Ela não sabia se gritava, ou se corria, ou se apenas ficava ali, no mesmo lugar, sem ação. Por mais que soubesse que deveria fugir, por mais que a voz de sua mãe ecoasse em sua cabeça, ela via naquela luz azul algo familiar, ela não sentia medo, era apenas algo desconhecido.  

Depois de respirar fundo algumas vezes, ela se moveu e foi andando em direção da fonte da luz azul e segurou sua mão, para mostrar que estava ali, que confiava nele e que não estava com medo. 

— Hey...

— Você deve estar me achando uma aberração agora - Ele disse com a voz tremendo, mas só quem prestasse atenção podia perceber.

— Não - Ele olhou para ela, então pode perceber os olhos dele lacrimejando e os dela sorrindo - Eu não estou com medo. 

— Mas - Ele foi interrompido.

— Não tem "mas", eu sei que foi tudo muito rápido e estranho, mas eu preciso entender melhor o que está acontecendo, e eu preciso que você se acalme e que você me explique - Ela olhou para o resto do beco, alguns resquícios da luz azul ainda corriam livremente por ali - Eu nunca vi algo tão bonito em minha vida. 

O garoto ao lado dela riu, e coçou a nuca, olhou pra ela novamente, apertou mais sua mão e juntos, saíram do beco.

 - Okay, eu vou te contar tudo, mas você tem que entender que isso é mais normal do que você pode imaginar.