Roots escrita por G Aqui


Capítulo 7
Capítulo 6 - "Baby Came Home"


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores fantasmas.
Eu não ia mais publicar aqui no Nyah, tanto por conta de uma briga que aconteceu no grupo do facebook quanto pelo baixo envolvimento de vocês, comparando com o Wattpad (onde essa história tem mais visualizações, votos e comentários), quase ninguém mais lê essa história, e me desculpem se eu gosto disso.
Nem me venham com toda aquela história de escrever por amor e não por visualizações, porque é muito decepcionante entrar toda animada aqui no meu perfil depois de postar um capítulo que eu dediquei horas e horas (que eu poderia estar fazendo outra coisa, mas não, estava escrevendo) e muita inspiração, esperando (por algum milagre) um comentário ou mais visualizações e não ter nada. Isso realmente me desanima muito, e eu não queria desistir do nyah dessa maneira por toda a história que eu tenho com essa plataforma, mas acaba que a falta de envolvimento está quase me fazendo excluir essa história e deixar de lado tudo isso aqui.
Bom, acho que é isso, eu só queria desabafar.
Lembrando que ninguém é obrigado a comentar, se fosse assim também seria chato, mas, sei lá, um simples "continua" já me deixaria feliz.


Espero que gostem do capítulo, e tenham uma boa leitura (se ainda tiver alguém que está lendo)



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Capítulo 6 - "Baby Came Home"

"Pai, uma hora ou outra irão descobrir seu segredo. Você tem que fazer algo para mostrar que está do lado dos semideuses".

"Eu não posso correr esse risco. A dívida já está muito alta. Se algo acontecer a situação só vai piorar, principalmente para ele. Você sabe muito bem que esses caras podem manipular a situação para que pareça que eles ajudaram, e se fizerem isso vão querer aumentar a dívida. Melhor não."

"E se ele voltasse ao normal? Poderia ajudar..."

"Ele só está assim por conta de tudo isso. Voltar ao normal agora não faria sentido."

"Não fazer nada também não vai ajudar."

Ele ficou quieto.

"Vou pedir ajuda para a sua irmã. Talvez ela tenha um plano"

"Certo, mas deixe isso aqui comigo, é mais seguro."

"Não deixe ninguém desconfiar de nada. Pelo menos ainda teremos alguma ajuda"

"Digo o mesmo a você. Essa confusão já foi longe demais. Depois que todos descobrirem..."

"Ninguém vai descobrir. Siga o meu plano e vai dar tudo certo"

"Você sabe muito bem que eu só estou fazendo isso por ele. Se dependesse de mim daria tudo certo, porém, como não depende..."

"É melhor você voltar para lá. Eu cuido de tudo por aqui. Vai dar tudo certo"

As vozes sumiram.

Eu acordei pela terceira vez naquela noite.

A Lua ainda brilhava alta no céu, como se estivesse se divertido com o sofrimento da mera mortal aqui. Eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Sentia falta de Melissa, sentia que uma parte do meu coração tivesse sido arrancada, sem dó, e nada conseguisse preencher o vazio que ela deixou. Um mau pressentimento rondava o meu peito. Minha respiração estava descompassada e eu suava frio, sem motivo algum.

Decidi levantar e ir ao banheiro lavar o rosto, na tentativa de ficar um pouco melhor, mas só piorei. Meu reflexo no espelho mostrava uma pessoa completamente pálida, com profundas olheiras, praticamente morta. Minha testa brilhava com as gotas de suor e meus lábios estavam mais secos do que nunca.

Precisava tomar um ar.

Fui até a entrada do chalé de Apolo e admirando o céu estrela, escorada no arco da varanda. Percebi, logo, que havia uma agitação na Casa Grande. Conseguia ver a sombra de Quíron pela janela. Ele estava agitado, conversando com mais duas pessoas. Senti um arrepio percorrer minha coluna. Algo tinha acontecido, e eu precisava saber o que era.

Fiquei observando de longe o que acontecia, aquela sensação ruim deixando o meu coração apertado. Sinto uma brisa quente de verão passar por mim, acompanhada de um cheiro de protetor solar que me fez sentir um pouco mais segura. Era meu pai que se aproximara. Sua presença me deixava mais tranquila.

─ Não consegue dormir também? ─ Ele pergunta, se apoiando junto a mim na varanda.

─ Não, ─ Respondo ─ Maus pressentimentos, algumas visões, coisas assim...

─ Entendo. É mau de família, sabe? ─ Nós rimos. ─ E a marca? Tem doído?

─ Algumas vezes ela começa a formigar, nada de mais. O que eu achei estranho é que ela brilhou ontem, mas como nada grave aconteceu eu deixei pra lá. ─ Ele suspirou e olhou para a Casa Grande.

─ Estranho... Não é comum ter movimento lá há essa hora da noite...

─ Eu sei. E é isso que está me deixando preocupada...

─ Eu vou ver o que está acontecendo.

— Também vou. — Falei, indo atrás dele.

— Você tem certeza? Pode não gostar do que vai ver.

— Não se preocupe, não deve ser nada que eu não consiga aguentar. Vamos.

— Já que insiste...

***

Chegando na Casa Grande, nós conseguimos ouvir um pouco da conversa. Sebastian discutia com Lana, alegando que ela estava mentindo. Quíron tentava acalmá-lo, porém ele estava desesperado.

— Isso é impossível! — Sebastian dizia. — Precisamos de mais provas. Só uma visão não quer dizer nada.

— Sebastian... — Disse Lana — Eu tenho certeza do que vi e do que senti.

— Não, não, não... não pode ser. Não pode! — Sebastian começava a se alterar.

— É melhor sentar-se garoto. — Disse Quíron. — Lana, você tem certeza do que viu? E tem certeza de que não era apenas um sonho? É algo muito sério para se confirmar assim...

— É verdade. — Para a minha surpresa, quem falava agora era Apolo, que acabara de entrar na sala. — Eu também vi.

— Sebastian! — Corri até ele e o abracei. — Hey, se acalma... olha para mim... Tá tudo bem...

— Não Ceci, não está... ― Olho para os outros que me encaram com um olhar de dó.

― É melhor se sentar... ― Lana disse, me guiando até uma cadeira.

― O que está acontecendo? Por que vocês estão me olhando assim?

― Lana foi até o Chalé de Atena agora a pouco... ― Sebastian reúne todas as suas forças para falar. ― Eu achei estranho ela aparecer lá, principalmente há essa hora da noite... Ela disse... ― Lágrimas de desespero começavam a aparecer em meus olhos.

Sebastian não conseguiu terminar a frase, então, Lana continuou:

― Eu disse que havia tido uma visão. A princípio achei que fosse só mais um sonho sem sentido, porém não era... Estava em um avião, tudo parecia normal...

― Melissa estava lá. ― Diz Sebastian. ― Então um Venti atacou... Era uma armadilha. Ela tentou lutar, mas ele era forte demais para um único semideus derrotá-lo.

― O avião foi destruído... Explodiu no ar e caiu no meio do oceano sem deixar mais pistas... ― Meu pai completou. ― Até agora as autoridades mortais não encontraram nem restos do avião ou os corpos dos passageiros... Ninguém sobreviveu...

Suas palavras me acertaram como um tiro.

Eu não sabia mais o que fazer, nem para onde ir. Nada mais fazia sentido. Meu coração parecia ter esquecido o jeito certo de bater. Não conseguia mais respirar... Era como se meus pulmões estivessem completamente secos. Minha cabeça iria explodir.

Não era verdade. Não podia ser verdade. Com certeza era só um pesadelo, logo eu iria acordar e tudo ficaria bem.

Senti uma mão no meu ombro, mas, naquela altura, não importava mais quem era. Eu só queria que tudo aquilo passasse...

Lana então apareceu no meu campo de visão, ajoelhando-se no chão para o seu olhar ficar na altura do meu. As lágrimas embaçavam minha visão, escorriam ao longo do meu rosto, manchadas de preto pelo resto de delineador que eu não havia tirado dos olhos. Lana segurou meu rosto com delicadeza e as secou com o polegar. Seu olhar transmitia uma segurança inexplicável, que gelava minha espinha.

― Acho que.... Preciso ficar um tempo sozinha... Só para... pensar um pouco... ― Ela olhou para Quíron e ele apenas concordou com a cabeça.

Eu saí correndo para o mais longe que conseguia, sem me importar com o resto do mundo.

Como poderia ser uma armadilha se arranjaram o voo de última hora?

E por que Melissa? O que ela havia feito para acabar dessa maneira?

E se ela ainda estivesse viva? Não acharam os corpos, o que significava que havia uma pequena chance dela ela ter conseguido escapar a tempo, ou nadado para uma ilha próxima ao lugar que o avião caiu.... Eu não poderia perder as esperanças.

Senti o meu pé enroscar em algo no chão, e, antes que eu pudesse pensar em algo, já estava no chão. Os joelhos e as palmas das mãos ardendo, provavelmente sangrando.

Merda. Pensei, quase desistindo de tudo ali mesmo.

Deitei na grama, permitindo-me chorar tudo o que precisava, uma sensação de vazio no peito. Pensar que ela não voltaria nunca mais...Eu não conseguia cogitar essa possibilidade. Parece idiota da minha parte, mas, depois que eu a conheci, tinha o sonho de envelhecer ao seu lado, ou pelo menos viver a minha curta vida de semideusa com ela. Simplesmente não conseguia imaginar outro futuro senão estar com ela, mas agora isso não seria mais possível.

Quem você acha que está enganando Cecília? Ela não vai mais voltar. Uma voz disse na minha cabeça.

Mas eu não poderia aceitar isso assim tão fácil... Seria como desistir de tudo o que nós vivemos. Eu não iria fazer isso.

Sentei, abraçando os joelhos. Os outros semideuses começavam há ir em direção ao Pavilhão do Refeitório para tomarem café da manhã, rindo e conversando animados com seus amigos. Toda aquela felicidade... eu não conseguia entender o motivo dela existir. Não conseguia mais me ver feliz assim como eles, não sem Melissa.

Minhas esperanças haviam acabado.

Deitei novamente, fechando os olhos. Sebastian tinha dito que tinha sido uma armadilha, alguém havia colocado um venti no avião com o intuito de fazê-lo cair, mas, se aquele voo foi arranjado de última hora por eu ter me afogado, não daria tempo de planejar a armadilha tão rápido. Talvez, então, a armadilha não havia sido planejada para Melissa, ela estava no avião por acaso, e queriam atingir outra pessoa.

Mas quem poderia ser? Só haviam mortais naquele avião... essa possibilidade não era válida.

Encarei o céu, ainda cheia de dúvidas na cabeça. Foi então que eu percebi que alguém se aproximava. Lana logo apareceu em meu campo de visão, ela carregava um embrulho de papelão numa mão e dois copos térmicos (que imaginei estarem cheios de néctar) na outra.

― Oi... ― Eu me sento, limpando as lágrimas. ― Eu sabia que você não iria para o Pavilhão, então trouxe seu café da manhã. Não se preocupe, é normal não querer socializar em uma situação dessas. Aqui, tenta comer alguma coisa, vai ser melhor. ― Ela me entrega um dos copinhos que segurava e um pão de queijo que havia tirado do saquinho. ― Espero que eu tenha acertado na escolha, mas, se não quiser, posso buscar outra coisa...

― Não se preocupe, está ótimo... ― Minha voz sai desanimada. ― Obrigada por se importar em trazer o café para mim.

― É o mínimo que eu posso fazer, certo? Ainda estou tentando ganhar sua confiança para sermos amigas um dia, mas, sem pressão. Leve o tempo que precisar. Eu sei que é difícil olhar para mim e ver alguém confiável. ― Ela se senta ao meu lado na grama. ― Ah cara, eu não sou muito boa nessa coisa de socializar... Desculpe-me se estou te assustando. ― A última frase conseguiu arrancar um leve sorriso do meu rosto.

― Acredite, já vi casos bem piores. ― Eu tomo um gole do Néctar, e, para a minha surpresa, tinha gosto de café. O que fez me lembrar do Sebastian. ― Nossa, como eu sou sem noção... Eu deixei o Sebas lá sozinho sem nem ter certeza se ele ainda precisava de ajuda...

― Não se preocupe. Ele me disse que iria passar um tempo nos túneis para organizar os pensamentos.

Eu deito no chão novamente, a vontade de chorar voltando. Era como se eu ainda não acreditasse no que havia acontecido, mas em alguns momentos o medo tomava conta do meu coração.

― Por que isso foi acontecer logo agora...? Por que com Melissa? Ela só queria viver seu sonho... ― Lana não falou nada, apenas me abraçou.

Nós ficamos lá, em silêncio, apenas observando o acampamento de longe pelo que me pareceram horas.

― Lana, posso te fazer uma pergunta? ― Disse em seu ouvido baixinho, enquanto ainda estávamos abraçadas.

― Claro... ― Ela respondeu na mesma altura.

― Você é filha de Hades, não é? ― Eu me sentia um tanto quanto chapada, mas ao invés de drogas o que estava me deixando alterada daquela maneira era o fato de saber da morte de Mel. Aquela pergunta, por mais idiota que soe agora, parecia de extrema importância para mim naquele momento.

― Sim, eu, o Charlie e a Barbs. ― Quando ela falou o nome da terceira irmã lembrei de sua existência. Me senti meio mal. Muito provavelmente essa tal de Barbs só tinha a companhia dos irmãos, e eu nem sequer me dei o trabalho de me apresentar. Se só o fato de você ser semideus já é um porre, imagine ser uma semideusa, filha de Hades e ainda chegar em um lugar desconhecido, cheio de crianças e adolescente armados e idiotas, e não conseguir se enturmar? Me senti muito mal por ela.

― E você não tem medo?

― Passei muitos anos no Mundo Inferior, poucas coisas me deixam com medo.

― Essa história de Mundo Inferior por acaso é moda entre os filhos de Hades? ― Ela ri.

― Aparentemente sim... ― Ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha. ― Ah, olha, seus amigos chegaram.

Quando paro para observar, Kevin, Arthur, Elliot (que eu não sei onde tinha se enfiado nos últimos tempos), Charlie, Wendy, Sebastian, Bruna e Alice se aproximavam.

― Oi gente... ― Eu sorrio, e todos se aproximam para me abraçar. Quando percebo, estou no meio do melhor abraço coletivo do mundo, com as melhores pessoas do mundo. Só faltava alguém...

Puxei Lana, que estava encolhida no canto sozinha, pelo braço, e então, finalmente, o abraço estava completo.

― Eu amo vocês.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo, feliz natal à todos.



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