Love Story escrita por Fofura


Capítulo 213
CSI:Vegas ❥ Novo Laboratório, Nova Equipe


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao revival, pandinhaaas!
Acho que ninguém estava mais ansiosa do que eu hsauhsajk Eu tava doida pra postar logo os momentos fofos que apareceram e os que eu criei em cima deles ♥
Espero que gostem ^^ (Ficou grande, desculpa kkkk)
Começa agora CSI: Vegas em LS heheh ♥



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É aquilo que dizem: desconfie quando tudo está indo bem por muito tempo.

Um homem foi até a casa do aposentado capitão Jim Brass para matá-lo a mando de alguém que ele acreditava ser Lucky, um criminoso sequestrador que ele quase prendeu. Uma das vítimas dele o CSI não chegou a achar e Lucky fugiu.

Brass ligou para a única pessoa que ele conseguiu contar naquela hora. Sara, que não pensou duas vezes em viajar até lá.

Depois de deixar Warrick com o padrinho, Sara pegou a estrada bem velozes e furiosos de San Diego até Las Vegas. Sara dirigia a cem por hora quando recebeu uma ligação de Catherine. Atendeu no viva voz, seu celular estava encaixado no painel por estar usando o GPS.

— Oi ruiva.

— Sara, pelo amor de Deus, você já está a caminho de Vegas?

— Sim. Jim falou com você?

— Eu só consegui retornar a ligação dele depois que ele já tinha falado com você. Ai, ainda bem que você conseguiu ir. Eu estou muito longe, você estava mais perto.

— Na verdade, Nick estava mais perto. Está num mau humor que só ele.

— Deve estar se sentindo culpado agora por não ter atendido o Jim. Bem feito.

— Como estão Lind e as meninas?

— Sabia que iam entender porque não pude ir.- sorriu. — As meninas estão bem. Lindsey está parecendo um zumbi.- Sara sorriu. — Mas também está bem. Estou sempre de olho caso ela precise de alguma coisa. Mãe de primeira viagem, sabe como é.

— Sei bem.- mais uma vez sorriu. — Bom, Jim não me disse nada além de que tentaram matá-lo, mas isso já foi suficiente pra eu me desesperar. Gil ficou em casa, eu vou resolver isso e voltar.

— É estranho ouvir você dizer "em casa" quando eu sei que você mora num barco.

Sara riu.

— Olha, hospedei ele num quarto no Eclipse já que a casa dele agora é uma cena de crime. Vai ser mais seguro pra ele ficar lá até tudo ficar bem e o caso ser resolvido. Fiz o mesmo com você. Seus quartos são iguais, um do lado do outro. Estou te mandando os números.

— Cath, não precisava.

— Eu sei que poderia ficar na sua casa com Rayle, mas é melhor prevenir, vão estar mais seguros. Além do mais, você vai amar a suíte.

— Você não tem jeito mesmo.- balançou a cabeça sorrindo. — Obrigada.

— Me liga assim que chegar lá. Jim disse que está bem, mas o conheço há anos, não acreditei.

— Pode deixar. Dá um beijo nas crianças.

Despediram-se e Sara manteve o pé no acelerador. Já estava atrasada por ter demorado demais deixando Warrick com o padrinho.

Assim que Sara chegou lá, no Eclipse, pela manhã, Brass a recepcionou na porta como se sua condição não fosse nada demais, como se ele não tivesse omitido aquele fato de sua família.

Sara ficou irritada. Foi até a enorme janela, sem deixar de reparar no papagaio que lá havia, quietinho dentro de uma caixa de vidro na mesinha de centro, e observou a vista de Vegas tentando organizar seus pensamentos.

Brass se sentou no sofá e suspirou, entendendo a irritação dela, mas mesmo assim, fazendo piada.

— Bela vista, não acha?

Sara riu com a ousadia dele.

— Não comece, velhote.

— É, parece que perdi a deixa.

— Com que frequência conversamos? Você nunca mencionou isso!

— O quê?- ele tirou os óculos escuros. — Tem a cura para a Distrofia de Fuchs aí?

Brass estava parcialmente cego e simplesmente não contou a ninguém. Max brincou com ele quando o encontrou e disse que lhe daria nota 7,5 pois ele tinha acertado três tiros em dez no cara que tentou matá-lo. Brass brincou que por estar meio cego, merecia pelo menos 8.

— As pessoas se importam com você.

— Tanto que me querem morto.

— Escuta, são seis horas de San Diego pra cá, eu fiz em cinco.

— Bem, pelo menos Sara Sidle voltou para Vegas.

— Catherine tinha um compromisso. Ela estaria aqui, se pudesse.

— Sim, sim, nasceu a netinha dela em Dublin. Qual a desculpa do seu marido?

— Mandei ele pra coletar amostras de águas-vivas no Canal do Panamá.- ela respondeu enquanto pegava a ave e colocava num pequeno tronco que foi levado da casa de Jim até ali, onde o papagaio ficava.

— Coletando águas-vivas! Isso está na minha lista.

— Não tem voos onde ele está. Acredite, eu chequei.- ele assentiu. — Só tem esse pássaro pra te ajudar?

— Elvis? Esse idiota não levanta uma asa por mim.- respondeu e deixou de lado a brincadeira. — Tenho uma faxineira, Mirta. Ela cuida de mim.- Sara ainda não acreditava que ele tinha escondido sua doença. — Eu ainda posso ver, sabe, coisas e formas.- ela foi até ele e sentou do seu lado. — O suficiente pra subir na Harley nos fins de semana.

— Não consigo dizer se está brincando ou falando sério.

— Ótimo.- ele sorriu.

— Parece que você perdeu peso também.- ela observou, ainda preocupada.

— Bom, ontem eu não jantei.

Sara balançou a cabeça e desistiu de achar motivos para repreendê-lo, pois ele sempre tinha uma piada pra soltar em resposta.

— Então você acha que seu “amigo” Lucky voltou. Já identificaram o cara que ele mandou?

— Não. Eu vi a equipe nova e tenho certeza que são ótimos, mas eu não os conheço. Me sentiria melhor se você desse uma olhada.

Sara ergueu as sobrancelhas e na hora fez uma cara de perdida. Se ela desse uma olhada? Ela não era mais CSI, não tinha autorização pra investigar nada, ainda mais numa equipe que ela nem sequer conhecia.

— Não sei se isso daria certo.- ela não achou boa ideia.

— Ah, qual é, Sara, a gente dá um jeito.- ele riu fracamente. — Não te chamei aqui para ajudar a colocar minhas meias.

— Seu humor não mudou, isso é um bom sinal. Mas tem que levar as coisas mais a sério, sabe disso.

Jim sorriu.

— Desculpe por não ter contado, não queria que se preocupasse.

— A partir de agora, vai parar de fazer isso. Você é meu pai, poxa.- ele sorriu com a frase. — Combinado?

— Está bem.

Sara então o abraçou, e depois de alguns segundos o desfez.

— Bom… Tenho que me preparar, não acha?

O rosto dele se iluminou.

— Sabia que podia contar com você.

— Me ligue se precisar de alguma coisa. Mirta já sabe que está hospedado aqui?

— Sabe sim.

— Ótimo.

Sorriram um pro outro e Sara pegou sua mala. Foi direto para o quarto de Jim, nem tinha visto o seu.

Quando entrou, teve o mesmo olhar de admiração. O quarto, ou melhor, a suíte na cobertura, era enorme. Igual a de Jim, até o jogo de cama. Um luxo. Catherine havia exagerado, e muito, em colocá-los ali. E tinha feito a reserva em nome dos dois, não só no dela. Parecia que ela estava adivinhando que não seria uma coisa simples e que Gil também precisaria ir.

Mas enfim… Trocou de roupa pra ficar mais apresentável, uma maquiagem quase imperceptível, pegou sua bolsa e dirigiu até o laboratório.

Estava diferente do que era, até mesmo a entrada e a recepção.

A atual diretora já havia sido comunicada de sua chegada e Sara só estava aguardando.

Parou para observar as manchetes do quadro ao ver a foto de Hodges em uma delas "Nova testemunha chave de Nevada: David Hodges".

Sorriu. Algumas coisas nunca mudam. Ele sempre quis ser alguém importante.

Sua atenção foi tirada do painel ao ouvir seu nome.

— Hey, Sara Sidle?

Sara se virou para uma mulher negra, elegante, de longos e brilhantes cabelos castanhos e lábios carnudos. Ela usava um blazer vermelho enquanto Sara usava um azul marinho.

Toda simpática e sorridente, ela lhe estendeu a mão.

— Prazer em conhecê-la, eu sou Maxine Roby.

— Obrigada por me receber.

— Obrigada você pelo emprego dos sonhos.- ela sorriu.

Afinal, se Sara não tivesse passado o cargo para Catherine, ela não iria se aposentar passando o mesmo cargo para Max, como assim a chamavam.

— Venha comigo. Vai amar o novo laboratório.

Realmente, não parecia o mesmo de jeito nenhum. Sara ficou impressionada.

— Uau!

— Tive a mesma reação quando cheguei dois anos atrás.- ela disse. — Mas antes ainda tinha cheiro de laboratório novo.

— Álcool etílico.- Sara sorriu. — Quanto mais as coisas mudam…

— É.- Sara continuou admirando. — Bem… Jim acha que você vai voltar.

— Ele já falou com você? Ai, me desculpe.

— Não, não, eu adoro a ideia de você liderar nesse caso. Estamos sempre com poucos funcionários.

É, realmente Sara percebeu que o laboratório estava meio vazio. Quando trabalhava anos atrás ele nunca tinha ficado assim.

— Está disposta?

— Já ia perguntar.

— Ótimo, porque eu já tinha dado a ideia. Manteve seus certificados em dia, então, está autorizada a trabalhar. Só não posso avançar até o delegado assinar…- enquanto ela falava, Sara ficava ainda mais surpresa. — O que foi? Achou que iria ter que brigar?

— Um pouco, sim.- Sara sorriu com o jeito descontraído dela.

— Nope. Vamos lá.- ela abriu a porta de vidro de sua sala e fez menção para que Sara entrasse primeiro. — Se prepare, mana.

Ela era bem receptiva! Sara sorriu com isso e admirou a sala, principalmente uma moldura com uma regata “Wildcats 24”.

— É sua?

— Sim. Eu consegui meu PhD em genética e um joelho estourado desse lugar. E um ex-marido lindo.

Aquela palavra ainda dava arrepios em Sara.

— O que sabe sobre o agressor de Brass?

— Muita coisa.- ela disse depois de dar um gole em uma xícara que ou tinha água, ou um café frio, e entregou uma pasta de arquivo a Sara. — Ele adora facas, esfaquear pessoas com facas, invadir casas pra esfaquear pessoas com facas.

— Então as digitais, arcada e DNA não estavam no sistema.

— Não, mas o dinheiro dele estava.

— Jim estava certo.

— Esse dinheiro era parte do resgate pago ao homem conhecido como Lucky.

— Então é este quem procuramos.- Sara apontou pra um retrato falado dentro do arquivo, junto com a ficha da vítima que não acharam.

— O desenhista fez essa arte em 96 com o vizinho da última vítima.- Max informou enquanto abria uma caixa que lhe foi deixada em cima da mesa. — Eles só viram de relance, ninguém mais o viu desde então.

— Kelsey Webb, 24 anos. Levada em 20 de agosto de 1996.- Sara leu o arquivo.

— Uou.- foi a reação dela ao ver o interior da caixa e isso puxou a atenção de Sara. — Encontramos ela.

Sara então olhou dentro da caixa onde havia uma cabeça ainda com vestígios de pele se decompondo, mas já com o esqueleto bem visível, e com cabelos ruivos ainda no couro. Além disso, no fundo da caixa, havia uma mensagem.

— "Jim Brass é apenas o começo".- Sara leu com certo temor na voz e olhou para a anfitriã. — Isso não parece nada bom.

— Algo me diz que esse caso vai dar trabalho. Vamos levar essa cabeça até Allie no necrotério.

— Allie? É a legista?

— Allie Rajan, nossa CSI nível 2, ela entende dessas coisas. Hugo Ramirez é nosso legista, ele deve chegar em alguns minutos.

Sara e Allie foram apresentadas. Allie era britânica, tinha um sotaque bem forte, mas tinha traços indianos, cabelos castanhos e pele morena, era uma linda jovem e parecia ser muito inteligente. Ela falou que a cabeça foi decapitada pós morte e que aquilo parecia um dos projetos de escola dela.

Sara brincou.

— Graduação em poesia?

— Arqueologia e perícia.- Allie sorriu e Sara fez o mesmo.

— Allie é a nossa CSI quando temos um corpo dissecado.

— Então, por favor. Faça as honras.- Sara lhe entregou fotos da arcada dentária e só de olhá-las, Allie identificou a vítima como Kelsey Webb e disse que ia avisar a família.

— Brass vai ficar arrasado. Ele ainda se culpa.

— Por quê?- Allie perguntou a nova colega.

— Lucky recebeu resgates enormes para devolver as três primeiras vítimas. Brass jogou uma isca pela seguinte, Lucky percebeu e desapareceu.

— Talvez seja por isso que ele culpe o Brass. Custou a ele milhões.

— Pessoas matam por menos.- Max tomou a palavra. — Mas o bilhete dizia “Brass é só o começo”. E não sei o que ele está planejando, mas ele acordou ontem e decidiu mudar de jogo.

— Max, se você concordar, vou pesquisar mais sobre o colega dele com a faca.- sim, Sara já estava chamando ela de Max, intimidade. — Ir de trás pra frente.

— Vou ajudá-la, mas primeiro vamos examinar as roupas do agressor.

Max saiu da sala e Sara ficou mais um pouco com Allie, só foi atrás de Max poucos minutos depois. Ela já estava com um jaleco azul claro em uma das salas de análise. Nem parecia mais uma diretora, virou uma técnica de laboratório num passe de mágica. E parecia que ela gostava mais de estar ali do que lidando com questões burocráticas.

— Hey… bem vinda ao meu escritório. O verdadeiro escritório.

— Obrigada.- Sara sorriu admirando todas aquelas coisas novas. — Então você é do laboratório?

— Na verdade, sou de Evanston, Illinois. Vai, Cats!- engraçadinha! Sara riu. — Mas, sim, genética, fenotipagem, é o que eu gosto. E você?

— Análise de materiais e elementos. Costumava ser.

— É mesmo? E agora?

— Evitar mosquitos em vários cantos do globo, eu acho.

Max riu. Elas tinham o humor parecido.

— Pena que o Brass tenha feito bagunça. Esperava que nosso cara tivesse se encontrado com o mandante, apertado a mão. Nunca saberemos.

— Você tem pouca fé.

— A camisa está encharcada. Não está preocupada que o sangue mascare o DNA?

— Eu estaria… Se não fosse pelo meu novo amiguinho.- ela foi até uma máquina e mostrou a Sara. — Estamos fazendo um sequenciamento maciço paralelo.- Sara achou interessante e se aproximou. Estava longe do laboratório há seis anos, havia muita coisa nova que não conhecia, a tecnologia havia avançado bastante. — É a próxima geração de análise de DNA.

— Admirável mundo novo!- disse a morena. — O CODIS ainda demora?- uma coisinha fofa perguntando como ainda funcionam as coisas.

— Sim. Mas espero que a sorte do Lucky mude antes disso. Acho que devia conhecer o Hugo. Ele já deve estar lá embaixo.

Sara então voltou ao necrotério. E tinha mais um rosto novo lá, tirando fotos do corpo. Um cara quase totalmente careca, com óculos redondos e bigode.

— Deve ser o dr. Ramirez.

A primeira impressão dele não foi tão legal.

— Lamento, não tenho tempo para novatos.

— Não, eu sou a Sara. Sara Sidle.- falou num tom tipo “você sabe quem eu sou, provavelmente”. Ele nem se importou e disse apenas “ok”. — O último cara que trabalhou aqui ficaria impressionado com este corte coronal.

Só então ele olhou pra ela.

— Então este é o cérebro do agressor do Brass?

— Me chame de Hugo.- logo ele ficou mais amigável. — O doutor Robbins me treinou, na verdade. Gosto de imaginar que ele ainda me observa onde quer que esteja.

— Sabe que ele só se aposentou, não morreu, né?

— É que eu não recebo muitos visitantes, então…

Falaram um pouco sobre o corpo e notaram uma tatuagem nele que parecia uma cobertura.

— Bem, não sou especialista em tatuagem, mas a mais antiga parece ter sido feita na prisão. Deveríamos compartilhar com a Central de Crimes.

— Conheço pouco sobre tatuagens e concordo totalmente.

Foi a primeira vez que ele a fez sorrir com uma frase amigável.

— Na verdade, eu pinto um pouco. Te contaram lá em cima?- ele apontou para várias pinturas que ele fez, coladas em uma das paredes.

Ele não deu importancia pra quem ela era, ela não deu importância pras pinturas. Estavam quites agora. Deu mais atenção ao conteúdo estomacal, que Hugo afirmou ser romã.

~ ♥ ~

Enquanto isso, lá em cima, Allie contava a Chris, um dos CSI’s/Técnicos — afinal, todos ali eram uma junção dos dois já que eles mesmos coletavam e analisavam as coisas — sobre não saber quem era Jim Brass quando ela e Max foram até a casa dele no início do turno.

— Na verdade, é bem pior não saber quem é Chuck Woolery.

— Era Drew Carey.

Ele riu.

— A questão é que Jim Brass está na delegacia de Rushmore. Devia se envergonhar. Estou decepcionado com você.

— Já que é um ótimo historiador, porque não me conta algo sobre Sara Sidle?

— Está brincando comigo?!

— Conheço o nome, Chris. Agora que a conheço, não consigo entender. Ela trabalha duro para chegar ao laboratório de Vegas e quando vão dar o cargo de chefia, ela vai embora???

— Bem, o porquê não é um mistério. Lembra de David Hodges? Grisalho, um cara engraçado?- ela fez que não lembrava. — Ele me disse que Sara e Gil Grissom eram a dupla de estrelas aqui, antes de Folsom e…- ela o impediu de terminar a frase. Claramente ele ia dizer o nome dela e ela não queria tocar no assunto.

Chris levantou as mãos em rendição, segurando o riso.

— Então ela saiu por causa de um cara?- Allie ainda não conseguia acreditar.

— O coração quer o que quer.- Chris eu te amo, entenda. — Você me disse que sempre pensou que voltaria para Mumbai depois da faculdade, mas então se apaixonou…- ela lhe lançou um olhar de reprovação, pois não queria que ele tocasse naquele assunto, e ele completou de forma diferente a frase. —... por donuts e Carrie Underwood.

Allie sorriu.

~ ♥ ~

Assim que anoiteceu, depois de Allie e Chris conversarem no laboratório, o assunto deles estava tentando falar com o marido enquanto ia se encontrar com Max atrás do prédio.

— Gil?- o sinal continuava péssimo. — Gil?- a ligação caiu.

Sara fez uma careta na mesma hora que Max a viu e a chamou.

— Sara? Está me procurando?

— Ah, sim. Allie queria que eu te desse isso.

Depois de passar as informações, foi que Sara observou que Max estava com mais alguém, e ela fez as apresentações.

— O que temos aqui?

— Joshua Folsom e o que sobrou de uma loja incendiada.

O tal Folsom, bonitão, de estatura média, cabelos castanhos claros, barba bem rala e lindo sorriso, acenou pra ela, que fez o mesmo.

O criminoso não havia deixado pistas.

— Bem vinda a 2021.- disse Max. — Muitos criminosos cuidadosos por aí.

— As vezes pegamos um idiota, mas não dessa vez.

Folsom fez as duas sorrirem, e as levou pra dentro, onde antes era a garagem deles. Estava totalmente diferente.

— Amo o que você fez com o lugar.

— Trabalhamos muito com cenas que foram alteradas e queimadas. É bom ter uma tela em branco para reconstruções.

— Era um aquário semana passada.- Max contou. — Ele fez peixe com núcleo de espuma.

— Golfinhos Popoto, na verdade.- ele corrigiu. — Mamíferos.

— Ele é mais nerd do que parece.

Sara sorriu. Ao que parece, Folsom era o queridinho dela ali dentro. Quase como Warrick era para Grissom. Sara tratou de afastar a lembrança do amigo para não ficar triste.

~ ♥ ~

Amanheceu, e a policial Fisher, que foi enviada para a cena de crime do Brass, foi sequestrada. Mostraram o retrato falado que tinham no último lugar que ela foi vista, a rua Fremont. Mas tinham uma pista sobre outra coisa. A cabeça de Kelsey Webb que foi enviada pra eles, na bochecha havia levedura de cerveja. Foi o que Allie pediu para Sara levar até Max. Estavam procurando destilarias locais. Era um tiro no escuro, mas acham um local promissor. Chris foi enviado pra lá, junto com Sara.

Ela estava parada atrás do porta-malas do carro, em frente a destilaria, e olhou pra trás de onde Chris vinha. Comendo romã.

— Uma destilaria ao lado de uma barraca de frutas. Espero que seja uma coincidência.- ela sorriu. — Quem tentou matar Brass não merecia uma última refeição tão boa.- ele riu ao dizer.

Sara pegou uma maleta e ele a seguiu até a entrada do local.

— Sabe, você é diferente do que eu imaginei.- ele continuou falando. — Eu esperava algo como uma velha capitã cansada da guerra.

— Nossa. Obrigada.- ela respondeu e observou o cadeado. — Essa fechadura parece nova.- ela colocou a maleta no chão e pegou um alicate.

— Alguém está usando esse lugar sem permissão.- ele colocou a mão no coldre e tirou a arma. — Pronta?

— Sim, na medida do possível. O xerife ainda não me autorizou a carregar uma arma…

— Bem, você pode ficar na caminhonete…- antes que ele pudesse terminar a frase, Sara pegou o alicate e quebrou o cadeado. — Ou não.- ele concluiu.

Mesmo que ela fosse mais experiente ali, ele é quem estava armado, então entrou primeiro, e ela o seguiu só com a lanterna.

Chris achou a levedura de cerveja e Sara achou o resto do corpo de Kelsey debaixo do piso, junto com muito dinheiro.

O corpo foi levado até Hugo e Allie, e Sara foi acompanhar o processo de análise.

— Pobre Kelsey.- lamentou Sara.

— Senhorita Rajan, sua hora de brilhar.- disse Hugo. — O que acha?

— Vai ser difícil. Podemos tentar reidratar os órgãos, mas agora não posso dizer como ela morreu.

Apesar do legista ser Hugo e não ela, e ele que tinha que dizer a ela, mas enfim. Hugo pegou os pedaços do corpo e disse que iam mergulhar no molho secreto da Allie. Sara colocou os dedos enluvados no tal molho e examinou apenas com tato e leve olfato.

— Soro fisiológico, glicerina e nitratos?

— Você é boa!- Allie sorriu por ela ter acertado.

Sara também sorriu.

— Era uma vez.

— Como é que, você sabe… Parar e depois…- ela gaguejou, não sabia como perguntar. Hugo fez isso por ela.

— Ela quer saber se você se arrepende de se aposentar.

— Oh!- Sara ficou surpresa com a pergunta.

— Desculpa.- Allie não quis ser inconveniente.

— Não, tudo bem. Não, não me arrependo. Eu… eu amava esse trabalho. Fiz isso por vinte anos. Mas eu queria estar com meu marido, e queríamos viajar, nos aventurar. Entendi que não deveria estar em dois lugares ao mesmo tempo, sabe?

Allie assentiu, talvez se arrependendo de ter julgado ela sem saber direito o motivo dela ter largado o emprego, imaginando se um dia faria o mesmo?!

Quando os pulmões incharam, acharam um projétil de bala dentro, e mandaram pra análise. Análise essa que Allie mesma fez, sendo observada por Sara, de olho novamente nas tecnologias.

A combinação foi encontrada, e Sara não ficou feliz com ela. Infelizmente, teve que levar más notícias ao amigo e pai.

— Como assim Lucky não é o nosso cara?

Já era noite mais uma vez, Sara já estava em Vegas há dois dias, e a investigação foi por um caminho que ela não esperava, nem mesmo Brass. Sentados frente a frente no quarto dele no Eclipse, Sara lhe passava as informações que tinha.

— Ele não mandou alguém matar você e não sequestrou a policial Fisher. A arma que matou Kelsey Webb era uma Beretta M9. Sabemos disso porque a mesma arma foi usada em outro assassinato em outubro de 1996, e o caso foi resolvido. Lucky matou a namorada dele por causa de um jogo de cartas. O nome dele era Ellis Vikner.

— Era?

— Morreu na prisão dois anos atrás.- Brass suspirou indignada se recostando na pltrona. — Assim a família de Kelsey Webb recebe conforto.

— Até quando morre, ele consegue ser um cretino. Deixa todo seu dinheiro a um sociopata que caça tiras. Desculpe, Sara. Tinha certeza de que era o mesmo cara.

— Esta é a pior parte disso tudo.- ela colocou a pasta de lado. — Não temos nada.

Brass suspirou novamente e ela fez o mesmo. Nesse momento, seu celular tocou.

— Oi, amor. O sinal está melhor?

Brass sorriu. Sempre achava uma fofura o jeito como Sara falava com Grissom. Ficou ali observando ela falar com ele por alguns segundos e se despediu da filha quando ela desejou boa noite e foi pro quarto dela ainda com o marido na linha.

~ ♥ ~

Amanheceu de novo, e de novo, somando quatro dias de Sara em Vegas, e a investigação ainda estava a todo vapor, tanto que Sara encontrou Max do mesmo jeito que a viu na noite anterior, e mais, se entupindo de energético.

— Não foi pra casa ontem à noite.- ela comentou entrando em sua sala.

— Não conte ao Folsom sobre esses daqui.- ela escondeu duas latinhas vazias e continuou tomando a terceira.- Sara deu risada. — Aposto que não sente falta de madrugar.

Ela com certeza tinha razão. Naquela época Sara quase não dormia, mas ela amava fazer turno duplo mesmo estando cansada, aquele trabalho sempre a preencheu, mesmo que alguns casos a destruissem.

Sara observou a mesa dela e só naquele momento percebeu um porta retrato de um garotinho sorrindo com uma bola de basquete.

— Ah, você também tem um menininho.- ele era uma graça.

— Sim. Na verdade, Bryan tem 20 anos. E não tem sorrido pra mim desse jeito há algum tempo.- Sara sentiu melancolia na frase, e se sentiu mal por ela. Ia perguntar, mas Max mudou de assunto. — Venha, vou mostrar uma coisa.- Sara então deu a volta da mesa ficando ao lado dela e olhando seu notebook. — Testei o DNA do nosso cara que estava no dinheiro. Não deu pra comparar os alelos, mas consegui o PNU.

— PNU?

— Polimorfismos de Nucleotídeo Único. E eles dizem que nosso alvo é homem, caucasiano, tem olhos azuis e é do time dos baixos. Existem vários deles na população em geral, mas, na população carcerária é outra história.

Sara sorriu.

— Temos um novo suspeito.

— É…- Max olhou para a foto do filho, lembrando do que falou à Sara, e mesmo mudando de assunto, a frase voltou a sua cabeça. — Você olhou para o meu Bryan e disse que eu “também” tenho um menininho. Você tem filhos?

Sara sorriu novamente, dessa vez com saudade.

— Tenho três.- Max ergueu as sobrancelhas surpresa, afinal, Sara não parecia ter três filhos. — Duas meninas e um menino. Abby e Margaret são adotadas, Warrick é biológico.

— Não esperava por isso. Quantos anos eles tem?

— Minha Abby é dois anos mais velha que o seu Bryan, Maggie tem quase seis e meu pimpolho tem quatro. São meus amores.

Max sorriu.

— Deve estar morrendo de saudade.- e mais melancolia Sara sentiu sair dela. Já adorava Max e vê-la sentindo falta do filho lhe partia o coração.

— Estou sim.

Enfim, voltaram ao assunto mais importante. O novo suspeito. Bill Dwyer. Esse, Sara conhecia. Um estuprador em série, Sara trabalhou no caso em 2010 com Brass. E tecnicamente, foi Hodges quem o colocou na prisão, com suas análises. E foi solto em maio daquele ano. Era pra ele estar em condicional em uma clinica, mas elas ligaram e não o viam há mais de um mês.

Emitiram um alerta e estavam todos a procura de Dwyer. Todos, inclusive Sara que prometeu a Grissom que não se envolveria em nenhuma busca ou perseguição. Ela só não contava que Dwyer iria até ela.

— Vi sua mensagem, não precisa se preocupar com o Ricky.- ela deixava uma mensagem de voz para o marido enquanto estacionava o carro. — Greg disse que ele vomitou o pedacinho de sabão que comeu, o médico disse que está tudo bem com ele. Sabe como nosso filho é, fica tranquilo. Dá um beijo na Maggie por mim, por aqui está uma loucura. A investigação está a todo vapor. Um novo suspeito, mais dor de cabeça, mas não se preocupe, não precisa me ligar de volta. Com sorte amanhã teremos novidades.. Enfim… Estou com saudade.- sorriu e desligou o telefone.

Foi quando viu Dwyer há alguns metros dela.

— Sara Sidle! Você não parece surpresa em me ver.- ele estava com as mãos nos bolsos, Sara ficou atenta se ele ia tirar uma arma de lá. — Você não tem me procurado, tem?

— O que está fazendo, Bill?

— Eu não estou fazendo nada.- ele deu alguns passos em sua direção e Sara sacou logo o celular pra ligar pra central. — Ver você aqui é apenas… destino, eu acho.

— Estou ligando para o meu pessoal.

— Eu não vou te machucar.- foi quando a central atendeu. — Eu sei tudo sobre vocês. Eu sei como me prenderam. Como plantam provas. Como mentem.- a central dizia “alô? alô” enquanto Sara ouvia o que ele dizia, sem saber se chamava ajuda ou não. — Alguém precisa ensinar uma lição a vocês.- ele ia se afastando, prestes a atravessar a rua. — Quem sabe talvez isso aconteça amanhã?

— Onde ela está? Onde está Julie Fisher?

— Vejo você em breve, Sara.- ele lhe deu as costas e saiu andando.

Sara atendeu a central.

— Ainda tem alguém aí?

— Sim, senhora. Como posso ajudá-la?

— Tenho um suspeito indo para oeste na Ogden a pé.- Sara largou seu carro no estacionamento onde parou e tratou de segui-lo. Ambos sem levantar suspeitas. — Em perseguição. Preciso de reforços. Envie-os agora.

Quando ele percebeu que ela estava atrás dele, no meio da multidão, ele saiu correndo e Sara teve que correr atrás. Ele correu pro meio da rua em movimento até onde seu carro estava estacionado para poder fugir. Os carros buzinaram, frearam, desviaram dele. Dwyer conseguiu entrar no carro e quando Sara foi atravessar pra fazer o mesmo, um dos carros quase pegou ela. Sara rolou umas três vezes na rua, alguns motoristas gritaram se ela estava maluca correndo numa rua em movimento. Sara se ralou um pouco e levantou ainda com o celular em mãos, ofegante e dolorida. Dwyer saiu em disparada arrancando o parachoque do carro que estava estacionado na frente do dele, e Sara tentou tirar várias fotos da placa enquanto ele se afastava. Não dava mais pra persegui-lo.

Tentou respirar fundo enquanto o suspeito fugia. Acariciou seu braço e saiu do meio da rua. Sentou na calçada, deu uma olhada nas fotos e felizmente dava pra ver a placa do carro. Ligou para Max.

— Foi atropelada???

Quase atropelada, Max! Está parecendo meu marido falando, eu estou bem.

— Tem certeza que está bem? Sara, você é maluca.

— Tenho, não foi nada. Já me machuquei pior que isso. Te enviei as fotos da placa, me manda o local assim que descobrir.

E assim ela fez. Acharam o carro e a casa dele. Ele estava debaixo da casa, com Fisher amarrada e ainda viva.

Resgataram ela e prenderam ele.

Os CSI’s reviraram a casa e Folsom achou uma carta. Havia alguém acima de Dwyer. Alguém o mandou fazer aquelas coisas. O levaram a interrogatório, ao lado de seu advogado Anson Wix. Ele queria saber o que tinham e eles tinham muita coisa. Dwyer estava ligado a todas as provas que tinham, porém, ele era só um peão. Tinha mais alguém por trás de tudo aquilo, ele só não abriu a boca pra dizer nem quem é, nem absolutamente nada.

A carta que Folsom achou mencionava o depósito Spring Valley, e de acordo com o encarregado, quando Max foi até lá com Sara pela manhã, estava alugado em nome de David Hodges.

Aí que a coisa complica. Quando as duas entraram lá, o que viram não foi nada bom, e totalmente incriminatório.

Haviam arquivos confidenciais, Jenny Carrol, David Bohr e até Natalie Davis. Provas, tudo o que era necessário para falsificar resultados e fazer evidências falsas. 

Era um laboratório particular. Sara disse que ele nunca havia mencionado aquele lugar. Não mencionou, porque ele nem sabia que existia. Estavam tramando contra Hodges, e naquele momento, só quem acreditava nisso era Sara. Ela disse a Max que fizeram aquele lugar pra eles acharem, que foi tudo uma armação, que Hodges não faria nada daquilo. Que ele não fez! Max disse que isso ia ser difícil de provar.

Todos os CSI’s que Sara já tinha conhecido foram chamados pra lá. Folsom, Allie, Chris. E todos eles afirmaram que estava tudo batendo, que Hodges era um suspeito em potencial e que parecia tudo legítimo. Sara batia o pé e o defendia.

— Foi tudo planejado, incriminar um homem inocente.- Folsom afirmou que todas as digitais no local eram de Hodges e mesmo assim, Sara bateu o pé. — Você não conhece o Hodges!

— Nem um júri.- disse Allie. — Desculpe, são apenas fatos.

— Se estou sendo generoso.- continuou Folsom. — Talvez seja contraditório demais, porque todas estão claras e completas.

Sara assentiu.

— Foram plantadas. Esse vestígio de transferência é o cara para quem Dwyer trabalhava assinando o trabalho para nós. Ele deixou aí porque não pode provar nada. Ele conhece perícia, ele sabe como trabalhamos. Ele sabe o que está fazendo.

— Melhor o encontrarmos, ou seu amigo estará em apuros.

— Ok, me escutem!- Max chamou a atenção deles. — Não podemos focar só em David Hodges. O que quer que tenha acontecido aqui, como lidamos com isso irá determinar se as condenações se sustentam ou não. Se os assassinos ficam presos ou não. Se eles vão sair e matar de novo… ou não.

Não tinha muito o que Sara fazer, só deixá-los trabalhar.

~ ♥ ~

A coisa estava feia, muito feia. Era mais sério do que Sara sequer imaginava. Tinha certeza que Hodges não tinha feito nada daquilo e que o ataque ao Brass serviu pra chamar a atenção deles de volta pra Vegas e se envolverem para que também pudessem ser incriminados.

Foi ver Abby e depois Ricky em San Diego. De lá, ela ligou para o marido e tentou ser breve, disse que explicaria tudo quando ele chegasse, mas que ele precisava ir, que ela precisava dele. Gil não pensou duas vezes.

“Eu não me acostumo sem seus beijos e não sei viver sem seus abraços. Aprendi que pouco tempo é muito se estou longe dos seus braços” — Roberto Carlos

Dois dias depois, Gil chegou. Pela tarde, lá pelas 16h. Sara já tinha voltado pra Vegas, se certificado que Jim tinha se alimentado, e estava em seu quarto esperando pelo marido. Escutou alguém batendo na porta, olhou pelo olho mágico e viu que era ele.

Abriu um lindo sorriso, abriu a porta e se jogou nos braços dele.

Gil levou um breve susto, mas sorriu e retribuiu o abraço da esposa dizendo " oi". Ela se separou dele por um breve momento, lhe deu um beijo segurando seu rosto, e respondeu seu "oi" com o mesmo sorrisão.

— Senti saudade.- acrescentou ela.

Fazia muito tempo que ficaram longe um do outro por tanto tempo. Sete dias foram uma eternidade. Não passavam uma noite separados há seis anos.

— Também senti, abelhinha.

Sara sorriu.

— E as crianças?

— Seguras. Fique tranquila.

A sorte é que Greg estava de férias e não se importou de ficar com Ricky e Maggie enquanto eles resolviam as coisas. Nick e Morgan o ajudariam quando não estivessem trabalhando. Sara mandou Abby pra lá também já que as aulas ainda estavam sendo à distância, ela podia ficar lá segura com seus irmãos.

— Como está o Jim?

— Com Distrofia de Fuchs. Ele te contou que tinha isso?

— Não.- ele ficou surpreso. — Eu teria tentado ajudar. Como alguém que quase ficou surdo, eu sei como é ruim perder um dos sentidos.

— Fiquei furiosa, mas ele disse que não tinha nada que pudéssemos fazer, por isso não contou.

— A cara dele fazer isso.- Grissom suspirou. — Preciso ir vê-lo.

— Ele está no quarto ao lado. Não quer tomar um banho primeiro? A viagem deve ter sido cansativa.- disse acariciando o braço dele.

— É uma boa ideia.- só então ele parou para observar o quarto. — Uau!

— Pois é, e você nem viu a melhor parte.- ela sorriu e o puxou pro quarto, em seguida pro banheiro.

— Catherine caprichou. Nem precisávamos de tudo isso.

— Eu falei pra ela, mas sabe como é a Catherine.

— Eu sei.- ele deixou um sorrisinho no canto da boca escapar ao pronunciar: — Espero que consigamos usufruir de tudo isso.

Sara sorriu da mesma forma e deu um tapinha no braço dele.

— Vai tomar banho, eu guardo suas coisas.

Grissom riu e lhe deu um beijo antes de entrar novamente no banheiro da suíte.

Assim que estavam prontos, foram de mãos dadas até o quarto do amigo. Sara deixou Grissom a par de tudo enquanto ele se vestia. O clima ficou um pouco mais sério depois disso.

Quando chegaram ao quarto de Jim — que Sara tinha a chave —, Elvis tagarelou alguma coisa.

— Não liguem pra ele.- disse o senhor. — Gil! É bom te ver.- enfatizou o "te ver" com seu bom e velho sarcasmo.

Sara revirou os olhos. Ele não perdia uma!

— Vejo que seu humor não mudou. Eu até te daria uma bronca, mas minha adorável esposa já fez isso.

— Pode apostar que fez.

— Como você se sente?

— Velho.- ele respondeu.

Grissom relevou e balançou a cabeça.

— Então somos dois.

Deram risada e trocaram um abraço.

— Bem…- Jim começou a falar sentando-se no sofá e apontando a poltrona pra eles. Gil sentou, Sara ficou em pé. — Em que caminho estamos? Qual foi o veredicto?

Sara suspirou e foi até a enorme janela que tinha a visão perfeita das águas da fonte, ainda estava claro, mas logo daria pra ver as luzes da cidade.

— O primeiro processo foi aberto. Demorou apenas três dias. E há mais vindo.- ela então se afastou da janela. — Uma ação coletiva, Max acha.

— Todos os casos da unidade de armazenamento?

— Não. Todos os casos.- ela se sentou ao responder. — Cada réu que foi preso com provas do nosso laboratório enquanto David Hodges esteve no CSI.

— Isso é loucura! Pode ter centenas.

— Milhares.- ela corrigiu, com lamento, aquele tom de derrota. — E há precedentes. O técnico de laboratório em Boston, teve um escândalo em Houston também. Max evitou o procurador por muito tempo, mas eles vão acusar o Hodges. Eles precisam.

Brass mais uma vez soltou aquele suspiro “mas que merda!” e Sara continuou.

— Não vamos deixá-lo levar essa culpa.

— Isso é uma coisa legal de se dizer, mas… qual é o plano? Não vieram para Las Vegas pra ficar só olhando. O que fazemos agora?

Sara então olhou para o marido que até então estava calado só observando, para que ele respondesse.

— O que sempre fazemos, Jim. Seguir as evidências.- Sara deixou escapar um sorriso. — O que foi?- Grissom também sorriu ao perceber.

— Você e suas frases de efeito. Sentiu falta disso, né?

Grissom encheu o peito de orgulho, fez uma cara fofa e assentiu.

Sara não resistiu, levantou e deu um beijo na cabeça dele.

— Mesmo sem conseguir enxergar direito, vejo que vocês continuam sendo fofos.

O casal sorriu.

— Bem, de qualquer forma, vamos ter que ver tudo com a Max amanhã.

— Eu duvido que nos deixem investigar isso, honey.

— Podendo ou não, nós vamos investigar.

Grissom a olhou de uma forma que dizia "minha mulher é maluca".

— Está doida pra ser presa.

Sara não quis envolver Rayle nisso, então só avisou que estava em Vegas na manhã daquele meso dia. Contou o que estava acontecendo bem por alto e disse que assim que Grissom chegasse na cidade e pudesse ficar de olho em Brass, ela ia vê-la.

Assim fez.

— Rayle, eu preciso que você não mantenha contato comigo e com o Gil nos próximos dias.- a fotógrafa arregalou os olhos. — Sei que não contei que estou há uns dias aqui, e eu sinto muito. Não quero arriscar sua segurança, não quero que eles pensem que está envolvida no que está acontecendo.

— Meu Deus, Sara, é tão sério assim?

— As acusações são graves, o laboratório está em risco, nossas carreiras também. Criminosos podem ser soltos e podemos ser presos por investigar isso.- Rayle ficou apavorada. — Por isso não quis deixar Ricky e Maggie com você. Os deixei aos cuidados de CSI's por uma razão…

Rayle respirou fundo ao pensar em todo aquele perigo que a amiga corria.

Rebecca e Amy observavam as duas um pouco mais atrás, igualmente assustadas.

— Olha, eu juro que dou sinal de vida assim que a poeira abaixar. Eu preciso que vocês fiquem seguras, eu preciso que confie em mim.

A loira não evitou que seus olhos marejassem e abraçou a irmã.

— Sabe que sempre confiei.

— Acho que a partir de agora... começa uma guerra.

To Be Continued...


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Notas finais do capítulo

Eeeita! Novos personagens, novos problemas!
Um amor por Max, Chris e Penny (que ainda vai aparecer ♥)
Pra quem já assistiu, já sabe o que rolou, mas espero que tenham gostado das cenas acrescentadas. Pra quem não viu, é tudo novidade kkkk talvez dê pra separar algumas coisas óbvias do que foi real e o que não foi kkkk mas enfim, me digam o que acharam ♥
Abraço de urso e até ano que vem :3



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