Curse escrita por Master


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoas maravilhosas ♥

Esse capítulo saiu e eu estou a todo vapor já escrevendo o próximo capítulo, mas ele está ficando imenso e por imenso eu quero dizer que ele está quase beirando as 3.000 palavras. Eu não sei se vocês curtem capítulos grandes assim ou se preferem que eu divida ele em duas partes, então deixem ai nos reviews como vocês querem que eu faça com o próximo capítulo.

Voltando ao capítulo 3, espero que vocês gostem!



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Demorou alguns minutos para que eu finalmente me acalmasse, depois que comecei a chorar, James pareceu pouco à vontade com a situação, como se estivesse preso em uma grande luta interna. Ele me estendeu um pequeno lenço com o emblema da Grifinória e eu limpei minhas lágrimas um pouco relutante.

— Obrigada. – agradeci sem jeito devolvendo o lenço com a mão esquerda.

— Pode ficar. – murmurou ele colocando as mãos no bolso.

O silêncio se instalou entre nós. Não havia muito o que ser dito no momento, na verdade nós dois raramente tínhamos assunto. Nunca estávamos realmente sozinhos, logo nunca precisamos procurar um assunto.

— O que você pretende fazer? – verbalizou ele por fim.

O encarei de soslaio sem entender.

— Como assim?

— O que pretende fazer a partir de agora? – perguntou ele impaciente. – Digo, depois da situação com o meu irmão...

— Oh. – disse somente. A verdade é que eu não havia pensado nisso até agora que ele tocou no assunto. – Eu pretendo ficar por aqui por uns dias, até a madame Pomfrey me expulsar.

Ele arqueou as sobrancelhas estupefato.

— Esse é o seu grande plano?

— O que você espera que eu faça, Potter? – esbravejei. – Que eu volte para o dormitório da sonserina e encontre seu irmão e Iryna lá? A menos que você tenha uma ideia melhor, essa é a única que eu tenho.

Eu acho que nunca vi olhos que realmente pudessem falar. Eu não tenho certeza do que eu quero dizer com isso. Apenas que com o olhar ínfimo que ele me lançara, eu sabia exatamente o que ele queria que eu fizesse. Seus olhos eram tão penetrantes e intensos, oh meu Merlin, eu estou encarando.

O canto de sua boca se inclina em um sorriso inocente quando ele passa por mim colocando seus braços em meus ombros.

— Nem ferrando! – exclamei sem jeito tentando me desvencilhar dele.

— Eu não disse nada. – disse ele inocente. – Você que está pensando coisas horríveis ao meu respeito.

Apesar de seu rosto atraente e um pouco de aparência inocente, eu ainda estava brava com ele. Ele sabia desde o começo e deixou para me contar meses  depois que minha melhor amiga tinha relações com o meu namorado – que por sinal é irmão dele. Eu não entendo como é que ele simplesmente me via todos os dias sem sentir a necessidade de me contar algo tão importante como isso.

— Qual é, Chmmerkovskiy. – implorou ele. – Estou tentando me desculpar.

~~~~

Eu não tenho ideia do que pensar. Ou o que fazer agora. Eu estou de pé, machucada, em frente a porta do dormitório do único sétimo-anista que tem permissão de ter um quarto só pra ele: O Monitor-Chefe.

Ele acena com a cabeça em direção à porta.

— Não vai entrar?

Eu olhei para trás pensativa, lembrando de todo o caminho que eu havia feito até ali. Eu tinha a opção sensata de tomar vergonha na cara e encarar logo a humilhação do fato de Hogwarts inteira saber agora que meu namorado transava com a minha melhor amiga, seria mais fácil e corajoso da minha parte.

Mas havia um motivo de eu não ter ido para a Grifinória: Eu não era corajosa.

Então novamente, era a melhor opção que eu tinha.

— Obrigada. – agradeci sem jeito enquanto passava por ele e adentrava o local com cerimônia.

Assim que tudo se fechou atrás de mim, pude perceber a decoração do local. Era literalmente a cara dele. Grifinória estava estampada em cada canto do quarto, mesmo que a sessão dos monitores não fizesse parte dos dormitórios. Era estranho pra mim que estava sempre acostumada a ver verde e prata, ver tanto vermelho e dourado em um lugar só.

Melancólica, sentei-me em um dos sofás que ficavam em frente a uma lareira e abracei meus braços. Vi pelo cantos dos olhos James desaparecer por uns segundos e retornar com os braços cheios com cobertores e travesseiros. Assim que ele fez contato visual comigo, eu suspirei.

— O que foi? – ele perguntou colocando as coisas no sofá.

— Nada. – respondi limpando a garganta. – Apenas com saudades de Sirius.

Ele tossiu descompassado e eu enrubesci percebendo a ambiguidade de minha fala.

— M-m-meu gato Sirius, não você Sirius. – falei apressada gaguejando. – Até porque você está na minha frente, não tem o por que eu sentir saudades de alguém que está na minha frente, não que eu viva sentindo sua falta e oh meu Merlin, eu vou calar a boca.

O modo como sua risada soou sexy aos meus ouvidos me matou por dentro de vergonha, mas eu acompanhei rindo baixo.

— Afinal, como alguém que só apronta como você se tornou monitor-chefe? – questionei curiosa.

A pergunta o despertou de um modo negativo e ele olhou apressado em um relógio em sua parede e seu maxilar ficou rígido. Ele me encarou estudioso e somente suspirou quando ficou satisfeito.

— Eu preciso ir, fiquei de me encontrar com os outros monitores. – afirmou ele. – Você pode dormir na minha cama.

Abri a boca para retrucar, mas ele somente saiu andando.

~~~~

— Está atrasado! – Rose ralhou no meu ouvido assim que eu cheguei perto deles no corredor do quinto andar.

Baguncei o cabelo dela e mandei um sorriso amarelo.

— Desculpa pessoal, tive uns problemas. – falei somente. – De todo modo, a distribuição das tarefas vão continuar as mesmas nessa semana, deem o melhor de si.

Assim que disse isso, os monitores começaram a se espalhar me deixando a sós com a minha prima Weasley. Ela normalmente me acompanhava nas rondas, mesmo que não fosse a minha dupla. A minha verdadeira dupla, a monitora-chefe, Lyla Abrangel da Corvinal estava doente.

Rose me encarou intrigantemente assim que começamos a nossa caminhada pelo quinto andar. Ri soprado fazendo o melhor para ignorar aquele olhar. O único problema de minha prima é que ela era curiosa demais.

— Pergunte logo antes que eu me arrependa.

Seus olhos brilharam com a chance que eu havia dado.

— Está todo mundo comentando da cena de hoje. – comentou ela. – O que realmente aconteceu? Albus estava realmente traindo a Cherkovskiy?

— Chmmerkovskiy. – corrigi impaciente.

— Isso ai. – murmurou ela. – Mas isso não responde a minha pergunta.

Me virei de supetão, fingindo ter escutado alguma coisa atrás de mim, seu olhar atento me seguiu. Dei de ombros desinteressado enquanto voltava a andar, mas infelizmente a cena não enganou-a, já que ela me encarou impaciente.

— Pergunte a Albus. – disse por fim. – Vocês são do mesmo ano, afinal.

— Mas não somos da mesma casa, não posso simplesmente invadir o salão comunal da Sonserina. – ela esbravejou gesticulando de um jeito engraçado. – Mas uau, realmente me pegou de surpresa, sabe? Eu realmente pensei que ele gostasse dela.

Fechei meus punhos sentindo meu sangue ferver. Eu sempre fui contra, no dia que ele havia dito abertamente em casa que estava namorando ela, eu fui contra. Desde esse dia nosso relacionamento familiar desandou.

No fundo eu sabia o motivo de Albus estar com ela em primeiro lugar.

Eu deveria ter feito algo desde o começo.

É minha culpa.

— E você sabe dela? – Rose questionou novamente sem perceber que a conversa havia se tornado um monólogo. – Não tenho nada contra ela, mas nunca conversamos na vida, eu só imagino como deve ser ruim para uma pessoa como ela que já perdeu os pais, viver perdendo mais e mais pessoas...

Pronto.

­— Rose! – Gritei assustando-a.

Ela recuou dois passos, e eu suspirei me acalmando.

— Desculpe, termine a ronda sem mim, ok? – disse já saindo de lá as pressas, tentando não deixar me afetar pelas palavras sinceras dela.

~~~~

Assim que alcancei o dormitório, me senti como se tivesse corrido uma maratona. Nunca havia corrido tanto na minha vida e olha que eu sou um cara bem esportivo. Me apoiei no lado de fora da porta para recuperar o fôlego e então finalmente abri a porta, entrando.

Estava silencioso, então decidi entrar sem fazer muito barulho. Meus olhos arderam com a luminosidade da lareira que agora estava acesa e para a minha surpresa, Aurora estava dormindo no sofá espremida – não por causa do tamanho do sofá, mas era como se ela tivesse adormecido enquanto se abraçava.

Meus olhos guardaram a cena o melhor que puderam, era engraçado como eu conseguia lembrar de coisas relacionadas a ela. Eu era um homem mulherengo, eu estava sempre com inúmeras garotas – não me orgulho disso tanto quanto os outros acham. Eu nem lembrava os nomes delas. Entretanto, eu conseguia lembrar dos detalhes mais soturnos sobre a garota deitada no meu sofá.

E eu também não me orgulhava disso.

Eu odiava isso com todas as minhas forças.

Eu sempre achei que isso era coisa de criança, que tudo que eu fazia diante dela era uma curiosidade que podia ser explicada. Mas de repente eu já sabia de cada gesto, cada olhar significativo, cada detalhe.

E eu me amaldiçoo por isso.

Ela é só uma criança do quinto ano, enquanto eu estou praticamente com o pé para fora daqui. E isso me assusta, não por ter que encarar o mundo lá fora, mas por não poder estar de olho nela. Ela não precisava de mim, isso era fato, ela sempre me afastou e eu nunca entendi o porquê.

Mas ainda assim, eu tentava cuidar dela da minha maneira.

Fiz a curva do sofá e parei em frente dele. Conseguia ver a expressão serena de seu rosto enquanto dormia e sua respiração alinhada era suave. Com cuidado apanhei-a no colo apoiando sua cabeça em meu ombro. Ela era bem mais leve do que eu imaginava.

A movimentação pareceu ter a despertado.

— P-potter? – ronronou sonolenta.

— Eu falei pra você ir dormir na cama. – verbalizei calmo para que ela não acordasse por completo.

Coloquei-a com cuidado na minha cama e arrumei as cobertas em cima de seu corpo, tentando deixa-la o mais confortável possível. Ela murmurou algo inaudível e eu tentei apurar os ouvidos em vão.

— O que? – perguntei baixinho.

— Meus pais costumavam a fazer isso..

E então ela adormeceu novamente.

Aquela frase me atingiu de uma maneira que eu não saberia explicar em milhões de anos.

Peguei meu celular das minhas vestes e disquei um número apressado enquanto me jogava no sofá aonde estava. Eu tinha vários colegas, era sempre cercado de inúmeras pessoas, entretanto eu só tinha dois grandes amigos, embora um deles seja uma amizade meio contraditória.

— Por Merlin, James! – a voz soou sonolenta do outro lado da linha. – Você sabe que horas são?

— Dane-se as horas, Malfoy. – retruquei em um tom baixo para não acordar Aurora. – Eu preciso saber de algo.

Ouvi ele bufar do outro lado da linha.

— Você e meu irmão são bons amigos e eu sei disso. – disse não muito contente. – Mas eu também te considero um dos meus melhores amigos, eu preciso saber se eu posso contar com você pra algo que só nós dois podemos saber... Se for difícil pra você manter isso escondido de Albus, não tem problema.

O assunto pareceu despertá-lo, já que eu ouvi ele se remexer em sua cama.

— Você tem a minha atenção. – ele disse curioso.

— Prometa-me antes, Scorpius.

Ele bufou.

— Eu prometo, James. – garantiu ele. – Eu e o Albus somos grandes amigos e é graças a ele que eu e você nos tornamos amigos, mas eu não meço nível de amizade, se você precisa da minha ajuda eu posso garantir que você a terá em total discrição.

— Certo, certo. – disse olhando por cima para me garantir de que ela continuava dormindo. – Eu e você vamos descobrir o que houve com a família Chmmerkovskiy há quatro anos atrás.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado!
Deixem ai nos comentários o que acharam, mesmo que seja uma crítica.
E não esqueçam de dizer o que acham sobre a questão do próximo capítulo.
Até!