Tudo o que Preciso escrita por Henrique Vietri


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bem, decidi escrever um ensaio sobre o que teria ocorrido mais a fundo entre Peeta e Katniss, ao retornarem do fim da Guerra. Enfim, é a minha visão, é como gostaria. Espero que gostem.
(Observação: a música no final fui eu quem escrevi, espero que gostem).



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Nada jamais seria como era antigamente, de fato, e ela sabia bem o que era isso. A sua vida voltara ao normal, mesmo que não fosse a mesma coisa. Sem Prim, longe de Gale, sua mãe. Tudo o que outrora desmoronava agora poderia ser reconstruído com paciência e zelo. Ainda tinha Haymitch por perto, além de Peeta, pelo qual era agradecida. Seu coração saltava, batia cada vez mais forte, nada podia contê-la naquele momento. Enxergou-o a sorrir naquela manhã, a noite passada fora a mais amorosa que pudera conhecer em toda a sua vida.

“Você me ama... Verdadeiro ou falso?”. Perguntara Peeta. A resposta nunca seria diferente, sempre o amaria. Peeta era o ar que ele respirava, sua a vida que tanto desejava e o amor que jamais havia sentido antes. Lembrava da noite passada, com sua cabeça deitada delicadamente sobre o peito do rapaz, quente, e ali dentro havia um coração que palpitava a cada toque seu. A luz da vela ao seu lado os iluminava suficiente para aquela madrugada fria, seus dois corpos abraçados.

— Você faria algo diferente? – perguntou Katniss.

— Como assim?

— Se soubesse o que sofreria, teria agido diferente?

Peeta tentou disfarçar o sorriso.

— Jamais faria algo que fosse prejudicá-la. – respondeu Peeta. – Deixá-la de lado, ou que sofresse.

— Não se cansa de sofrer por mim?

— Você acabou de dizer que me ama. – ele tentou manter o sorriso, mas estava nervoso demais. – Mesmo que não tivesse me amado, ainda sim teria valido a pena. Tudo o que fiz por você era sem esperar algo em troca. Seu amor foi um presente que recebi, e não uma mercadoria pelo qual barganhei minha vida...

Encarava o garoto sem parar, havia um calor entre eles. Enquanto suas palavras escapavam de seus lábios, Katniss sentia seu corpo ferver. Respirou fundo e permaneceu ouvindo o que ele dizia, quase implorando para que não parasse. Palavras belas, claro. O desejava desesperadamente, como jamais desejara nada antes, de tal forma que doía no fundo do seu coração. Quase morrera sem ter vivido, não poderia deixar-se viver por nada. Necessitava dos abraços dele. Acima de tudo, precisava de Peeta.

Com um sorriso maroto, tocou os lábios de Peeta com o indicador e o dedo do meio da mão direita, suavemente. Ar quente escapava dos lábios dele, como quem não compreendia o que realmente estava ocorrendo. Deliberadamente ela se inclinou e deixou os lábios tocarem os dele, que não se moveu. Seus rostos permaneciam encostados um próximo do outro. Partilhou à mesma respiração dele, rápida e quente, seu peito arfava. Estava tão próxima de Peeta que sentia o calor de sua alma.

Tocou-lhe o rosto e levou os dedos as lábios dele, mordiscando o lábio superior. Peeta permitiu que os dedos de Katnip penetrassem seus lábios, sugando-os lentamente, um dedo de cada vez. Katniss sentiu o seu corpo estremecer ao sentir o interior da boca dele, quente, molhada, de uma forma que a excitava. Os olhos dele permaneciam entreabertos, mas voltados para ela. Nada mais a encantava do que aquele momento verdadeiro que pudera ter depois de tanto tempo, algo que não precisava fingir diante das câmeras. Algo que poderia ser real.

Pode ouvir um som ecoar dos seus lábios, seu coração ressoava pela sua boca de uma forma inexplicável. Tocou o queixo dele e passeou as mãos pelos cabelos do rapaz, descendo até o peito dele, beijando-o o rosto dele levemente. Ajoelhou-se em cima de Peeta, acariciando-lhe o peito e fechando os olhos por um momento, sem deixar o rosto se afastar do dele. Cerrou os dentes e gentilmente empurrou-o para trás, engoliu a saliva, perdia seu ar diante dele. Deitou-se por cima, com sua mão direita apoiada sobre o peito dele, uma sensação surpreendente. Havia uma suavidade em seu toque, umidade do suor, a aspereza de seu corpo. Uma sensação que deveria ter sentido antes. Não podia se permitir perder aquela conexão.

Observou seus olhos enquanto segurava o rosto de Peeta com ambas às mãos, acariciando-lhe as orelhas, seus cabelos cascateavam em volta de seu rosto. Permaneceu apoiada nele, sem nenhum desejo de se mover ou perder a conexão com o seu calor, a sua aura. Uma conexão que a incendiava. Retesou os músculos rapidamente que acelerava ainda mais com a pulsação. Peeta respondeu abrindo a boca para respirar e nitidamente perdeu-se em seu olhar que atravessava a alma, desnudando-a, aumentando o fogo dentro de seu corpo de uma forma que não podia explicar.

— Eu só quero amá-la, Katniss. – disse Peeta. – Sempre quis.

— Estou aqui com você, basta me amar.

Retirou a camisa dele, retirando-a de dentro da calça. Repousou sua mão esquerda na nuca dele, ainda apoiada com sua mão direita no peito de Peeta. Segurou firmemente o rapaz, incendiando-o. Ele pôs as mãos por debaixo da camisa dela, nas costas, acariciando-a delicadamente em círculos suaves, excitando-a na linha da espinha enquanto o peito de Katnip respondia arfando, estremecendo. Ele cessou entre as omoplatas, ainda com os olhos semicerrados.

Mordiscou o lábio de Peeta, permitindo-se ouvir o som da sua doce e leve respiração. O peito dele arfou, debaixo dela, jamais fora tão grande e forte como nos jogos. Debaixo dela, Peeta Mellark pertencia a Katniss.

Katniss abaixou a cabeça e roçou nos lábios dele em meio uma expressão de dor e amor mútuos, algo que ela não compreendeu.

— O que houve? – perguntou Katniss.

— Eu quero você. – disse Peeta. – E você me quer. Verdadeiro ou falso?

Ela sorriu.

— É tudo o que eu mais quero.

— Verdadeiro ou falso?

— Verdadeiro. – Katniss roçou os lábios dele novamente, afogando-se naquela paixão. – Por que não me toma logo em seus braços?

— São os efeitos da Capital... Perdoe-me. – disse Peeta. – Vivemos um amor falso por algum tempo, algo que quase acreditei. Quando você e eu íamos comer aquele fruto juntos, meu Deus! – ele fez uma pausa. – Pensei que fosse real. Mas quando retornamos, simplesmente voltou-se para Gale e me deixou do outro lado da rua, sofrendo por você, desejando-a e sofrendo ainda mais por isso. Com uma mão você me roubou o coração e com a outra você o esmagava. Por um lado me amava e do outro me deixava.

— Eu errei.

— Sim, errou. – disse Peeta, estava ansioso demais. – O casamento? Parecia que seria a maior farsa de todos os tempos, e eu viveria essa farsa todos os dias. Esse medo que me tomou a todo o momento. Os Jogos Quaternários somente me deixaram ainda mais temeroso, mesmo com suas promessas, o seu amor, seus abraços, eu ainda tinha medo. Foi essa porta que o Snow usou para me ferir.

— A sua dúvida.

Ele assentiu.

— Eu ainda duvidava do seu amor, mas nunca duvidei do meu. Um ódio cresceu em mim, não por você mesma, mas por amá-la tanto e não ser correspondido como pensei que deveria ser. Ao final das contas tudo o que o Snow usou contra mim foi eu mesmo. – Peeta suspirou. – Meu medo e meu egoísmo.

Katniss sentiu lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

— Ah Peeta! – resmungou Katnip. – Não há egoísmo em você, nem maldade, apenas o meu erro. Perdoe-me, pois sei que errei. Feri seu coração de uma forma que jamais desejaria ter feito, hoje sei disso.

— E Gale?

Katniss fungou.

— Ele não matou Prim, mas teve envolvimento nisso. – disse. – Gale não falhou, mas ele e eu somos parecidos demais. Por isso eu o desejo, porque você é diferente, é amoroso, bondoso e tudo o que fez para me ajudar nos Jogos... É difícil de dizer.

Peeta sorriu.

— Deveríamos terminar o que começamos. – sussurrou Peeta com os olhos fixos nos dela. – Verdadeiro ou fal...

Katniss Everdeen beijou-o sem que antes terminasse sua fala, não tinha tempo para isso. Tudo o que desejava era converter o tempo perdido em amor. Removeu a camisa rapidamente, desejando sentir seu corpo nu juntamente do dele, colado, próximo. Precisava sentir aquele calor e proximidade. Nada seria mais incrível. Não queria mais fingir, jamais desejava repetir o mesmo erro novamente. O passado deveria ser esquecido, pelo menos era o que tentava dizer a si mesma naquele súbito momento em que o amor falava mais alto do que qualquer razão no mundo.

Adorava mais do que tudo beijá-lo daquela forma louca de sempre, uma hora em meio à calmaria e em outras como se fosse uma tempestade a desnudá-lo. Sentir as mãos dele em seu corpo a incendiavam mais do que qualquer coisa em todo o seu universo. Peeta tinha algo dentro dele que jamais compreenderia de fato. Todo o seu sentimento de altruísmo, seu amor por ela e sua dedicação sem fim. Não merecia nada daquilo. Haymitch lhe dissera isso uma vez, que jamais mereceria Peeta. Mas isso não a impediria de amá-lo.

Descrever aquela noite não seria possível com palavras, com poemas e nem mesmo com vagas canções em sua mente. Aprendera a amar estar nos braços dele de uma forma que jamais gostaria de se desprender. Pedia em seu íntimo para que sempre pertencesse a ele. Deitou-se nua ao seu lado, em seus braços, com as mãos dele em seus cabelos delicados e bagunçados. Peeta permanecia silencioso, mas com um sorriso em seu rosto que jamais poderia ser medido com palavras.

— Você foi para a morte por mim duas vezes. – disse Katniss. – E eu jamais agradeci...

— Não é necessário. – respondeu Peeta. – Eu quero abraçar você e jamais deixá-la partir. Desejo lhe dar um paraíso, para que ninguém te machuque. Suas cicatrizes...

— As minhas? – indagou Katniss. – Como pode dizer isso? Foi você quem sofreu por nós nas mãos do Snow...

— Fiz o que era necessário.

— E isso nos salvou.

— Salvou... – sussurrou Peeta. – Mas o que eu não faria para salvá-la? – ele sorriu e fechou os olhos. – Já tentou fechar os olhos e imaginar-se vivendo em um mundo sem tudo aquilo que mais ama? Como uma prisioneira, enjaulada, vivendo e vendo sua vida passar sem cores... Era como eu me sentia. Pensar em sair daquele lugar e encontrar um mundo onde você não existisse, enquanto eu viveria enjaulado na Capital.

— Tudo é diferente agora. Vai ser diferente.

Ele assentiu. Percebia o quanto ele se sentia mais confortável com os seus abraços.

— Às vezes me passa pela mente as coisas que eu lhe disse... – Peeta suspirou. – Coisas horríveis que jamais quis dizer. Perdoe-me...

Katniss abraçou-o com um sorriso tenro no rosto. “Não há o que perdoar”. Sussurrou para Peeta, que permitira que algumas lágrimas caíssem. “Não chore, eu estarei aqui para todo sempre”. Afirmou. Sabia bem o quanto falhara com ele, o quanto não lhe dera o valor merecido. Isso era passado. Fechou os olhos enquanto sentia o coração dele bater devagar, tão brando, calmo, o que lhe fazia sentir paz. Nada poderia lhe tirar o que conquistara com muito esforço. Por várias vezes quase o perdera, não se permitiria a perda novamente.

Respirou fundo enquanto sentia as carícias dele, mesmo que mantivesse os olhos fechados, ainda sim permaneceria acordado até que ela dormisse. Haymitch estava correto, pois jamais mereceria Peeta. Mas desejava merecer, um dia, e ficaria ao lado dele mesmo sem merecer. Deixou o corpo relaxar, a paz que sentia naquele momento era completa. Tudo o que precisava para viver estava deitado ao seu lado, corpo a corpo, calor com calor, dividindo sua alma e seu coração com ela. Nada que fizesse poderia ser um melhor ato de agradecimento ou de remissão por alguém que dedicara tudo a ela, sua vida, sua alma, o melhor dele. Sussurrou levemente para ele antes de pegar no sono:

— Toda a minha agonia desaparece quando você me envolve em seus braços.

As suas mãos têm as mesmas marcas que as minhas

Ao relento eu posso ver os seus olhos

Hesitantes, você hesita demais.

Os seus lábios tentar falar algo

Mas as palavras ficam na garganta

Eu tento acreditar que vai ser fácil

Eu tento mostrar tudo o que sou

Tudo o que quero ser

De tudo o que você merece

De tudo o que pode acontecer

De tudo que será verdade

Dentro de mim existe um mistério

Mente, corpo, alma, sentimentos

Tudo se une e se torna uma só palavra

Dentro dos meus pensamentos

Eu estou tão distante de casa

Esperando um novo amanhecer

Estou dentro das chamas

Procurando descobrir o mistério

Nestes círculos misteriosos

Me leve de volta para casa

Para perto do seu coração

Eu jogo os jogos certos

Vivo só em meu mundo sem hesitar

Procure dentro de você a melhor forma

A verdade sobre mim, a verdade sobre você.

São tantas mentiras que nos rodeiam

Nada pode me derrubar

Eu assisto do lado de fora

Procurando entender os motivos

Procurando dentro de mim a razão

A razão que encontrei dentro de você.


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