Hello Spring escrita por Della


Capítulo 1
Calêndula


Notas iniciais do capítulo

Olá, flores! Prontos para a primavera?
Tive a ideia de criar essa fic desde o começo do ano, e finalmente postei. Espero que gostem, boa leitura!



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Calêndula

(Ou a flor do começo)

 – Você é esperta, mas não muito dedicada, o que remove a sua chance de ir para a corvinal.  

 A garota riscou mais um nome no pergaminho e depois amassou e o jogou no bolso, bufando. Por que estava cogitando ir para outra casa, senão sua amável sonserina? O motivo estava na sua frente, Scorpius Malfoy não aceitava sua escolha de casa.

— Qual é, Scorp, conforme-se. Eu irei para a sonserina, você querendo ou não. – Um sorriso brincou nos lábios da futura primeiranista.

— Nada confirmado. As masmorras não são o lugar mais adequado para você. – Repetiu, pelo que parecia a milésima vez. Estava começando a se cansar de tentar explicar o preconceito que a sonserina sofria, que aumentou significativamente depois da queda de Voldemort. Ela não merecia ser odiada por erros que antigos alunos cometeram. Ninguém merecia.

— As masmorras é um lugar maravilhoso, principalmente para mim, que não gosto de altura.

 Foi a vez de Scorpius bufar. Ela era tão teimosa, que as vezes parecia Astória Greengrass, e só Merlin sabia o quanto Astória é teimosa.

 Spring, considerando a discussão terminada, volveu o olhar para a paisagem do outro lado da janela do expresso. Estava emburrada. Quem não estaria depois de tentar explicar para um ignorante que seus pensamentos eram sonserinos, assim como o seu sangue? Scorpius só se tocaria que ela é uma sonserina depois que o chapéu fedorento gritar para todo o salão.

 Pode-se ouvir um rouco saindo de seu estômago, e logo se lembrou que fazia horas que não colocava nada na boca. Checou os bolsos, a procura de galeões e os pegou – Com um pouco de esforço, vale se ressaltar. – dos bolsos traseiros.

— Vou pegar alguns doces. – Avisou. – Vai quer algum?

— Vou querer só um sapo de chocolate. Não demore.

 Saiu da cabine, e observou o corredor. Ele estava razoavelmente vazio, só havia ela, alguns estudantes conversando e a senhora do carrinhos de doces. Chegando perto da idosa, pediu quatro sapos de chocolate, um pacote de feijõezinhos de todos os sabores e uma varinha de alcaçuz e após pagar, fingiu contar o troco – Sua mente não funcionava muito bem sobre pressão. – e começou os passos para a cabine.  Mas antes de chegar, sentiu a cabeça se chocar com outra.

— O que diabos...?

 

X

 

 Se existisse um prêmio para a pessoa a pessoa mais deslocada do mundo bruxo, o ganhador seria, sem sombra de dúvidas, Albus Severus Potter. Seu gosto, seu estilo, sua personalidade e – Quase certo. – sua casa em Hogwarts eram divergentes do resto da família. James Potter era maroto, como o avô, Lily era estudiosa e dedicada, como sua avó, e ele? Com quem se parecia? Em quem se espelhara? Talvez estivesse condenado a viver na sombra dos pais e dos irmãos, sendo o capacho da família.

 E era o que ele fazia agora.

 A mando de James, foi procurar Lily, que não havia voltado da compra de doces. Olhou ao redor, mas não tinha nenhuma cabeça flamejante à vista.

 – Ei. – Albus pode ouvir uma voz lhe chamar, atrás dele. Virou-se e julgou; Magricela, alto, cabelos loiros claros e olhos de gelo. Só poderia ser um Malfoy.

 O Potter ficou confuso. O que um Malfoy iria querer com ele, Albus Sombra-da-Família Potter? A possível resposta lhe dava calafrios.

— Você viu alguma ruiva andando por este corredor?

—Hum...Eu... É... Não, não vi. – Coçou a nuca, tentando falhamente parecer natural e sem nervosismo.

 O loiro xingou baixinho, agradeceu – Albus sempre achou que os Malfoys desconheciam o significado da palavra ‘obrigado’. – e saiu em disparada na direção que o moreno ia.

 

 

Lily Luna Potter esperava várias coisas da vida. Esperava que sua banda bruxa favorita lançasse mais um álbum, esperava que James deixasse de ser chato, esperava que elfos domésticos se rebelassem contra seus donos e dominassem o mundo, formando uma nova ordem mundial. Mas uma coisa que ela não esperava era ter a cabeça chocada a outra, logo na sua primeira vez no expresso.

 – O que diabos...?

— Merlin! Desculpe, não prestei atenção e-

— Não foi nada. Mas você está bem? – A desconhecida perguntou, e Lily teve a oportunidade de analisar suas feições; estava bem, não parecia preocupada e nem brava, apenas mexia no cabelo ruivo, o colocando para frente.

— Em geral, estou. – Sorriu, sendo acompanhada pela outra. – Sou Lily Potter. E você é...?

— Spring Greengrass. – Estendeu a mão, e Lily a cumprimentou, de bom grado.

 Por algum motivo, ela achou que Spring seria um nome bem comum em sua rotina.

— Spring!

— Lily!

 Duas vozes podiam ser ouvidas, e os donos estavam a alguns metros de distância, andando em direção das ruivas.

— Onde andou, Lily? – Albus, ofegante como se tivesse corrido uma maratona, perguntou. – James já estava ficando louco!

— Não vou voltar para aquele lugar.

 James merecia se preocupar, ele não havia se preocupado com ela alguns dias atrás, quando ele deu aquilo para ela tomar.

— Qual é, Lily! Foi só uma uma poção!

— Que me fez ficar careca por dias! – Cruzou os braços.

— Pode ficar na nossa cabine, se quiser. – Spring se intrometeu, percebendo que a discussão não acabaria por ai.

 Lily analisou, ela realmente precisava de amigos que não fossem parentes, e a Greengrass, por mais que a família fosse de comensais, poderia ter um vínculo de amizade com ela. Olhou para Albus e sentiu pena, ele teria que aguentar James reclamando a viagem inteira sobre “o quando Lily era chata” e afins. Tomou a decisão.

— Albus pode ir junto?

 Spring olhou para Scorpius esperando o veredito final, e tudo o que ele fez foi jogar um sorriso tímido e indagar:

— Por que não?

 

 Spring odiava esperar, principalmente de pé. Não poderiam dar ao menos banquinhos para os primeiranistas sentarem? Que precariedade. Pelo menos não era a única incomodada, Lily ao seu lado não parecia nada feliz com a demora.

— Merlin, sempre é assim? Se continuar esperando, é capaz do chapéu me colocar na sonserina! – Riu, mas quando percebeu que não era acompanhada, parou. –Desculpe, nada contra a sonserina, mas...

— Sem problema. – Spring fez pouco caso.

 Finalmente entraram no salão. E, Merlin, como era grande. Cinco grandes mesas ocupavam espaço no chão escuro, o teto imitava o céu por conta de um feitiço, como ela leu num livro da biblioteca dos Malfoy e velas flutuantes iluminavam o recinto.

— Minha casa precisa desse teto. – Lily murmurou ao seu lado, seus olhos brilhavam.

— O que você não precisa na sua casa?

— Uma pessoa como Kim Parkinson dentro dela. – Zombou, e ambas riram. A Parkinson era um indivíduo realmente nada agradável, que as duas tiveram a infelicidade de compartilhar o barco. Com a cara de buldogue e conversas sobre Ian Weather, seu ídolo, ela irritava qualquer um em menos de cinco minutos de conversa.

 Nomes começaram a serem chamados e Spring amaldiçoou seu sobrenome por começar com uma das primeiras letras do alfabeto.

— Felton, Alice.  – O chapéu gritou Lufa-Lufa logo após tocar sua cabeça.

— Greengraas, Spring.

 Sentou-se no banquinho – Como era bom se sentar em algo! – e poucos instantes depois uma voz masculina e rouca indagou em sua cabeça.

 “Greengrass! Quantas lembranças dessa família. Provavelmente vai querer seguir os parentes e ir para a sonserina, mas digo que na corvinal você irá fazer histor-

— Sonserina. – Mandou num sussurro.

Se assim deseja, vai ser melhor coloca-la na...”

— SONSERINA!

 Ela foi em direção a única mesa que aplaudiu, sentando-se perto de uma loira que logo a parabenizou e procurou certo garoto de olhos de gelo, mas quando encontrou não pode segurar a língua.

— Sonserina é meu lugar, agora percebe?

 Scorpius fechou a cara, bufando.

 A mesa da corvinal ganhou mais um integrante, percebeu. Olhando de soslaio para a os alunos ao lado, reconheceu os cabelos ruivos na altura dos ombros e os dentes ligeiramente tortos.

— Parabéns Lily – Gritou, feliz pela a amiga, e por sí. Agora não teria que ser amiga de alguém da grifinória, e isso era uma alegria para seu orgulho.

— Para você também, Spring. – Retribuiu.

— Sorte grande, Spring, não é grifinória. – Scorpius debochou ao seulado, fazendo Spring pular do lugar devido ao susto.

— Que droga, Scorp! Desde quando você é ninja para aparecer assim, sem fazer barulho?

— Desde que entrei em Hogwarts.

 Após todos os alunos serem selecionados para suas respectivas casas, a diretora deu os avisos, que entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Spring sabia cuidar de sí mesma, e não tinha instintos suicidas para ir na floresta proibida, que o próprio nome dizia: proibida.

 Depois do falatório de Mcgonagall, as maravilhas apareceram nas mesas: comidas. Spring não sabia qual escolher, pois era muitas opções e seu estomago apenas um. Ainda tinha suco de abobora. Ela amava suco de abobora.

— Vai devagar. –   Alertou Scorpius e Spring levou mais uma coxa de galinha ao prato.

 Quando todos os alunos estavam alimentados, os monitores se preparavam para indicar o caminho para as salas comunais e Lily apareceu ao seu lado.

— Sonserina, hum? Eu realmente duvidava de você. – Brincou.

— Bem, uma conversa com o chapéu seletor pode mudar o rumo de alguém. – Entrou na brincadeira, um sorriso de falsa inocência brincou nos lábios.

— Sério que você falou com ele?

— Claro que não. – Lily era sua amiga, mas não lhe era confiável ainda.

A Potter puxou um assunto sobre o cabelo de uma corvina e ficaram conversando até os monitores chamarem os alunos. Quando estavam se despedindo, um moreno chamou a atenção das duas.

— Decepcionante.

Lily cruzou os braços, e estreitou os olhos.

— Oi para você também, James.

— Albus com um sonserino eu até entendo, mas você, Lily? Estou decepcionado. – James riu de forma trágica.

— Depois os sonserinos que são os preconceituosos da escola. — A Potter replicou, irônica.

—Nos comparando com najas? — A palavra foi cuspida da boca do garoto. — Não compare Quadribol com história da magia.

— Quem você pensa que é? Saia da nossa frente, se seu ego grifinório permitir. — Spring se irritou e levantando a cabeça para poder olhar nos olhos castanhos dele.

— Meu ego grifinório permite, mas o meu ego de irmão? Não. – Sorriu. Tudo era motivo de riso para ele. – Agora, cobra, permita-me falar com minha irmã.

— Cala a boca, James. – Lily mandou. – Vamos.

 Enquanto Lily a tirava dali, tudo o que Spring pensava era como alguém tão legal quanto Lily poderia ser irmã de um idiota como James Potter.

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Alguma duvida? Sugestão?

Eu gostaria de conhecer os meus leitores, então uma pergunta: Vocês preferem chocolate ou sorvete? Difícil escolha, mas prefiro sorvete :p

Até o próximo capítulo!