A gastronomia molecular era sua marca registrada. Entretanto, quem se focava apenas nas máquinas, que executavam procedimentos precisos dos pratos que propunha, ou, então, nas aparências inusitadas não poderiam ver com tanta clareza, uma vez que Alice não era uma pessoa fria como os rumores ditavam. A marca registrada, apesar de tudo, não transmitia toda a sua essência como pessoa, Alice tinha que admitir.

Alice, acima de tudo, era uma garota sentimental. E ela faria questão de provar isso, pelo menos, para aquela pessoa tão humana como ela.

— Alice-san, o que faz por aqui? — Tadokoro disse, quase derrubando a xícara que segurava.

— Oh, o que temos aqui…? — Alice disse curiosa, ignorando a pergunta da outra, pois, por hora, não lhe era o mais interessante de se conversar.

— Er... Yuki-san tinha me dito que se eu fizesse uma infusão das folhas e das sementes eu ia conseguir um bom calmante, então, eu quis tentar. — Tadokoro disse com um sorriso sem jeito. — É pêssego.

— Hum… então, Tadokoro-san, tem alguma coisa que te perturba para precisar disso? — Alice disse com um sorriso divertido.

— Sim, na verdade, bastante coisa, mas não é como se falar sobre isso fosse ajudar… — Tadokoro disse com uma risada fraca.

— Quando eu estou zangada, a primeira coisa que faço é falar logo com o Ryou-kun, então, não consigo mesmo entender esse seu jeito de pensar... Ah, certo, pense em mim como sua fada madrinha. Me diga o que quiser, não me importo!

— Mas...

— Não faça cerimônia!

— Hum… Tudo bem, mas acho melhor terminar o chá antes que ele esfrie… eu posso fazer uma sobremesa também, se não quiser é só dizer.

— Está ótimo para mim. — Alice disse com um sorriso.

“Sua culinária é interessante para mim, e você também, de certa forma.”

Megumi trouxe um kanten com frutas, no caso, de pêssego. Elas saborearam a sobremesa, e Alice apenas considerava as possibilidades de poder se aproximar mais da outra garota com aquela conversa.