Curse escrita por Master


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Voltei bem rápido, né?
Gostaria de agradecer as pessoas que estão lendo e as que estão comentando também, amo vocês galerinha.
Sobre esse capítulo, espero que vocês gostem.



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Quadribol era uma coisa complicada na minha concepção. Eu não era do tipo de pessoa que largava minhas sessões de descanso para ir assistir quadribol - por isso os jogos que eu assisti em toda a minha vida se resumiam a dois.

Um no primeiro ano, em que a Sonserina perdera e outro no quarto, que resultou na derrota também - Iryna dissera que eu era pé frio e que toda vez que eu ia assistir um jogo de quadribol coisas terríveis aconteciam.

Não desmenti, afinal, era verdade. No primeiro ano, o capitão do time foi atingido por um balaço e caiu da vassoura de uma altura de quinze metros. Na segunda partida que eu assisti no quarto ano, o apanhador do time simplesmente e inexplicavelmente dormiu em cima da vassoura.

— Com licença. - tentei falar enquanto passava apertada entre várias pessoas tentando achar um local na arquibancada.

Os olhares estranhos dos grifinórios em minha direção era cômico, afinal, eu era a única pessoa de verde no meio de inúmeras pessoas de vermelho. Olhei para o campo até então vazio assim que achei um lugar mais à frente. Engoli a seco ao pensar em James adormecendo na partida e caindo da vassoura - em uma outra época da minha vida eu teria achado engraçado, atualmente eu não faço ideia do porque isso me preocupa tanto.
 

~~~~

 

2 anos antes.

— Você é boa nisso, Aurora. - disse ele animado. - Agora só precisa abrir os olhos, se não vai acontecer algo extremamente... Ruim.

Estávamos na casa dos Potter para o natal. Embora eu não passasse especificamente o natal com eles, eu gostava de passar por lá alguns dias da semana. Isso parecia não agradar o filho mais velho, James, que para minha surpresa tem resmungado aos ventos toda vez que me vê junto com Albus - ele parecia gostar menos de mim do que eu realmente achava.

Funguei tentando abrir os olhos, mas assim que abri e mirei o chão, meu coração disparou desesperado e eu fechei-os rapidamente negando com a cabeça.

— Eu não consigo, Albus. - falei levemente chateada e o ouvi rir lá de baixo.

— Qual é, Aurora, eu já vi você voando nas nossas aulas do primeiro ano! Você voa bem, não sei porque tem insistido em ter medo de altura agora. - Albus declarou como se achasse que eu estivesse mentindo.

— Eu não tenho medo de altura, é por isso que ano passado eu voava nas aulas. – expliquei enquanto segurava mais forte na vassoura.

— Então do que você tem medo?

— Do chão. - admiti.

Albus rira de uma maneira nada graciosa me fazendo abrir os olhos e encará-lo mortalmente enquanto inclinava meu corpo na vassoura e descia da mesma. Quando ameacei pegar a vassoura para jogar nele, ele parou de rir e levantou os braços em rendição.

— Tudo bem, eu desisto. - verbalizou ele. - Acho que então é impossível que você faça o teste para o time de quadribol comigo, certo?

Os ombros deles murcharam quando eu neguei com a cabeça, mordendo o lábio inferior. Mas logo sorri tentando encorajá-lo, dizendo que torceria por ele.

— Mas se faz se sentir melhor, nós dois somos parceiros na maioria das lições de transfiguração e herbologia. - eu disse animada e ri quando ele revirou os olhos.

A senhora Potter apareceu no jardim com uma bandeja de chá e biscoitos, animou-se ao nos ver rindo e se aproximou.

— Incrível como vocês dois se dão bem. - ela sorriu com os olhos e depois abriu a boca em surpresa como se soubesse de algum segredo que nós não sabíamos. - É quase como se eu pudesse prever o futuro dos dois.

Ela deu um risinho condescendente imaginando alguma coisa da qual não havíamos entendido, já que nos entreolhamos confusos, entretanto todos fomos pegos de surpresa quando uma risada ecoou da janela um pouco acima de nossas cabeças.

— Não é um futuro muito belo, não é mãe? - James disse completamente sarcástico e então bateu a janela com força ao fechá-la.

James Sirius Potter realmente me odiava.


~~~~

Trinta a dez para a Corvinal.

— ISSO FOI FALTA! – eu gritei enquanto ficava de pé gritando para o juiz da partida que parecia estar com problemas de lembrar disso. Já que ele obviamente estava ignorando alguns jogadores que achavam que estavam no coliseu e tentavam matar os outros.

Rose, a prima de James precisou me segurar enquanto alguns torcedores da Grifinória me apoiavam na decisão sensata que eu tive de repente de jogar meu sapato na cabeça do juiz. Não deu muito certo, já que mal o alcançou.

Agora eu era uma garota sem um sapato.

— Uau! – exclamou o locutor animado, parecendo gostar da cena de luta que se estendia pelo jogo. – Foi uma jogada perigosa essa do artilheiro da Corvinal, que jogara um balaço em direção ao apanhador Potter, mais um pouco e teríamos menos um Potter na família.

Quê?

Que tipo de maldade era essa que ele havia falado?

Rose parecera tão incomodada quanto eu, já que me largou estupefata e eu arranquei o outro sapato e joguei dessa vez na cabeça do locutor. Eu acertei. As pessoas explodiram em palmas e eu ri triunfante.

— Mas o que? – o locutor gritou assim que sentiu meu sapato indo de encontro a sua cabeça. – Alguém segura essa menina ou ela será obrigada a se retirar.

Me sentei devagar sentindo que a ameaça era verdadeira. Cruzei os braços em uma pose rabugenta enquanto olhava para os meus pés, agora somente de meia branca. Suspirei ao constatar que eu estava enlouquecendo.

Era bom James ganhar, ou eu seria uma garota sem um par de sapatos atoa.

~~~~~

Eu estava tentando não me abater com a distância entre os pontos do jogo. Abaixei a cabeça desviando de um balaço jogado por um jogador do sexto ano da corvinal. Os espectadores soltaram um "oh" animados quando viram que eu havia desviado.

Mudei meu foco para o céu a procura do pomo de ouro e sentia os olhos de Chang - a apanhadora da Corvinal - estudar meus movimentos, com a óbvia estratégia de me fazer achar o pomo primeiro e então me seguir.

Alcancei uma altitude maior, fazendo com que as coisas parecessem realmente menores lá em baixo, inclusive a arquibancada que agora era vista bem mais de cima.

Sorri maroto ao ver um único ponto verde no mar vermelho, e eu reconheceria aquela expressão de preocupação em qualquer lugar. Os lábios inferiores sendo pressionados contra seus dentes enquanto seus olhos vívidos se fechavam em uma careta toda vez que um possível acidente poderia acontecer.

Ela realmente queria que eu fosse ao clube de duelos.

"E a goles está na posse da Grifinória! Malfoy - Richard - Finnigan - Malfoy novamente e a Grifinória marca novamente. 30 a 20."

Foi então que em cima da arquibancada, especificamente em cima de Aurora o pomo de ouro apareceu. Fiz uma manobra para a esquerda fazendo Chang correr para lá e em uma finta mergulhei para a direta em direção do pomo. Todos da arquibancada se abaixaram no momento em que avancei contra eles. Infelizmente o pomo começou a subir e eu alcei voo atrás dele com Chang já chegando ao meu encalço.

O pomo então parou no meio de nós dois em uma visível pirraça, como se nos desafiasse a nos matar para capturá-lo e foi o que fizemos. Atravessamos o campo em direção ao pomo e sabíamos que poderíamos colidir a qualquer momento, mas isso não importava se um de nós o apanhasse. Com a mão esticada o máximo que pude o apanhei um segundo antes que Chang, e então nos acertamos com tudo.

E a queda foi inevitável.

Os gritos da plateia se tornaram audíveis no momento em que viram que iríamos colidir contra o chão caindo de 30 metros de altura. Chang gritou ao meu lado e eu tentei apanhar a minha varinha percebendo que não estava com ela.

~~~~

 

— Eu estou bem, eu juro. - falei a madame Pomfrey pela quarta vez em um intervalo de um minuto.

Ela resmungou algo como "quadribol, tão perigoso, jogo de loucos" e saiu indo ao outro lado verificar Chang da Corvinal que estava desacordada.

Não chegamos a bater no chão devido ao "Aresto momentum" que foi usado para diminuir a velocidade da queda, mas Chang havia desmaiado devido ao susto e o professor Longbottom que monitorava a partida me obrigou a ir a enfermaria. Infelizmente, a madame havia me dado um elixir que me obrigou a dormir para uma possível recuperação.

O pessoal do time mal pode conter a animação ao saber que eu tinha apanhado o pomo e depois se desculparam pela felicidade em meio ao caos da minha queda. Tive que compartilhar da felicidade deles.

E depois que eles foram embora, Rose entrou na enfermaria com a sua costumeira expressão de preocupação misturada com "se estivesse na biblioteca lendo, nada disso teria acontecido".

— Não foi tão ruim assim. - eu verbalizei, tranquilizando-a.

Ela bufou enquanto me ameaça a me bater com seu exemplar de "Poções Avançadas I". Pisquei divertido para ela enquanto explicava que havia modos mais fáceis de me matar e todos estavam possivelmente nesse livro que ela lia.

— É por isso que eu detesto quadribol. - disse ela carrancuda. - Nunca mais vou assistir vocês jogando, vocês só me matam de preocupação.

Franzi o cenho para ela.

— Vocês? No plural?

Ela pareceu corar enquanto eu percebia que ela se referia ao meu incrível colega de cabelos loiros. Me recordei que ele havia dito outrora que Hugo tinha ido "falar" com ele, agora eu tinha alguma ideia do que se tratava.

— Todos os jogos são supervisionados por professores, Rose. - afirmei na tentativa falha de argumentar. - O professor Longbottom estava lá, se não fosse por ele a essa hora eu já tinha virado uma montanha esmagada de entranhas e sangue.

Ela fez uma careta exagerada imaginando a cena, mas depois franziu o cenho confusa.

— Do que está falando? - questionou se arrumando no banco em frente a maca. - Professor Longbottom estava realmente lá, mas ficou tão paralisado com vocês dois caindo quanto nós.

Minha expressão confusa ficou ainda mais vívida, eu tinha certeza que alguém tinha feito alguma coisa para desacelerar a queda.

Ela riu contragosto me fazendo encará-la.

— Ela é realmente uma boa oponente, sabe? - Rose disse encarando o teto sem jeito. - Tenho certeza que vamos competir pelas melhores notas dos NOM'S, mas tenho que tirar o chapéu para ela, realmente brilhante.

— Rose, do que raios você tá falando? - perguntei cético.

— Chmmerkovskiy! - exclamou ela como se fosse óbvio e acertando o nome pela primeira vez. - Eu estava ao lado dela paralisada de medo assim como todos os outros, então ela puxou a varinha e pronto, vocês dois pararam de cair em uma velocidade absurda. - ela riu excitada. - Ela usou um feitiço não-verbal, James! Nós só aprendemos esse tipo de coisa a partir do sexto ano e nem chegamos lá ainda.

Rose continuou a tagarelar sobre o assunto, mas meus ouvidos não estavam mais captando absolutamente nada. Meus pensamentos foram todos guiados para a garota de cabelos loiros-prateados, droga, meu coração batia tão forte que me surpreendia o fato de Rose não conseguir ouvi-lo. Eu precisava vê-la, eu queria vê-la com uma urgência inimaginável, como um ser humano precisa de ar.

Levantei-me em um pulo, assustando Rose que se calou na hora e me encarou avaliativa.

— Onde está indo? - perguntou ela apanhando novamente o livro de poções para me ameaçar caso fosse preciso. - Madame Pomfrey foi bem específica sobre ficar em repouso, James.

— Dane-se.

E então eu corri em direção ao meu dormitório na tentativa de achar Aurora pelo mapa do maroto. Sentia todo meu corpo ferver toda vez que lembrava das coisas que Rose havia me dito. A necessidade de vê-la se tornara cada vez mais urgente, e ainda havia alguma luta dentro de meu subconsciente que tentava reprimir esse desejo como tinha feito por anos.

Disse impaciente a senha para o quadro da tia ruiva e avancei aos tropeços para o mapa jogado em uma escrivaninha próxima. E então eu a achei pelo mapa, que mostrava-a do lado de fora, perto do lago, mas não estava sozinha e eu mordi aos lábios a ponto de tirar sangue ao ler o nome da pessoa que estava a sua frente: Albus Severus Potter.

Apertei os punhos ao imaginar tudo que poderia estar acontecendo nesse exato momento entre os dois e pensar nessas coisas, me levou a um estado mental péssimo. Não era uma boa ideia, mas eu precisava me distrair, nem que isso tenha que ser feito da pior maneira possível.


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