Uma nova História escrita por Adhara Mckinnon Black


Capítulo 7
A aula de voo


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, gostaria de me desculpar por não ter postado ontem. Eu resolvi adiar um capítulo para a "grande mudança". E eu queria mostrar um pouco da relação da Kathy com os amigos. Esse capítulo não ficou muito diferente da história original, mas é porque, como eu resolvi adiar um pouco da história, não tinha muito o que falar.
Enfim, vamos à leitura!



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Kathy nunca pensara que fosse detestar tanto alguém como os sonserinos. Mas se enganara. Detestava-os com todas as suas forças, esta bem, não era pra tanto, afinal aquela podia ter sido sua casa, mas ainda os detestava. Principalmente o Malfoy. Aquela Barbie metida a reizinho. Os alunos do primeiro ano da Grifinória, porém, só tinham uma aula com os da Sonserina, a de Poções, por isso não precisavam aturar Draco muito tempo. Ou pelo menos, não precisavam até verem um aviso pregado na sala comunal de Grifinória que fez todos gemerem. As aulas de voo começariam na quinta-feira – e os alunos das duas casas aprenderiam juntos.

— Típico – disse Harry, desanimado. – É o que eu sempre quis. Fazer papel de palhaço montado numa vassoura na frente do Draco.

— Você não sabe se vai fazer papel de palhaço – disse Rony, sensato. – Em todo o caso, sei que Draco vive falando que é bom em quadribol, mas aposto que é conversa fiada.

Draco sem dúvida falava muito de voos. Queixava-se em voz alta que os alunos do primeiro ano nunca entravam para o time de quadribol e se gabava em longas histórias, que sempre pareciam terminar com ele escapando por um triz dos trouxas de helicópteros. Mas ele não era o único: pelo que Simas Finnigan contava, ele passara a maior parte da infância voando pelo campo montado numa vassoura. Até Rony contava para quem quisesse ouvir sobre a vez em que ele quase batera numa asa delta montado na velha vassoura de Carlinhos. Todos os garotos de famílias de bruxos falavam o tempo todo de quadribol.

Kathy estava louca para aprender a voar, apesar de estar nervosa também. Mas não deixou de sentir pena do amigo. Com certeza Draco os humilharia se fizessem ridículo. E a ultima coisa que Kathy queria, era fazer papel de boba na frente dos sonserinos. Então, tivera uma ideia. Despedira-se dos meninos e foi atrás da pessoa que poderia ajudar.

—Hey Olívio!- chamou o garoto que estava jogando conversa fora com os amigos. –Hey meninos! Tudo bem?

—oi Kathy.- eles cumprimentaram de volta.

—olha só quem resolveu se lembrar da gente, rapazes. – brincara Mathew.

— eu não. Vocês são muito enjoados, só vim atrás do Olívio porque ele é legal. – devolveu a brincadeira- e porque eu preciso dele. – terminou rindo.

—nossa, bom saber que sou importante Kathy, muito obrigado. – ironizou Wood.

—disponha capitão. –brincou a garota.

—Aaaaaaaahhhh! Bom saber senhorita Moore. – nessa hora Katherine fez careta com a fala de Charlie, mas ninguém reparou. –então quer dizer que somos enjoados?

—sim!

—ah é?

—é.

— você vai ver quem é o enjoado aqui. – então Mathew saiu correndo atrás dela e lhe atacou com cosquinhas.

Os outros só ficaram olhando e rindo dos dois, enquanto Katherine era atacada por Mathew e já estava vermelha e ofegante.

—PARA! PARA! HAHAHAHAHHAHA. MATHEW! PARA! POR... HAHAHAHA... P.. POR FAVOR!

— quem é o enjoado? Em? Em?

— vo- respira- cê.

—Ah é?- e atacou de novo.

—HAHAHAHAHAHAHAHAHA. PARAAAA!

—então fala: o Mathew é o mais lindo, legal, bonitão e gostoso. E não é enjoado.

—NÃO!

—então vou continuar ate você falar.

—TA. Calma. – regularizando a respiração ela disse - o Mathew é o mais lindo, legal, bonitão, gostoso e não é enjoado.

— pronto baixinha. – Mathew a soltou.

—e eu sou muito boa em mentir-piscou os dois olhos

—oque?-Mathew já estava pronto para atacar Kathy, mas esta já estava precavida.

—se fizer isso de novo, eu mato você, idiota. – olhou com aquele olhar assassino que quem visse, corria pro colo da mamãe.

Ele apenas levantou os braços em rendição, apesar de manter o sorriso.

—então Kathy, o que você queria comigo? – Olívio perguntou.

— ah é. Então Olívio, você sabe que é o meu favorito neh – nisso os outros garotos começaram a protestar- e...

— vai direto ao ponto Kathy. – Olívio a olhou divertido.

—nossa, eu aqui fazendo elogios a você e é assim que me trata, não faço mais elogios a você também- fez drama.

—-oh desculpe senhorita, pela minha horrível grosseria- brincou ele.

— vou deixar passar essa- e fez um sinal de descaso, para logo voltar a ficar seria- mas agora é serio Olívio. Amanhã, vamos ter nossa primeira aula de voo. Com a Sonserina. E a ultima coisa que eu quero é passar vexame na frente daquelas cobras peçonhentas.

— e você quer que eu te ajude é isso?

— já que você insiste, eu não vou te privar de me ensinar não é?!-ignorando os risos dos menino, perguntou- Quando?

—olha Kathy, eu acho que você deveria tentar sem a ajuda de ninguém. A professora é ótima, e a primeira vez que a gente voa, nunca esquece. Depois eu ate posso te ensinar. Mas você só precisa se lembrar de uma coisa.

— o que?

— confiar no seu potencial. Vai dar tudo certo. Você vai ver. E o mais importante, ninguém nasce sabendo voar, aproveita esse momento e divirta-se, é incrível. – e deu um sorriso reconfortante. Os outros garotos apoiaram também.

—okay, obrigada Olívio, obrigada meninos -e deu um sorriso meigo fazendo todos retribuírem- mas saiba, que se eu cair e me esborrachar no chão, você são homens mortos. – terminou fazendo um olhar maníaco e uma voz letal.

Os garotos tremeram um pouco, apesar de tentarem disfarçar.

—C-Claro Kathy. – e deram um sorriso amarelo.

— tudo bem, tchau- e fazendo a carinha fofa novamente, saiu em direção ao salão principal.

Às três e meia, aquela tarde, Kathy e os outros garotos da Grifinória desceram correndo as escadas que levavam para fora do castelo para a primeira aula de voo. Era um dia claro, com uma brisa fresca e a grama ondeava pelas encostas sob seus pés ao caminharem em direção a um gramado plano que havia do lado oposto à Floresta Proibida, cujas árvores balançavam sinistramente à distância. Os garotos da Sonserina já estavam lá, bem como as vinte vassouras arrumadas em fileiras no chão. Kathy ouvira Fred e Jorge Weasley se queixarem das vassouras da escola, dizendo que havia umas que começavam a vibrar quando voavam muito alto, ou sempre repuxavam ligeiramente para a esquerda. A professora, Madame Hooch, chegou. Tinhas cabelos curtos e grisalhos e olhos amarelos como os de um falcão.

— Vamos, o que é que estão esperando? – perguntou com rispidez. – Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.

Kathy olhou para a vassoura. Era velha e tinha algumas palhas espetadas para fora.

— Estiquem a mão direita sobre a vassoura – mandou Madame Hooch diante deles – e digam “Em pé!”.

— EM PÉ! – gritaram todos.

A vassoura de Kathy pulou imediatamente para sua mão, mas foi uma das poucas que fez isso. A de Harry pulou rapidamente, mas a de Hermione simplesmente se virou no chão e a de Neville nem se mexeu. Madame Hooch, em seguida, mostrou-lhes como montar as vassouras sem escorregar pela outra extremidade, e passou pelas fileiras de alunos corrigindo a maneira de segurá-las. Harry e Rony e principalmente Katherine ficaram contentes quando ela disse a Draco que ele segurava a vassoura errado havia anos.

— Agora, quando eu apitar, deem um impulso forte com os pés – disse a professora. – Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo um pouco para a frente. Quando eu apitar... três... dois...

Mas Neville, nervoso, assustado, e com medo que a vassoura o largasse no chão, deu um impulso forte antes mesmo de o apito tocar os lábios de Madame Hooch.

— Volte, menino! – gritou ela, mas Neville subiu quatro metros, seis metros. Kathy cutucou Harry e viu a cara de Neville branca de medo espiando para o chão enquanto ganhava altura, viu-o exclamar, escorregar de lado para fora da vassoura e...

BANG! – um baque surdo, um ruído de fratura e Neville caído de borco na grama, estatelado. Sua vassoura continuou a subir cada vez mais alto e começou a flutuar sem pressa em direção à Floresta Proibida e desapareceu de vista. Madame Hooch se debruçou sobre Neville, o rosto tão branco quanto o dele.

Kathy ouviu-a murmurar alguma coisa. – Vamos, menino, levante-se.

Virou-se para o restante da classe.

— Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino ao hospital! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer “quadribol”. Vamos, querido.

Neville, o rosto manchado de lágrimas, segurando o pulso, saiu mancando em companhia de Madame Hooch, que o abraçava pelos ombros.

Assim que se distanciaram e ficaram fora do campo de audição da classe, Draco caiu na gargalhada.

— Vocês viram a cara dele, o panaca?

Os outros alunos da Sonserina fizeram coro.

— Cala a boca, Draco – retrucou Parvati Patil.

— Uuuu, defendendo o Neville? – disse Pansy Parkinson, uma aluna da Sonserina de feições duras. – Nunca pensei que você gostasse de manteiguinhas derretidas, Parvati.

—Uuuu tentando ser engraçada ás custas dos outros Pansy?- Kathy rebateu com uma raiva que soube disfarçar bem, jamais gostara daqueles que se sobressaiam à custa dos mais fracos- Nunca pensei que você fosse tão panaca- então parou com a mão no queixo com uma expressão de pura concentração mais que forçada- ah não, um momento... eu sempre pensei isso de você- terminou com um sorrisinho displicente.

Os alunos da Grifinória começaram a gargalhar. 

Pansy ficara vermelha de raiva.

— Olhe! – disse Draco, atirando-se para frente e recolhendo alguma coisa na grama. – É aquela porcaria que a avó do Neville mandou.

O Lembrol cintilou ao sol quando o garoto o ergueu.

— Me dá isso aqui, Draco – falou Harry em voz baixa. Todos pararam de conversar para espiar. Draco soltou uma risadinha malvada.

— Acho que vou deixá-la em algum lugar para Neville apanhar, que tal em cima de uma árvore?

— Me dá isso aqui – berrou Harry, mas Draco montara na vassoura e saíra voando. Kathy morrera de vontade de bater naquele rostinho branquelo idiota. Ele não mentira, sabia voar bem, e planando ao nível dos ramos mais altos de um carvalho desafiou:

— Venha buscar, Potter!

Harry agarrou a vassoura.

— Não! – gritou Hermione Granger. – Madame Hooch disse para a gente não se mexer. Vocês vão nos meter numa enrascada.

Harry não lhe deu atenção.

— Vai Harry!- Kathy encorajou, mesmo ignorando o olhar se censura de Hermione.

Ele montou a vassoura, deu um impulso com força e subiu, subiu alto. Puxou a vassoura para cima para subir ainda mais e as garotas soltaram gritos e exclamações e Rony um viva animado. Kathy queria estar no lugar de Harry naquele momento, mas preferiu deixar por conta do seu porco-espinho favorito. Adoraria ver a cara de humilhação do Draco.

Virou a vassoura com um gesto brusco ficando de frente para Draco, que planava no ar. O garoto estava abobalhado.

Os dois meninos pareciam estar conversando até que Harry fez uma curva fechada e manteve a vassoura firme. Algumas pessoas no chão aplaudiram. Kathy gritou de animação ao ver Harry tirara aquele sorrisinho irritante de Draco.

— Aqui não tem Crabbe nem Goyle para salvarem sua pele, Draco – berrou Harry. O mesmo pensamento parecia ter ocorrido a Draco.

Katherine estava amando aquilo.

— Apanhe se puder, então! – gritou, atirou a bolinha de cristal no ar e voltou para o chão. Harry se curvou para a frente e apontou o cabo da vassoura para baixo – no instante seguinte estava ganhando velocidade num mergulho quase vertical, apostando corrida com a bolinha – o vento assobiava em suas orelhas, misturado aos gritos das pessoas que olhavam – ele esticou a mão – a uns trinta centímetros do solo agarrou-a, bem em tempo de levar a vassoura à posição vertical, e caiu suavemente na grama com o Lembrol salvo e seguro na mão.

— HARRY POTTER!

Kathy vira que ele perdeu a animação mais depressa do que quando mergulhara. A Profa. Minerva vinha correndo em direção à turma. Ele se levantou tremendo.

— Nunca... Em todo o tempo que estou em Hogwarts... A Profa. Minerva quase perdeu a fala de espanto e seus óculos cintilavam sem parar, “... como é que você se atreve... podia ter partido o pescoço...” .

— Não foi culpa dele, professora...

— Calada, Srta. Patil...

— Mas Draco... – Chega, Sr. Weasley. Potter me acompanhe, agora.

Katherine queria dizer alguma coisa em defesa do amigo, mas apesar dela conhecer pouco a professora, sabia que não ia acontecer nada com Harry. Só que quando vira as caras de vitória de Draco, Crabbe e Goyle, Kathy decidiu que faria uma brincadeirinha com eles, mas depois de saber da punição de Harry.

— Você está brincando.

Era hora do jantar. Harry acabara de contar a eles o que acontecera quando deixara os jardins da propriedade com a Profa. Minerva. Rony tinha um pedaço de bife e pastelão de rins a meio caminho da boca, mas esqueceu o que estava fazendo.

— Apanhador?! – exclamou. – Mas os alunos do primeiro ano nunca... Você vai ser o jogador da casa mais novo do último...

— Século – completou Harry, enfiando o pastelão na boca. – Olívio me disse.

Rony estava tão admirado, tão impressionado, que ficou ali sentado de boca aberta para Harry.

— Vou começar a treinar na próxima semana – anunciou Harry. – Só não contem a ninguém, Olívio quer fazer segredo.

—parabéns Harry!- Kathy exclamou. – sabia que tia Mimi não faria nada de mais com você, mas pensei que você ganharia uma detenção no máximo- então abaixando a voz continuou- só que isso é muito melhor, você virou apanhador!- terminou num sussurro empolgada.

Fred e Jorge Weasley entraram nesse momento no salão, viram Harry e foram depressa falar com ele.

— Grande lance – falou Jorge em voz baixa. – Olívio nos contou. Estamos no time também... Batedores.

—que perigo!- Kathy exclamou horrorizada.

—calma baixinha, nós somos ótimos...- começou fred

—perfeitos...-continuou Jorge

—os melhores- terminaram os dois juntos. -sempre ficamos bem, não se preocupe com a gente. - terminou Jorge sozinho.

— e quem disse que eu estou preocupada com vocês?!- Kathy respondeu marota- to mais preocupada com o resto das pessoas que são obrigadas a jogarem contra vocês-eles apagaram o sorriso- devem ser difícil mirar na bola, mas vocês conseguem um dia- terminou com uma voz de consolo.

Quando viu a cara dos dois, Kathy desatou a rir, sendo seguida por Harry e Rony.

— Sabe de uma coisa, tenho certeza de que vamos ganhar a taça de quadribol deste ano – disse Fred ignorando Kathy, o que a fez dar umais sorriso divertido. – Não ganhamos desde que Carlinhos terminou a escola, mas o time deste ano vai ser brilhante. Você deve ser bom, Harry, Olívio estava quase dando pulinhos quando nos contou.

— Em todo o caso, temos de ir, Lino Jordan acha que encontrou uma nova passagem secreta para sair da escola.

Fred e Jorge mal tinham desaparecido quando alguém menos bem-vindo apareceu: Draco, ladeado por Crabbe e Goyle.

— Comendo a última refeição, Harry? Quando vai pegar o trem de volta para a terra dos trouxas?

— Você está bem mais corajoso agora que voltou ao chão e está acompanhado por seus amiguinhos – disse Harry, tranquilo. Não havia nada “inho” em Crabbe nem em Goyle, mas como a mesa principal estava repleta de professores, os garotos só podiam estalar as juntas e fazer cara feia. Já Kathy aproveitou a deixa e riu da cara do mauricinho idiota.

— Enfrento você a qualquer hora sozinho – disse Draco fingindo que não vira o sorrisinho debochado de Kathy em sua direção. – Hoje à noite, se você quiser. Duelo de bruxos. Só varinhas, sem contato. Que foi? Nunca ouviu falar de duelo de bruxos, suponho?

— Claro que já – respondeu Rony virando-se. – Vou ser o padrinho dele, quem vai ser o seu?

Draco mirou Crabbe e Goyle, medindo-os.

— Crabbe, meia-noite está bem? Nos encontramos na sala de troféus, está sempre destrancada.

Quando Draco foi embora, Rony e Harry se entreolharam. Kathy continuou mirando o loiro com um olhar avaliativo.

— O que é um duelo de bruxos? – perguntou Harry. – E o que você quis dizer quando se ofereceu para ser meu padrinho?

— Bom, o padrinho fica lá para tomar o seu lugar se você morrer – disse Rony com displicência, começando finalmente a comer o pastelão frio. Surpreendendo a expressão no rosto de Harry, acrescentou bem depressa: – Mas as pessoas só morrem em duelos de verdade, sabe, com bruxos de verdade. O máximo que você e Draco conseguirão fazer será atirar fagulhas um no outro. Nenhum dos dois conhece magia suficiente para fazer estragos. Mas aposto que ele esperava que você recusasse.

— E se eu agitar minha varinha e nada acontecer?

— Jogue a varinha fora e meta-lhe um soco na cara – sugeriu Rony.

— Com licença.

Os dois ergueram os olhos. Era Hermione Granger.

— Será que a pessoa não pode comer sossegada neste lugar?! – exclamou Rony.

Hermione não ligou para ele e se dirigiu a Harry.

— Não pude deixar de ouvir o que você e Draco estavam dizendo...

— Aposto que podia – resmungou Rony.

— ... e você não deve andar pela escola à noite, pense nos pontos que vai perder para a Grifinória se for pego, e você vai ser. É muito egoísmo da sua parte.

— E, para falar a verdade, não é da sua conta – respondeu Harry.

— Tchau – disse Rony.

Mesmo Kathy tendo seguido os dois, não deixou de concordar com a amiga.

—Harry, você não acha que pode ser uma emboscada?

—uma emboscada? Como assim ?

— ah você só esta preocupada atoa, coisa de garotas aposto.- interrompeu rony. –você só esta com medinho, mas não vamos mudar de ideia e deixar Draco vencer.

—Primeiro, é claro que eu me preocupo cenoura, afinal vocês são meus amigos. Segundo, não tem ninguém mais do que eu que deseja que alguém tire aquele sorrisinho ridículo do rosto dele. Terceiro, medo de que cara pálida? De ser pega? Faça meu favor né, a ultima coisa que eu vou ter medo é isso. –falou Sam com o rosto erguido e o olhar determinado.

Rony abaixou a cabeça meio envergonhado, então Katherine continuou.

—só queria dizer, que sonserinos não são conhecidos por serem justos, não é verdade? Vocês não acham que ele pode ter feito isso para vingar a humilhação da aula de voo? Sonserinos são conhecidos por serem gananciosos, e pensarem neles se dando bem primeiro.- olhou para os dois e saiu deixando ambos pensarem, mesmo sabendo que não iria adiantar nada, afinal grifinórios são orgulhosos.

Kathy iria com os dois é claro, afinal, amigos se apoiam. Havia uma boa chance de serem pegos. Por outro lado, a cara de deboche de Draco não parava de lhe aparecer no escuro – essa era a grande oportunidade de vencer Draco cara a cara. Não podiam perdê- la.

— Onze e trinta – Rony cochichou finalmente –, é melhor irmos.

Tinham quase chegado à abertura no retrato quando uma voz falou da poltrona mais próxima.

— Não posso acreditar que você vai fazer isso, Harry. Uma lâmpada se acendeu. Era Hermione Granger, de robe cor-de-rosa e cara fechada.

— Você! – exclamou Rony, furioso. – Volte para a cama!

— Quase contei ao seu irmão – retorquiu Hermione. – Percy, ele é monitor, ia acabar com essa história. E você Katherine, deveria me dar razão, mas não, você tinha que ir com eles quebrar as regras.

Por mais que Kathy gostasse de Hermione, não conseguiu acreditar que alguém pudesse ser tão metido. 

— Vamos – chamou Rony. Afastou o retrato da Mulher Gorda com um empurrão e passou pela abertura. Hermione não ia desistir com tanta facilidade. Seguiu Rony pela abertura do retrato, sibilando para os três como um ganso raivoso.

— Vocês não se importam com a Grifinória, vocês só se importam com vocês mesmos, eu não quero que a Sonserina ganhe a taça de casa e vocês vão perder todos os pontos que ganhei com a Profa. Minerva por saber a Troca de Feitiços. Kathy ficou brava, afinal ela também ganhara os pontos.

—Não deixe a arrogância te cegar Granger- Kathy disse com ar superior e desafiador- Não se esqueça de que não foi a única que conseguiu aqueles malditos pontos com a Troca de Feitiços.

Hermione teve a dignidade de parecer envergonhada, mas ignorou Kathy, o que só fez a mesma se estressar.

— Vai embora.

— Tudo bem, mas eu preveni vocês, lembrem-se do que eu disse quando estiverem amanhã no trem voltando para casa, vocês são tão...

Mas o que eram, eles não chegaram a saber. Hermione se virara para o retrato da Mulher Gorda para tornar a entrar e se viu diante de um quadro vazio. A Mulher Gorda tinha saído para fazer uma visita noturna e Hermione ficou trancada do lado de fora da torre da Grifinória. – Agora o que é que eu vou fazer? – perguntou com a voz esganiçada. – O problema é seu – disse Rony. – Nós temos de ir, se não vamos nos atrasar. Nem tinham chegado ao fim do corredor quando Hermione os alcançou.

— Vou com vocês.

— Não vai, não.

— Vocês acham que vou ficar parada aqui, esperando o Filch me pegar? Se ele encontrar os três, conto a verdade, que eu estava tentando impedir vocês de saírem e vocês podem confirmar.

— Mas que cara de pau – disse Rony bem alto.

— Calem a boca, vocês dois – disse Harry bruscamente. – Ouvi uma coisa. Era como se alguém estivesse farejando.

— Madame Nor-r-ra? – murmurou Rony, apertando os olhos para enxergar no escuro.

Não era Madame Nor-r-ra. Era Neville. Estava enroscado no chão, dormindo a sono solto, mas acordou repentinamente assustado quando eles se aproximaram.

— Graças a Deus que vocês me encontraram! Estou aqui há horas, não consegui me lembrar da nova senha para entrar no quarto.

— Fale baixo, Neville. A senha é “focinho de porco”, mas não vai lhe adiantar nada agora, a Mulher Gorda saiu.

— Como está o braço? – perguntou Harry.

— Ótimo – disse Neville mostrando-o. – Madame Pomfrey consertou-o na hora.

— Que bom, olhe, Neville, temos de ir a um lugar, vemos você depois.

— Não me deixem aqui! – pediu Neville pondo-se de pé. – Não quero ficar sozinho, o barão Sangrento já passou por aqui duas vezes.

Kathy que ficara calada aquele tempo todo, deu um sorriso reconfortante ao amigo.

Rony consultou o relógio e em seguida fez uma cara furiosa para Hermione e Neville.

— Se formos pegos por causa de vocês, não vou sossegar até aprender aquela Feitiça do Morto-Vivo que Snape falou e vou usá-la contra vocês.

Hermione abriu a boca, talvez para dizer a Rony exatamente como usar o Feitiço do Morto- Vivo, mas Harry mandou-a ficar quieta e fez sinal para prosseguirem.

Passaram quase voando pelos corredores listrados pelo luar que entrava pelas grades das janelas altas. A cada curva esperavam topar com Filch ou com Madame Nor-r-ra, mas tiveram sorte. Kathy no fundo sabia que não encontrariam Draco, mas o porquê de não parar os outros não sabia.

Subiram correndo uma escada até o terceiro andar e, nas pontas dos pés, dirigiram-se à sala dos troféus.

Draco e Crabbe ainda não tinham chegado. As vitrines de cristal onde estavam guardados os troféus refulgiam quando tocadas pelo luar. Taças, escudos, pratos e estátuas piscavam no escuro com lampejos prateados e dourados. Eles caminharam rente às paredes, mantendo os olhos nas portas de cada lado da sala. Harry tirou a varinha da caixa para o caso de Draco aparecer de repente e começar a duelar. Os minutos passaram vagarosos.

— Ele está atrasado, quem sabe se acovardou – Rony sussurrou.

Mas Katherine não tinha uma boa sensação sobre isso. Achava que Draco não tinha se acovardado, mas antes de, enfim, expressar seus pensamentos, um ruído na sala ao lado os sobressaltou. Harry acabara de erguer a varinha quando ouviram alguém falar e não era Draco.

— Vá farejando, minha querida, eles podem estar escondidos em algum canto. Era Filch falando com Madame Nor-r-ra. Horrorizado, Harry fez sinais frenéticos para os outros o seguirem o mais depressa possível; e fugiram silenciosos em direção à porta mais distante da voz de Filch. As vestes de Neville mal tinham acabado de passar a curva quando ouviram Filch entrar na sala dos troféus. – Eles estão por aqui – ouviram-no resmungar –, provavelmente escondidos.

— Por aqui! – disse Harry, apenas mexendo a boca, para os outros e eles começaram a descer uma longa galeria cheia de armaduras. Podiam ouvir Filch se aproximando. Neville, de repente, soltou um guincho assustado e saiu correndo. Tropeçou, agarrou Rony pela cintura e os dois desabaram em cima de uma armadura.

Kathy bateu a mão na testa. A queda e o estrépito foram suficientes para acordar o castelo inteiro.

Idiotas- pensou Katherine.

— CORRAM! – gritou Harry e os quatro desembestaram pela galeria, sem virar a cabeça para ver se Filch os seguia. Fizeram a curva firmando-se no alisar da porta e saíram galopando por um corredor atrás do outro, Harry na liderança, sem a menor ideia de onde estavam nem que direção tomavam. Atravessaram uma tapeçaria, rasgando-a, e encontraram uma passagem secreta, precipitaram-se por ela e foram sair perto da sala de aula de Feitiços, que sabiam estar a quilômetros da sala dos troféus.

— Acho que o despistamos – ofegou Harry, apoiando-se na parede fria e enxugando a testa. Neville estava dobrado em dois, chiava e falava desconexamente.

— Eu... disse... a vocês – Hermione falou sem fôlego, agarrando o bordado no peito. – Eu... disse... a vocês.

Kathy preferiu ficar quieta para não por mais pilha na situação.

— Temos de voltar à torre de Grifinória – lembrou Rony –, o mais rápido possível.

— Draco enganou você – disse Hermione a Harry. – Já percebeu isso, não? Não ia enfrentar você. Filch sabia que alguém ia estar na sala dos troféus. Draco deve ter contado a ele. Harry trocou um olhar com Kathy que assentiu e viu que as duas provavelmente tinham razão, mas não ia dar o braço a torcer.

— Vamos.

Não ia ser tão simples. Não tinham caminhado nem dez passos quando ouviram o barulho de uma maçaneta e alguma coisa disparou da sala de aula à frente deles.

Era Pirraça. Avistou os garotos e soltou um guincho de prazer. Katherine começou a pensar uma forma para que Pirraça os ajudasse. Só esperava que os amigos não falassem nada que acabasse com as chances.

— Cale a boca, Pirraça, por favor, você vai fazer a gente ser expulso. – Hary começara a falar e Kathy entrara em desespero. Pirraça soltou uma gargalhada.

— Passeando por aí à meia-noite, aluninhos? Tsc, tsc. Que feinhos, vão ser apanhadinhos.

—Pirraça- Kathy começara com a voz de negociadora- nos ajude que eu te ajudo a pregar uma peça bem dada nos outros primeiranistas- terminou ignorando o olhar de Hermione.

— Devia contar ao Filch, devia – disse Pirraça bem comportado, mas seus olhos cintilaram de maldade. – É para o seu próprio bem, sabem?

— Não, se você não nos denunciar, Pirraça, por favor. –Harry falara e recebera um cutucão de Katherine.

— Saia da frente – disse Rony com rispidez, baixando o braço em Pirraça. Katherine fechou os olhos e gemeu. Foi um grande erro.

— ALUNOS FORA DA CAMA! – berrou Pirraça. – ALUNOS FORA DA CAMA NO CORREDOR DO FEITIÇO!

Passando por baixo de Pirraça eles saíram desembalados até o final do corredor onde depararam com uma porta... fechada.

— Acabou-se! – gemeu Rony, empurrando inutilmente a porta. – Estamos ferrados! É o fim!

Ouviram passos, Filch correndo a toda em direção aos gritos de Pirraça.

— Ah, sai da frente – Hermione resmungou aborrecida. Agarrando a varinha de Harry, bateu na fechadura e murmurou:

— Alohomora! A fechadura deu um estalo e a porta se abriu – eles se atropelaram por ela, fecharam-na e apuraram os ouvidos, à escuta.

— Para que lado eles foram, Pirraça? – era Filch perguntando. – Depressa, me diga.

— Peça “por favor”.

— Não me enrole, Pirraça, vamos, para que lado eles foram?

— Não digo nada se você não pedir “por favor” – disse Pirraça na cantilena irritante com que falava.

Kathy deu um risinho baixo entendendo a brincadeira de pirraça, mas logo abafou com as mãos.

— Está bem, por favor.

— NADA! Ha haaa! Eu disse a você que não dizia nada se você não pedisse por favor! Ha ha! Haaaaaa! – E ouviram Pirraça voar rápido para longe e Filch xingar com raiva.

— Ele acha que a porta está trancada! – Harry falou. – Acho que escapamos. Sai para lá, Neville! – Neville puxava a manga do robe de Harry fazia um minuto. Kathy se virou e perdeu o ar.

— Que foi? Harry se virou – e viu, muito claramente, o que foi.

Não estavam numa sala, conforme eles supuseram. Achavam-se no corredor proibido do terceiro andar. E agora sabiam por que era proibido.

Estavam encarando os olhos de um cachorro monstruoso, um cachorro que ocupava todo o espaço entre o teto e o piso. Tinha três cabeças. Três pares de olhos que giravam enlouquecidos; três narizes, que franziam e estremeciam farejando-os; três bocas babosas, a saliva escorrendo em cordões viscosos das presas amarelas.

Kathy o achou maravilhoso

Louca.

Estava muito firme, os olhos a observá-los, e Katherine sabia que a única razão por que ainda estavam vivos era que o seu repentino aparecimento apanhara o cachorro de surpresa, mas ele já estava se recuperando e depressa, não havia dúvida quanto ao significado daqueles rosnados de ensurdecer.

Harry tateou à procura da maçaneta, o que Katherine achou muito inteligente – entre Filch e a morte, ficava com o Filch.

Retrocederam. Harry bateu a porta e eles correram, quase voaram pelo corredor. Não pararam de correr até chegarem ao retrato da Mulher Gorda no sétimo andar.

— Onde foi que vocês andaram? – perguntou ela, olhando para os robes que caíam soltos dos ombros e os rostos vermelhos e suados. Kathy tinha um brilho no olhar pela aventura que tivera.

— Não interessa. Focinho de porco, focinho de porco – ofegou Harry, e o quadro girou para a frente. Eles entraram de qualquer jeito na sala comunal e os quatro desmontaram trêmulos, nas poltronas. Katherine estava eufórica, aquele era um Cérbero, um Cérbero de verdade.

Levou algum tempo até um deles falar alguma coisa. Neville, então, parecia que nunca mais voltaria a falar.

— Que é que vocês acham que eles estão querendo, com uma coisa daquelas trancada numa escola? – perguntou Rony finalmente. – Se existe um cachorro que precisa de exercícios é aquele.

Hermione tinha recuperado tanto o fôlego quanto o mau humor.

— Vocês não usam os olhos, vocês todos, usam? – perguntou com rispidez. – Vocês não viram em cima do que ele estava?

— No chão? – arriscou Harry. – Eu não fiquei olhando para as patas, estava ocupado demais com as cabeças.

— Não, não estou falando do chão.

—Ele estava em cima de um alçapão. É claro que está guardando alguma coisa. – Kathy falou, descontraída, o que a fez receber olhares incrédulos.

Hermione se levantou olhando feio para eles. –pelo menos alguém pensa. Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos, ou pior, expulsos. Agora, se vocês não se importam, eu vou me deitar.

Rony ficou olhando para ela, de boca aberta.

— Não, não nos importamos. Qualquer um pensaria que nós a arrastamos conosco, não é mesmo?

Kathy percebeu que Harry ficara pensativo. Mas não ligou para aquilo no momento, seguiu os passos da amiga e fora se deitar. Tinha tido uma noite e tanto.

Aah querida Katherine, essa noite não fora nada comparado ao que está para acontecer. Ninguém escapa do destino, e você não é uma exceção.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deixe seu comentário pra eu saber como está.
xoxo
Adhara.



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