Piper estava cansada dos sinais estranhos que Leo estava mandando pra ela. Ou ela estava apenas coisas que queria ver. Um cara que aceitava o fato de que ela era bruxa?! Seria um cara perfeito para namorar, mas ele às vezes se mostrava interessado, outras apenas a tratava normal. Ela estava frustrada procurando no Livro das Sombras, algo relacionado a uma visão que Phoebe teve, mas não achava nada.

— Nem sequer sei o que estou procurando. – suspirou. O Livro então, se abriu na pagina “Feitiço da Verdade".— O que?

Piper saiu do sótão, mas na metade do caminho, voltou e decidiu usar aquele feitiço. Afinal o que poderia acontecer com um feitiço da verdade, apenas para Leo?!

— "Para aqueles que querem a verdade revelada. Corações abertos e segredos desvendados desde agora até quando será agora de novo, e depois disso, a memória se acabará. Aqueles que estiverem na casa agora, ouvirão a verdade da boca dos outros.”

***

Prue e Phoebe estavam na sala, conversando.

— Tem certeza que não tem nada no meu rosto?

— Está brincando? Parece que essa coisa vai ganhar vida! – Prue soltou surpresa. Ela apenas tinha pensado aquilo.

— E você e o Dean? Você vai mesmo deixá-lo pra lá?

— Não. Eu simplesmente não consigo. – mais uma vez a ruiva se assustou com que disse.

— Você transou com ele?

— Sim, e foi incrível! – Prue tapou sua boca, surpresa. – Eu não faço ideia porque eu disse isso! O que está acontecendo aqui?

Piper estava entrando na sala, quando as duas irmãs a olharam. Só pela cara que ela fez Prue soube que o que quer que fosse que estivesse acontecendo ali, tinha o dedo da Piper.

— Desembucha, o que você fez?

— Eu lancei o feitiço da verdade. – Piper sorriu fraco.

— O quê? Você fez o feitiço da verdade? – Phoebe soltou surpresa. – Por quê?

— Porque queria saber o que Leo sente por mim.

— Não posso acreditar!Você fez um feitiço pra ganho pessoal, quebrou a primeira regra da família.

— E agora está afetando a nós três. – Prue bufou.

— O feitiço era pra ter funcionado só em mim. Dizia "aqueles que estão nesta casa" Pensei que estivesse sozinha.

— Obviamente, não estava. – Prue foi irônica. – Temos que desfazer o feitiço agora, e rápido.

— Não posso, tem um limite de 24 horas. O que quer dizer que até as oito da noite, todos que vierem falar com a gente não terão escolha senão dizer a verdade.

— O que quer dizer com isso? – Phoebe perguntou.

— Exatamente isso. Faça uma pergunta.

— O que acha da Pru?

— Mas o que?!

— Admiro a coragem e a confiança dela. Mas a sua bagunça me deixa extremamente frustrada. – Piper esforçou um sorriso. – Droga! Isso pode ser perigoso.

— Eu estou adorando. – Phoebe sorriu.

— Espera! Quer dizer que se perguntarem algo pra gente, vamos falar a verdade também?! – Prue perguntou.

— Sim

— Estamos perdidas! – a ruiva sentou-se no sofá.

— Não estamos, porque assim que este feitiço acabar ninguém se lembrará do que ouviu. – Piper sorriu. – Desculpe, eu só queria saber o que Leo sente por mim.

***

Prue estava lanchando na cozinha, quando Dean entrou. Ele a olhou, sem dizer uma palavra e foi em direção a cafeteira. Os dois estavam calados, Prue ponderou se iniciava ou não uma conversa com ele. Ela estava receosa do que poderia ouvir, com o feitiço que estava sobre elas. Mas como sua irmã já tinha feito, porque não saber o que se passava na cabeça daquele cabeça dura do Dean.

— Espera! Posso te fazer uma pergunta? – a ruiva perguntou antes que ele saísse. Dean se virou, fechando a porta e a olhou... – Me diz uma coisa, ainda está em conflito por eu ser uma bruxa?

— Não. Na verdade, eu pirei no inicio porque eu não queria aceitar o fato de que eu não ligava à mínima por você ser uma bruxa. – ele a olhou assustado.

— Me responde mais uma coisa? O que pensou de mim, quando me conheceu?

— Que nunca tinha visto uma garota como aquela. E que ela tinha algo especial. E descobri que realmente ela tem.

Dean pensava uma coisa, mas ele dizia outra. Ele não estava entendo porque só falava às coisas que ele realmente sentia em relação à Prue.  Então antes de voltar ao seu trabalho no Impala, fez a mesma pergunta a ela.

— Que era o cara mais lindo que já vi na vida, e que daria tudo para conhecê-lo melhor. – ela sorriu

Enquanto isso, Piper e Phoebe usavam do feitiço para se ajeitarem na vida sentimental. Era um feitiço de ganho próprio, mas que não alteraria em nada a vida das pessoas ao seu redor, apenas a delas próprias. Piper estava na casa ao lado, conversando com Leo, até que tomou coragem e perguntou o que queria tanto saber.  Que foi o motivo que a levou a lançar o feitiço.

— Leo, o que realmente sente por mim?

— Eu te adoro. Muito. – ele disse surpreso com aquela revelação.

— Isso é ótimo! Porque eu também. – ela se aproximou dele. – O que você acha das mulheres que tomam a iniciativa?

— Eu não sei... ainda estou esperando isso acontecer...

— Ótimo! – Piper o beijou.

Do outro lado da cidade, Phoebe tinha acabado de chegar à casa do seu namorado. Ela faria uma pergunta que poderia mudar o rumo daquele relacionamento. E esperava que a resposta fosse a certa.

— Nathan! – ela sorriu.

— Eu estava indo a sua casa. – ele disse. – Queria fazer as pazes.

— Foi pra isso que eu vim. – Phoebe passou por ele entrando na casa. – Tem uma coisa que eu queria te contar. Eu sou uma bruxa!

— Não querida. – ele a abraçou. – Você pode ser difícil às vezes, mas não é uma bruxa.

— Não, Nate. Eu sou uma bruxa de verdade. Eu posso prever o futuro.

— Phoebe, eu...

— Lembra das vezes, que eu ficava calada e do nada tinha que ir embora?

— Sim, mas...

— Era porque eu tinha tido uma visão. E precisava salvar uma pessoa. – Phoebe notou que Nathan estava calado, e não sabia o que pensar. – Você está bem?

— Eu não sei. – ele a olhou. – De todas as coisas que eu imaginei que você poderia me contar, essa não era... na verdade nem estava na lista. Isso quer dizer que Piper e Prue também...

— Sim. Herdamos nossos poderes da mamãe e da vovó.

— Então, quando você tiver filhos...

— Se forem meninas, sim.

— Wow... – Nathan andava de um lado para o outro na sala.  – Você pode mudar? Quer dizer, isso é algo que você pode se livrar?

— Não, Nate. Eu não posso mudar quem eu sou. A pergunta é... Você conseguira? Conseguiria me aceitar como eu sou?

— Acho que não, Phoebe. No meu futuro, quero ter filhos. Não quero correr o risco de ter filhas bruxas.

— Então, acho que acabamos por aqui. – ela se levantou. – Tenha uma boa vida Nate.

Estranhamente, Phoebe estava se sentido bem. Era como se ela precisasse de um motivo para terminar aquele relacionamento.

***

Prue estava em seu quarto, quando Dean bateu na porta, perguntando se poderia entrar.

— Eu estava pensando e... Eu te conheço...

— Acha que me conhece?!

— É te conheço sim, passei o ultimo ano caçando ao seu lado, então sim, eu te conheço.

— Então o que conhece de mim? – Prue perguntou sorrindo.

— Sei o quanto é teimosa, que adora ganhar uma discussão... Sei o quanto gosta de quebra-cabeças... E quando está nervosa, fica enrolando uma mecha de seu cabelo.

— Muita informação dita pelo Dean Winchester. – ela riu. – Então, o que sente por mim?

— Eu acho que estou completamente ferrado. E só piorou depois daquela nossa noite. – ele sorriu. – Você bagunçou mais ainda a minha vida, foi à primeira coisa boa que tive em muito tempo, e... O que eu estava falando?

Quando Prue olhou para seu relógio, viu que já eram oito da noite, e que o feitiço que Piper tinha lançado já tinha acabado.  Dean não falou com todas as letras, que estava apaixonado por Prue. Mas ela se sentiu satisfeita, Dean disse do jeito dele o que ela esperava ouvir.

— Nada. – ela sorriu e o abraçou.

— Estamos bem? – perguntou há afastando um pouco.

— Sim estamos. – Prue sorriu abertamente, então o beijou.

Dean sorriu ao beijo, fechou a porta atrás de si e foi andando em direção a cama. Era tudo o que ele mais queria naquele momento. Ele, Prue e um quarto só pra eles.

— Estranho, não consigo me lembrar da nossa conversa.

— Não se lembra de nada? – Prue se aconchegou mais nele.

— Honestamente, não. – Dean a abraçou. – Estranho!

— Muito. – ela riu com ele.

— Sabe que eu acho que deveríamos brigar mais? Eu adoro o jeito que fazemos as pazes.

— Eu também. – Prue sorriu abertamente.

***

— Bom dia! – Prue entrou sorridente na cozinha.

— Acho que alguém fez as pazes ontem à noite. – Phoebe riu. – Antes ou depois do feitiço acabar.

— Depois. – Prue riu, pegando sua caneca. – Então o mundo voltou a ser seguro! – brincou.

— Sabe o que é mais estranho?! – Piper disse se servindo café. – Todos os outros se esqueceram de tudo. Como é que nós nos lembramos?

— Verdade ou consequência. – a ruiva sentou-se a mesa. – Regra das Wicca. A Piper lançou o feitiço para bem próprio, e agora...

— Nós temos que arcar com as sobras. – Phoebe se levantou.

— Bom dia! – Dean disse entrando na cozinha, com seu irmão.

— Bem, acho que tenho que terminar com Nate pela segunda vez. – Phoebe riu, pegando uma maçã e saiu.

— Nem me pergunte. – Prue a disse rindo.

Eles estavam terminando de tomar café, quando Ash ligou pedindo que eles fossem até o bar da Hellen. Prue até pensou em ficar com suas irmãs, mas Dean pediu que ela fosse. E isso pra ela já significava muito.

***

Nebraska 

— Onde é que vocês estavam? Eu estive esperando vocês. – Ash disse assim que eles entram no bar.

— Nós estávamos ocupados. – Dean respondeu sentando-se em uma das cadeiras do bar. – Tem alguma coisa pra nós?

— Tenho.

— Achou o demônio? – Sam perguntou.

— Não está em parte alguma. O maluco está escondido. Eu não estou encontrando ele, mas se o bandido levantar a cabeça, eu vou saber. Digo... Eu estou no rastro dele como um cão farejador

— Como assim? – Prue perguntou confusa.

— Olha só. – Ash disse mostrando um aparelho estranho. – Assim que algum sinal ou presságio aparecer em qualquer lugar do mundo, meu alarme dispara. Como um alerta de incêndio.

— Ash, onde você aprendeu essas coisas? – Sam estava surpreso.

— MIT, antes de ser expulso por brigar. . — Está bem. – Dean disse. – Você liga se souber de alguma coisa?

— Si, si compadre. – Ash disse sorrindo.

Prue e Sam sentaram-se em uma das mesas, para dar uma olhada nos papeis que Ash entregou. Dean estava tomando sua cerveja ainda sentando no bar, quando Jo se aproximou.

— Então?

— Então? – Dean repetiu.

— Eu vou ver você de novo.

— Provavelmente. – ele tomou sua cerveja.

— Não achei ruim. – Jo sorriu.

— Para ser honesto. – Dean disse olhando para a sua cerveja. – Antes, eu pularia em cima de você rapidinho sem pensar, mas... eu tenho alguém. – sorriu.

— Tudo bem, eu entendo.

Dean tomou o último gole da sua cerveja e, então se aproximou da Prue e de Sam.