Los Angeles – Califórnia.

Sam e Prue conversavam em uma mesa de um bar à beira de estrada, enquanto Dean jogava dardos e tomava sua cerveja. Foi ideia de Dean parar em um bar e relaxar antes de saírem para a caçada.

— Sabe o quão isso é esquisito? – Prue disse ainda olhando para a tela do notebook. – Eles começam a gravar um filme de terror e de repente uma pessoa morre?!

— Isso está com cara de publicidade ruim. – Dean disse jogando.

— Mesmo assim, eu não gostaria de gravar um filme de terror e uma pessoa morrer no set. – a ruiva tomou sua cerveja.

— Isso pode e não pode ser um caso. Então sugiro que aproveitemos nosso tempo livre.  – ele riu.

Por volta das oito da manhã, Prue acordou os Winchesters, segurando um jornal que tinha uma notícia enorme na capa.  O executivo de estúdio, Gary Cole morre na última noite no estúdio.

— Acho que não se trata de uma publicidade ruim. – Sam disse lendo o jornal.

— Seria difícil eu pedir férias e aproveitar Los Angeles? – Dean bufou entrando no banheiro.

— Agora estão dizendo que o set é assombrado. – a ruiva sentou-se na cama.

— Como "Poltergeist?" – Dean perguntou ao sair do banheiro.

— Poderia ser um poltergeist? – Sam perguntou.

— Não. Estou falando do filme. – Dean deu de ombros, pegando uma xícara de café.  – Diziam que o set de Poltergeist era amaldiçoado.

— É! Eu li sobre isso. – Prue o olhou. – Dissera que usaram ossos humanos como peças. E que pelo menos três dos atores morreram nele.

— Ok! – Dean disse jogando o jornal em cima da mesa. – Quem você disse que encontrou o corpo?

— Uma das atrizes do filme. Uma tal de Tara Benchley. – a ruiva deu de ombros.

— Tara Benchley de medo.com? Do Navio Fantasma? Porque não disse logo? – Dean disse pegando seu casaco.

— Eu perdi alguma coisa? – Prue perguntou confusa.

— Nada, o Dean é meio que fã dela. – Sam riu se levantando da cama.

Enquanto Dean e Sam foram até o estúdio onde estavam sendo filmado o tal filme de terror, Prue ficou no motel para fazer a pesquisa. E acabou descobrindo coisas interessantes sobre o estúdio e sobre o filme. Ela trocou de roupa, para ir se encontrar com os Winchesters, quando deu falta de seu batom.

— Estranho, ele estava aqui de manhã. – ela deu de ombros. – Tudo bem, eu compro outro depois. – e quando abriu a porta deu de cara com os Winchesters. – Já ia atrás de vocês.

— Achou alguma coisa? Por não achamos nada. – Dean disse revirando os olhos, visivelmente frustrado.

— Eles não foram gravar hoje. – Sam respondeu.

— Bem, eu achei coisas bem interessantes. Quatro pessoas morreram lá nos últimos 8 anos. 2 suicídios e 2 acidentes fatais

— Algum deles pode ser um espírito vingativo. – Dean disse.

— Sim, seria uma ótima teoria. – Prue o olhou. – Até que descobri algo bem interessante sobre o roteiro do filme.  – virou o notebook para que eles vissem a página.

— Isso é latim? – Sam perguntou surpreso.

— Sim, eles estão usando um verdadeiro ritual de invocação no filme e nem se deram conta disso.

— Que maravilha! – Dean bufou. – Temos que ter uma conversa com o produtor do filme.

— Vocês voltam para o set, que eu vou procurar mais sobre esse ritual. Qualquer coisa eu ligo

***

Em um lugar distante de Los Angeles, um homem aparece em uma gruta. Ele fala algumas palavras em latim, e então uma mulher apareceu em volta a uma fumaça negra.

— Sacerdotisa Dantalian. – o homem a cumprimentou.

— Você conseguiu? – ela perguntou ao se aproximar de uma mesa cheia de velas, e símbolos.

— Ela é tão linda quanto disse que seria. – o homem estendeu a mão, entregando a Sacerdotisa um batom.

— Tem certeza de que ela passou esse batom?

— Absoluta, eu a vigiei por um bom tempo. – ele disse. – Não quero ser ingrato, mas o que você ganha, tornando Prue Halliwell minha esposa?

— Sou uma humilde serva, Zile. – a Sacerdotisa disse jogando o batom dentro de uma bacia de prata. – Não ganho nada, exceto benefícios que desfrutamos sempre que algo bom se torna mal.

— Ainda assim, por todas as uniões que já consagrou você deveria ganhar algo. Especialmente por esta.

— Há uma coisa. – ela disse pegando um escorpião preto e colocando junto com o batom e outras ervas. – Dizem que o Livro das Sombras Halliwell é o volume mais mágico que há.

— O Livro das Sombras das bruxas? Não deve ser tão difícil pegá-lo. – Zile se aproximou da mesa.

— Este é. O mal não consegue tocar nele.  Embora tornar Prue má deve transformar as irmãs e o livro, também. A magia delas é interligada.

— Bom, então, vou pegá-lo como símbolo de minha gratidão.

— Uma coisa de cada vez. – ela disse molhando os dedos na poção. – Traga a bruxa aqui, para eu realizar a cerimônia. – passou os dedos nos lábios de Zile. – Essa poção é pra isso. Vai beijá-la e paralisá-la. Depois que eu os casar, ela dormirá profundamente, e a transformação ocorrerá.

***

Prue ainda não tinha achado muita coisa sobre o ritual que o escritor do filme, estava usando. Ela já estava ficando frustrada com isso, quando Dean entrou no quarto.

— Já de volta? Tem tipo meia hora que saíram. – ela o olhou surpresa.

— Eu sei. – Dean se aproximou, e a fez se levantar. – Deixei o Sam no estúdio e resolvi voltar.  – a puxou pela cintura.

— Olhe, não é que não esteja gostando. – Prue disse se afastando dele. – Mas... – soltou um gemido quando ele a beijou no pescoço.

— Vamos nos divertir um pouco. – ele a virou e então a beijou.

Quando Prue abriu os olhos, ela não estava mais no quarto, estava em um lugar escuro parecendo uma caverna. E bem no centro tinha duas mesas. Uma com velas e símbolos e a outra vazia.

— Onde estou? – Prue perguntou olhando ao seu redor. – Não posso me mexer.

— Peço desculpas. – Dean riu e então se transformou no Zile.

— É verdade! – a Sacerdotisa se aproximou. – Toda noiva é linda, no dia do casamento.

***

Dean e Sam acabaram descobrindo que Walter um assistente de produção foi quem tinha escrito o roteiro inicial, e que foi ele que invocou os espíritos para obter vingança contra as pessoas que ele acreditava ter arruinado seu script. Depois que Walter destrói o talismã usado nos rituais, os espíritos se voltam contra ele o mata. Sam e Dean ficam surpresos com o que tinham acabado de ver. E levaram a conclusão que existia todo tipo de maluco.

— Vou te falar... – Dean disse ao abrir a porta do quarto. – Deveriam ter ficado com o script original do Walter. É excelente e.... – parou de falar ao ver a mesa cheia de livros, o notebook ligado, e nada da Halliwell. – Cadê a Prue?

— Não sei. – Sam disse abrindo a porta do banheiro. – Tenta o celular dela.

Quando Dean acabou de digitar os números, o celular de Prue tocou em cima da mesa. Ele afastou alguns livros e pegou o aparelho.

— Isso não tem cara de que ela saiu pra ir a uma lanchonete. – Dean travou o maxilar.

— Você acha que alguém a levou?

— Como alguém ia conseguir levar uma bruxa?

— Sei lá, Dean. Talvez ela ficou com medo de expor seus poderes.

— Ou talvez ela foi pra casa das irmãs dela.

— Sem nada?! – Sam apontou para a mala da amiga.

Dean revirou os olhos, pegou sua mala e começou a juntar todas as suas coisas rapidamente.

— Vamos procurar a bruxinha.

Eles procuram por Prue pelas ruas próximas ao motel e ao estúdio de gravações onde eles estavam. E nada, parecia que ela tinha sumido do mapa.

— Eu não estou gostando nada disso, Sam. Tem algo de muito errado nesse sumiço.

— Pra onde estamos indo? – Sam perguntou quando o irmão virou o carro em direção a saída da cidade.

— São Francisco.

***

São Francisco – California

Phoebe e Piper estranharam a presença dos Winchesters sem a irmã delas. E quando Dean disse que Prue tinha sumido, elas imaginaram que poderia ter sido o Shax.

— Eu pensei que tivessem matado esse demônio. – Dean disse andando de um lado para o outro na sala.

— Nós também. – Piper suspirou preocupada, olhando procurando por algo no Livro das Sombras. – Só vejo essa explicação.

— Não. O Shax não levava as pessoas, ele matava. – Phoebe disse segurando um cristal branco em cima de um mapa.  – E eu tenho certeza que o matei. 

— Outro vampiro? – Sam sugeriu.

— Não. Ela não ia cair duas vezes na mesma armadilha. – Dean disse ao cruzar os braços. – Nada ainda?

— Ainda não. – Phoebe o olhou.

— Como a Prue pode ter sumido do radar das bruxas?! – Dean travou o maxilar.  – O que estamos enfrentando.

— Algo poderoso o suficiente para nos impedir de encontrá-la. – Sam disse sério.

— Pode ser um demônio querendo os poderes dela. Já aconteceu uma vez.

— Mesmo que seja isso, ainda temos um problema maior. Não sabemos onde ela está. – Piper se levantou do sofá.

***

Na caverna, Prue estava vestida de preto e com um véu também preto cobrindo seu rosto. A Sacerdotisa Dantalian se aproximou dela e de Zile para dar início a união.

— No começo, estávamos amaldiçoados. E através dessa maldição, encontramos liberdade, poder e propósito. Ao uni-los hoje, eu lhes recordo esses dons.  – ela pegou uma corda também preta e amarrou uma mão de Zile com a mão da Prue. – E, em sua união, que esses dons cresçam para que seus poderes aumentem a serviço do mal. Que assim seja.

— Quando a transformação se completa? – Zile perguntou.

— Quando o sol se puser. Pode esperar até lá?

— Pelo o poder das Escolhidas?! Eu posso esperar algumas horas.

A Sacerdotisa lançou um feitiço que matou Zile. Ela o tinha enganado direitinho, ela precisava de alguém para fazer o serviço sujo e conseguiu.

— Estou impressionado. – Azazel apareceu batendo palmas.

— A seu dispor senhor. – ela sorriu.

— Faremos um ótimo uso do Livro das Sombras. – ele riu. – O Livro é a chave para um poder inacreditável. Com ele, a bruxa do nosso lado e o que estar por vir vão concluir o meu desejo.

— E como vai pegar a outra parte?

— Deixe isso comigo, já tenho tudo preparado para uma grandiosa disputa de prodígios poderosos. – Azazel riu. – Quando ela acordar me chame.

***

Dean estava completamente nervoso, ele estava cada vez mais impaciente por não saber onde Prue estava. E não saber quem ele teria que matar para trazê-la de volta, não ajudava muito.  Ele saiu pra pegar um ar, quando viu a velha caminhonete de Bobby se aproximando do casarão.

— O que está fazendo aqui?

— Uma das minhas sobrinhas some, e vocês não me ligam? – Bobby disse nervoso, entrando no casarão.

Com a ajuda de Bobby, Dean e Sam conseguiram prender um demônio que diria tudo, se não fosse mandando de volta para o inferno.

— Tem certeza que ele vai ajudar? – Piper perguntou.

— Com a pressão certa, ele vai. – Dean travou o maxilar. – Então onde está a Prue?

— Eu não sei!

—Vou perguntar de novo, onde está a Prue? – Dean gritou jogando água benta no demônio.

— Porque acha que vou te falar. Está sendo divertido ver seu sofrimento. – o demônio riu.

Dean ficou puto de raiva e socou várias vezes o rosto do demônio. Sam afastou seu irmão, antes que ele matasse o demônio.

— O Dean não vai te matar, mas se você não disser o que saber, vai desejar ir pro inferno. – Piper gritou. – E você sabe quem somos.

— É aceitar, ou aceitar! – Phoebe se aproximou do demônio. – Onde está minha irmã?

O demônio ficou morrendo de medo, ele conhecia tanto a fama dos Winhcesters, como sabia que as Halliwell eram bruxas poderosas. E com certeza não queria voltar pro inferno, seria bem pior se o Azazel o pegasse.

— A sua bruxa queridinha.... – o demônio riu, olhando para Dean. – Ela foi forçada a se casar com um bruxo. Dantalian realizou o casamento deles, e vocês não tem ideia de como estamos felizes com isso.

Dean travou o maxilar e deu outro soco no demônio, que fez com que a cadeira caísse com ele. O demônio continuou rindo, e terminou de contar as novidades da nova Prue.

— Sabe o que vai te deixar mais perturbado, Winchester?! É que a Prue agora é má e está do nosso lado.

Dean olhou furioso para o demônio, então olhou para o irmão.

— Não me importo, mande-o direto para o inferno. – saiu do porão a passos pesados. — Dean, eu aposto que minha irmã, não fez isso. – Phoebe correu atrás dele.

— E como vamos saber?!

— Demônios costumam confundir nossa cabeça. – Bobby disse ao entrar na cozinha.

— O que sugere?

— Procurar tudo o que podemos sobre esse tal de Dantalian

***

— Vejo que acordou!  – Azazel se aproximou.

— Azazel?! Porque estou vestida assim? – Prue se levantou da mesa.

— Você faz parte da minha família agora. Mesmo que tenha perdido um importante aliado. – ele riu. – Como se sente?

— Bem, muito bem na verdade.

— O que deseja fazer?

— Me divertir. – Prue disse rindo – Ainda mais vestida assim.

— Quer brincar com algumas pessoas? – Azazel riu.

— Adoraria.

— Então a Dantalian vai te ajudar...

— Com todo prazer. – a Sacerdotisa disse rindo.

***

A sala do casarão estava repleta de livros, e todos estavam pesquisando sobre Dantalian. E Bobby não estava gostando nada do que tinha descoberto.

— Espera, então esse tal de Dantalian é uma mulher? – Sam perguntou surpreso.

— Não só uma mulher, ela é uma Sacerdotisa das trevas. – Bobby disse. – Ela é bem poderosa e tem o poder de esconder seus trabalhos.

— Isso explica porque a nossa irmã saiu do nosso radar. – Phoebe disse andando de um lado para o outro.

Enquanto eles conversavam sobre o que tinha descoberto sobre a Sacerdotisa das trevas, Piper passava folha por folha do Livro das Sombras. E ele não estava nada parecido com o que ela tinha visto uma hora antes.

— Pensei que tinha dito que não havia nada no Livro. – Dean disse ao sentar no sofá ao lado de Piper.

— Foi o que eu disse antes... mas agora, só tem coisas estranhas. – ela disse passando as páginas.

— Feitiço para matar uma cicuta?

— É disso que estou falando, isto não pertence ao Livro.

— Espera e se o livro está mudando porque a nossa irmã se casou com o lado mal? – Phoebe disse séria. – Se uma das Halliwell muda, a irmandade se desfaz consequentemente o livro...

— Então quem pegou a Prue, na verdade estava atrás do livro? – Dean perguntou.

— Não. – Bobby se levantou. – Quem pegou Prue queria o poder dela e o livro.

— Maravilha! – Dean bufou.

— Sabe do que mais, isso está me dando fome. – Phoebe pegou sua bolsa. – Vou buscar um lanche pra gente.

— Eu vou junto. – Sam se levantou. – Preciso pegar um ar.

***

Phoebe estava esperando há quinze minutos o Sam voltar, e nada dele aparecer. Ela começou a achar estranho, ninguém levava mais de dez minutos naquela lanchonete. Quando ela abriu a porta do lugar, levou um susto. Estava completamente vazio e sem sinal de Sam.

— Não acredito! – ela revirou os olhos, e saiu a procura de Sam nas ruas próximas da lanchonete e nada.

Phoebe perguntava as pessoas na rua de cima da lanchonete se tinham visto Sam e nada. Convencida de que não encontraria Sam, ela resolveu voltar pra casa e jogar mais essa bomba em cima do Winchester mais velho e de suas irmãs. Aquilo estava muito estranho, primeiro Prue e agora Sam? Tinha que ter uma ligação.

— Como assim o meu irmão sumiu? – Dean se levantou do sofá.

— Ele foi comprar o nosso lanche e puff. Não tinha ninguém na lanchonete. – Phoebe andava de um lado para o outro. – Se querem saber, eu acho que tem alguma ligação com o sumiço da Pru. Lembram de quando vocês descobriram onde o Azazel estava e eles nos separaram?

— Acha que está acontecendo de novo? – Bobby perguntou. – Seria estupido da parte do Azazel usar a mesma arma de antes.

— Só vejo essa explicação. – Phoebe sorriu fraco.

— Mas não temos nada no radar. Quer dizer nada de sinais demoníacos e presságios nos últimos dois meses. Está tudo quieto.  – Bobby olhou para sobrinha.

— Mas, Bobby tem que haver alguma coisa. Sam foi levado para algum lugar por demônios. E Prue está casa com um bruxo da pesada. – Dean gritou, e então seu celular começou a tocar.  – Ash essa não é uma boa hora!

— Escute, eu achei algo.

— Não posso falar agora, tenho que encontrar meu irmão e a Prue. – Dean gritou.

— Ache um tempo, beleza? Por que isso... eu tenho certeza que vai ajudá-lo a encontrar os dois. Isso é enorme, então venha pra cá agora.