se fazer? Ele não estaria se ausentando de continuar exercendo a diferença que ele pode fazer no mundo propositalmente? Peter achava que ao fazer essa escolha, ele estaria traindo seu Tio Ben. O Homem que o criou e que ensinou a lição mais valiosa de sua vida.

Após a misteriosa morte de Edward Nolan, quaisquer que fossem os planos em torno dos benefícios que essa descoberta poderia trazer são deixadas de lado. Por ter perdido seu principal companheiro nessa pesquisa, Peter decide esquecer tudo isso. O medo de colocar sua família em risco também pesou em sua decisão. O perigo de alguém tomar conhecimento da fórmula não poderia ser ignorado de forma alguma, especialmente quando estamos falando de Peter Parker. Afinal, o trauma causado pela morte de Gwen Stacy vai estar sempre ali, o atormentado para lembrá-lo de pensar mil vezes antes de pôr em risco a vida daqueles que ama.

“Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. Esta frase foi dita por Ben Parker há muito tempo e Peter iria levá-la consigo pelo resto da vida. É a sua grande lição e o verdadeiro motivo para fazer o que ele faz. O Homem-Aranha é o protetor de Nova York, já fazia tempo que essa cidade não era conhecida por suas inúmeras peculiaridades, e sim por causa do amigão da vizinhança.

Peter Parker era o Homem-Aranha desde os 15 anos. Agora, aos 40, formou uma família com Mary Jane. Sua filha, Melissa, era ruiva como a mãe e possuía pequenas sardas em seu rosto.

Ultimamente Peter tem alimentado muito a ideia de deixar de ser um Super-Herói para finalmente aproveitar sua família e o crescimento de sua filha. Atualmente, ele estava longe de ser o único Super-Herói no mundo e cada vez mais, Peter sentia que poderia se aposentar e curtir sua esposa e filha. Pensar no Tio Ben era inevitável, mas Peter sabia que fez a diferença durante todos esses anos e não queria morrer sem passar mais tempo com sua filha. Além disso, Peter não pretendia deixar de agir como o Homem-Aranha e ficar de braços cruzados, ele ainda iria exercer a diferença que ele sabe ser capaz de fazer, mas de outras formas. Ele é um cientista renomado, conhecido pelo mundo todo; as indústrias Parker eram uma das maiores do ramo da tecnologia. Peter finalmente possuía uma situação financeira mais do que confortável, apesar de não gostar nada de fazer parte da “Alta sociedade”, não, isso não combinava com o Herói do povo e da massa. Peter foi criado pelo seu Tio Ben e Tia May, trabalhadores comuns e que viviam uma vida simples. O fato de ser dono de uma empresa milionária não fez com que Peter perdesse suas origens humildes, na verdade essa era uma das suas prioridades, criar Melissa com os mesmos valores que ele aprendeu durante a vida com seus tios.

 

Casa dos Parker — Upper East Side, Nova York

Alguns dias se passaram e finamente a filha de Peter, Melissa, iria começar  o ensino médio (High School). Ela estava na sua cama e então o despertador tocou, Melissa abriu os olhos bem devagar e levou um susto. Achou que estava atrasada.

— Melissa olhou desesperadamente para o relógio, mas logo se tranquilizou; tinha conseguido acordar a tempo. – Ainda bem que não estou atrasada, hoje é um dia muito especial.

Melissa se levantou com calma e começou a arrumar sua roupa de cama. Ela estava com um pijama todo florido. Antes de descer para tomar café, ela se olhou no espelho para conferir se tinha algo de errado com a sua aparência. Quando estava terminando, olhou pra janela, que ficava do lado de seu espelho.

Da janela de Melissa, dava pra ver a casa de Nathan Nolan, que era seu melhor amigo e, assim como ela, tinha 14 anos. Dali, Melissa conseguia avistar Kate, a irmã menor de Nathan de 10 anos , ela abriu as janelas e o garoto simplesmente pegou o travesseiro e cobriu o seu rosto por causa do sol. Logo depois, Kate pegou uma panela e começou a bater nela com uma colher de pau. Com isso, Nathan se sentou na cama e gesticulou para a irmã, dizendo que já iria descer. Melissa estava vendo tudo aquilo e quando acabou ela deu uma pequena risada com a mão na boca.  Esse idiota… já ia se atrasar - Pensou Melissa com um olhar de admiração e um sorriso.

Ela desceu, escovou os dentes e, ao chegar na cozinha, se deparou com sua mãe, Mary Jane, arrumando a mesa para o café da manhã.

 

Bom dia, mãe.— Melissa abriu a geladeira e pegou uma garrafa de água. Ela olhou mais uma vez em volta da cozinha, como se estivesse procurando alguém — O papai já acordou?

Mary Jane parou de fazer o que estava fazendo e encarou a mesa com uma expressão tristonha. Melissa já tinha entendido o recado, seu pai não estava em casa.

Eu já devia imaginar... – Melissa caminhou em direção a escada

Filha, espere, não vai tomar o seu café? – Perguntou MJ.

Melissa continuou subindo as escadas sem olhar para sua mãe – Não, estou sem fome, vou me aprontar pro colégio. MJ ficou preocupada com sua filha, ela sabia que Melissa queira que Peter estivesse presente nesse dia. A garota entrou no quarto e começou a escolher a sua roupa. No entanto, Melissa estava chorando. Um choro silencioso, um choro de uma pessoa que já se acostumou com aquele tipo de situação recorrente. Melissa se sentou na cama enquanto dobrava a peça de roupa que separou. As lágrimas caiam mas ela continuava normalmente a sua rotina e se preparou para o banho. Melissa colocou uma toalha e pegou o celular.

Hey, você vem?Ela digitou uma mensagem e enviou. – Mais umas vez você não está comigo em um momento especial, pai. – Pensou Melissa.

 

Casa dos Nolan

Ao contrário da casa dos Parker, a casa da família Nolan não era tão luxuosa. O quarto de Nathan era como o quarto de qualquer adolescente da sua idade. Era um pouco bagunçado, com algumas roupas jogas no chão e caixas de pizza no canto. Nathan estava dormindo em sua cama com uma camisa branca simples e samba canção. Ele era um rapaz moreno claro, com cabelos negros e um corte americano com o volume da parte de cima sendo um pouco maior do que o normal. Uma garota com as características parecidas com a de Nathan, com exceção do cabelo, e aparentando ter 10 anos entra no quarto. Era sua irmã. Ela estava segurando uma panela e uma colher.

Nath, acorda – Ela o balançava – Ei Nath, vai se atrasar pra escola no primeiro dia.

Percebendo que era inútil, a garota começou a bater com a colher na panela. Nathan levou um susto mas não acordou. Quando viu que era sua irmã, pegou o travesseiro e cobriu a cabeça.

Kate, eu já vou descer, já pode parar com esse barulho!

Então se apresse, meu pai está reclamando de você já de manhã. – Ela avisou enquanto saia do quarto.

Nathan se virou na cama e passou a encarar o teto com uma expressão tediosa e sem vida. Ele estava completamente desmotivado. Kate descia as escadas enquanto seu pai, Hudson, estava no sofá lendo o jornal e sua mãe, Kristine, preparando o café da manhã na cozinha. Hudson percebeu que Nathan ainda não havia descido 

— Kate, seu irmão não acordou?

— Acordou sim, mas ainda está no quarto – Ela respondia e sentava na mesa da cozinha para tomar café. A sala ficava bem em frente. Hudson se levanta e se dirige até o quarto do filho. Kristine olha por cima do ombro, como se já estivesse acostumada com essa situação.

— Quem está com fome? – Ela pergunta para Kate enquanto prepara a mesa.

Hudson entra no quarto de Nathan e se depara com o garoto ainda escovando o dente lentamente no banheiro. 

— Se você continuar desse jeito, não vai muito longe na vida. – Ele pega uma camisa jogada na cadeira da mesa do computador e joga no chão. — Esse quarto está imundo, não vai fazer nada quanto a isso?

Nathan termina de escovar o dente e se dirige ao Guarda-roupa para se arrumar. Ele não estava dando tanta atenção para o seu pai  Essa foi a maneira que você escolheu pra evitar o verdadeiro assunto que deveríamos estar conversando? 

Hudson cruza os braços e respira fundo — Não tente mudar de assunto, você sabe muito bem do que estou falando. As suas notas estão caindo, Nathan. Hoje é o seu primeiro dia de aula no ensino médio e já está quase atrasado.  Você é um garoto inteligente, assim como o seu avô, possui um futuro brilhante pela frente. No entanto, se continuar preguiçoso e negligente, vai jogar tudo isso fora.

— Negligente? – Respondeu Nathan — Você está me chamando de negligente? Não é o que você faz com a sua própria família a anos? Nunca esteve presente na maior parte do tempo, vivia no trabalho, vendeu a casa do meu avô e quase todos os seus equipamentos só para arrumar dinheiro e comprar essa casa, em um bairro nobre e conseguir pagar os seus cursos pra ser tornar piloto de avião. Então não, eu não sou o negligente. – Nathan se senta na cama.

— Olha como você fala comigo, Nathan. Eu fiz todas essas coisas sim e sabe o motivo? Vocês. Preferia continuar morando no Queens? Você mora do lado da casa da Melissa, do Peter, da MJ, nossos amigos. Não vou me desculpar por querer dar uma vida melhor para a minha família.

— Eu preferia continuar morando no Queens sim. E apesar de eu gostar de morar perto da Melissa, não é como se o Queens fosse do outro lado do mundo. Você quer viver uma vida de mentira pai. Nós não combinamos com esse lugar, cheio de pessoas esnobes. O próprio tio Peter nunca se adaptou aqui, mesmo tendo ficado rico. Eu sei que as minhas notas caíram mas eu vou me formar. Entenda que não é necessário ter uma faculdade para ser bem sucedido, então não precisa se preocupar tanto assim comigo.

Hudson se levanta  Não interessa. Você precisa melhorar suas notas e o rumo da sua vida. Você vai pra faculdade e vai ter uma profissão decente, ou prefere terminar a sua vida sendo um simples vendedor de uma loja de conveniência?

— Eu não tenho vergonha de você trabalhar como vendedor de uma loja de conveniência. Não é porque sua carreira como piloto acabou que você precisa ficar nesse estado. Mesmo assim, não vamos continuar mais morando aqui certo? Agora que não temos condições

— Falaremos sobre isso depois. Agora tome seu banho e se arrume.

 

Casa dos Parker

 

A campainha tocou e  Mary Jane vai atender.

Ela abre porta e era Nathan.

Oi, tia. Melissa já está pronta?— Ela olhou pra Nathan com uma cara de negação e ele logo percebeu. – Entendo.

Pode entrar, se sentar no sofá e esperar por ela.

Obrigado

 

Alguns minutos se passaram e quando o garoto olhou pra cima, ele se deparou com Melissa descendo as escadas toda arrumada e com um aroma muito especial.  Melissa… Melissa está deslumbrante Pensou consigo mesmo.

 

Oi, Nathan! Ela o abraçou  Vamos indo?

C-claro!— Disse Nathan, gaguejando um pouco.

Mary Jane beijou Melissa e disse:

Cuidado, olhe pros dois lados quando for atravessar, não fale com estranhos e..— Quando ia terminar, foi interrompida por Melissa.

— Mamãe! Está me fazendo passar vergonha! Por favor. – Disse uma Melissa toda avermelhada.

— Tudo bem querida – Ela sorriu  Pode ir, cuidado crianças!

Pode deixar, tia , eu cuido da Melissa!— Melissa olhou para Nathan e esboçou um sorriso, sem ele perceber. Mary Jane notou a mudança de tom em sua filha, mas nada disse.

Os dois começaram a caminhar Mary Jane observava os dois da porta. Melissa conversava com Nathan.

Minha mãe é tão engraçada às vezes… Não fale com estranhos, até parece, não é? Não sou mais criança.— Nathan estava prestando atenção, mas logo deixou a garota falando sozinha e olhou para a pista onde estava passando os carros, isso porque uma criança tinha caído no meio da rua. Melissa percebeu logo depois, mas o garoto já havia visto o ocorrido.

 O garoto saiu correndo, pulou e agarrou a criança, levando ela em segurança pro outro lado da rua enquanto o carro passou raspando. Melissa pegou a mochila de Nathan que estava jogada no chão e olhou pra ele com um olhar de espanto. Todos da rua bateram palmas pra ele.

 Mary Jane enquanto correu para ver se estava tudo bem

 

Seu louco!— Disse Melissa com lágrimas nos olhos, enquanto o abraçava.

Nathan ficou sem reação. Seus batimentos cardíacos estavam muito rápidos e seu corpo bem trêmulo. Só que isso não era o que mais estava mexendo com ele naquele momento e sim a cena dos pais da criança pegando seu filho no colo e chorando de alívio;

Muito obrigado, rapaz. Eu não sei o que faria se acontecesse algo com meu filho!— Disse o pai da criança, e Nathan respondeu:

Não foi nada, senhor.

A mãe da criança abraçou Nathan e falou as seguintes palavras:

Muito obrigado por ter salvado parte da minha vida— Aquilo revirou Nathan, ele sabia que qualquer mãe se preocuparia muito com seu filho em uma situação dessas, mas agora ele sentiu na pele o que aqueles pais tinham passado. Isso era uma novidade para ele, uma sensação completamente nova. Ele se sentiu feliz e aliviado pelo pior não ter acontecido com a criança. MJ abraçou os dois e os levou para a estação de metrô.

 

Depois desse pequeno acidente, tudo já tinha sido resolvido e Nathan e Melissa foram tranquilamente para a escola. Eles andaram um pouco e pegaram o metrô. E então, Melissa disse:

Aquilo que você fez… Foi loucura.

Ela abaixou a cabeça, mas Nathan logo a levantou e falou:

Não foi, sentia que deveria fazer aquilo.

Melissa olhou para ele com uma cara de inconformação:

Sentiu? SENTIU QUE DEVERIA FAZER AQUILO?— Gritava.— Você tem ideia do perigo que correu? O que eu faria se algo acontecesse com você?— Quando Melissa terminou a frase, ela percebeu que tinha falado demais, demonstrado muito seus sentimentos e por isso virou o rosto e finalizou – Da próxima vez, pensa no que você está fazendo.

Nathan olhou para amiga, mas não disse nada; ele entendia a preocupação dela. Melissa sempre teve um pai herói, e tinha medo dele não voltar para casa. Logo, ela se preocupava demais com quem amava.

Os dois desceram do metrô e chegaram a escola. Estava lotada a porta do colégio Midtown.

 

Nathan olhou pro lado e percebeu que seu melhor amigo estava lá também, Kelvin. Ele tinha 15 anos, era muito inteligente, e um tanto quanto nerd. Era amigo de Nathan e Melissa desde crianças. Só que tinha um problema, ele estava cercado de garotos que, aparentemente, estavam zoando Kelvin.

Melissa, aquele é o Kelvin, não é? Tem um muita gente perturbando ele...— Dizia um inconformado Nathan.

Sim, é ele! Vamos lá!

Aí, esses seus óculos são muito grandes, consegue viver assim?— intimidava Bryan, capitão do time de futebol da escola e o garoto que estava mexendo com Kelvin.

Pode me devolver?— Perguntava Kelvin.

Claro, toma aqui.— Quando Kelvin estende as mãos, Bryan joga os óculos do garoto no chão e pisa. Todos ao redor vibram, e Nathan e Melissa chegam.

Ai, Bryan, poderia deixar ele em paz.— Perguntava Nathan.

… Senão?— Quando Bryan ia fazer alguma coisa, Melissa se colocou na frente. – Sorte sua que sua amiguinha se intrometeu, não bato em garotas. Vamos sair daqui galera.

Dessa forma os valentões se foram. Bryan sempre implicava com Nathan e Kelvin desde o ensino fundamental.

Kelvin, tudo bem?

— Sim, pessoal, obrigado!

Nathan e Melissa olhavam pro chão e percebem que os óculos  do rapaz estavam quebrados.

Seus óculos, e agora?— Indagou Melissa.

Eu tenho um reserva, fiquem tranquilos.

Os três foram entrando na escola e Melissa decidiu contar o ato heroico de Nathan mais cedo.

Sério? Não brinca? Esse é meu mano!— Disse Kelvin, enquanto colocava seus braços no ombro de Nathan. Kevin era negro e possuía cabelos volumosos.

 BEM-VINDOS A NOVA MIDTOWN! — Falava em um alto-falante um dos inspetores

 

Casa dos Nolan

Hudson e Kristine conversavam na sala enquanto seus filhos estavam na escola. Os dois assistiam TV.

— E então, conversou com ele? – Perguntou Kristine

— Conversei sim – Suspirou Hudson — Ele ainda está chateado comigo. Com toda certeza é por isso que as notas dele caíram. Ele anda muito avoado, preguiçoso. Tudo bem que ele sempre foi um pouco assim, mas, ele está mais perdido. Como se não tivesse um caminho. Ainda não quer ir para a faculdade

— Querido, sabemos que o Nathan nunca quis ir para a faculdade. Eu sei que você só quer o melhor para ele mas vamos ter calma. Depois de tudo que passamos e ainda estamos passando, é normal que ele esteja um pouco confuso. Quando você começa no novo serviço?

— Amanhã. Hoje vou procurar algumas casas para nos mudarmos de volta para o Queens. Talvez isso anime Nathan.

— Talvez nem tanto, morando aqui ele está perto da Melissa, do Peter e da MJ.

— É, vamos esperar então.

 

Casa dos Parker

Horas depois, Peter estava deitado na sua cama ainda com o seu uniforme de Aranha, sem a máscara. MJ abre a porta lentamente e se aproxima do marido.

— Então você chegou – Ela sorri enquanto o beija.

— Querida, não te vi aí. Você está bem? E a Melissa?

— Bem... quanto a isso, ela ficou chateada com você hoje.

— É claro que ficou – Peter leva as mãos no rosto  Como não ficaria? Eu sou um fracasso como pai.

— Não diga uma coisa dessas! Melissa te ama.

— Mas eu quase nunca estou presente nos momentos importantes. É patético, não é? Um Homem de 40 anos usando um uniforme desses. Eu não aguento mais, MJ. Preciso acompanhar o crescimento da minha filha. Eu já fiz quase tudo que podia como Aranha. Mas sempre que penso em parar, eu me lembro do meu Tio. Não sei o que eu faço. Não quero morrer sem ter passado tanto tempo com a minha filha.

MJ segura seu marido e o deita no seu colo, o acariciando — Você tem que fazer o que quer. Seu tio estaria orgulhoso de você. Com certeza ele não iria querer que você não ficasse tanto tempo com a sua filha. Ela também é uma responsabilidade, certo? Responsabilidade nossa. Você não estaria traindo seu Tio.

— Eu sei, querida. Acho que pra mim já deu. Quero cuidar mais da minha filha. Queria que meu tio a conhecesse como a Tia May conheceu, apesar dele não ter tido tanto tempo. – Peter olhou para o retrato de sua Tia do lado da cama — E o Nathan, como ele está? Tem notícias?

— Sim, está bem! Eles foram juntos para a escola como de costume. Mas Kristine me ligou hoje e me disse que ele ainda está tendo problemas com o pai. Eles vão voltar para o Queens.

— Entendo, o Hudson só quer o bem dele. Eu tentei ajudar mas não aceitaram, Kristine e ele não gostam porque acham que estão nos dando problemas demais. Quem me dera voltar pro Queens, esse lugar aqui é tão normal. Temos muita sorte de Melissa ser muito amiga do Nathan e do Kelvin, assim não temos tanto trabalho em deixá-la estudando em Midtown. Eu não quero minha filha estudando em colégios particulares. Sobre o Nathan, vou conversar com ele hoje.

— Certo! – MJ e Peter se beijam

 

                                           [...]      

Algum tempo depois, Nathan e Melissa chegam da escola e o garoto a deixa na porta de casa.

Não precisa me trazer todo dia.— Disse uma sorridente Melissa.

Faço questão!

Mary Jane abriu a porta e perguntou pra eles como foi o dia, e eles respondem normalmente. Só que Mary Jane tinha algo a falar.

Nathan, o Peter disse que quer falar com você. Ele está no laboratório, pode ir lá?— O garoto ficou confuso mas resolve ir. – Claro, tia.

Ele entrou, indo até o laboratório de Peter.

Mãe, o que meu pai quer com o Nathan?— Perguntou uma intrigada Melissa.

Não faço ideia, querida.— Mary Jane sabia do que se tratava mas não podia contar para a fiha.

E então, Nathan entra no laboratório de Peter que era enorme, contendo diversos equipamentos.

Tio Peter? Posso ajudar o senhor em alguma coisa?

— Olá Nathan, como está? – Ele o abraça — Faz tempo que não conversamos então resolvi te chamar aqui.

— É verdade, tio, faz tempo – Nathan caminhou um pouco e observava alguns experimentos do laboratório.

— Eu soube que ainda está magoado com seu pai – Disse Peter enquanto trabalhava em algo. Ele estava com um avental branco.

— Estou. É o mesmo motivo de sempre. 

— Você sabe que ele te ama. Releva. 

— Mesmo assim – Enquanto Nathan falava, uma aranha subiu nas suas pernas sem que ele notasse — Ele quer muito que eu vá para a faculdade mas, não acho que seja a minha.

— E o que você quer fazer da vida?

— Ainda não sei, tenho pensando muito nisso – A aranha chega na mão de Nathan e o pica. Ele sente uma leve dor e desfere um tapa na sua mão. Quando percebe a Aranha, Nathan fica surpreso Tio, uma aranha me picou.

Peter rapidamente se vira, corre até Nathan e o segura. O garoto estava um pouco assustado e levemente tonto  Qual é, quais eram as chances disso acontecer – Ele pensa Como essa aranha escapou?

 

Em algum lugar da cidade

Em uma outra parte da cidade, um grupo de pessoas conversavam em uma casa abandonada.

Amanhã é o dia, não é?— Disse uma pessoa, enquanto limpava algum tipo de arma.

Sim, amanhã será a última batalha. O fim do Homem-Aranha.


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Notas finais do capítulo

Então foi isso pessoal, espero que tenham gostado. Comentem, se possível, a opinião de vocês é essencial.