Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 12
Pele




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Um mês se passou desde o ocorrido a ex do Dean. E para a tranquilidade de Prue, Sam não tinha voltado a tocar no assunto. Ela estava conversando com o Dean sobre a música que estava tocando no rádio, quando ele percebeu seu irmão mexendo no celular.

— O que está fazendo?

— Lendo uns e-mails dos meus amigos. – Sam disse sem tirar o olho de seu celular.

— O que realmente conta a eles? Sobre o que tem feito?

— Conto que estou viajando com meu irmão mais velho e uma amiga.  E que precisava de um tempo depois da Jessica.

— Você mente pra eles. – Prue disse.

— Não estou mentindo, só não conto tudo a eles.

— É, isso é a mesma coisa que mentir. – Dean o olhou. – Entendo. Dizer a verdade é bem pior.

Sam ficou surpreso com um e-mail de uma amiga da faculdade...

— O que?! – Dean e Prue soltaram juntos.

— O e-mail que recebi de Rebecca uma das minhas amigas.

— Ela é gostosa?

— É difícil pra você pensar com a cabeça de cima? – a ruiva revirou os olhos.

— É só curiosidade. – Dean riu.

— Sam, o que diz o e-mail?

— Ela diz que o irmão dela Zach foi acusado de assassinato. Preso por matar a namorada.  Rebecca diz que não foi ele, mas parece que a polícia tem uma acusação bem montada.

— Cara, com que tipo de gente você andava?

— Não, eu conheço Zach. Ele não é assassino.

— Bem, talvez você conheça Zach tanto quanto ele conhece você. – Dean olhou para Prue.

— Eles estão em St. Louis. Vamos. – Sam disse apagando a tela de seu celular.

— St. Louis ficou a 650 km, Sam!

— Dean, não temos caso nenhum pra investigar e não custa nada ver o que está acontecendo.

— Sam tem razão. – a ruiva soltou irônica, fuzilando Dean com o olhar.

***

St. Louis – Missoure

— Meu Deus! Sam. – uma mulher loira sorriu ao abrir a porta.

— Ora, se não é a pequena Becky.

— Sabe o que fazer com essa besteira de “pequena Becky.” – ela sorriu. – E vocês?

— Esse é Dean e ela é nossa amiga. Prue está viajando com a gente. – Sam sorriu. –Viemos ajudar. O que pudermos fazer.

— Entrem. – ela pediu, dando especo para que eles passassem.

— Então conte o que aconteceu. – Sam pediu.

— Bem... – Becky sentou-se no sofá. – Zach voltou pra casa e achou Emily amarrada a uma cadeira.  Ela tinha sido espancada, sangrava e não estava respirando. Então, ele chamou a emergência e a polícia. Eles chegaram e o prenderam. Mas a questão é: Zach só poderia ter matado Emily se estivesse em dois lugares ao mesmo tempo. A polícia tem imagens da câmera de segurança da rua, em frente à casa. E a fita mostra Zach chegando em casa as 22h30. Emily foi morta logo depois disso. Mas, eu juro, ele ficou aqui, bebendo comigo até meia-noite, no mínimo.

— O que a policia disse? – Prue perguntou.

— Bem, eles disseram que não havia sinal de arrombamento. Disseram que Emily deixou o assassino entrar. Os advogados já estão falando em tentar um acordo.

— Eu sei que Zach não fez isso. Você tem alguma ideia de quem seria?

— Houve algo. Mais ou menos uma semana antes, alguém invadiu a casa, roubaram algumas roupas de Zach.  A polícia acha que não é importante.

— Talvez pudéssemos ver a cena do crime. – Sam a olhou.

— Poderíamos? – Dean perguntou.

— O que poderiam fazer? – Becky perguntou

— Bem, eu, não muito. Mas Dean é policial. – Sam olhou para o irmão. – E Prue uma ótima detetive.

— Gente é muito gentil da parte de vocês, mas eu... não sei.

— Temos que descobrir um jeito de provar que Zach é inocente.

— Ok! Vou buscar a chaves.

— Você é bem direto com seus amigos. – Dean foi irônico ao olhar para o irmão. – Não é nosso tipo de problema.

— Dois lugares ao mesmo tempo? A não ser que ele tenha poderes mágicos, acho que deveríamos olhar. – Prue disse cruzando os braços.

Quando eles chegaram à casa de Zach, encontraram vários lugares com marca de sangue, e evidências numeradas da policia. O cachorro do vizinho não parava de latir. Dean se aproximou e o dono do cachorro disse que ele era bem quieto e tranquilo, mas que depois do acorrido, ele começou a ficar agitado. Dean voltou para a casa e comentou sobre a mudança repentina do cachorro.

— Animais sentem a paranormalidade. – Prue disse ao se aproximar.

— É talvez Rex tenha visto algo. – Dean deu de ombros.

— Então acha que talvez seja nosso tipo de problema? – Sam perguntou ao irmão.

— Não, provavelmente, não. Mas vamos ver a fita da segurança, para garantir.

Eles voltaram para a casa de Becky e pediram para ver a fita de segurança do dia que aconteceu o assassinato.

— E lá vem ele. – Becky apontou pra TV.

— 22h04, logo depois das dez. – Dean disse. – Disse que a hora da morte foi por volta das 22h30.

Sam e Prue pareceram notar algo de diferente na fita, e se olharam pensando ter visto coisa.  Sam pediu para Backy fizesse um lanche para eles e assim que ela foi para cozinha, Prue e Sam mostraram a Dean o que tinham achado.

— Talvez seja só um reflexo na câmera.

— Não se parece com os que conheço. – Sam disse.

— Muitas culturas acreditam que uma foto pode revelar a alma. – Prue disse os olhando. – Lembram-se do cão? Talvez ele tenha visto.  Talvez seja um duplo de Zach, ago que parece com ele, mas não é ele.

— Deus! Você é uma nerd, igual ao Sam! – Dean riu.

Prue revirou os olhos, não era hora para as brincadeiras do Winchester mais velho.

— Como um doppelganger? – Sam perguntou.

— É! Isso explica ele estar em dois lugares ao mesmo tempo.

No dia seguinte bem cedo, Sam fez com que eles voltassem à casa de Zach. E Prue não estava de bom humor ter que acordar às cinco da manhã.

— Pode nos lembrar de porque estamos aqui, as cinco e pouca da manhã? – ela perguntou colocando seus olhos escuros.

— Percebi uma coisa. – Sam respondeu. – A fita mostra o assassino entrando, mas não saindo.

— Então ele saiu pelos fundos? – Dean tomou seu café.

— Isso! Por tanto deve haver uma trilha, que a policia não seguiria.

— Porque acham que o assassino não saiu. Pegaram Zach lá dentro. – Dean encostou-se ao impala. – Ainda não sei o que estamos fazendo aqui.

— Dê um credito a seu irmão. – Prue se aproximou dele.

— Sangue. – Sam apontou para o poste de madeira. – Alguém por aqui.

— Talvez a pista acabe. Não vejo nada aqui. – Dean resmungou.

Eles estavam conversando, uma ambulância passou na rua em que estavam. Prue sentiu que tinha alguma coisa errada, então foi na mesma direção que a ambulância.

— Mas pra onde ela... – Dean se interrompeu, e foi atrás da garota. – o que — aconteceu?

— Não sei ao certo. – Prue disse apontando para uma moça.

— O que aconteceu? – Sam perguntou a moça.

— Ele tentou matar a esposa, amarrou-a e espancou-a.

— Sério? – a ruiva olhou para os rapazes.

— Eu o via sair para trabalhar, todos dia. Ele acenava, dava um alô. – ela disse. – parecia um cara legal.

Prue e Sam foram dar uma olhada nos fundos do prédio, enquanto Dean procurava mais informações sobre o caso que tinha acabado de acontecer.

— Lembram quando eu disse que este caso não era nosso tipo de problema. – Dean se aproximou dos dois. – Com certeza é dos nossos.

— O que fez mudar de opinião? – Prue o olhou.

— Acabo de falar com o patrulheiro que ouviu a história do tal Alex.  O cara voltava de uma viagem, enquanto a esposa era atacada.

— Ele estava em dois lugares? – Sam perguntou.

— Isso mesmo! Aí, ele se vê na casa. A polícia diz que ele é maluco.

— Dois duplos atacando entes queridos do mesmo jeito. – Prue o olhou.

— Pode ser a mesma coisa, também. – Dean a olhou.

— Algo que pode se fazer parecer com qualquer um? – Sam perguntou pensativo.

— Olha, pode parecer maluquice, mas no livro das sombras tinha algo sobre isso. – Prue mordeu o lábio. – E se não estou enganada, se chamava Mutante!

— Você pode estar certa. – Dean disse. – Em todas as culturas tem uma lenda de mutantes. Histórias de criaturas que se transformam em animais ou outros homens.

— E eu pensando que era maluquice do livro.

— Mas eles existem. – ele disse. – Temos dois ataques na mesma área.  Suponho que tenhamos um mutante na vizinhança.

— Responde uma coisa. Em todas essas lendas de mutantes, alguns deles podem voar? – Sam perguntou olhando alguma pra uma parede.

— Não que eu saiba.

— Achei uma trilha, aqui. Alguém saiu dos fundos deste prédio e foi para este lado. – Sam apontou a direção.

— Como na casa de seu amigo.

— A trilha acaba de repente. – Prue concluiu, olhando as marcas de sangue. – Seja o que for, sumiu do nada.

— Bem, há outra direção. – Dean olhou para o chão.

Eles abriram a tampa do bueiro e desceram para o esgoto. Eles seguiram por um dos caminhos do esgoto e de repente Dean parou.

— Vejam isso. – ele se abaixou. – Acabei de ter uma ideia inusitada. Talvez, quando o mutante toma outra forma, talvez ele troque de pele.

— Isso é nojento. – Prue olhou para o que parecia um monte de pele gosmenta no chão.

Eles voltaram para o Impala e Dean foi direto abrir o porta-malas...

— Uma coisa que eu aprendi com papai. Não importa o tipo de mutante, só há um jeito seguro de matá-lo.  – disse carregando uma arma.

— Bala de prata no coração. – Sam respondeu.

— Pensei que isso fosse apenas para lobisomens.

— Serve para metamorfo também. – Dean sorriu pra garota.

Quando eles estavam voltando para o esgoto, Prue e Dean começaram a discutir porque ele não queria que ela fosse com eles.

— Não tem mais um pio. Eu vou e ponto final! – ela piscou o olhou, e foi a primeira a descer para o esgoto.

Eles andaram por um bom tempo, até chegarem ao que parecia ser o covil do metamorfo. Eles estavam parados olhando para o monte de pele, roupas e sangue, quando Sam virou a lanterna e viu o metamorfo bem atrás de sua amiga...

— Prue! – ele gritou.

A garota se assustou e ao olhar pra trás, levou um soco indo para no chão. Dean tentou atacá-lo, mas acabou levando um soco também.

— Pegue o filho da puta. – Dean gritou para o irmão, enquanto ajudava a ruiva a se levantar.  – parece que esse corte foi feio. – disse olhando para o supercílio dela.

— Você acha?! – ela sorriu fraco.

Dean a ajudou a subir a escada, e eles saíram pela tampa de um bueiro em uma praça.

— Você está bem? – Sam perguntou à amiga.

— Estou, mas temos que nos separar.

— Nada disso, você vem comigo. – Dean disse sério.

— Eu vou pro outro lado.

— Sabe, não sei por que não posso ir sozinha. – Prue bufou.

— Porque você está com a testa machucada! – Dean sorriu irônico, e começou a andar.

Eles procuraram pelas ruas mais próximas e nada de achar o metamorfo, só pessoas que acharam estranho um homem com arma e uma mulher com a testa sangrando.  Minutos depois encontraram com Sam no outro ponto da praça.

— Acharam alguma coisa?

— Nada, ele sumiu. – Dean bufou – Vamos voltar pro carro.

Eles andaram por mais de quatro quarteirões até chegarem ao impala...

— Acha que ele achou outro lugar pra se esconder? – Prue perguntou

— Provavelmente. – Sam respondeu.

— Está com as chaves? – Dean perguntou.

— Papai não lidou com um mutante na Califórnia?

— Não, foi em Austin. No fim não era mutante, era mais uma forma de pensamento. Uma projeção psíquica lembra?

Prue estava achando muito estranha aquela conversa, porque agora uma antiga caçada de John era importante?! Dean deu de ombros e abriu o porta-malas, sorrindo ao ver o arsenal de armas.

— Não se mexa. – Sam gritou apontando a arma para o irmão.

— Sam! O que está acontecendo?

— Não é o Dean!

— Como assim não é o Dean? – ela perguntou confusa.

— O que fez com ele? – Sam gritou ainda apontando a arma. – Onde está meu irmão?

— Está prestes a matá-lo

— Não é não! – Sam gritou. – Você pegou a chave com a mão esquerda.

— Ele tem razão, se ombro estava ferido. – Prue também apontou a arma em direção a “Dean”

— Puxe o gatilho então, mas vocês não têm certeza!

Em um movimento rápido o metamorfo atacou Prue com uma barra de ferro, e quando Sam foi tentar ajudá-la acabou levando uma pancada com a mesma barra de ferro.

— É melhor ser você Sam! E não aquela aberração. – Dean disse.

Estavam todos dentro do esgoto, amarrados em pilastras de ferro. Sam e Dean eram os únicos que estavam acordados, Prue estava mais distante e desmaiada.

— Sim, sou eu. Ele foi à casa da Rebecca, parecendo você.

— Ele não é idiota. Escolheu o bonitão. – Dean riu tentando se soltar. – Cadê a ruiva a aprendiz de feiticeira?

— Ela deve estar por aqui também. – Sam respondeu, tentando se soltar. – Mas uma coisa bizarra, ele não só parecia com você, ele era você ou estava se tornando você.

— Como assim? – Dean conseguiu se soltar. – Como uma fusão mental vulcana?

— Tipo isso. Vai ver foi por isso que não nos matou, talvez ele precise da gente vivo.

— Ok! – Dean se aproximou do irmão, o soltando. – Vamos achar à ruivinha!

Eles não precisaram ir muito longe de onde estavam para achar Prue, ainda desacordada. Dean se aproximou dela a desamarrou, e logo em seguida a pegou nos braços. Eles foram procurar uma saída daquele lugar, o que seria mais difícil, já que um deles estava desacordada e sendo carregada. Mal eles conseguiram chegar à rua, e Prue recobrou os sentidos.

— Me coloque no chão. – ela gritou ao ver que era Dean.

— Pru é o Dean mesmo.

— De nada. – Dean foi irônico.

— Desculpe, mas aquela coisa estava igual a você. – Prue deu de ombros.

— É to sabendo. – ele se aproximou dela, e viu que o corte tinha ficado mais fundo. – Vamos resolver isso e te levar a um hospital.

— E chamar a polícia. – Sam disse andando.

— E colocar toda a polícia atrás de mim?

— Acho que é um pouco tarde pra isso.  – Prue apontou para uma loja do outro lado da rua, que estava com varias fotos de Dean nas televisões.

— Qual é?! – ele bufou. – Eu não tentei matar ninguém.

— Mas o metamorfo com a sua cara, sim. – ela revirou os olhos.

— Agora isso é pessoal, eu vou achá-lo e matá-lo. – Dean bufou, voltando a andar.

Eles voltaram para casa da Rebecca, e se surpreenderam que ela estivesse bem para quem tinha sido torturada por um metamorfo. Eles de cara suspeitaram que aquela não era  Rebecca e sim o metamorfo. Foi uma a briga e tanto, e o mutante se transformou em Dean novamente. Depois de muita briga e com a pequena ajuda de Prue, que jogou o mutante contra parede, Dean conseguiu matar o mutante. Depois de se certificarem que Zachis ser considerado inocente depois da morte do “Dean”. Eles voltaram para estrada, rumo a qualquer cidade dos EUA, em busca de um novo trabalho. Eles estavam escutando a rádio local que tocava AC/DC, quando Dean começou a rir sozinho...

— Que foi? – Prue perguntou, quando ele a olhou pelo retrovisor.

— Nada. – Dean riu. – Sabe... eu tenho que confessar, lamento não poder estar lá

— Lá onde? – Sam perguntou olhando para o irmão.

— Quantas chances vou ter de ver meu próprio enterro? – perguntou rindo.

— Babaca. – Prue soltou rindo, o olhando pelo espelho retrovisor.


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