Malandramente escrita por giovanacanedo


Capítulo 10
Botando em prática. Parte 1.


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, desculpem pela demora. Eu tive prova a semana toda. Aqui está mais um capítulo e obrigada a todos que comentaram, eu amo vocês!



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(...) Hogwarts. 06:30 AM.

 

       Na biblioteca escura de Hogwarts estavam todos reunidos esperando apenas Blair Longbotton chegar do ateliê de Skeeter e Fredd II e Ashley Patil aparecerem como o combinado. Rose batucava suas unhas grandes na janela de vidral do local. Escondidos entres os livros empoeirados, iluminados somente pelo flash de luz que a janela fornecia com muito custo.  Teddy II estava brincando com a fumaça de maconha que fumava com ferocidade, o cheiro entorpecente deixava Lily mais virada ao avesso do que já era, mas isso era simplesmente ignorado pela mesma, mesmo que ela tenha respirado fundo seis vezes e estivesse vendo as coisas de forma meio turva. Talvez fosse a fumaça mesmo, ou o escuro da biblioteca que forçava a visão. Ela escolheu acreditar na segunda opção. Alvo estava preocupado com a fama da irmã. Detestaria ver ela se tornar uma Audrey ou pior ainda, uma Molly II. Essas armações do mundo das garotas não faziam parte do mundo dos garotos, com os rapazes era tudo preto no branco, mas é claro que agora a camiseta preta e branca estava colorida e manchada. As cores eram vermelho calúnia, azul mentiroso e violeta desonesta. Scorpius não se sentia muito diferente. Era como entrar em uma cova de leões com um bife amarrado nas costas. Olhando para Rose Weasley inquieta, era impossível se perguntar como é que ele foi parar naquela situação. A verdade é que elas seriam pegas e nenhum deles queria admitir isso, mas o jogo estava praticamente ganho pelo outro grupo. 

     A porta da biblioteca se abriu e todos saíram para conferir se era mesmo uma das duas. Ao ascender a luz do lugar podiam ser Ashley Patil fazendo cover das panteras. Elas estavam com duas mochilas nas costas. Caminhando até o local onde todos estavam Blair jogou a mochila no sofá, deixando cair roupas que geralmente as garotas do outro grupo usavam. Rose arqueou as sobrancelha. Ashley jogou os mapas das casas, as senhas e horários dos empregados, moradores e até vizinhos. 

— Vocês sabem que não é um ataque terrorista, não é? - Perguntou Scorpius, perplexo. Pela primeira vez percebeu que subestimou as garotas e anotou mentalmente para nunca mais repetir esse erro. Ashley se levantou e deu um suspiro forte, sorrindo e colocando as mãos sob a cintura, satisfeita com o trabalho.

— Se vamos jogar que não seja pra perder. - Teddy II pegou um maço de maconha e ascendeu, erguendo para cima antes de tragar como uma forma de brinde. O olhar de Blair e Ashley diziam tudo. Era hora de lutar até o primeiro salto quebrar e o primeiro time cair ladeira a baixo.

— Que comecem os jogos. - Disse ela com sangue nos olhos.

"Lily, eu e Teddy II vamos até a casa da Bethany. Vai ser difícil já que os pais dela estão em casa agora. Devemos nos vestir como a Mollly II e a Audrey, falar como as duas e parecer ao máximo. Não dá pra ficarmos na escola nas duas primeiras aulas, mas não podemos faltar o dia todo senão elas vão desconfiar e aí perdemos o jogo.

 Temos exatamente duas horas para cronometrar todos os nossos passos. A gente não dormiu mais que duas horas por dia, mas dormir é suicídio..."

(...) Casa da Bethany Thomas. 08:30 AM.

 

  

     Depois de duas horas se arrumando Lily, Ashley e Fred II estavam dignos de um óscar. Lily estava a imitação perfeita de Audrey, apesar de ser ruiva e ter olhos claros. O decote extravagante e a saia curta, justa e cintilante fazia com que ela realmente parecesse uma stripper do upper east cide, ou quem sabe, até mesmo a amante do presidente. Ela se perguntou como Audrey conseguia sair daquela forma na rua sem se sentir um sinalizador com peitos. Ashley era a Molly completa. Com seu blazer cor de rosa, sua blusa com laço e sua calça rasgada, estava digna de uma capa de revista. Teddy II havia avisado que os pais de Bethany não decoravam rostos, decoravam roupas. Para eles você era o que vestia. Um Christian Dior e um Prata diziam muito mais sobre você do que seu histórico escolar ou até mesmo seu histórico criminal. O que o google sabia sobre você era o que valia. 

    Ao tocar a campainha da mansão Lily sentiu sua respiração parar por conta do nervosismo. Elas estavam agora na porta de uma executiva de sucesso, uma mulher que era conhecida por acabar com famílias e carreiras políticas. A mestra das armações, estava prestes a ver três adolescentes passar a perna nela. Mas para isso esses três teriam que rebolar.

— Olá. O que desejam? - Perguntou a governanta. Fred II deu um sorriso manso, conhecia a mulher das vezes em que estivera ali com Bethany. Sabia que ela era uma mulher descente e que sabia que ele não era tão descente assim. Na verdade, tinha certeza que ela o achava um monstro viciado em drogas pelas vezes em que ele saiu e deixou Bethany chorando na escada para a governanta cuidar, com desgosto. Ela olhou para as duas garotas e as reconheceu da festa, pensou que deviam ser amigos da filha da patroa. 

— Bethany está com uma coisa minha, se é que me entende. - Fred II colocou o dedo indicador no nariz e fingiu estar cheirando pó, disfarçadamente. A governanta suspirou, séria e deu passagem para ele, contragosto. As garotas sentiram os nervos do corpo entrarem em colapso, mas passaram pela senhora como um jato, ignorando-a completamente. Era isso o que Molly e as discípulas fariam, não é? Não sabiam, mas com certeza era isso o que fazia a elite de Londres, eles ignoravam todos os que não eram importantes, mesmo que alguns tenham nascido no berço. 

— De acordo com o mapa é no terceiro andar a sala de vídeo. - Fred sussurrou para Lily no elevador. - Temos um minuto... 

— Não tem chance. - Lily virou o rosto dele para o lado oposto, Ashley torceu para que aquele um minuto passasse logo e para que Fred II se tocasse que estava tentando agarrar sua própria prima. 

*****

"(...) Scorpius, sua tarefa é atrasar e distrair Molly II. Dê a ela toda atenção que ela querer, toda atenção que for necessária. A Molly se envolveu com você, então se você pedir pra ela ficar, até certo ponto, ela vai ficar...

(...) Hogwarts. 08:30 AM.

 

 

— Eu vou ter que ficar o dia todo no pé da Molly? - Scorpius bateu a porta do armário e encarou Alvo, que segurou a risada. Scorpius bufou, arrependendo-se de estar naquela situação. Era mais que constrangedor, era humilhante. Molly iria pisar nele o dia todo e ele sabia bem disso. Se perguntou se não foi ideia de Rose, punindo-o pelas últimas vezes deles. 

— Pensa bem, pelo menos você que deu o fora nela. - Scorpius deu de frente com Molly que fechou a cara e saiu andando para o outro lado. - Olha... Boa sorte. 

     Scorpius se virou para o amigo e balançou a cabeça negativamente. Já sabia o que faria, iria conversar com Rose. Era ela a culpada disso tudo. Ele passou por todos os corredores, subiu todas as escadas até chegar na aula de astronomia. Quando ele chegou na sala encontrou Rose conversando com um grupo de garotas que eram fãs das meninas más da escola. Provavelmente estava tendo o saco puxado por elas. Ficou alguns segundos observando como a garota que deu um sorriso para ele na janela do amigo em uma manhã ensolarada nas férias agora era uma concorrente da garota mais louca da escola. Scorpius percebeu as semelhanças e diferenças de Rose com Molly. Quando Rose se virou e o viu, deixando o sorriso morrer, Scorpius já não soube dizer mais foram as diferenças entre ambas.

     Rose disfarçou bem o suficiente para sair da sala e encontrar Scorpius no banheiro masculino mais próximo. Quando ela entrou lá, um garoto estava saindo e a encarou perplexo. Ela mandou ele se mandar e ele obedecer. Scorpius então saiu da cabine do meio e cruzou os braços, esperando uma resposta. Rose sentou na pia depois de trancar o banheiro.

— Você deveria estar com a Molly agora. - Ela cruzou as pernas. Foi impossível para o rapaz não olhar. Lambendo os lábios e tentando manter o foco no rosto da garota, tudo o que ele conseguia pensar era: "Você está bravo. Não olha pras coxas dela, nem pra boca dela, você não quer transar.". 

— Você tá fazendo isso pra me humilhar. Tipo, vingança por perder a virgindade comigo? - Ele jogou na roda. Rose deu uma risada debochada.

— Meu mundo não gira ao seu redor. - Scorpius revirou os olhos. - E..., Não! Satisfeito, não fiz isso pra te prejudicar, eu não sou desse jeito! - Ela pulou da pia e olhou bem para Scorpius. - Eu sei o que acha de mim. Mas eu não sou desse jeito.

— Não precisa se explicar pra mim, Weasley. - Ela foi até a porta do banheiro e destrancou a tranca. 

— É, tem razão. Eu não te devo nada. Mas acho importante avisar. - E saiu. Scorpius bufou, agora teria que ir atrás de Molly, onde quer que ela esteja.

****

"(...) Blair, você vai ter que fazer tudo o que elas mandarem. Qualquer fofoca, qualquer armação. Nesse meio tempo entre apagar as fotos da casa delas sem ir parar na cadeia e roubar os celulares delas, você é a escrava delas..."

(...) Estúdio e ateliê de Rita Skeeter. 08:55 AM.

 

   

     Rita estava encarando os desenhos de Blair sem emoção alguma. Blair sabia que ouviria coisas duras sobre o desenho, já que os fez correndo, sem nenhum tipo de cautela e nem focou na arte em sí, focou no medo, na irritação e na incerteza de um plano arriscadíssimo que talvez fizesse com que a vida social dela e das amigas fosse salva. Rita olhava aquilo como olhava para tudo, sem empatia, sem questionamento, sem vida. Era como se ela estivesse olhando para o nada. Blair engoliu seco e tentou controlar sua respiração. Estava tendo um ataque de ansiedade. 

— Está... - Skeeter retirou os óculos e encarou Blair. - Desorganizado, sem linhas pontilhadas, não tem cor, nem vibração. É sem vida e sem personalidade. Crianças da primeira série desenham melhor que isso. 

    Blair sentiu algo ácido descer pela garganta. Sua dignidade, talvez. Ela fechou os olhos e sentiu Skeeter rasgar o desenho. Teria pesquisas, dois desenhos e dois manequins para fazer agora. Sentiu seu corpo chegar a uma temperatura abaixo de zero, mas quando se virou e encarou Lauren Nott, sentiu seu corpo entrar em erupção. 

— Como está com Alvo? - Perguntou Lauren. Blair ficou boquiaberta.

— Você me avisou disso ontem! - Resmungou Blair. 

— Exatamente. Eu já teria conseguido. - Ela apontou para a sala. - Como foi o encontro? 

— Bem. - Blair não tinha criatividade para mentir. - Nós... Transamos.

— Não minta pra mim! - Ela disse ríspida. - Todo mundo sabe que vocês nunca transaram. Quer dizer, menos Rose Weasley. Seria uma pena se aquele vídeo vazasse... Iria aniquilar as chances dela em qualquer universidade da liga Ive. - Lauren jogou o cabelo para trás e sorriu, falsamente. - Eis aqui o que você vai fazer, querida. Você vai sair com o Alvo, quebrar ele no meio e depois transar com Scorpius e, com o Teddy. A menos, é claro, que queira que coisas horríveis como essa cheguem nos olhos da escola, dos reitores de faculdade e família. 

— Você está me prostituindo por um trono colegial? - Lauren revirou os olhos.

— Nada mais do que você já é. Agora tenho assuntos pra tratar. - E, antes de virar o corredor, Lauren se virou para Blair e disse. - Se pisar na bola, já sabe. 

     Blair tinha que dançar conforme a música, mas essa música era pior do que quadrilha. Não era avisado quando a cobra chegava e ela nunca ia embora.

******

(...) sala de Geometria avançada. 09:20 AM.

 

 

— A gente tem que sair - E sussurrou - de verdade. - Blair jogou os livros assim que se sentou atrás de Alvo. Molly II disfarçadamente encarou os dois.

— A gente tem? - Perguntou ele. Ela assentiu. Blair se perguntou se não existia um casal mais sem química que eles dois. 

— Então, a gente saí. - Ele respondeu e ela assentiu de novo, se perguntando aonde o beijo eletrizante dos dois havia parado e se por um acaso, poderia voltar. A aula passou tão devagar que ela sentiu que o relógio não se mexia. Alvo se sentia desconfortável com toda aquela situação. Era como se ele fosse o pai do simba, do rei leão, Blair fosse mufasa e das suas próprias primas, as hienas. Pensou seriamente de ir lá e pegar o celular de todas, mas a regra da sociedade na qual viviam era clara: Não. Pode. Ser. Pego. 

   Quando a aula saiu, ele recebeu uma mensagem de Blair para encontra-la nos jardins, atrás do colégio. Ela o ficou esperando por meia hora, já que ele levou um caminho totalmente contrário. Quando ele chegou lá ela estava andando de um lado para o outro de braços cruzados, dizendo coisas sem sentido.

— Nós não temos química. - Disparou ela logo de cara quando o viu. Ele se assustou um pouco, mas ficou quieto. - Quer dizer, ninguém tá acreditando. Elas não estão acreditando que estou me envolvendo com você. Acho que elas acham isso impossível.

— Com certeza, não. - Respondeu Alvo. - Mas acham que você vai estragar tudo. 

— É, e eu não sei fazer isso. Eu não sei ser seduzente! 

— Comece não falando seduzente... - Murmurou ele. Blair fechou os olhos e respirou fundo.

— O que eu quero dizer, é que temos que nos esforçar mais. Treinar, sei lá. 

— Quer treinar um encontro? No meio do mato? 

— É, eu quero treinar um encontro no meio de um mato cheio de formigueiros e cupins, qual é o problema? Eu não sei dar em cima de alguém, e do nada tenho que dar em cima de Alvo Potter com um peso enorme em cima das costas?

— Olha, eu vou ajudar você. Mas só por estar muito deprimente. 

— Ah, estou muito grata.

Fred II


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Notas finais do capítulo

E aiiiiiiiiii?



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