Contraindicado em caso de Veela escrita por AliceDracno


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Como disse antes, feita para o desafio dramione veela.
Obrigada aos que lerem.
Minha primeira comédia romântica, aceito críticas construtivas.



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Contraindicado em caso de Veela.

 

Era uma manhã normal de sábado na residência dos Malfoy, em Godrics Hollow.

Tipicamente, Hermione Malfoy ia para o seu trabalho de inominável no Ministério, Lyra ia para casa de Lily e Draco, que terminara um plantão no St. Mungus, ficaria descansando com o filho, em casa.

O filho remexia a torta de chocolate que a mãe fizera, com uma mão apoiando a cabeça, cotovelos na mesa de forma displicente e condenável pela etiqueta.

O menino Scorpius bufava, emburrado. Draco examinava o filho, tentando descobrir o que o fazia estar assim: decepcionado. Hermione era boa em saber isso, não ele.

—O que te incomoda, filho? —Perguntou, depois de devorar uma torrada e tomar metade de sua xicara de café.

—É, que, pai... —o menino suspirou antes de continuar: —Tem essa menina na escola e... —mordeu a língua antes de conseguir continuar, encarou o café constrangido.

—E o que, meu filho? —Agora sim aquilo atiçara a curiosidade de Draco.

—E eu acho que ela é minha companheira veela —disse ele, bem rápido. Draco engasgou com o café. Seu filho só tinha 15 anos e já encontrara sua companheira? Seria possível?

—Tem certeza? —Perguntou, ainda atônito. Primeiro tentou pensar em quem poderia ser, depois, só rezou para que não fosse a filha de Pansy Parkinson. —Não é a filha de Pansy Parkinson, não é?

Scorpius o olhou com uma mistura de horror e choque. —Salazar, pai! Credo! Não é Janaina Goyle não, Deus que me livre e guarde de ser ela! —A exclamação do filho foi o suficiente para deixar Draco mais calmo.

—Pois bem, você tem certeza? —Voltou a perguntar. Viu o filho coçar a cabeça e murmurar:

—Eu não sei... queria saber como foi que o senhor descobriu que mamãe era a sua. —Viu os olhos de Scorpius, cinzas como os do pai, irem para Draco, suplicantes.

—Foi tudo um mal-entendido, sabe? Eu nem sabia que era um veela! —Com isso, ganhou a curiosidade e a atenção do filho. —Foi tudo por acaso e, antes disso, eu desprezava sua mãe.

Falou o Malfoy sênior.

—Como assim, pai?

—Bom, eu estava me meu último ano em Hogwarts, fazendo tudo o que tinha de fazer e... —foi cortado pelo filho, tão impaciente como a mãe:

—Não, pai. Não é isso. Eu quero saber, como assim você não sabia que era um Veela? —O menino revirou os olhos ao mesmo tempo que o pai.

—Eu ia chegar lá, Scor. Bastava ter esperado um pouco —o filho entortou a boca, um gesto irônico que pegou do pai. —Mas, já que é tão curioso quanto sua mãe, esclarecerei esse ponto: a herança veela estava a muito perdida na família, eu fui o primeiro em quatro gerações a ter sangue veela puro correndo nas veias.

—Oh, legal —Scorpius se sentiu estranho sabendo esse tipo de coisa, especial. —Quer dizer então que eu posso não ser um veela?

—Não, infelizmente você e sua irmã são veelas —sussurrou o Malfoy, sendo ranzinza.

—Você diz isso porque quer que Lyra nunca arranje um namorado. Mas como ela é veela, pode morrer se não arrumar —brincou o mais novo, acertando no alvo o motivo.

—Calado, Scor, não é nada disso —tentou disfarçar, mas o moleque era realmente atento. —Vou voltar a história, pode ser? —Viu o filho assentir. —Tente não me interromper —pediu insinuante.

—Ok, velho, vamos lá! Começa logo essa história! —Afoito, Scorpius pediu suplicante. Draco sorriu e decidiu fazer o filho penar um pouco antes de pular para a história principal:

—Como você e o mundo bruxo inteiro sabe, há muitos riscos em fazer uma Amortentia. Entre os vários riscos de se fazer uma amortentia, estava, em negrito, este: de fazer a pessoa amada se apaixonar – ou revelar sua paixão real – por alguém que não fosse a pessoa que produziu a poção. E isso ocorria muito mais do que podemos imaginar. Esta poção é dificílima e realmente tinha pré-disposição a sair errada.

“Como os veela, pessoas com descendência veela são imunes a essa poção, pelo menos em seu sentido próprio, sabe? Ela não faz o veela em questão se apaixonar por quem fez a poção, mas sim que descubra sua paixão verdadeira, seu companheiro.

“Meu caso foi exatamente esse. Foi tudo acaso!”

—Será que pode pular os rodeios e contar a história toda, por favor? —Scorpius pediu, curioso demais para esperar.

—Meu Merlin, o que eu disse sobre interrupções? —Draco perguntou, maldoso.

—Ah, você está fazendo de propósito! —Gritou o filho, apontando para o pai.

—Ok, ok, vou direto ao assunto! —Revirou os olhos quando viu o filho sorrindo com presunção. —Enfim. Eu estava em meu último ano em Hogwarts e a meses de morrer sem saber que era veela.

“Cheguei muito chateado, o natal foi uma merda naquele ano para mim. Enfim, quando cheguei, já durante o jantar depois do natal, atrasado como sempre, me sentei ao lado de Blás e Theo. E, Jesus, penei.

“Pansy Parkinson havia feito uma amortentia para mim, o que ironicamente iria se virar contra ela no futuro, e eu, alheio a isso, bebi o que ela me ofereceu. Os sintomas não foram automáticos, ou pelo menos eu não notei que tinham sido.

“A primeira coisa que fiz, depois de tomar todo o suco de abobora batizado com a poção do amor mais poderosa, foi olhar para a mesa da grifinória e sorrir para a sua mãe. E eu pensei, naquele momento: Como a Granger está linda, aposto que os dois patetas ao lado dela nem notam isso...

“Depois desse pensamento nada legal, na opinião do meu antigo eu, espantei ele e saí para meu dormitório. Mesmo assim, a cada corredor que eu andava, eu me lembrava de Hermione e de como seu sorriso era brilhante.

“Fiquei tão irritado, que disse: —Porra, Draco Malfoy, o que é que é que você anda pensando? —Gritei comigo mesmo no corredor, sem perceber. Dois ou três outros alunos olharam para mim, estranhando e eu mostrei o dedo do meio para eles, com minha pior cara de mau.

“Cheguei no dormitório, e não consegui dormir. Foi a primeira de muitas noites que não dormi por causa de sua mãe” Draco sussurrou, sorrindo abobalhado. Scor revirou os olhos.

—Corta a melação, coroa, e continua a história! —O moleque exigiu.

—Pelo amor, não me corte, Scor! —Pediu o pai. —Enfim. Eu me revirei para tudo que é canto, deitei de várias formas na cama, mas nada do sono vir. Só quando o sol já despontava lá fora, eu consegui dormir.

“E não foi por muito tempo não. Levantei duas horas depois, exausto e com raiva da sua mãe por ela não ter me deixado dormir. Desci as escadas para o salão comunal pisando duro, chamando a atenção de muita gente. Seu tio Blásio até brincou que eu estava de TPM!

“Mas não tive sorte. Pansy foi falar comigo, crente que a poção já estava fazendo efeito. Dei uma patada nela, da qual não me lembro, mas que deve ter doido como coice de Hipogrifo, já que o sorriso idiota dela desapareceu aos poucos.

“Depois, tão irritadiço quanto antes, sai para meu café da manhã. Estava jurando amaldiçoar todas as gerações da família de sua mãe quando a visse. Porém, não foi bem assim que as coisas funcionaram.

“Quando vi sua mãe, entre seu tio Harry e o idiota do seu tio Ronald, sorrindo e linda, eu me derreti. Toda a raiva, o cansaço e a irritação deram lugar para a contemplação. Eu sei que quase babei lá.

“Blás e Theo riam num canto, me olhando: —Porra, Draco, você está bem? —Lembro do seu tio Theo me tirar do meu transe. Blás e ele trocaram olhares cheios de segundas intenções e que sequer notei.

“Tudo o que eu consegui dizer, foi: —Estou bem sim —murmurei e voltei para a minha mesa, ainda com Hermione Granger em minha cabeça.

“Quando segui para a aula, que seria com a grifinória, uma animação e nervosismo atípicos de um Malfoy, borbulharam em meu estômago.

“Eu queria vê-la, falar com sua mãe e sentir o cheiro dela. Ou, só ouvir sua voz e seu riso. E por mais abominável que aqueles sentimentos fossem para mim no momento, eles também pareceram muito certos e felizes.

“Ela acabou se sentando longe de mim, mas eu passei a aula inteira, que era de Transfiguração, olhando sua mãe. Meu Deus, ela era ótima naquilo! Eu reconheci, naquele momento, que queria que nossos filhos tivessem a inteligência dela. Depois gritei comigo mesmo que jamais teria filhos com...” —Draco, antes de terminar a sentença, suspirou. —“Com uma Sangue-Ruim nojenta como ela.

“Foi quando a professora Minerva chamou minha atenção, dizendo: —Senhor Malfoy, pare de olhar a senhorita Granger e preste atenção na minha aula!

“Fiquei revoltado com o fato dela achar – certeiramente – que eu olhava para sua mãe e disse: —Eu não estava olhando para a Sabe-tudo Granger! —Lembro-me de fazer a pior cara de nojo do mundo quando disse o apelido nada amoroso dela.

“Os sonserinos riram, os grifos defenderam Hermione. Já sua mãe, me olhou decepcionada, como sempre fazia quando eu era um idiota com ela. A decepção dela, como sempre, me ardeu. Contudo, pela primeira vez, eu quis ir até ela, abraçá-la e pedir desculpas por tudo.

“Depois disso, a aula foi uma bagunça só. Eu estava uma bagunça só.

“Um lado meu renegava aquele sentimento. O outro, só queria agarrar Hermione e levar para uma sala qualquer nas masmorras. Você pode imaginar o que eu queria fazer com ela. Mas isso não vem ao caso.

“E assim, a história ficou por um tempo. Com a chegada de março, eu estava cada vez mais cansado e com aparência de doente. Cada vez mais me apaixonava por sua mãe, sentimento que aumentava cada vez que a olhava ou que Pansy me envenenava com Amortentia.

“Eu parecia um fantasma, sabe? Muito mais pálido que o normal, desatento e adoentado. Eu estava fraco porque amortentia demais causava efeitos colaterais e porque eu estava cada vez mais perto da morte, que aconteceria em meu aniversário, se eu não tivesse sua mãe.

“Foi por isso que, numa tarde, o diretor Snape me chamou na sua sala: —Draco, você está bem?

“Eu não sabia o que responder, então disse o que eu sabia: —Eu não sei, diretor.

“Ele me olhou de cima à baixo, e eu fiquei nervoso com o olhar crítico dele. Me remexi como um louco na poltrona a sua frente, curioso. Até que, enfim, ele disse: —Você parece estar sendo envenenado por algum tipo de poção —a afirmação dele não passou de um sussurro, mas eu ouvi.

"Antes de qualquer coisa, eu surtei: —Como assim?

“Ele revirou os olhos e soltou um muxoxo incompreensível. —Ora essa, Severus —o quadro do ex-diretor Alvo Dumbledore, disse com ar de quem sabe demais. Fez nós dois olharmos para ele, para, só então, continuar: —Ele está sendo envenenado por ingerir demais uma poção do amor. Muita amortentia.

“Na hora, eu só consegui pensar na Pansy. —Merda! E sabe do que mais? Estou sendo envenenado por uma poção feita errada! —Bradei. Vi os olhos azuis de Dumbledores brilharem por debaixo dos óculos meia lua pintados, e ele sorriu faceiro.

“Snape tirou os olhos e Alvo e me fitou: —Como assim errada?— Aí, Scor, eu disse que achava que era Pansy que fez a poção, mas que eu estava apaixonado por Hermione Granger.

“Snape concordou comigo que sua mãe jamais faria uma coisa assim. Ainda mais, sendo ela apaixonada, supostamente, pelo Wesel.

“Chamamos, então, Pansy para o diretor e a confrontamos. Copiosamente ele chorou aquele dia. Praticamente se arrastou no chão para não ser expulsa. Enquanto isso, eu me sentia mais frágil e mole.

“Desmaiei por cima de Pansy quando tentei me levantar para ir até a enfermaria.

“Não sei como fui parar lá, e sinceramente não quero imaginar se Snape me carregou ou não; só sei que, do nada, senti-me em cima de algo macio e confortável. Depois, as vozes de Madame Pomfrey, Snape e a esganiçada de Pansy tomaram meu sono.

“Ouvi Madame Pomfrey pedir para Pansy trazer ali a poção, para saber o que deu errado e me diagnosticar de forma certa. Depois disso, me entreguei totalmente a uma escuridão agradável.

“E, naquela madrugada passada na enfermaria, eu senti um cheiro peculiar e doce perto de mim. No momento, pensei estar sonhando, mas depois eu soube que sua mãe realmente foi velar meu sono, totalmente preocupada comigo.

“Ela passou as mãos pelo meu cabelo, num afago carinhoso, e depois beijou minha testa, me desejando melhoras.

“Infelizmente, para mim, o sonho acabou quando acordei e encontrei com sua avó ao meu lado. Deus, Salazar e Merlin sabem como fiquei decepcionado em encontrar sua avó no lugar de sua mãe. Só eles poderiam saber a minha decepção!

“Só rastros do cheiro doce de sua mãe restaram, muito pouco, uma quantia irrelevante e que não me chamou em nada a atenção. Eu fiquei confuso, olhei de um lado para o outro atrás de sua mãe, mas ela já não estava mais ali.

“Me foquei, então, em quem estava: Snape, minha mãe e Madame Pomfrey. E, pela primeira vez na vida, fiquei absolutamente chocado com o que me disseram. Eu era um veela! Pior ainda, eu tinha Hermione Granger como companheira!

"Eu nem dei tempo de falarem mais nada, pulei da cama e sai correndo para algum lugar. Sem rumo, cruzei com sua mãe, bati nela, a derrubei, gritei com ela e sai correndo como o covarde que eu era.

“Eu fiquei assustado e não queria acreditar naquilo tudo. Corri até o lago negro e ali fiquei. Horas afio sentado, olhando o nada e digerindo toda aquela história. Com raiva de minha mãe, de Snape, do meu pai, dessa herança maldita, mas, principalmente, com raiva de mim mesmo por ter tratado Hermione daquele jeito no corredor.

“Eu amaldiçoei muitas coisas. Senti tanta raiva que, quando chutei uma pedra, caí no lago negro e me encharquei. Praguejei contra tudo e todos, estava tão fraco que quase desmaiei novamente.

“Eu não queria acreditar em nada disso. Antes do banho acidental, acreditei piamente que era apenas um sonho ruim. Eu queria que fosse, ao mesmo tempo que queria que não fosse.

“A veela dentro de mim queria Hermione Granger em meus braços, para sempre. De preferência, sem que mais nenhum garoto olhasse para ela. Eu queria que ela fosse só minha e de mais ninguém.

“Sai do lago, o peso extra da água estava me fazendo ter um esforço danado. Eu estava fraco graças a poção e tudo mais.

“Segui, já um tanto resignado, para a enfermaria e encontrei minha mãe na mesma cama de antes. Com um floreio da varinha dela, eu fiquei seco e fui abraçado. Minha mãe chorava e soluçava enquanto contava a história completa. Severus estava ali, olhando tudo preocupado.

“Eu entendi que morreria lentamente, definhando sem minha parceira. Mas, se eu fosse rejeitado, seria pior: eu simplesmente morreria de dores terríveis porque a veela dentro de mim morreria de coração partido.

“Me assustei. Fiquei tão assustado que quis sair dali correndo novamente. Mas, dessa vez, fiquei ali.

“Fui deitado, fiquei assim por um tempo, encolhido como um bebê temeroso, exatamente como eu me sentia. Minha mãe foi guiada por Severus para seu gabinete. E, ali, encolhido e com medo do meu futuro (tanto medo quanto senti durante a guerra, no ano anterior), eu jurei que morreria definhando e não de coração partido.

“Eu estava com medo, incerto, inseguro. Sua mãe causava tudo isso em mim desde sempre. Eu fui notando, enquanto o sol baixava lá fora, que eu sempre senti isso por ela. Sempre foi ela. Estava tão na minha cara, que eu nem notei!

“Meu estômago roncava de fome, mas eu não queria comer. Eu queria Hermione Granger para abraçar e sentir seu cheiro. Mas, também, queria me matar por querer ela. Eu me condenava, como se fosse tudo minha culpa, por amar uma nascida trouxa.

“Pedia para Salazar que fosse tudo mentira, ao passo que pedia a Merlin por um beijo dela. Eu chorei, pela primeira vez em anos, por alguém que não fosse eu ou minha mãe. Chorei por Hermione, ela não merecia isso tudo.

“Adormeci assim. E, novamente, sonhei que sua mãe me beijou e me afagou. Senti o cheiro dela e a veela adorou. Ronronou, até. Ouvi a risadinha característica dela. Sonhei com ela, a senti como um tolo apaixonado. A desejei ainda mais.

“No dia seguinte, eu estava relativamente melhor. Tomei as poções receitadas por Madame Ponfrey e fui para minhas aulas rotineiras. Não vi Pansy, e assim era melhor. Logo, descobri que toda Hogwarts descobriu o que eu era. A escola só não sabia que eu já sabia quem era minha parceira.

“Meu Deus, tantas garotas queriam saber se eram elas minhas parceiras... menos Hermione. Aquilo me matou um pouquinho, ela não queria ser minha parceira.

“Dias se passaram rápido, os testes vinham com tudo, NIEM’S assustavam tanto. Eu estudei como um louco, mesmo sabendo que no fim eu morreria porque não estaria com Hermione. Eu já havia desistido de viver muito tempo. Eu achava que ela amava Ronald Pobretão Weasley e não queria estragar a felicidade dela. Ela, com certeza, era o tipo de pessoa que sentira culpa se eu falasse que ela era minha parceira. O tipo de pessoa que abdicaria de sua felicidade para me manter vivo, e isso era tudo o que eu não queria.

“Sendo um idiota confuso, eu passei a pegar todas as garotas que queriam saber se eram minhas parceiras. Todas que cruzassem meu caminho e piscassem, eu transava. Foi a época mais confusa, sexualmente dizendo, que tive na vida. Transava a esmo em qualquer lugar, tentando tirar sua mãe da cabeça.

“Até havia sido pego uma ou outra vez. E mesmo quando sua mãe me pegou com uma garota que nem me lembro o nome, ficou triste e quase chorou na minha frente, eu mandei ela ir procurar o namoradinho cenoura dela.

“Mais uma vez, eu provei para sua mãe que eu era tudo aquilo que ela não merecia. Uma merda grande demais, um problema que ela não poderia resolver. A confusão que meninas como ela deveriam evitar.

“Se eu me arrependi? Você se pergunta. Sim, eu me arrependi muito, Scorpius, pra caralho. Tanto que eu não conseguia olhar sua mãe sem me sentir um idiota, hipócrita, irritante e porco. Me sentia sujo depois de um ou outro orgasmo com as vadias que eu pegava em Hogwarts.

“Mas eu continuei. Virou minha rotina: estudar até dormir e transar até apagar.

“A veela morria pouco a pouco e eu ia junto. Não fazia nada para impedir de morrer. Lá no fundo, ou nem tão no fundo assim, eu sentia que deveria, que era justo, eu morrer. Eu não merecia sua mãe.

"Eu tive duas chances de ver que Hermione me amava, só fui um tolo em não enxergar, como sempre fui. Meu cérebro simplesmente não funcionava plenamente perto dela. Não. Perto de Hermione Granger eu só conseguia pensar em: beijar, abraçar, sentir... e acabava sempre a xingando para afastá-la de mim.

“Snape e sua avó iam atrás de mim e tentavam me fazer mudar de ideia, mas não funcionava, eu estava decidido.

“Foi quando ela me deu o primeiro susto. Era uma tarde nublada de abril, Hermione cismou que deveria aprender a voar, e eu estava curtindo os poucos dias que me restavam, sentindo o frio cortar minha pele junto da fricção com o ar.

“Não tinha visto sua mãe, nem ela tinha me visto. Eu voava muito acima de onde ela estava. A altura inicial dela nem era muita, segundo Hermione me contou naquele dia, mas ela decidiu subir mais e mais até quase ficar na altura que eu estava, a mais de trinta metros do chão.

“Ficou tonta, caiu da vassoura. Eu quase caí junto, pois senti uma dor forte demais no peito. Foi a primeira vez que a veela tomou conta de mim. Ela desceu rapidamente até onde Hermione estava, segurou ela pela cintura e a trouxe para mim.

“Senti as lágrimas de sua mãe molharem minha roupa, ela se agarrou em mim e um misto de alegria e dor me tomou. Alegria por ela estar em meus braços, dor por ela estar com medo e chorando.

“Pousei e a peguei no colo, ela não protestou. Me sentei com ela nas arquibancadas e a consolei. Deus, foi a primeira vez que senti o cheiro dela, que era muito bom, ainda mais assim, de perto.

“Ela me confidenciou muitas coisas, medos. Disse que aquilo era para ela parar de sentir tanto medo. Disse, também, que estava feliz de eu estar lá para salvá-la. Se despediu de mim com um beijo na bochecha e eu fui ao céu e voltei, sem sair do lugar.

“Quando acordei, ela já corria com a vassoura quebrada para dentro do castelo. Sem ela por perto, a veela protestou e eu me senti mal. Foi outra noite pegando geral e decepcionando sua mãe.

“Não era a primeira vez que eu sentia aquilo: um aperto no peito, uma vontade louca de gritar, de tirá-la dos braços do Weasley e depois carregá-la para as masmorras, de finalmente confessar tudo. Mas não fiz nada disso, só observei.

“Ela estava chateada e nenhum grifo reparou.

“Fiquei na minha, não ia me intrometer. Entretanto, ver o desenrolar daquela história a minha frente, era demais. Ronald Weasley tinha mais problemas mentais do que eu acreditava. Depois de abraçar a sua namorada (boatos de Hogwarts insinuavam isso e eu acreditava nisso), que recém chegara, ele a ignorou completamente, focando-se num pedaço de frango.

“Que ser humano com um cérebro completo faria tal coisa?

“Tudo o que Hermione fez foi, durante o jantar inteiro, remexer a comida e olhar com expectativa para o ruivo e o amigo moreno. E estaria tudo bem, se não fosse a trigésima vez, nos últimos dois meses, que ele fazia isso com ela.

“Hermione parecia resignada com isso. Tanto quanto eu e minha sentença de morte, que me aguardava ao fim do ano letivo, em meu aniversário. E sabe o que era pior? O pior era que nenhum dos amigos dela notou a cara confusa e chateada da morena.

“Justo na grifinória, onde todos se diziam amigos, companheiros leais que morreriam um pelo outro!

“Eu notei, eu queria ampará-la.

“Do nada, eu me levantei e sai do Salão Principal. Chovia lá fora e eu nem liguei. Fui direto para a Floresta Proibida, mesmo sem saber.

“Eu estava puto. Ela quase tinha morrido e ninguém notou como aquilo a abalara. Ela precisava de amigos e eles sequer a notaram! Tudo o que eu mais queria era voltar, esfregar verdades na cara dos grifos e tirar Mione de lá.

“Mas não fiz isso.

“Molhado e frustrado, segui para a floresta. Só não notei que uma pessoa, com um guarda-chuvas, me seguia. Não senti o cheiro dela, não senti sua presença, estava com raiva demais para isso. Só notei que estava sendo seguido, quando a ouvi gritar meu nome: —Draco!

“Primeiro, fiquei feliz por ela ter me chamado pelo nome e não pelo sobrenome. Depois, fiquei feliz porque ela sentiu minha falta no jantar. Aí, veio a raiva por ela sair no frio e na chuva por minha causa.

“Preocupado, andei até ela e fui coberto pelo guarda-chuva. Ela estava meio molhada também. —Draga, Hermione —vi-a sorrir quando a chamei pelo nome. —Você não devia estar aqui! Vai gripar! Quase morrer uma vez num dia não basta para você?

“Ela revirou os olhos, divertindo-se com minha cara, e disse: —É que eu fiquei preocupada com você, saindo nessa chuva.

“Eu fiquei sem palavras. Depois de um tempo, lutando contra a vontade de agarrar e joga-la numa das árvores, de fazê-la minha, eu disse: —Volte para o castelo, preciso ficar sozinho para aquietar meus pensamentos.

“Ela abaixou os olhos, se despediu e saiu correndo. Eu suspirei e me sentei num tronco caído de uma árvore qualquer. Fiquei ali, tomando chuva e pensando. Ficando mais fraco a medida que o tempo passava e que Hermione se afastava.

“Foi quando senti o aperto no coração novamente, Hermione estava novamente em perigo: —Merda, ela só pode ter aprendido com o Potter desafiar a morte desse jeito! —Praguejei e sai correndo atrás dela.

“Guiado por não sei o que, cheguei até onde ela estava. Um Hipogrifo estava prestes a pisotear o corpo desacordado e ferido de Hermione Granger. O guarda-chuva estava perto de mim e ela no fim de uma ribanceira pequena. Ela tropeçou, desastrada como era, e saiu rolando. A varinha ficou no caminho.

“Mais uma vez, sai correndo atrás dela e o espantei com um feitiço estuporante, que o lançou longe. Quando peguei Hermione no colo, ela estava meio acordada e meio desacordada. Ela sorriu fragilmente e disse: —Você me salvou de novo. Acho que você é meu herói ou anjo da guarda.

“Senti meu peito afundar. Ela estava ferida daquela maneira por minha culpa. Ela estava ali porque me seguiu, porque havia se preocupado comigo. Quis me matar, a veela apoiava essa ideia. Com um floreio da varinha, o guarda-chuva se tornou uma manta branca. A cobri e sai correndo com ela para o castelo. Enquanto ela estava no meu colo, quis falar para ela que a amava e não consegui me deter. Pelo menos ela estava desacordada e não iria me ouvir, pensei naquele instante. Dias depois, descobri que não foi bem assim.

“Na ala hospitalar, Pomfrey cuidou dela e eu não sai do lado dela sequer um minuto. Estava tão preocupado que não ouvi quando Madame Pomfrey disse que formávamos um lindo casal.

“Sem saber o que fazer, sai de lá antes dela acordar. Depois disso, a evitei.

“Só faltava um mês para a formatura e quase o mesmo para mim morrer. E nesse período, eu a ignorei de todas as formas possíveis, e ela sempre ia atrás de mim.

“Mas, na formatura, faltando dois dias para mim morrer, não tive como não a ignorar. Ela estava linda num vestido preto, longo e que realçava sua pele pálida. Ele tinha um decore em coração na frente e um quadrado e grande nas costas. Ela deveria estar de salto, pois estava um pouco mais alta, ainda sim era bem mais baixa que eu.

“De maquiagem, nada mais que um batom vermelho e uma sombra clara.

“Durante a colação, quando os professores/diretores de cada casa chamavam os alunos para entregar o diploma, eu prestei atenção nela. Quando a festa começou, fiquei sentado longe e a vi dançar com muitos meninos. O ciúme não estava me atingindo tanto, pois eu ia morrer dali a dois dias.

“Eu, naquele momento, tomei a decisão que mudou minha vida. Fui até ela e a chamei para dançar. Nunca vi um sorriso tão brilhante no rosto dela antes. Depois, era como se não existisse mais nada.

“Eu não fui romântico, ou nada disso. Não era do meu feitio. Então, larguei ela no meio da pista de dança, me despedi e sai da festa tirando a gravata.

“Segui para a Torre de Astronomia e, sinceramente, pensei em como eu estava sendo um idiota. Graças a Salazar, sua mãe me seguiu aquela noite e, munida de coragem grifinória, gritou comigo: —Seu idiota! Me deixa plantada, no meio da pista de dança, como se eu fosse nada! O que você tem, hein Draco Black Malfoy? Uma hora me salva; outra, me ignora! O que há com você? Será que não reparou que eu te amo, seu idiota convencido?

“Demorei um pouco para entender o que ela disse, e ela começou a chorar por ter dito tudo aquilo. Ameaçou ir embora, mas eu a seguirei. Enxuguei suas lágrimas e olhei-a como se ela fosse um hipogrifo. Foi quando ela murmurou: —É sério, eu te amo, idiota! Sempre amei...

“Não precisei de mais nada. Fiz o que a meses eu quis fazer: a puxei pela cintura, segurei sua nuca e antes que ela esboçasse alguma reação, a beijei. Foi o melhor beijo que já tive na vida, ninguém se comparava a ela. A veela gritou dentro de mim para que eu dissesse que a amava tanto quanto, mas não o fiz.

“Quando me separei dela, somente sorri presunçoso e disse: —Me assustaria se não amasse. —Hermione realmente quis se soltar. —Sorte sua que é minha companheira —beijei-a novamente. Deixa-la daquela forma, atônita, era bom demais.

“Ela se separou, sorriu, colou a testa na minha e disse: —Eu sou sua companheira? —Eu assenti e a beijei.”

—Espera, é só isso? Não teve uma transa apaixonada a meia luz? Nada mais que isso? Que sem graça! Você foi bem frouxo, viu? —Scorpius provocou o pai.

—Deixa sua mãe saber que você quer saber detalhes da noite que foi concebido. —Draco murmurou divertido e viu o filho corar.

—Foi naquela noite? —O pai gargalhou e negou.

—Não, sua mãe permaneceu virgem até o casamento —esclareceu e viu o filho assentir, como se tudo voltasse a fazer sentido.

—Pai, vou me arrumar e ir para casa do tio Harry, acho que você deveria ir dormir, tá com uma cara péssima! —Brincou e se levantou, decidido.

—Obrigado pelo elogio, Scor! Você sabe como elogiar um medibruxo que acabara de sair de um plantão e contou a história de sua vida pro filho! —Ouviu o jovem Malfoy rir e sair correndo. —Espero que Lyra não dê tanto trabalho quanto esse daí, puta merda, viu... —Arrumou a bagunça que o filho e ele fizeram no café saiu, cruzando com Scorpius saindo.

Subiu até seu quarto, um cômodo espaçoso, com paredes claras, moveis negros e decorações que faziam referência a grifinória e a sonserina. Tirou os sapatos, se jogou na cama Queen e se cobriu com os lençóis negros. Floreou a varinha e fez as janelas se fecharem, ficou um adorável escuro no local.

Antes de apagar totalmente, viu um patrono de uma serpente entrar em seu quarto e anunciar: —Pai, vem jantar na residência dos Potter hoje à noite, tenho algo importante pra falar.

—Espero que seja realmente importante —sussurrou ele, dormindo.

(...)

A noite caiu, Hermione chegou em casa e encontrou o marido desacordado e espalhado pela cama. Sorriu graciosa. Se sentou, tirou os saltos, se arrumou ao lado dele, fez um cafuné e foi beijando o pescoço e a orelha dele. Chegando ali, vendo-o arrepiado e acordado, sussurrou:

—Você tem que se arrumar, Lyra quer falar algo para todos na casa de Harry.

—Han... eu não posso ficar em casa, com minha companheira, tomando um banho de banheira e depois jantando, não? —Hermione gargalhou e adorou a ideia, mas sabia que tinha que ir.

—Não, Draco, você tem que se levantar, tomar uma ducha e ir —ela se levantou.

—Tomo banho depois de você, já que duvido muito que vá me deixar tomar com você —sugeriu maroto e ouviu a esposa suspirar:

—Adoro a iniciativa e a ideia, mas se entrarmos juntos naquele banheiro, saímos de lá só amanhã —o Malfoy concordou, rindo gostosamente. Viu-a, com o rosto meio espremido no travesseiro, a esposa se despindo e pegando um jeans negro, blusa cinza, sapatilhas brancas e uma jaqueta de moletom branca. Os jantares na residência dos Potter eram despojados.

Cochilou depois que ela entrou no banho e só acordou quando ela foi o chamar de volta.

—Vamos lá, Mimi, vamos ficar na cama essa noite inteira! —Puxou ela para a cama e ficou por cima dela.

—Draco, por favor, levanta e toma um banho! —Pediu, fazendo a cara que ele não resistia. Draco Malfoy suspirou e assentiu.

—Usar essa cara continua sendo trapaça, ok? —Hermione riu e assentiu.

—Faça a barba também.

—Pensei que gostasse de homens com barba, milady. — A esse ponto, Malfoy já tomava um banho. Ela riu novamente.

—Não, Draco, eu só gosto de você com barba —disse, bem alto para ele a escutar. —Mas, mesmo assim, não combina com você. Te dá um aspecto meio doente quando fica grande demais —ouviu-a suspirar e, provavelmente, dar de ombros. Ela era a mulher mais mandona que existia por aí. Riu ao constatar que amava isso nela.

—Acredite, você é a única mulher capaz de mandar em mim e eu gostar.

—Querido, eu sei. Se não fosse eu tomar as rédeas da situação sempre, você estaria morto ou perdido. Você não vive sem mim —brincou. Ele já saia do banho rápido e, ainda nu e molhado, abraçou-a por trás e perguntou, novamente:

—Tem certeza que quer ir? Tenho várias sugestões do que fazer essa noite que, com certeza, são mais interessantes que os anúncios de Lyra.

Hermione suspirou, realmente tentada a ceder. —Draco, você quer mesmo que sua filinha fique cercada de marmanjos solteiros que adorariam ter uma veela como namorada?

O Malfoy gelou e retesou o corpo. —Me venceu com essa.

Nunca viu, e nunca mais veria, Draco Malfoy se vestir tão rápido. A roupa consistia em preto, do jeans, ao sapato e até a t-shirt de manga comprida, que cobria a Marca Negra.

—Ótimo, vamos —sorriu ao ver a seriedade do marido. Puxou-o lentamente e foi em direção a casa vizinha.

Foram atendidos por uma Lily sorridente, que abraçou a tia e o tio bem apertado. Todos estavam ali, desde Arthur e Molly Weasley, até Narcisa Malfoy. O que fez Draco estranhar. Hermione, que estava a par de tudo, ficou na sua.

O jantar decorria bem, na grande mesa da casa dos Potter. Draco parou de desconfiança quando viu o filho se levantar junto de Rose. A menina tinha os cabelos ruivos do pai e a inteligência da mãe, Luna Lovegood. Os talheres de todos ressoaram nos pratos vazios, haviam terminado o jantar.

Viu o filho suspirar e olhar demoradamente para Ronald, que já suspeitava de algo.

—Então, tio Rony, eu meio que gostaria de pedir a mão da Rose em namoro —enquanto todas as mulheres da família coraram e pularam de alegria, o Weasley citado estava parado, encarando o Malfoy mais jovem. Luna e Hermione se preparando para o ataque de ciúmes do pai para com a filha. —Eu descobri hoje que Rose realmente é minha companheira e... —não pode terminar.

Ronald tentou voar para cima do Scorpius. Os pratos foram ao chão. Gritava obscenidades e só parou porque Luna sussurrou uma ameaça no ouvido dele.

Depois de Ronald ficar mais calmo e a família passar a respirar melhor, o Weasley disse: —Cuida bem dela, senão eu vou te matar!

—Não tenha dúvidas disso, tio Rony —Ronald não pode conter a cara de desgosto com o “tio Rony” e Draco não pode conter a cara feliz de ver o ruivo tão irado. Riu gostosamente, e continuou mesmo quando Lyra, sua filinha, ficou de pé com James Sirius.

—Bem, eu também tenho algo para dizer... —James Sirius passou a mão pelo cabelo, o bagunçando ainda mais, Draco ainda ria, ignorando tudo ao redor. —Eu e Lyra meio que estamos namorando e...

Choque. Draco Malfoy parou de rir e encarou o outro casal chocado. Depois que o choque passou, abriu a boca em descrença. E, então, veio a fúria a qual todos esperavam:

—Você está namorando quem, Potter? —Ele também tentou pular em cima de James, sendo segurado por Harry e Hermione. —Cicatriz, me solta! Seu filho quer a minha menininha! Eu vou mata-lo!

—Draco, por favor, olha o escândalo! —Hermione sussurrou no ouvido dele. —Já estava na hora de Lyra encontrar o amor, ela tem 15 anos!

—O problema não é ela ter um namorado, é ela ter James Sirius Potter como namorado, o garoto que conversava comigo sobre ficar com garotas! —Continuou gritando obscenidades até a filha dar um tapa na mesa.

—Se acalma, pai! Não é como se eu fosse uma virgem pura e imaculada! —Scorpius, Draco e James olharam para ela ao mesmo tempo e perguntaram em coro:

—Lyra Narcisa Malfoy, o que você quer dizer com isso?

—Ah, qual é... vocês realmente acham que James é meu primeiro namorado? —Os três assentiram. —Mamãe, você nunca contou para o papai? Nem virgem eu sou mais! —Os três ditos cujos engasgaram com o ar. A afirmação de Lyra pegou todo mundo de surpresa. A família inteira olhava de um a outro, acompanhando aquelas revelações.

—Eu não falo nada disso com seu pai, se você contou pra mim, não tenho que sair contando, Lyra! —Hermione ficou brava pela filha achar isso dela. Viu sua menina corar e abaixar a cabeça.

—Ela deveria ter te puxado nisso, Mimi —Hermione ouviu Draco soltar como um muxoxo. —Fazer o que, né? É ela que decide...

—Caramba, isso aqui está melhor que aquele programa de Reality Show que passa na TV trouxa —sussurrou Fred II, seu pai, George, assentiu e completou:

—Deveríamos filmar isso e pôr no... como é nome mesmo? Aquele negócio que tem na internet? —A família toda desviou o olhar de Lyra para cair em George.

—Youtube, tio George. —Lily disse. Ninguém riu, além de Lily, George e Fred.

—Acho que é o momento perfeito para que eu diga que eu e Alice estamos namorando, né não? —Olhou para a Longbottom, do outro lado da mesa, corada e sorrindo sem graça para os pais.

—Eu vou te matar, Freddy! —Alice ameaçou, falando entredentes. Ela não apoiava em nada a história de revelar todo mundo junto aqueles relacionamentos.

—Boa escolha, filho —George disse, e dessa vez todos riram.

—Ok, mas alguém está namorando aqui? Por favor, Lily, me diga que você não! —Harry se levantou e disse, torcendo para a filha rir e dizer que não.

—Na verdade, nós todos combinamos de abrir o jogo hoje. Eu e Frank estamos namorando também —Neville olhou para o filho e depois para Lily.

—Acho que está tudo em família, afinal de contas —Neville disse.

—Podemos voltar no tempo para quando eles só se preocupavam em brincar e não tinha nada de namoro? —Harry perguntou a Gina.

—Querido, eu acho que não. Mas podemos arrumar outros filhos —Gina insinuou, baixinho.

 —Alvo e Hugo, não vão contar as novidades também não? —Fred II perguntou. Os dois jovens coraram e baixaram a cabeça, constrangidos demais. Ambos tinham 15 anos e já haviam assumido para os primos que não namorariam tão cedo e que eles eram tolos em o fazer.

—Calado, Fred! —Gritou Alvo, jogando um pedaço de comida nele.

—Nossa, cara, você, viu... —Hugo escondeu o rosto nas mãos.

—O que há? Por que não contam quem são? —Luna perguntou.

—Porque não! —Gritaram juntos.

—Qual é... —sussurrou Fred. —Vão em frente, digam!

—Não pode ser ruim —Gina tocou o ombro do filho.

—Mãe, nem vem!

—Aí meu Deus! Vocês são gays? —Ana Aboutt perguntou.

—Não, mãe, eles não são gays! —Frank disse, revirando os olhos. —Eles só tomaram o lugar de James Sirius e Scor, são os pegadores do momento.

Ronald e Harry se encararam e riram. A noite terminou ali.

Mesmo que Rony ainda quisesse matar Scorpius e Draco ainda quisesse a cabeça de James em sua lareira, as coisas terminaram ali. Luna e Hermione jamais deixariam as coisas acabarem em mortes. Se acabassem, a greve de sexo e as azarações das duas fariam os dois se arrependerem de tudo.


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Notas finais do capítulo

É isso, obrigada mais uma vez. Comentem se puderem!



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