Acordei enfim. Olhei para os lados. Minha cabeça ainda doía um pouco. Percebi a presença de Mary, e do Dr. Ashlar no quarto. E eu? Eu estava deitada, numa maca, perto da janela.

— O que houve? – Perguntei

— A senhora, teve um pequeno desmaio por causa da sua pressão baixa. – Afirmou Mary.

— Vossa Majestade tomou café? - Perguntou Ashlar.

— Desculpe a intromissão, mas a senhora América não comeu nada hoje. – Disse Mary.

Fiquei surpresa, pela sua preocupação. Não precisei me esforçar para falar o que eu havia feito ou não. Ela estava lá, fazendo isso por mim. Fiquei feliz, por tê-la, e por ser minha amiga.

— Doutor, já estou bem. Preciso voltar para o Studio.

— Eu entendo, mas não posso libera-la agora. E mesmo que fosse liberada, o Jornal Oficial já acabou.

— Já? E que horas são?

— Já são onze, horas da manhã. Seu marido passou aqui umas três vezes, e foi para uma reunião com o conselho e o senhor August, em relação ao novo alistamento.

—Nossa, fiquei tanto tempo assim aqui?

— Sim, logo despois que a senhora desmaiou, o senhor Carter a trousse até aqui. Já foram dados todos os remédios necessários, mas ainda tem que ficar de repouso. – Disse Mary.

— Que chato. Nunca pensei que uma simples dor de cabeça, me deixaria aqui nesta cama sem fazer nada.

— Bem, deveria ser uma enxaqueca, pois dor de cabeça alguma lhe faria desmaiar por ela ser fraca.

— Deve ser cansaço, ultimamente vivo muito ocupada fazendo várias coisas. Acho que foi sobrecarga. Vida de rainha não é fácil, e muito menos depois daquele episódio com o Maxon. Simplesmente, meus nervos não estão os mesmos.

— Pode crer. A senhora necessita de algo?

— Por enquanto não, eu acho. Só queria que Maxon estivesse aqui, sabe?

— Há sei, mas no momento ele está muitíssimo ocupado. Mas ele me falou que iria dá uma passada aqui, antes do almoço.

— Não vejo a hora, Mary você sabe alguma coisa sobre Lucy e Aspen?

— Senhor Leger, saiu para uma patrulha com senhor Carter, e a senhorita Lucy está nos jardins neste momento. Algumas empregadas falaram que eles discutiram por causa que ele está passando mais tempo fora, do que perto dela. E perguntou a ele se ele estava traindo ela. Ele disse que não, mas ela não acreditou. E então, eles dormiram separados, ela na cama e ele no sofá.

— É meio estressante, acho que qualquer hora vou falar com a Lucy, ela ultimamente está insegura quanto a Aspen e o amor dele por ela. Entendo o lado dela, até por que, nossos maridos são alvos fáceis para qualquer mulher a fora. Inclusive Maxon, quando se tem por perto a Daphne. Não sei quanto ao Aspen, mas ela deveria ter um mínimo de confiança sobre ele, como eu tenho com meu rei.

— É sim. Apesar de nunca ter tido algo parecido, eu entendo que uma pessoa deve confiar na outra. Caso contrário nunca haverá paz entre os dois. Sempre tive isso com minha família. Até por que a confiança é a base de tudo.

Fiquei a observando, e pensando no que havia falado. Será que um dia, Mary havia amado? E que já tinha sido amada por alguém? Por um momento tive pena dela, acho que era triste não ter ninguém com quem compartilhar sentimentos e momentos felizes. Acho melhor evitar assuntos do coração, para ela não ter que passar por isso de novo. Mudei de assunto.

— Mary, gostaria de saber o que a Paige queria comigo, você sabe me dizer?

— Acho que é sobre o namorado que ela arrumou. Ela queria apresenta-lo a senhora.

— Namorado? A Paige? Acho que o tempo está passando muito rápido. E ela ainda está aqui?

— Está sim, se quiser que eu a chama...

— Por favor, quero falar com ela hoje ainda.

Vi Mary saindo pela porta, e depois a fechá-la. Depois fiquei pensando comigo mesma. Paige com namorado, fico feliz com ela. Espero que ele seja um bom homem, por que ele é bem sortudo.

Fiquei pensando na situação de Aspen e Lucy. Eu sabia o motivo, ela havia comentado comigo, sobre a senhorita Brice. Eles andavam juntos ultimamente, mas era só coisas relacionadas ao trabalho. Ela não precisava brigar com ele por causa disso. Tenho certeza que Aspen não seria capaz de trai-la, colocaria minha mão no fogo para isso. Vou tentar conversar com ela uma outra hora, vou chamar a senhorita Brice e perguntar a ela se estão tendo algum caso. E se estiver, eu não aceitarei os dois aqui, de maneira nenhuma.

Minutos depois, Paige e um garoto da idade dela, entram no quarto. Mary vem logo atrás, e abre mais algumas janelas para o ar entrar.

— Senhora depois volto, e irei trazer seu almoço. Vossa majestade já está em boa companhia, então irei fazer minhas tarefas.

— Ok, Mary. Obrigado.

Então Mary sai, e fecha a porta.

—  Sente-se Paige. Quem é esse cavalheiro?

— Ah, é meu namorado. O nome dele, é Ean Alberts. Ean essa é minha meia irmã, a rainha América Schreave.

— Prazer em conhece-lo – falei olhando-o e cumprimentando-o.

— Prazer, majestade. A Pag, fala muito da senhora, e de como se conheceram.

Pag? Nossa eles já têm apelidos. Um garoto bem bonito por sinal, mas onde se conheceram?

— E é Paige? Fala sobre o quê?

— Coisas boas, garanto! – Disse Ean.

— Diga o que a traz aqui?

— Bom, é que eu queria que a senhora o conhecesse e senhor Maxon também, mas percebo que ele ultimamente anda ocupado.

— Ah, logo ele. Sim ele anda muito ocupado, mas depois ele vai conhece-lo.

— E também gostaria que abençoasse nosso namoro, e venho para lhe dizer que partirei amanhã pela manhã. É que a família dele quer me conhecer, e marcar dia de noivado e essas coisas, sabe?

— Nossa! Tudo rápido assim?

— Não, claro. É que necessitamos de pressa por que o pai dele está muito doente, e quer nossa presença lá. E a coroação dele será o mais breve possível.

A meu Deus! Um príncipe!

—Paige não me diga, que esse é o Príncipe Ean Alberts, filho do rei Heitor Alberts e rainha Keyna Alberts, da Nova Ásia?

— É sim! Você lembra da vigem que fui com a senhorita Brice a negócios, dias depois do seu casamento? Nos conhecemos no avião, quando ele também voltava.

—Prazer em conhecê-lo, mas não sabia. Acreditava-me que já havia ouvido esse nome em algum lugar, mas só agora lembrei. Perdoe-me príncipe Ean, é que ando ultimamente cansada. Mas dê-me lembranças ao seu pai e sua mãe, de mim e Maxon.

— Mas me diga como se conheceram! Vamos sentem-se ali no sofá por favor! - Falei me levantando.

— Foi assim... a senhorita Brice ela ia mais o senhor Leger, pois o rei de lá queria falar com Aspen para que ele treinasse os soldados dele. Mas Aspen não pôde ir por causas familiares, então ele deixou para ir outro dia. A senhorita Brice não queria ir só, então estava à procura de alguém para ir com ela e lhe fazer companhia. Ninguém podia ir, então eu me ofereci para ir junto com ela.

— E quando chegou no avião, eu a vi. A coisa mais linda que já vi na vida. Me apaixonei, na primeira vista. Mas tentei e comunicar com ela, e a Paige se demostrou muito tímida, apesar de sua beleza e meiguice. Então ao chegar na Nova Ásia, ao descer do avião eu puxei assunto com ela. E então para não ser mal-educada, ela me respondeu, e daí fomos nos aproximando.  – Disse ele

— Que história hein? Paige, sempre foi assim desde que conheci ela. Mas reservada, para si. Mas é uma boa garota, e tenho certeza que vocês formam um belo par.

— Obrigada! – Disse Paige.

— Ei América, nós temos que ir agora, outra hora conversamos. É que ainda vamos arrumar as coisas. – Disse ela.

— Ok, mas antes quero deus abençoe vocês dois!

Ela veio até mim deu-me um beijo no topo do meu rosto.

— Obrigada!

E por fim lhe dei um abraço. Ean veio até mim, e beijo-me a mão. Típico de cavalheiro. Então se despediram, caminharam de mãos dadas até a porta, e a fecharam. E fiquei só novamente. É triste é mais, estou feliz por ela ter encontrado uma boa pessoa. Ela merece, depois de ter passado por tudo aquilo com a família. Fico feliz. Minutos depois, Maxon entra no quarto e está radiante. Manquejando um pouco, mais estava tão lindo com aquele sorriso no rosto. Veio até mim, e deu-me um beijo bem molhado, doce e demorado.

— Meu amor, como você está?

— Estou bem, mas melhor agora. E esse sorriso é devido o quê?

— É que acabei de cumprimentar a Paige, e vi ela com o príncipe da Nova Ásia. Eles estavam de mãos dadas. Achei engraçado.

— Eles estão namorando, seu bobo.