Love Story escrita por Fofura


Capítulo 174
A Decisão Errada


Notas iniciais do capítulo

Tô tão triste que não sei nem o que escrever aqui :')
Não deu pra postar ontem, então cá estou hoje trazendo aquela coisinha que a gente não queria ler
Mas vamo lá acabar com isso logo né :')



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Por mais otimista que Sara fosse, ela tinha que admitir, as coisas estavam piores do que ela imaginava. Não era por falta de tentativa, ela e Gil faziam o que podiam para manter o casamento saudável, mas não estava mais dando certo aquilo de países diferentes. Eles tinham que partir pro plano B.

As coisas estavam esfriando entre eles, estavam cada vez mais distantes.

Para todas as soluções que Sara possibilitava, em todas um deles teria que abrir mão do emprego ou da cidade pra poderem pelo menos se verem todos os dias. Sara estava disposta a largar o CSI de novo se ele pedisse, ou ele podia dar por encerrado o trabalho no Peru já que já se passou tanto tempo.

De qualquer forma, um deles perderia a chance de continuar trabalhando no que gostava pra permanecerem num relacionamento estável sem distância nem feridas, já que era praticamente o que estava acontecendo. Não se falavam direito, quando falavam brigavam, quando não se viam sofriam e viviam sempre ocupados. Nenhum casamento sobrevive assim.

Sara sabia que teria que abrir mão do emprego se ele não o fizesse, e tudo bem, já passou por isso antes. Mas no fundo, ela tinha medo de conversar com ele, pois Grissom se mostrava frio e temia que ele pudesse tomar uma decisão, uma saída... precipitada.

Mas as coisas não continuavam ruins só em seu casamento, pois um tempo se passou e Martha infelizmente não resistiu ao câncer e veio a falecer.

Abby estava desolada e chorou desesperadamente nos braços de Sara, quando a mesma foi lá após saber do acontecido.

Sara também chorou, pois Martha foi uma das pessoas mais maravilhosas e bondosas que ela já conheceu, e acolheu Abby com todo amor e carinho.

Grissom conseguiu com muito esforço ir ao enterro com Sara para dar força a Abby e todas as crianças, assim como o marido de Martha. Foi uma semana regada de tristezas.

Abby e outras crianças foram mandadas de volta para o orfanato com a esperança de encontrar outro lar adotivo ou uma família fixa pequena.

Mas Abby estava revoltadíssima com Sara e Grissom que voltaram a dizer que não podiam adotá-la. E Abby, inconscientemente, culpou Sara por isso.

— Você não se importa! Voltou pro CSI de propósito pra não ter como ficar comigo!- ela gritava e mesmo com Sara mandando ela se acalmar e que nada daquilo era verdade, Abby continuava a despejar as coisas que ela achava em Sara sem um pingo de sensibilidade para com aquela que sempre a amou e protegeu mesmo sem ser sua guardiã legal. E foi isso que Sara despejou de volta.

— Não importa!!- rebateu Abby. — Você é uma mentirosa! Vai me deixar naquele lugar de novo sem fazer nada! Que tipo de amiga você é??

As duas choravam, ambas com raiva e tristeza ao mesmo tempo.

— Eu achava que tudo aquilo em Paris ia acontecer, que aquele tempo mágico que passei lá com vocês se repetiria, mas me enganei, você me enganou! Eu estou cansada de sonhar com uma família que eu nunca vou ter!

Abby então simplesmente virou as costas e deixou Sara sozinha em frente o orfanato, assim, entrando e se trancando no quarto.

Adotar Abby era tudo o que Sara queria, mas quando ela podia, Martha já tinha a adotado e agora o mesmo motivo de antes havia voltado, trabalho, falta de tempo em casa, e um extra, seu casamento do jeito que estava. E não foi de propósito, as coisas aconteceram de um jeito natural que não pôde prever.

Estava agora duas vezes destruída, sem o marido e sem a filha postiça, que agora lhe odiava.

Com isso, ficou meio deprimida e apenas uma pessoa conseguiu perceber.

Estava em um novo caso. A âncora de um noticiário local, Theresa Shea, foi morta durante uma transmissão ao vivo e todo mundo foi chamado para o caso, era coisa grande e precisava de toda atenção.

Uma coisa curiosa começou a acontecer durante o turno inteiro, Gil ligava para Sara inúmeras vezes e ela não atendia nenhuma das ligações. A primeira vez foi quando estava indo ao necrotério e seu celular tocou.

Sara viu o nome dele no visor com uma expressão séria. Tinham se falado pouco, mas mencionaram que precisavam ter uma conversa, e Gil queria ter uma conversa séria com ela. Seu pressentimento continuava não sendo muito bom e por isso ela estava ignorando as ligações.

Quem percebeu seu humor mudado foi Russell e isso aconteceu quando estavam na casa da vítima.

— Bom, então…- Russell começou. —… Theresa estava trabalhando em uma história super secreta. Onde ela guardaria?

— Não na sala, parece intacta.- observou Sara. — Theresa Shea morava sozinha, não é?

Russell assentiu: — Divorciada, três vezes.

— Eu só sei que…- ela deu de ombros. —… quando eu levo trabalho pra casa, ele acaba sempre no quarto.

— É, mas você não é solteira, é casada.

— É, mas…- fez uma pausa. — A minha casa… geralmente está desse jeito.- sorriu para fingir que não tinha pesar na frase, mas não funcionou. Russell a olhou se afastar e percebeu que tinha coisa errada.

Na casa de Theresa eles acham um bloco de anotações escrito no método Gregg de taquigrafia e Sara teve a missão de decifrar o que estava escrito ali, claramente fazendo hora extra, coisa que geralmente estava fazendo toda semana. Finn apareceu por lá e disse pra ela ir pra casa porque devia estar exausta, foi aí que a segunda ligação de Grissom chegou.

Sara olhou do mesmo jeito pro celular e novamente desligou.

Era a segunda vez que ela fazia isso na frente de Finn e a mesma sabia que tinha coisa errada no casamento da amiga. Aproximou-se devagar.

— Falou com ele depois do cara da NTSB?

— Não aconteceu nada com aquele cara.

— E por que não atende o telefone?- perguntou sem dar a impressão de curiosa ou de querer se meter na vida dela, perguntou com preocupação.

Sara foi sincera. Confiava nela.

— Porque eu sei que… se atender, eu vou ficar triste quando eu desligar.

— Como sabe?

— Porque ele quer conversar.

Finn não tocou mais no assunto e ofereceu ajuda, Sara aceitou e ambas conseguiram juntas decifrar todo o bloco de anotações de Theresa.

Na sala de Russell, depois de conversar sobre tudo o que já tinham descoberto, Russell enfim resolveu tocar no assunto que queria.

— Sara, deixa eu te perguntar uma coisa… como é que você está? Está tudo bem?

Sara estranhou a pergunta e respondeu com uma cara confusa.

— Estou bem.

— Bom, você parecia meio deprimida lá na casa da Theresa.

— Ah, eu não sei, é…- ela sabia que uma hora ou outra ele ia questioná-la sobre isso já que ficou tão explícito. Tentou contornar. — Uma mulher casada com a carreira e sem conseguir nada é… deprimente.

Russell assentiu e tentou ser o mais cauteloso possível na hora de perguntar sobre a vida pessoal dela porque ele sabia que era ali o problema, e como era seu chefe queria ajudar e conversar, vai ver isso a faria se sentir melhor.

Sara desviou o olhar pra TV enquanto Russell falava.

— Eu não quero me intrometer, mas…

— Pausa agora.- ela disse, mas Russell achou que era com ele.

— Eu sei, eu sei, eu sou seu chefe, separação da cidade e do estado…

— Não, não… eu quis dizer, pausa o vídeo e volta um pouquinho.

Ela se referia ao vídeo que passava na TV sobre a previsão do tempo do noticiário e com isso a conversa foi dada por encerrada, pois acharam um pista nova naquele instante.

Assim que o caso foi concluído, Sara estava com Russell na sala dele assistindo a nova âncora dando as manchetes da noite, e foi quando o celular de Sara tocou novamente.

Ao ver o nome no visor, olhou para Russell com uma cara de culpada, de indecisão e tristeza. Russell tocou suas costas e resolveu deixá-la sozinha para que ela pudesse atender, sabia que era sério e Sara sabia que dessa vez não tinha como fugir. Respirou fundo antes de atender ao telefone.

— Oi.

Gil achou estranho ela não atender com um “oi amor” como sempre fez, mas não se importou.

— Não tem sido fácil falar com você.

— Eu sei, m-me desculpe…- foi com dor no coração que ela recusou todas as chamadas dele e aquilo estava machucando. Aquela conversa era necessária, não tinha como fugir mais. — Como você está?- não deu nenhuma explicação para as chamadas recusadas e apenas seguiu o papo ignorando esse fato.

— Eu estou bem. Agora é uma boa hora?

Sara sentiu um aperto no peito, recusando-se a desmoronar. Tinha que enfrentar o problema com coragem, mas não conseguiu responder.

— Sara? Está aí?

— Oi, desculpa… eu… estou na sala do Russell, quando ele viu sua ligação, me deixou sozinha para que eu pudesse atender. Pode… pode falar.

— Estava tentando adiar, não estava?- Sara suspirou. — Por isso não me atendia?!- Sara abaixou a cabeça, mas isso ele não conseguiu ver. — Honey, temos que dar um jeito nisso.

— Eu sei…

— Olha, eu estive pensando muito sobre o assunto e acho que cheguei a uma conclusão do que será melhor pra nós dois, principalmente pra você.- suspirou. — Eu… sei que não está feliz com nosso casamento, Sara...

— Eu estou si…- ela tentou contra-argumentar, pois pelo jeito como ele falava parecia que queria se separar pra resolver as coisas e isso estava fora de cogitação.

— Meu amor, me escuta.- ele a interrompeu. — Deu certo no começo, nós conseguimos levar muito bem, mas agora…- Gil deu uma pausa, estava doendo ter que dizer essas palavras, mas ele como um homem que geralmente era péssimo com elas, precisava usá-las querendo ou não. — Quem vive desse jeito, Sara? Estou longe de você, mal falo com você, que felicidade eu posso te proporcionar?

— Para, Griss.- ela implorou. — Está falando do mesmo jeito de antes.

— De antes?

— Antes de ficarmos juntos, quando achava que não era suficiente pra mim, que eu ficaria melhor com outro homem. Para com isso.- seus olhos encheram de lágrimas ao imaginar-se longe dele também fora do matrimônio, do jeito que estavam pelo menos permaneciam juntos de alguma forma, unidos pelo casamento, ligados um ao outro por aquela aliança, aquele amor e aquela promessa de nunca abandonar um ao outro.

Grissom suspirou e ignorou isso, estando certo do que queria fazer pra pôr um fim naquele sofrimento todo.

— Eu não acho que seja certo por um fim nisso por telefone, a gente precisa se encontrar.

— Como assim “pôr um fim nisso”?- desesperou-se, mas não deixando ele perceber tanto assim.

— Eu só quero o que é melhor pra você. Confia em mim, abelhinha, vai ser melhor assim.

— Mas o que você quer fazer? Me explica.- sua voz embargou sem querer e ela se recompôs.

Sara se recusava a sequer cogitar a ideia de divórcio, podia estar se precipitando pensando assim. Não, ele não ia fazer uma coisa dessas! Deve ser outro plano. É, com certeza é outro plano que ele tem.

— Quando você pode ir pra Paris?- nem a pau que ele ia falar por telefone, não era homem disso. Se queria deixar tudo as claras e resolver as coisas com sua mulher, tinha que ser olho no olho. Seria mais doloroso? Seria, mas com certeza seria mais responsável e corajoso.

— Eu não sei.- ela respirou fundo tentando se conter, e ignorar o fato dele ter fingido demência para a sua pergunta. — Eu vou falar com o Russell e te aviso. Ele… ele já está voltando.- disse ao ver o chefe voltando pra sala com cautela para que ela pudesse vê-lo e assim não atrapalhar. — Já te retorno.

— Está bem, eu vou esperar.

— Gil?

— Sim?

— Eu te amo.- ela quis reforçar.

Grissom suspirou como um lamento e não conseguiu responder o mesmo, de tanta dor que sentia em ouvi-la pedir mesmo que indireta e silenciosamente para que ele desistisse da ideia que ela com certeza tinha cogitado que seria.

Sara desligou, triste, como tinha dito a Finn. Ele nem respondeu o “eu te amo” dela, isso era um péssimo sinal. Será que ainda amava?

Falou com Russell e explicou bem por cima a situação, e pela forma como ela tinha se comportado naquele caso e o jeito como ela aparentava estar emocionalmente, Russell lhe deu logo dois dias quando ela precisasse.

Sara agradeceu e retornou para o marido para que ela só pegasse os dias quando ele conseguisse os dele.

Grissom conversou com os companheiros e disse que precisava de no máximo dois dias pra resolver uns problemas pessoais em Paris, que eles teriam que se virar sem ele nas escavações por enquanto.

Gil ficou o primeiro dia pensando se era realmente a coisa certa a se fazer. Sabia que iria magoá-la, e muito, mas era para o bem dela. A amava mais que tudo no mundo e sabia que Sara não estava sendo feliz com esse casamento. Ele não estava feliz.

Marcou com Sara de se encontrarem no aeroporto de Paris no dia seguinte, era iria buscá-la como sempre fazia quando chegava antes.

Enquanto voava para Paris, Sara pensava e sem perceber deixava uma lágrima cair. Sabia o que estava por vir e seu coração já doía. Queria não acreditar, que seu pressentimento estava errado, mas estava difícil.

Grissom esperou por uns quarenta e cinco minutos e a viu. Levantou-se imediatamente e gravou a imagem dela indo até ele.

Com uma bolsa no ombro, Sara olhou por alguns cantos do aeroporto como sempre fazia tentando achá-lo, mas dessa vez, ao fazer isso, estava triste. Andou até ele devagar, sem pressa. Pra ter, infelizmente, uma talvez última visão dele esperando por ela.

Quando Sara chegou até Gil, frente a frente, ele a abraçou forte. Queria chorar, mas se manteria firme, só não sabia até quando. Sara correspondeu ao abraço intensamente como se fosse o último.

— Senti saudade.

— Eu também senti.- ele não sabia o quanto ela sentira.

Foi um abraço bem demorado. Ao se separarem, olharam-se por alguns segundos e resolveram ir pra casa em vez de terem aquela conversa do lado de fora do aeroporto. O caminho foi silencioso, nenhum dos dois se atreveu a dizer nada a não ser perguntar como o outro estava e o que tinham feito.

Entraram em casa e Sara foi direto ao ponto.

— Você... pensou?- ela perguntou se segurando para controlar a voz e não deixá-la embargada.

— Pensei e decidi.

— Você quer o divórcio?

Obviamente ela já tinha percebido do que se tratava aquele encontro sem que precisasse mencionar. Ele não iria responder que sim, pois não queria, e sim precisava. Pelo menos na cabeça dele precisava. Então não respondeu nada.

— Por quê?- ela continuou já que não obteve resposta na pergunta anterior.

— Porque é o certo.

— Não! Não é!- ela alterou um pouco a voz. Ele não podia fazer aquilo!

— Sara...

— “Vencer a distância, haja o que houver”. Lembra?

— Lembro, mas…

— “Honey, nós podemos passar por qualquer coisa juntos. Tudo vai ficar bem”. Lembra disso também?

— Mas não ficou tudo bem, Sara!- ele falou quase que por cima dela. — Não dá mais!

Essa frase acertou em cheio seu coração. “Não dá mais”. O que mais temia se concretizou.

— Gil, você não pode fazer isso!- ela insistiu se segurando pra não desmoronar. — Pensa em tudo o que a gente viveu, tudo o que a gente passou, você não pode jogar tudo no lixo assim. Não é justo.

Grissom suspirou.

— Sara, isso não dá mais certo. Você em Vegas e eu no Peru. A gente mal se vê.

— Está falando igual a sua mãe!- disse com raiva ao lembrar das palavras dela, por mais que já tivessem resolvido toda essa questão. As lágrimas acumularam, mas ela se recusava a deixar escorrer.

— Ela tinha razão!

Sara o olhou chocada com a resposta. Depois de ficar contra a atitude de Beth naquele tempo, agora ia assinar embaixo no que ela disse? Não podia acreditar!

— Gil, sua mãe não sabia nada sobre a gente, até hoje ela não sabe um terço do que passamos pra ficarmos juntos. Pelo jeito nem você sabe, né?!- uma lágrima caiu no momento em que ela pronunciou a última frase. Não resistiu.

— Não faz isso, Sara…- pediu secando a lágrima dela. — Está me deixando pior ainda.

— Como você acha que eu me sinto, com você me abandonando desse jeito??- estava quase gritando com ele, indignada com a “solução” que ele achou pro problema que eles tinham.

— Não estou te abandonando, Sara. Estou te deixando livre.

— Eu não estou presa, Gilbert!!- alterou-se. — Eu amo você!- ele suspirou. — Quinze anos e você ainda não entendeu isso??

Ele sabia que aquilo doía. Também a amava, muito, só queria o melhor pra ela.

Grissom tirou os papéis de dentro do casaco e lhe entregou. Só Deus sabia o quanto aquilo estava sendo difícil.

— Já tem os papéis? - ela o olhou com os olhos marejados não acreditando. Ele estava mesmo desistindo dela. Desistindo de tudo que levaram anos pra construir.

— Não me olhe assim.- ele quase implorou.

— Está desistindo de mim!- sua voz embargou mais ainda. — Está desistindo do nosso amor, Gil!

Ele a olhava como se dissesse que ela não o entendia.

— Você não me ama mais?!- mais afirmou do que perguntou e deixou outra lágrima solitária cair.

— Não, não é verdade.- segurou seu rosto com as duas mãos e secou sua lágrima mais uma vez. Não queria que ela chorasse. — Eu te amo. Te amo mais que tudo nesse mundo.

Ela balançou a cabeça como se não acreditasse. Se a amasse não estaria fazendo aquilo com ela.

— E é por te amar tanto que estou fazendo isso. É pro seu bem, Sara.

— Pro meu bem?? Isso não faz sentido nenhum!

Assim que Sara terminou de dizer a frase, ele a beijou. Aquilo estava doendo muito e precisava terminar com tudo logo. Ele sentiu as lágrimas quentes dela e deixou as dele cair também.

Ao separarem seus lábios, fitaram-se com dor no olhar. Ele manteve as mãos no rosto dela e encostou suas testas.

— Então é isso? Último beijo?- ela tentou segurar as lágrimas, mas em vão.

— Me desculpa.- ele estava se segurando para não desmoronar também.

— Griss... não faz isso. Por favor…

“Não quero sentir outro toque

Não quero acender outra chama

Não quero conhecer outro beijo

Nenhum outro nome saindo de meus lábios

Não quero entregar meu coração para outro estranho

Ou deixar outro dia começar

Nem mesmo vou deixar a luz do sol entrar

Não, eu nunca vou amar de novo” ― Lady Gaga

Ele a abraçou apoiando a cabeça dela em seu ombro.

— Não… Tem que ter outro jeito...- ela pedia com dor no coração. Aquilo não podia estar acontecendo! Ele não podia deixá-la.

Ela sabia que ele ia se afastar e tentou impedir.

Ele se soltou apenas um pouquinho segurando seus braços para olhar em seus olhos castanhos tristes. Beijou sua testa e pediu novamente:

— Me desculpa.

Ele saiu andando antes que ela conseguisse segurá-lo em direção à porta.

— Grissom...- ela o chamou chorando. Tinha que impedi-lo. E como ele não voltou e sabia que não voltaria, soltou um quase grito de dor. — Grissom!!!

Assim que ele ouviu o grito dela, do lado de fora, soltou o choro e entrou no carro pra ir pro hotel. Sabia que não conseguiria ficar em casa depois disso então quando chegou já tinha reservado um. Chorou, chorou como nunca chorou na vida. Foi a decisão mais difícil que tomou.

Ele a deixaria livre. A amava, queria ficar com ela, mas não tinha jeito. Sabia que ela sofreria, mas também sabia que passaria, que ela superaria e seguiria em frente. Ele não merecia tê-la e nem ter o amor dela. Onde estava com a cabeça em achar que aquele casamento à distância daria certo? Sara merecia alguém que estivesse perto, que pudesse fazê-la feliz de novo — pois sabia que ele já a tinha feito muito feliz, e ela o fez também, mas já não sabiam mais o que era isso —, que pudesse dar o amor e carinho que ela merece, que pudesse dar um romance mais longo à ela. Alguém da sua idade e que não fosse morrer dezesseis anos antes dela. Pois é, com essa distância, isso tudo voltou para bagunçar sua mente e fez com que ele tomasse essa decisão. Só bastava ela assinar os papéis para darem início ao processo de divórcio.

Gil podia ser inteligente e esperto em muitas coisas, mas certamente no amor ele não era. E tomou a decisão mais estúpida de sua vida, o que ele só iria se dar conta, e principalmente sentir, quando fosse tarde demais.

“Vou seguir em frente

Vou tentar mais uma vez

Nada foi em vão

Perder você foi solução” ― Rick & Renner

Sara o viu partir e seu coração doeu tanto, mas tanto, que quase não conseguiu manter-se em pé. Encostou-se no braço do sofá e tentou controlar as lágrimas, mas em vão. Correu pro quarto, jogou-se na cama e soltou o choro.

Chorou. Chorou muito mais que Grissom no carro.

— Não...- ela repetia com a cabeça afogada no travesseiro.

Aquilo não podia estar acontecendo! Grissom não tinha ideia do que havia feito!

Por quê? Por que ele a deixou? Pro bem dela? Não, não foi esse o motivo, ela tinha certeza disso! Grissom não sabia mentir. Ela viu em seus olhos que ele não queria fazer aquilo. Então por que fez?

Tantas perguntas sem respostas.

Seu coração se partiu e se Grissom não se arrependesse do que fez e não voltasse atrás, essa ferida nunca iria cicatrizar. Doeria pro resto da vida.

 

“Dói, dói muito. Dói saber que perdemos, dói saber que fizemos nosso máximo e perdemos, dói saber que o que sentimos é verdadeiro e perdemos, dói saber que não somos autossuficientes.” ― Dalvan Miotto


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Notas finais do capítulo

Choremos :(
E olha só, pandinhas, antes que vocês venham me xingar aqui KKKK eu quero deixar muito claro que não copiei a cena da Juliete em Tarde Demais tá? Eu que emprestei a cena pra ela, a cena é minha (as frases em itálico, eu quero dizer) e eu deixei ela usar na one dela como um flashback, tanto que nas notas finais ela me agradeceu pela ajuda com a fic hsaushaj não surtem, não teve plágio aqui. Só pra deixar claro shaushajk Essa parte do divórcio estava escrita há muito tempo já, só coloquei/acrescentei a Abby e o episódio da Theresa nele.
Bom, é aqui que começa a ficar tudo mais difícil, então a Sara vai sofrer muito e temos que ser fortes por ela e como ela :')
Abraço de urso e até o próximo capítulo :3



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