Jitensha escrita por Nanahoshi


Capítulo 2
Por que você não disse nada?


Notas iniciais do capítulo

OLAAAAAAAARRR!!!
Chegando aqui com o segundo capítulo de Jitensha para a minha sis divaaaa! Foi contra os meus planos já q eu queria fazer com mais fluffy e acabou virando mais angst UAHSAHSUAHSHUHA Espero que você goste sis *-* Tudo pensado especialmente para você surtar!
E aos meus lindos leitores divos, espero que quem conheça Slam Dunk esteja adorando! Me deem um feedback pra q eu saia se estou sendo fiel à personalidade do Rukawa t.t Ele é difícil ...
E quem tá lendo mas não conhece ASSISTAM ESSE ANIME MARAVILINDOOOO!!! Me conquistou completamente e já bateu KnB em quase todos os sentidos!
Sem mais delongas, boa leitura!



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Na manhã seguinte, [Nome] acordou com os olhos inchados e uma terrível dor de cabeça fazia suas têmporas latejarem. Tentou esconder as olheiras com um pouco de base, mas o resultado não foi muito efetivo. A garota penteou o cabelo e finalizou com um mínimo de maquiagem para dar cor ao seu rosto abatido. Vestiu-se rapidamente e pegou sua pasta, indo depois para a cozinha tomar seu café da manhã rapidamente. Nenhum de seus pais haviam acordado ainda, o que a ajudou a sair de casa mais cedo.

Assim que a garota fechou a porta atrás de si e olhou para trás, um vulto parado na calçada chamou sua atenção. Os olhos de [Nome] se arregalaram ao reconhecer Rukawa recostado no muro de sua casa. O adolescente balançava a cabeça no ritmo da música que vibrava em seus fones de ouvido, a mão segurando o guidão da bicicleta também amparada no muro.

Várias perguntas encheram a cabeça de [Nome] enquanto ela encarava a nuca do namorado que ainda não percebera sua presença.

"O que ele está fazendo aqui? Como ele se atreve a aparecer aqui depois de tudo que ele me falou ontem!?", ela pensou exasperada. Seu estômago borbulhou de raiva, fazendo [Nome] se arrepender por tomado café da manhã.

A estudante respirou fundo e aprumou o corpo. Estava decidida a não dar brecha nenhuma para Rukawa. O que ele dissera ontem era só a verbalização de algo que já vinha acontecendo desde o começo do namoro. [Nome] sempre ficava em segundo plano quando o assunto era basquete, e aquela rejeição estava abrindo feridas fundas e doloridas no coração da menina gradualmente.

Mas ela havia se cansado disso. E iria deixar bem claro para Rukawa o quanto ele a havia machucado.

Fingindo como se ele não estivesse ali, a garota avançou até o portão, abriu-o sem cerimônia e seguiu pela direita. Passou direto por Rukawa, o olhar vago olhando para um pássaro pousado sobre um poste perto dali. Mal tinha dado três passos de depois de passar pelo namorado, [Nome] sentiu uma mão segurá-la pelo pulso. Porém, ao contrário do que esperava, o toque foi gentil e bem calculado, opondo-se completamente ao aperto bruto do dia anterior. A menina estacou imediatamente, os olhos arregalados fixos adiante incapazes de focalizar alguma coisa.

—Ohayo. – ela escutou a voz baixa e inflexível do namorado.

Ao ouvir aquela frase tão banal sem emoção nenhuma, o rosto de [Nome] se contorceu numa expressão de fúria. Ela girou o pescoço bruscamente para olhar por cima do ombro, a testa vincada e os cantos da boca repuxados de raiva. Ela encontrou o olhar negro de Rukawa e sustentou-o de uma forma que jamais imaginou ser capaz. Sem dizer nada, ela puxou o braço, libertando-se facilmente do toque do jogador. Endireitando-se ela suspirou e retomou seu caminho. Segundos depois, ela ouviu passos e o ranger da roda da bicicleta de Rukawa aproximando-se calmamente. Quando o primeiranista emparelhou com [Nome], soltou no seu singular tom despreocupado:

—Vamos, sobe. Eu te levo até a escola.

A garota o ignorou, fechando os olhos e bufando de forma exagerada. Andaram mais alguns metros em silêncio, até que Rukawa puxou-a pela mão novamente.

—Oi, [Nome].

Dessa vez, a menina não se segurou. Virou o rosto bruscamente na direção do namorado e berrou:

—Me larga, Rukawa! Eu não quero carona.

Pegando-a de surpresa, o garoto desfez o aperto ao redor dos dedos da menina e permaneceu parado enquanto [Nome] o encarava, furiosa. Vários segundos se passaram, mas nenhum dos dois se movia.

"O que ele quer? Por que está fazendo isso comigo?", [Nome] pensou sentindo os olhos arderem com as lágrimas que teimavam em sair. "Isso... Isso machuca. Por que ele não fala nada?".

Respirando fundo para engolir o choro, [Nome] girou nos calcanhares e retomou seu caminho para a escola. Rukawa segui-a imediatamente, permanecendo calado ao lado da namorada. A garota o encarou incrédula sem conseguir entender porque o namorado estava fazendo aquilo.

—Oi, eu disse que não quero carona. – ela cuspiu com o máximo de irritação que conseguiu expressar.

—Eu sei. – Rukawa respondeu simplesmente.

—Então o que está fazendo aqui? Vai embora de uma vez!

—Vou te acompanhar até a escola.

[Nome] estacou novamente e o encarou embasbacada. Aquilo era sério? Rukawa estava mesmo brincando com as palavras dela? Ele sabia que tinha feito algo de errado. Então por que não pedia desculpas? Talvez fosse demais para o calouro prodígio todo-poderoso da Shohoku...

—Bom... – ela disse sentindo o corpo tremer pelo esforço de se conter. – Então vamos ver se eu vou ser clara dessa vez. Eu não quero carona e também não quero que você acompanhe até a escola.

E, dito isso, avançou novamente pela calçada determinada a não ser interrompida mais uma vez. Porém, mas ela havia dado dois passos, o ranger da bicicleta de Rukawa acompanhado do som de seus passos denunciou que o garoto não desistira. Ela seguiu fingindo que não havia notado sua presença, mas sua irritação crescia como uma bola de neve rolando montanha abaixo num inverno severo. Quando [Nome] atravessou a segunda rua e viu que o namorado seguia logo atrás dela, explodiu.

Voltou-se para trás cega de raiva e avançou até ele.

—Você é surdo!? – ela berrou ignorando completamente o fato de que estava no meio de uma rua movimentada num horário de pico. – Eu já não disse que não quero que você me acompanhe!? Suma de uma vez, Rukawa!

Sua visão embaçada pelas lágrimas não permitiu que ela visse com clareza a expressão séria que se apoderara do rosto do camisa onze da Shohoku. A única coisa que ela conseguiu constatar foi a imobilidade do garoto que teimava em permanecer no mesmo lugar. Chegando no ápice de seu ataque de fúria, [Nome] precipitou-se para Rukawa e empurrou-o com toda a força que seus braços trêmulos permitiram. Pego de surpresa, o primeiranista desequilibrou-se e deu dois passos para trás, os olhos longos se arregalando ao ver a namorado virar-se e disparar rua acima.

Enquanto corria, [Nome] sentia as lágrimas escorrerem rapidamente pelo canto de seus olhos e saltarem no vento, como se quisessem formar obstáculos para caso Rukawa tentasse segui-la. A cabeça da garota girava, e uma única pergunta ressoava ensurdecedora em sua mente:

"Por quê? Por que ele não me pediu desculpas? "

*

Naquele dia, Rukawa não procurou por [Nome] como costumava fazer no intervalo ou no horário de almoço. Desde que tinham começado a namorar, ele havia abandonado suas sonecas no tempo livre para ficar com a namorada escutando música em seu walkman e conversando sobre coisas aleatórias. Quando conseguiam um lugar mais reservado nos jardins da escola, o garoto gostava de cochilar no colo de [Nome] enquanto ela lia ou ouvia música. A presença da menina enchia o coração normalmente fechado de Rukawa de alegria e conforto, formando o contrabalanço perfeito para sua personalidade fria.

Contudo, naquele dia, o garoto não foi atrás dela. [Nome] também não o procurou, e odiou-se internamente por sentir tanta a falta da companhia do namorado. Adorava passar os minutos de folga passando os dedos pelo cabelo escuro do menino enquanto ele ressonava. Mas, aparentemente, ela não sentiria aquilo naquele dia... Talvez nunca mais.

Com o peito pesado pelos sentimentos ruins e seus receios, [Nome] não teve escolha a não ser esperar o dia se arrastar até o fim das aulas. Não prestou atenção em nenhuma delas, e assim que o sinal tocou, correu desesperadamente para fora da escola, louca para ir para casa e ter um pouco de privacidade em seu quarto. Quando ela cruzou o pátio em direção ao portão, os alunos mal haviam começado a aparecer, o que encheu seu coração de alívio. Não queria ninguém cochichando pelos cantos ao vê-la correndo para fora da escola com uma expressão tristonha... E muito menos encontrar Rukawa.

Ela avançou sem hesitação, e ao olhar para o relógio no alto da torre principal da construção branca, lembrou-se de um detalhe que a deixou ainda mais aliviada. Aquele era o horário de treino da Shohoku. Ele com certeza não viria.

Imediatamente após a sensação de alívio, uma dor sutil, mas incômoda, espalhou-se por seu peito como veneno. No fundo, [Nome] queria que ele viesse. Queria que ele aparecesse e pedisse desculpas. Mas ela sabia que aquilo não ia acontecer.

Quando estava quase alcançando a calçada, uma silhueta recortada contra as casas que rodeavam a escola fez [Nome] reduzir de súbito o passo, e por muito pouco ela não estacou teatralmente no meio do pátio. Contradizendo todas as suas especulações, Rukawa estava escorado no muro da escola que amparava as grades do portão. Dessa vez ele estava sem os fones de ouvido, fitando o céu com seu olhar negro e vago. As meninas que passavam por ele davam gritinhos e suspiros, e aquela visão fez a raiva de [Nome] explodir dentro de seu peito.

Endireitando a coluna e agarrando sua pasta, a [Nome] retomou seu ritmo determinada a ignorá-lo (com sucesso) daquela vez. Cruzou o portão a passos rápidos, o olhar fixo adiante. Pelo canto do olho, ela viu Rukawa acompanha-la com o olhar discretamente. Ele não tentou pará-la e sequer abrir a boca para chama-la, fazendo um misto de alívio e dor girar dentro da barriga da menina.

Mal havia dado os primeiros da caminhada, ela ouviu o típico ranger da bicicleta do namorado logo atrás de suas costas. Não precisava virar-se para confirmar que Rukawa a seguia. Fazendo o máximo de esforço para não demonstrar que tinha notado sua presença, [Nome] andou para casa a passos rápidos e ritmados. Quando ela parava para atravessar uma rua, o camisa onze sempre guardava uma certa distância, e a nuca da menina coçava sentindo o olhar indecifrável de Rukawa sobre ela.

[Nome] mordia seu lábio inferior de forma irrequieta, enquanto vários pontos de interrogação se enfileiravam em sua mente.

"O que ele pretende fazer me seguindo desse jeito? Por que ele não diz nada? Por que ele não tentou falar comigo ou simplesmente me segurar como fez mais cedo? Ele está perdendo treino me seguindo até em casa..."

"Sempre fico em segundo plano quando o assunto é basquete..."

A lembrança de sua constatação fez o peito de [Nome] doer. Rukawa era impecável nos treinos e não perdia um por absolutamente nada. E agora ele estava perdendo treino apenas para segui-la até em casa. O que ele pretendia com aquilo? Será que...

A garota balançou a cabeça, espantando os pensamentos cheios de esperança que começaram a se formar. Não podia alimentar nada com relação à atitude de Rukawa, senão apenas se machucaria ainda mais.

Absorta em seus pensamentos, [Nome] não percebeu que já estava muito próxima de casa. Só não passou direto pois um carro passou rápido demais gerando protestos nos pedestres que despertaram a menina. Virando-se para abrir o portão, [Nome] checou pelo canto do olho se Rukawa ainda a estava seguindo. Ele havia parado há alguns metros de distância, as duas mãos apoiadas no guidão e o olhar perdido na paisagem à esquerda. Assim que o cadeado cedeu, [Nome] não hesitou em saltar rapidamente para dentro de casa e trancá-lo. Correu para a porta e, ao batê-la, sentiu suas costas relaxando por estar livre do olhar vigilante do namorado.

"Céus!", ela protestou mentalmente. "Isso foi tão estranho... O que ele vai fazer agora que cheguei em casa?"

Na ponta dos pés, [Nome] subiu as escadas e enfiou-se em seu quarto. Despiu o uniforme e entrou debaixo do chuveiro, colocando a água no ponto certo entre o quente e o frio. Enquanto a água escorria, [Nome] tentava lutar contra sua esperança de Rukawa ainda estar lá fora quando ela espiasse pela janela. Incapaz de suprimir sua curiosidade, a menina saiu do banheiro já devidamente vestida e aproximou-se sorrateiramente da abertura na parede de seu quarto que dava para a frente da casa. A garota prendeu a respiração inconscientemente quando se inclinou para espiar a calçada, e seu coração quase parou ao constatar que Rukawa ainda estava lá. A bicicleta jazia amparada no muro baixo, e o jogador mexia em seu walkman de forma absorta.

"Tsh! O que diabos ele quer? Os vizinhos vão achar estranho se ele ficar tempo demais ali parado..."

Reprimindo a vontade de abrir a janela e manda-lo ir embora aos berros, [Nome] pegou sua pasta e separou os deveres de casa que precisava terminar. Enquanto estudava, de cinco em cinco minutos checava a janela. Rukawa permaneceu escorado no muro da casa dos [Sobrenome] por duas longas horas, até que o crepúsculo chegou para expulsar o garoto de volta para sua casa. Quando ouviu o ranger de rodas, [Nome] correu para a janela para vê-lo embora. Ele empurrou a bicicleta por alguns metros de depois parou, voltando os olhos negros para a casa de [Nome] novamente. Daquela distância, a garota não conseguia distinguir bem a expressão do garoto, o que a deixou profundamente frustrada.

Quando Rukawa sumiu de vista, a estudante voltou-se para dentro do quarto, jogando-se em sua cama.

O que tinha sido aquilo? Ele tinha matado o treino de basquete para segui-la silenciosamente e depois esperar duas horas na frente de sua casa sem dizer absolutamente nada? Não fazia sentido nenhum.

[Nome] agarrou o travesseiro e se virou para o outro lado, pensativa. O dia na escola passou lentamente em flashes diante de seus olhos, e a falta que Rukawa fazia começou a arranhar seu peito. Tinha sido tão estranho não dividir os fones de ouvido com ele no intervalo para escutar as músicas que ambos gostavam. E como tinha doído não poder acariciar os cabelos negros dele enquanto ele tirava uma soneca depois do almoço antes de voltarem para as aulas...

A garota apertou ainda mais o travesseiro e enterrou seu rosto na fronha macia. Como num dejavú, [nome] percebeu as lágrimas escorrendo novamente pelo menos motivo. Ela soluçou baixinho, permitindo a tristeza e a dúvida escapar aos poucos. Em sua mente, a mesma pergunta ressoou infame e dolorosamente:

"Por quê Rukawa? Por que você não disse nada?"


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Notas finais do capítulo

O que achou sis?? *------*
Espero que tenham gostado meus leitores divos ♥
Beijinhos e até o próximo capítulo!



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