Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 2
Capítulo II - Wayne


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Rolou algum erro no site que as notas finais do último não saíram, mas já consertei.

Espero que curtam esse capítulo!!



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Melissa nunca sentiu tanta vontade de enfiar um garfo de bolo em seu próprio pescoço, porém estar naquele lugar com aquelas garotas a fazia pensar seriamente em sangrar até a morte.

Cassandra a havia arrastado para uma loja de roupas extremamente cara em Nova York, um local de mais de três andares que era frequentado apenas por pessoas com muito dinheiro. No momento estavam em uma cafeteria dentro do local, em que até a xícaras eram feitas de porcelana importada e possuíam bordas banhadas a ouro. Aquilo a estava deixando extremamente irritada, e sua irmã percebeu.

— Mel, aguenta mais uma hora ou duas, por favor! — Cassy sussurrou, percebendo o olhar intenso da irmã para o garfo sobre a mesa e não soube dizer se ela estava pensando em matar suas “amigas” que não calavam a boca sobre como seus pais eram ricos. — Precisamos pelo menos fingir que temos uma vida social e somos filhas do Bruce Wayne.

— Meninas, parem de cochichar e nos contem as fofocas! — uma jovem loira, Charlotte, disse, sorrindo para as Wayne. — Souberam da plástica que a Meg fez no nariz? Ficou horrível!

— Não quero falar de plástica! Olha o que aconteceu com os meus lábios! — Asia apontou para os lábios levemente inchados e cobertos de batom rosa. — Juro que vou processar aquela clínica.

— Não entendo por que insistem em alterar seu próprio corpo, vocês já eram lindas antes de todas essas plásticas desnecessárias — Cassy bebeu um gole de seu café, sempre olhando para Mel para garantir que ela não explodiria.

— Pra você é fácil dizer, é filha do gato do seu pai com a perfeita da sua mãe, não tem do que reclamar — Charlotte riu junto com Asia, e em seguida se virou para Melissa. — Mel, você também é linda! Puxou ao seu pai ou a sua mãe?

Até o som daquela palavra a deixou enjoada. Não pensava em sua mãe há meses e sempre que o fazia, sentia muita raiva. Sentiu Cassy segurar sua mão por debaixo da mesa e apertá-la, como se implorasse para a morena não fazer nada. Melissa suspirou, olhou na direção da loira e umedeceu os lábios antes de dar um leve sorriso falso e falar.

— Não sei dizer… — controlou sua voz para não gritar.

— A Donatella também nunca fez nenhuma cirurgia! — Cassy logo desviou a atenção para a modelo sentada ao lado de sua irmã, que também parecia preferir estar em qualquer lugar que não fosse ali.

— Não perco meu tempo com essas coisas — Dona bebeu seu chá e permaneceu com uma expressão neutra.

— Poderia mudar esse nariz, é fino demais — Asia comentou, retocando seu rímel.

— Não me lembro de ter perguntado sua opinião. E passar tanto rímel não vai tirar a atenção da sua boca, está ridícula — a modelo ignorou a expressão de indignação de Asia e pôde ver Melissa sorrir com o canto dos lábios.

— Sem brigas, meninas! — Charlotte bateu as mãos suavemente, suas unhas tão grandes que ela nem conseguiria digitar uma mensagem de texto sem quebrar a tela do celular. — Ei, sabem aquela Kate Queen, filha do Oliver Queen de Star City?

— Já nos encontramos com ela algumas vezes — Cassy respondeu, como se não a visse quase todos os dias. — O que tem ela?

— Meus pais e eu fomos à um evento em Metrópolis na semana passada e tive a oportunidade de conhecê-la. Adivinhem só... — Charlotte fez uma pausa dramática. — Ela nunca comprou uma Versace, ou uma bolsa Louis Vuitton! Ela nunca nem foi para Paris só pra ter a diversão de ir à Carine Gilson zombar das pessoas pobres que compram uma bolsa de trezentos dólares.

— Minha Nossa, que terrível — Melissa ironizou, porém apenas sua irmã e Dona pareceram notar a ironia.

— E fica pior! — a loira pôs a mão sobre o peito e fez um careta. — Ela disse que usa o dinheiro do pai para caridade. Ela é maluca!

— Uau… — Cassy franziu o cenho, espantada com o quão retardada Charlotte era.

— Desisto dessa pessoas que usam dinheiro para ajudar os outros, pra isso serve o governo, não é? Nossos pais trabalharam muito duro para serem ricos, e essas pessoas que pedem dinheiro só querem ficar paradas sem fazerem nada! Isso me enoja — Asia disse, indignada.

— Vocês pensam antes de falar ou só falam merda o tempo todo? — Melissa perguntou.

— Não gaste saliva, Melissa, tantas plásticas devem ter derretido os cérebros delas. Fico surpresa que ainda saibam contar até dez — Donatella pegou algumas notas em sua bolsa e as deixou sobre a mesa, levantando-se antes que as duas patricinhas pudessem retrucar seu comentário. — Vou ao Burger King da esquina.

— Nós também! — Mel rapidamente se levantou, puxando Cassy consigo.

— Eca! Você é modelo, Dona, não pode comer essas coisas nojentas e gordurosas — Asia cobriu a boca com uma das mãos, parecendo surpresa e apavorada.

— Posso comer o que eu quiser, meu corpo é perfeito por natureza — a modelo virou as costas para as duas e seguiu para a saída da loja com as duas Wayne.

— Nunca mais eu faço isso! — Melissa gritou com a irmã.

— Mel, você não tem muitos amigos e ainda fica trancada na você-sabe-onde o dia todo — Cassy referiu-se à base do Deep Six. — Precisa sair com mais frequência ou vão achar que está morta.

— Preferia estar morta do que sair com aquelas garotas. Sem ofensa, Dona, você é a única que gostei — Mel olhou para a loira, que não esboçou nenhuma reação.

— Foi mal, elas não são mesmo as melhores pessoas do mundo, mas são bem divertidas quando estão caladas — Cassy deu uma risada. — Ok, prometo não arrastar você para outra furada, mas me prometa que vai fazer novos amigos além dos pouquíssimos que já tem.

— Eu prometo ir à Lua e voltar se você nunca mais me fizer sair com elas — as três chegaram ao Burger King e fizeram seus pedidos.

Cassy e Mel ficaram impressionadas no quanto Donatella comeu e se perguntaram como ela conseguia ser modelo comendo tanto. Na realidade ela raramente tinha chance de comer comida de verdade, já que no espaço só comia alimentos desidratados e sem gosto, porém suas amigas não faziam ideia disso.

— Como se conheceram? — Mel perguntou.

— Há alguns anos quando fui modelo, fiz um desfile em Paris com a Dona e ela foi a única que me deu algumas dicas — Cassandra disse, terminando sua batata frita, virando-se para a loira. — Adorei seu último desfile em Mônaco, por falar nisso, quando vai ser o próximo?

— Em Londres daqui há dois dias. Minha agência quer que eu seja a modelo principal de novo, mas estou prevendo que algo acontecerá e eu não poderei ir — a loira começou a mexer em seu celular, seus olhos azuis não deixando a tela enquanto falava.

— Não seja pessimista, o que poderia acontecer? — Cassandra terminou seu refrigerante e logo em seguida olhou para a porta da lanchonete, vendo um jovem alto com cabelos castanhos andar na direção delas.

A morena arregalou levemente os olhos assim que o reconheceu. Estava usando roupas normais, sem chapéu ou a bandana cobrindo a metade inferior do rosto, mas ainda tinha a mesma jaqueta de couro marrom e o bracelete prateado parcialmente visível por debaixo da manga.

— Dorian?! — Cassy quase gritou e ele acenou para ela, sorrindo.

— Como conhece meu namorado? — Donatella questionou, sem nem mesmo virar-se para Dorian que havia parado ao seu lado.

— Ah… Ele já… Nós já nos encontramos em Gotham uma vez — ela deu uma risada. Não sabia se o cowboy havia comentado sobre a noite em que ele havia ajudado o DS a lutar contra os meta-humanos de Talia, então preferiu não arriscar.

— O que veio fazer aqui? — Donatella perguntou, curta e grossa, virando-se para o namorado.

Ele fez alguns sinais com as mãos que nem Melissa, nem Cassandra conseguiram acompanhar por serem muito rápidos. Dona suspirou, frustrada.

— Agora? — ela o viu assentir e se levantou. — Preciso resolver um assunto. Foi um… Prazer… Sair com vocês.

Cassy quase riu da forma como Dona quase engasgava ao dizer algo legal para alguém, geralmente não era nada agradável com as pessoas.

— Até a próxima! E tchau, Dorian — a Wayne mais nova acenou para os dois, que retribuíram da mesma forma e saíram.

Melissa franziu o cenho e olhou para a irmã.

— Ele era…

— Sim — Cassy logo respondeu, já pensando no que ela perguntaria.

— Será que a Dona…

— Não faço ideia — ela comeu algumas batatas fritas da irmã. — Mas não imagino Donatella Heart como uma heroína.

— Nunca se sabe.

Depois de saírem da lanchonete, as duas andaram até uma rua estreita e quase deserta, onde haviam alguns carros estacionados, porém nenhuma pessoa passando, o que era raro em Nova York. Mel pegou seu comunicador articular e o colocou no ouvido.

— Ethan, nos teleporte para Gotham, por favor — a Wayne mais velha pediu.

— O meu teletransportador é para ser usado em missões, não como avião! — o Palmer reclamou.

— Assim é mais rápido — Melissa cruzou os braços. — Vamos logo, prometo que será a última vez.

Ela não obteve resposta, mas logo viu uma luz azul iluminar ambas e elas apareceram dentro da base do DS.

— Você nunca sai daqui? — Cassy perguntou para Ethan, andando na direção do elevador e passando pelo Palmer sentado na frente dos computadores.

— Agora que trouxe meus projetos para cá, só saio para ir à escola ou para ir em casa dormir — ele voltou a se concentrar no que estava fazendo.

— Onde está todo mundo? — Mel questionou.

— Hoje é sexta-feira e são quase seis horas, aposto que estão tendo uma vida social — Ethan rodou na cadeira giratória e se virou para as duas antes que entrassem no elevador. — E seu irmão está na sala dele… Acho que tem algo de errado acontecendo.

As duas se viraram para o moreno com certa preocupação.

— Por que diz isso? — Cassy andou para mais perto do amigo.

— Ele chegou aqui com um corte no braço e com o rosto machucado. Não perguntei nada porque ele parecia muito, muito irritado e eu tenho amor à vida. Sugiro que vejam se ele está bem.

Melissa respirou fundo antes de correr até o corredor naquele mesmo andar e ir até o final do mesmo, onde a sala de Damian e Cassy ficava. Apertou o botão ao lado da porta e viu que a mesma estava bloqueada e não se abriu.

— Damian, abre a porta! — ela gritou, batendo com o punho fechado no material de metal grosso.

Cassy apareceu bem na hora em a mesma deslizou para o lado e Damian apareceu. Seu rosto tinha mesmo alguns hematomas pequenos, mas Melissa não conseguiu ver nenhum corte em seu braço por conta da camisa.

— Jesus, Dami, o que aconteceu? — Cassy o puxou para dentro da sala, que era bem grande para que coubesse várias coisas de ambos.

— Não precisam se preocupar, não foi nada — ele sentou-se quando Cassy o empurrou sobre a cama que havia no seu lado da sala.

Melissa deu um soco no braço esquerdo do irmão e ele conteve um grito de dor ao trincar os dentes. Ela puxou a manga para cima e viu que havia mesmo um corte grande ali, que havia sido fechado por pontos há pouco tempo.

— Não minta para nós! O que foi isso? — Melissa indagou.

Damian desviou o olhar para o lado, como se pensasse no que iria dizer.

— Eu… Entrei numa briga.

— Jura? — Cassy ironizou, pegando uma caixa de primeiros socorros debaixo de sua mesa e sentando-se em sua cama ao lado do irmão. — Nem percebemos.

— Com quem foi essa briga? — Melissa questionou.

— Ninguém.

— Tá brincando? Você não é maluco de brigar com "ninguém" e chegar aqui nesse estado — a mais velha cruzou os braços.

— Não posso contar a vocês o que aconteceu.

— Damian, é claro que pode! Ficou meses sem se meter em problemas e agora aparece todo machucado e espera que não queiramos saber o motivo?! — Cassandra gritou, enfaixando o braço do moreno.

Ele permaneceu em silêncio e Melissa perdeu a paciência.

— Que droga, fala logo o motivo dessa briga e com quem ela foi! — berrou, se esforçando para não esmurrar a parede ao seu lado.

— Eu não quero falar sobre o assunto, apenas esqueçam! — o mais velho se levantou antes que Cassy terminasse o curativo e ficou na frente de Melissa. — Não fui pra a Mansão Wayne exatamente porque sabia que ficariam desse jeito. Não preciso mais de alguém me monitorando, nossa mãe já fazia isso o suficiente. Foi necessário, eu não pretendia sair machucado, só que aconteceu, fim da história. Prometi à vocês que não iria ferir ninguém inocente e que não mataria mais, não confiam em mim com minha promessa?

— É claro que confiamos. Mas você é nosso irmão, temos o direito de ficarmos preocupadas quando você aparece sangrando e se recusa a explicar como isso aconteceu — Melissa retrucou.

— O que ela quer dizer é que estamos aqui se precisar de ajuda, não precisa entrar em brigas sozinho quando se está em um equipe — Cassy se levantou e o virou para si. — Se confirmar que não está com problemas e que isso não vai se repetir, prometemos não falar mais no assunto e nem te perguntar mais nada.

A morena percebeu que sua irmã mais velha tentaria se opor a essa ideia, pois ainda queria saber sobre o ocorrido, então a interrompeu antes que abrisse a boca.

— Somos irmãs muito compreensivas que respeitam a privacidade do nosso irmão e confiam nele, não é, Mel? — Cassy sorriu, cutucando a outra com o cotovelo.

— Sim… — ela não estava gostando da ideia, mas achou melhor não deixá-lo estressado.

Damian encarou as duas e assentiu com a cabeça.

— Ótimo. Agora vamos voltar para casa juntos e colocar gelo nesse rosto — Cassy andou na direção da porta. — Seja lá quem foi que fez isso, te pegou de jeito.

— Conseguiu bater de volta pelo menos? — Melissa perguntou.

— Acho que sim... — ele pareceu mesmo não saber aquela resposta e isso deixou a morena curiosa.

Seu irmão não era do tipo que apanhava sem bater, ela na verdade teve que segurá-lo várias vezes para evitar brigas idiotas por motivos ainda mais idiotas em que ele se metia. Nunca pensou que ele perderia uma luta, e pela expressão dele, havia mesmo levado uma surra.

— Vocês vão sair ainda hoje? — Cassandra gritou da sala de comando.

— Vamos — Mel saiu da sala, mas Damian permaneceu no lugar.

— Preciso pegar uma coisa, encontro vocês em um minuto — ele disse e a morena concordou com a cabeça, virando-se e descendo o corredor.

Damian estava chateado consigo mesmo por não poder contar o que ocorrera para suas irmãs. O problema não era dizer que fora atacado por uma mulher com garras e uma máscara que lembrava uma coruja, mas sim contar o que ele estava fazendo quando foi atacado. Ele esconderia aquilo delas o máximo que conseguisse, pois não queria deixá-las ainda mais preocupadas.

O Wayne andou até sua mesa e abriu a primeira gaveta. Por sorte havia conseguido guardar aquilo antes que elas entrassem, certamente suas irmãs iriam perguntar como ele havia conseguido uma pena de coruja tão grande. A resposta seria que a mulher-coruja com quem ele lutara havia deixado sobre ele depois de terem uma luta bem agressiva. Uma luta em que ele sentiu que não acertara um golpe se quer.

Ele pegou a pena e a colocou em seu bolso, deixando sua sala e encontrando suas irmãs na porta do elevador. Com sorte não encontraria mais aquela mulher e não precisaria mais mentir para as duas.


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Notas finais do capítulo

Estou trabalhando nos desenhos da nova base e logo vou colocá-los no tumblr, até lá imaginem do jeito que quiserem :3

Alguém já suspeita de quem atacou o Damian e o motivo?? Se pensaram no que eu acho que pensaram, vocês estão certos!! E essa vai ser só uma das tretas da história :P

Obrigada por lerem, me digam se estão gostando!!

Un beso mis amores :*