De Janeiro a Janeiro escrita por Arii Vitória


Capítulo 24
Capítulo 23 "A Cinderela & O Príncipe"


Notas iniciais do capítulo

Alguém pediu um capítulo extremamente fofinho? Bom, eu trouxe um! :)
Espero que gostem!!
Encontro vocês lá em baixo --->



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Beatriz

—Simples assim… ela disse que eu não poderia mais sair com o Duda e pronto... Ela nem se quer o conhece.

—Isso é estranho. -Cinderela respondeu, fazendo uma expressão de Sherlock Holmes, como se tentasse resolver o mistério que estava ali, mas eu havia tentado a noite toda e nada. -Ela só deve estar brava por ter perdido as eleições para o pai dele, não? -ela perguntou, mas eu sabia que aquilo não era verdade. Ela só tinha recebido a notícia que havia perdido hoje de manhã e a nossa briga tinha acontecido ontem. A não ser que ela já soubesse...

—Mas o que viemos fazer aqui mesmo? -perguntei, mudando de assunto, nós duas já estávamos passeando pelo shopping a uns quinze minutos.

—Eu vou organizar o baile, e por isso tenho que decidir o tema, a decoração, meu vestido, a banda... -ela explicou, citando a lista sem fim de tarefas da organizadora do baile. 

—Isso não é o tipo de coisa que o Samuca deveria aturar, e não eu?

—Ele teve que trabalhar hoje. E sempre foi você que veio comigo no shopping, isso não vai mudar.

—E qual será o misterioso tema do baile? -perguntei, curiosa. 

—Esse é o problema, eu ainda não decidi… Espera! -de repente ela parou de caminhar e se virou para mim, eu quase podia ver uma lâmpada se acendendo na sua cabeça. -O que você falou?

—Perguntei sobre o misterioso tema do baile… -repeti. Mas ela continuou sorrindo. 

—Misterioso! Claro! Vai ser um baile de máscaras, Bia! Obrigada, você é incrível. -Ela começa a dar pulinhos, o que atrai os olhares das pessoas ali em volta, mas estou acostumada com isso. 

—De máscaras é? -eu disse, apesar de ainda achar a ideia do baile estupida, é um bom tema.

—Tudo vai ser perfeito, eu consegui até que o Samuca toque no baile. Ele vai adorar saber!

—Vai sim. -eu disse, distraída, mesmo sem perceber mais uma vez estava pensando na briga com minha mãe.

(...)

Viviane

Samuca não dava notícias a quase vinte quatro horas, então decidi eu mesma ir conferir onde ele estava e também contar as ótimas boas notícias das últimas horas. Mas é Rafa quem atende a porta quando eu toco a campainha.

—Oi Cinderela. Entra aí. -ele diz, já dando passagem para que eu entrasse. Eu adorava como podia me sentir em casa ali.

—Você não está com o Samuca? Ele saiu bem cedo hoje, e até agora não voltou. -Binho -que estava sentado no sofá jogando vídeo game- foi quem me contou assim que me viu.

—Não. Por isso vim até aqui, achei que ele já tivesse chegado.

—Ele estava bem estranho ontem a noite. -Binho completou, me deixando aflita.

—Acho que o irmão dele ligou, sabe como ele fica estranho quando a família dá noticias né? -Rafa falou, me olhando para confirmar. Mas a verdade é que eu não fazia ideia.

Nesse mesmo momento Samuca abre a porta, mas ele dá um largo e lindo sorriso ao me ver.

—A Cinderela por aqui? -ele perguntou, vindo em minha direção imediatamente e me dando um beijo na bochecha. -Vamos, tenho uma coisa pra você! -ele diz em seguida e me puxa para seu quarto rapidamente, fechando a porta atrás de nós.

—Eu preciso ter medo? -perguntei, surpresa pelo ato.

—Nunca precisará ter medo de mim. -ele afirma com tanta certeza que me sinto completamente protegida.

—E posso saber o motivo da sua animação? Os meninos disseram que você anda meio estranho. -perguntei, enquanto me sentava de frente para ele, em sua cama.

—Esse é o problema. Ainda não posso te contar, mas é uma coisa boa, muito boa. -ele sorri novamente enquanto diz, me deixando surpresa, e apesar de estar mais curiosa do que nunca, sorrio também.

—Ótimo. Agora vou ficar criando mil teorias na minha cabeça, vou enlouquecer!

—Acho que você pode esperar um pouquinho.

—Bom… eu também tenho novidades! -afirmei, contando logo de uma vez: -Consegui que você toque no baile, eles te ofereceram 10 reais por hora, e eu sei que não é muito, mas acho que muita gente vai querer te contratar depois de uma aparição dessas, o que acha? -ainda estou sorrindo, mas agora é o sorriso do Samuca que desaparece repentinamente. -Você não quer tocar no baile? -perguntei, ele já não gostava dessas coisas como eu, então não seria surpresa.

—Não, eu adorei. Claro que quero! -ele diz antes de qualquer coisa. -Mas também quero ser seu par, queria dançar com você, ficar com você, já que aparentemente a minha Cinderela também ama bailes.

—A Cinderela dançou com seu príncipe e soube que tinha encontrado o amor da sua vida... Mas terá outras apresentações, você ainda vai poder ficar comigo. E sinceramente, eu vou estar meio ocupada também. -eu disse, sendo sincera e sabendo que seria uma ótima oportunidade para ele.  

—Nesse caso… -ele disse, me puxando para mais perto e me beijando em seguida, mas me lembrei do que o Rafa disse sobre o irmão do Samuca ter ligado, algo parecia mesmo estar estranho…

—Senti sua falta hoje. -eu disse assim que acabamos de nos beijar.

—Que bom. Achei que tivesse vindo até aqui para ver o Rafa e o Binho. -ele ironizou. -Também senti a sua, mas senti mais falta de pizza. O que acha de pedirmos pizza hoje? -perguntou logo em seguida.

—Eu adoraria. -respondi.

(…)

—Seu segundo nome é mesmo Aguiar?

—Samuca Aguiar Motta. -Binho respondeu no lugar de Samuca, enquanto todos nós comíamos pizza, assistíamos a Clube Dos Cinco, e eu aproveitada para fazer um Instagram para Samuca. -Eu vi na sua identidade uma vez. -Binho se explica quando Samuca o olha com cara feia.

—Não precisa fazer isso, sabe que eu não vou usar. -Samuca retrucou se virando para mim, já era a décima vez em que ele dizia aquilo.

—Eu posso atualizar para você, mas você é um compositor, precisa de uma conta no Instagram, como quer que eles te achem? -perguntei, mas ele deu de ombros.

—Precisamos de uma foto! -me aproximei dele, que colocou seu braço por volta do meu pescoço, me fazendo deitar em seu peito, e fez uma careta engraçada quando finalmente tirei a selfie. Quando formos tirar a segunda foto, Binho e Rafa entraram, também fazendo caretas, fazendo todos rirmos. Eu sabia que revelaria aquelas fotos assim que saísse dali.

(...) 

Beatriz

Eram cerca de cinco horas da tarde quando meu celular tocou, sorri imediatamente ao ver o número que, sem querer, eu já havia decorado. Atendi sem pensar duas vezes.

—Beatriz. -disse Duda, eu podia apostar que ele também estava sorrindo.

—Eduardo. -respondi agitada.

—Sua mãe está em casa? -ele perguntou, me fazendo erguer as sobrancelhas, que pergunta era aquela?

—Não... Por que? -respondi, ainda com dúvidas.

—Vá até a janela.

—O que está aprontando?

—Vá! -ele disse novamente, então eu vou. E quando abro as cortinas e finalmente consigo ver a rua, lá está: O Duda, esperando por mim com o telefone em mãos, parado na frente de seu carro. 

—O QUE ESTA FAZENDO AQUI?

Ele apenas deu de ombros, e eu corri o mais rápido que consegui até a porta da frente. Continuei correndo assim que o vi, até estarmos colados um no outro. Quando me dei por mim, minhas pernas estavam ao redor da sua cintura, e já estávamos dentro de casa, só paramos de nos beijar quando ficamos sem fôlego, ele respirou fundo quando finalmente nos afastamos e disse:

—Isso tudo é saudade?

—O que está fazendo aqui? -perguntei novamente, enquanto sorria o encarando. Era domingo, o que ele fazia ali?

—Eu tenho exatos quinze minutos antes que meu pai perceba que eu fugi da quadra, onde deveria estar treinando. O Janjão disse que me cobriria, mas ele não enganaria meu pai.

—E por que não está na quadra? 

—Eu queria te ver. -ele explicou, mas logo em seguida parou de falar e começou a olhar em volta, conhecendo minha casa. -Então essa é a sua baticaverna?

—Minha fortaleza da escuridão! -afirmei. 

—Confesso que imaginava algo mais sombrio. Você não tem uma poltrona vermelha, em que você se senta para criar suas maldades?

—Não, as maldades eu crio todas no chuveiro enquanto canto a música nova da Taylor Swift. Aliás, eu tenho uma novidade! -respondi, mas só então me lembrando da minha mãe. -Minha mãe te odeia!

—Hm… -ele pareceu pensar por alguns segundos. -Meu pai também te odeia, mas isso não é novidade já que ele odeia todo mundo.

—Minha mãe está uma leoa por ter perdido as eleições, imagino que seu pai deva estar...

—Transpirando alegria. -ele completou, mas revirou os olhos. Me sentei no sofá e fiz sinal pra que ele se sentasse ao meu lado. -O que eu odeio.

—Não sei como ele ganhou…

—Eu sei… -ele respondeu, e agora ambos sabíamos a resposta. 

—Um dia desses não vamos ter que nos importar com pais, escola, nada. Vamos ser independentes e felizes. -pensei alto, imaginando novamente um futuro onde tudo será unicórnios fofinhos. 

—Você quer dizer, nós dois? Juntos? -ele perguntou, e eu sabia exatamente oque ele estava pensando.

—Não. Quer dizer… Sim. Eu não sei... -engasguei, confusa. 

—Se você consegue ver um futuro comigo significa que estamos… namorando? -ele pergunta, me encarando como se fosse a questão principal da sua vida. Mas eu simplesmente ainda não poderia dizer que sim. 

—Não. -respondi rápido, mas logo em seguida me arrependi pela pressa, ele me olhou como quem estava magoado com aquilo.

—Não?

—Não acha que estamos indo rápido demais para nos prendermos a esse rótulo bem agora? Além disso, você ficou namorando por anos, tem certeza que quer se prender a alguém de novo? E se não der certo?

—E se der? -ele retrucou, mas eu já conhecia aquele truque. 

—Você sempre faz isso, responde minha pergunta negativa com uma positiva, que me faz pensar seriamente, mas dessa vez não, porque coisas relacionadas a outras pessoas não costumam dar certo comigo. -expliquei. 

—Bia, você precisa se deixar... -ele iria começar novamente o discurso sobre eu me deixar apaixonar por alguém, mas o interrompi imediatamente: 

—Eu sei, mas ainda não estou pronta. Desculpa.

—Tudo bem, eu sou paciente. -ele disse, e eu sorri involuntariamente. 

—Você é incrível. -afirmei, porque sabia que ele era. 

E estamos nos beijando novamente, e nesse momento eu sei que o que nós temos é a coisa mais pura e linda que já senti. Eu só não podia dar um nome a esse sentimento agora…

(...) 

—Tem certeza que precisa ir? -perguntei, entrando na sua frente antes que ele abrisse a porta para sair por sei-lá-quanto-tempo. 

—Meu pai deve estar gritando com todo mundo agora. -ele falou, me fazendo o dar passagem. Ele só tinha quinze minutos, mas já estávamos a mais de meia hora colados um no outro. 

Assim que ele abre a porta, sinto meu coração gelar. Dona Maria está bem na frente, tenho certeza que ela estava tentando ouvir oque dizíamos. 

—Oi. -Duda diz, dando de cara com ela quando abre a porta. 

—Olá. Quem é você? -ela rapidamente questiona, se organizando para conversarmos. 

Duda se vira para mim. 

—Ele é o Duda, um amigo meu. -respondi, me intrometendo. -E essa é minha vizinha, Dona Maria. -me virei para Duda, e só então ele pareceu entender. 

—Um amigo, é? -ela disse e em seguida o olhou de cima a baixo na maior cara de pau. 

—O que deseja, Dona Maria? -perguntei. 

—Sua mãe está em casa? Eu queria dizer a ele que sinto muito por ela ter perdido as eleições, meu voto com certeza foi nela. -ela lamentou. 

—Ela ainda não chegou, mas eu aviso para ela. -respondi, e em seguida dei o meu melhor sorriso forçado. 

—Claro, obrigada. Aliás, meus ouvidos também agradecem por você ter parado com a guitarra de madrugada. 

—De madrugada? -agora é Duda quem se vira para mim, mas apenas dou de ombros. 

—Foi um prazer, Duda. -Dona Maria diz e finalmente volta para sua casa. 

—Essa é minha vizinha fofoqueira. -digo a ele. 

—Ela estava com a orelha encostada na porta? -ele perguntou, me fazendo rir. Sim, ela estava. 

(...)


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Notas finais do capítulo

tô morrendo de amores aqui. ahahah. ♥
Galera, não vou demorar para o próximo, mas vou agradecer muuito se deixarem os comentários, quero saber o que acham, e sei que tem muita gente que lê e não comenta.
Obrigadaaaa! ♥