Rainha Negra escrita por Anne P


Capítulo 4
Capítulo 4 • A caçada


Notas iniciais do capítulo

OLA PESSOAAAAL
Antes de Ler o capítulo:
Quero dizer primeiramente que esse capítulo não foi betado e sofrera mudanças futuras, pois estou a procura de um beta 。◕‿◕。
2° Eu não desisti da fanfic e tentarei (TENTAREI) não demorar tanto para posta-la novamente, contudo já vou deixar claro aqui que o capítulo 5 está pronto, mas... só irei posta-lo quando tiver um beta e depois que este capítulo for betado.
3° Eu mudei o sobrenome da Hope no capítulo anterior, e mudei o nome dos locais que se passam a fanfic, e fiz um novo mapa (◠‿◠)
http://imgur.com/DPXfXlR
Deem uma olhadinha para não se sentirem perdidos
Boa Leitura!

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Capítulo atualizado dia 19/07/2017
Betado por
kellycavalcanti (ID: 567863)



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  A família real tinha um pensamento único, e mesmo que, para alguns, suas ideias chegassem a ser excêntricas, mas não é como se a realeza prateada se importasse com o pensamento de outra pessoa.

 Tudo era questão de pureza, a honra de seu sangue e de sua linhagem, era um costume de família que dois irmãos se deitarem juntos para manter a pureza que tanto almejavam, o poder. O garoto de cabelos brancos, com seus vinte e dois anos de idade, se levantou da cama e procurou pelo quarto suas vestes, enquanto na cama se encontrava uma garota, uma bela garota com seus cabelos longos e ondulados espalhados sobre o travesseiro de seda, seus lábios rosados e os seios expostos se destacavam na pele pálida.

 Faye, a jovem de dezenove anos, sorria maliciosamente para o irmão.

— Curioso da sua parte você ir atrás da garota por nossa mãe.

— Serei o futuro rei, minhas atitudes de agora influenciarão no meu reinado. Tenho que mostrar meu valor. — Abotoou os botões de sua blusa creme enquanto falava, já com as calças vestidas e pés descalços.

 A garota ainda na cama se virou de lado para o irmão apoiando sua cabeça na mão direita.

— Você não precisa mostrar seu valor Alek, você já o tem. Por que você não volta para cama e para sua futura rainha?

— Eu gostaria minha futura rainha, mas tenho uma reunião com Sir Griffith para sabermos como iremos agir sobre essa situação, durante a manhã partirei à procura da traidora. — Calçou a bota do pé direito, já com o esquerdo calçado e se levantou para sair do quarto.

 Quando sente uma mão em seu antebraço, uma mão pequena e fria. Faye não era tão poderosa quanto sua mãe, mas ela possuía dois dons muito peculiares e poderosos: um de controlar o gelo o outro era de manipular a água, contudo, o segundo era inferior ao primeiro que era muito mais forte, encostar-se à mesma seria como segurar uma pedra de gelo por muito tempo e isso acontecia com grande parte de seu corpo, devido ao seu dom intenso. O garoto virou-se e olhou para a irmã nua a sua frente, ela era linda com seus olhos verdes como os da mãe, seus cabelos longos e encaracolados e seu corpo que era belo, mas não era curvilíneo como o da rainha.

 Ele amava a irmã, mas realmente era amor de irmãos ao contrário de Faye, que o desejava tanto. Ele não sentia atração pela irmã, o frio incessante de seu corpo o fazia a repudiar, mas o único motivo de continuar com a mesma era o poder, descobrirá há muito tempo que teria que casar-se com Faye contra sua vontade, e fora avisado que só se tornaria rei quando a irmã estivesse com um filho seu no ventre, isso é claro, se ele fosse digno para se sentar no trono de Gavin, o conquistador, o trono que agora sua mãe se sentava.

— Não demore a voltar, meu amor. — Ela se aproximou e o beijou, passando seus braços pela cintura do irmão.

 Seus braços frios no corpo quente, como ele detestava essa sensação.

— Não irei.

 Afastou-se da irmã tão rápido quanto a mesma o havia prendido, antes de sair parou ao lado do espelho e tirou de um gancho próximo uma peça de roupa semelhante a uma jaqueta sem mangas, era de couro marrom meio avermelhado, que combinava com as botas de mesma cor e a calça de tom castanho claro, a peça possuía detalhes em dourado e prata, assim como tinha um broche do lado esquerdo, era uma cabeça de Dragão negra com olhos vermelhos de rubis, símbolo da capital. Todos os vilarejos, províncias e povoados que fossem comandados por um lorde prateado à oeste do mar de Népus tinha como símbolo a cabeça de um Dragão, contudo seu formato e sua cor eram diferentes em cada local, para ser o símbolo original do lugar.

 Ele se olhou no espelho e passou a mão em sua roupa arrumando-a, olhou uma última vez para a irmã deitada na cama e partiu em direção às escadas que o levariam a sala de reuniões.

 Ele desceu lentamente as escadas, admirando os quadros dos antigos reis que enfeitavam as paredes, eles eram espalhados por todo o castelo, porém, ali naquele instante a chama da vela os deixava mais sombrios e melancólicos.

 Chegando ao salão de reuniões abrirá as duas grandes portas, chamando a atenção dos homens presentes na sala que logo, se levantaram de suas cadeiras e fizeram uma rápida reverência ao príncipe.

— Senhores. Desculpe-me a demora, a futura rainha necessitava de minha companhia, espero que já tenham algum plano em mente. — Se sentou em uma das cadeiras em frente à mesa, esperando a pronúncia de um dos homens.

 Um dos homens que estava sentado se levantou, sua pele era de cor oliva e seus cabelos eram cacheados e negros com a maioria dos fios brancos, sua barba estava por fazer e seus olhos eram dourados. Griffith era seu nome, Fergus Griffith, 24° comandante da guarda real, que recebia ordens para tratar de assuntos diretamente ligados a coroa. Ele usava uma armadura prateada com o símbolo de uma grande coroa no tórax, suas mãos seguravam seu elmo que era prateado como o resto da armadura e sua capa era de um azul vivo com bordados de fio de prata.

Meu príncipe, recebemos um mensageiro de Barne, que trouxera um desenho da traidora, a pedido da rainha. — Estendeu a Alek um pedaço de pergaminho enrolado, o príncipe o olhou com certo desdém antes de abrir.

 Ele avaliou cada linha do desenho, não estava bem feito devido à rapidez do desenhista em terminá-lo, contudo ali naquele papel era possível ver alguns traços de Hope, o desenho quase se parecia com ela, quase.

— Tem certeza que esta é a garota? Como iremos saber se Conde Iker não mandou o desenho errado? — Encarou uma última vez o desenho antes de jogá-lo na mesa em direção a Fergus, ele tinha que admitir que a garota era linda.

— Duvido muito, ele arriscou a vida do melhor desenhista para ir às fazendas Glacis no começo da noite, somente para conseguir um desenho da traidora. Também arriscou a vida de seu mensageiro mais veloz, para que trouxesse pessoalmente o desenho antes do amanhecer.

— Tá, tá entendi, Conde Iker arriscou seus melhores escravos. O que sabemos sobre a traidora?

 Agora outro homem se levantou, ele era caucasiano com partes vermelhas no rosto e no pescoço devido ao tempo no sol, seu cabelo era loiro escuro e seus olhos negros. Sua armadura era  pouco reluzente comparada a do comandante ao seu lado, era de um metal simples que já não brilhava mais, seu elmo, peitoral, ombreiras e caneleiras eram de cor negra e o mesmo trazia uma capa vermelha e sem vida, com um bordado fajuto do símbolo da capital. Ele era Robert Leylen, 12° comandante da guarda da cidadela.

— Seu nome é Hope Kane, filha de um rebelde da resistência à coroa, Germany Kane, que não se sabe o paradeiro. Vivia com seus tios nas fazendas, até que se tornou uma traidora, ela possui cabelos negros e olhos azuis — falava para o príncipe tudo que estava escrito no papel em sua mão.

— Esses rebeldes! Deveríamos matar todos eles — praguejou o príncipe — A garota fugiu, se for esperta estará escondida na floresta, provavelmente indo para Barne, ou no pior dos casos a caminho da resistência. Temos que abordá-la antes que chegue ao seu destino e trazê-la o mais rápido possível para a rainha.

 Fergus que estava calado desde então se pronunciou.

— Vossa alteza pretende caça-la? Como um animal?

— Sim — afirmou com convicção.

 Os dois comandantes se olharam por alguns segundos antes de voltar sua atenção ao príncipe.

— Vossa alteza as chances de encontrá-la são mínimas, principalmente se estiver na resistência.

— O que sugere então comandante Griffith? Ou terei de contar à rainha que não está disposto a ir atrás da traidora?

 Griffith engoliu a seco antes de se defender, e tentou manter sua postura frente ao príncipe.

— Não é isso meu príncipe, o que quero dizer é que a maneira mais fácil é pedirmos ajuda, de Barne, Cassy Rose e Carmin del Trindade, podemos pegar os melhores soldados de cada cidadela, marchar em direção a resistência, podemos matar todos se for necessário, mas temos que considerar a opção de que, talvez, não seja possível encontrar a garota.

 Ele olhava de modo frio para o comandante, até que passou a mão em seus cabelos brancos e estalou a língua no céu-da-boca enquanto batucava os dedos na mesa.

— Ou então… tenho um plano melhor, eu e você. — Apontou para Fergus. — Mais três de seus melhores espadachins e o melhor rastreador da capital, vamos atrás dela, iremos disfarçados, ou melhor, camuflados como simples saqueadores na estrada, e iremos achá-la.

— Mesmo com o rastreador não iremos encontrá-la.

— Sim, iremos — falou rudemente. Alek se aproximou mais da mesa, na qual, frente à Fergus, havia um mapa e pôs seu indicador sobre as fazendas. — Aqui é o Glacis, mais adiante o Graund, temos as estradas do rei ligando as duas, as estradas do rei são movimentadas por sempre esbarrar com alguma carroça, fora que para uma mulher sozinha seria perigoso. Se ela passasse por lá alguém a veria, ou seria morta, ou seja, só lhe sobrou um único caminho para a resistência que é pela floresta, e como duvido muito que mais pessoas se aventurem por ela, é lá que o rastreador achará seu rastro.

 Alek sorriu ao ver a cara de espanto dos comandantes, sua teoria era a mais provável e ele sabia disso, tanto que tinha total certeza de que a garota seguiu naquela direção.

— Quando tivermos confirmação de que a traidora está na resistência, voltaremos com o exército e meu dragão, e então os massacramos. — Só foi escutado o barulho da lâmina na madeira, o prateado agira rápido e colocará sua adaga de prata cravada no mapa, bem em cima do local que se encontrava o grupo da resistência.

 Os comandantes o olhavam com pavor, na face do príncipe se encontrava o mesmo sorriso de escárnio, que ele usava quando via as vítimas de sua mãe serem queimadas. Aquele sorriso os fazia arrepiar de medo por completo.

 Um bater de palmas foi escutado, e os três se viraram para trás. Rei Mason, estava a bater palmas enquanto sorria. Os comandantes se ajoelharam em reverência ao rei.

— Senhores deem-me licença para conversar com meu filho. — Os comandantes não questionaram, em poucos segundos a sala estava vazia.

 Alek olhava para o pai com uma sobrancelha erguida, enquanto estava apoiado na mesa, o rei se aproximou em passos lentos de seu filho.

 Rei Mason era alto, alguns centímetros a mais que Alek, seus cabelos, ao contrário dos de seu filho, eram grandes e batiam em seu ombro, seus olhos eram de um azul cristalino hipnotizante, ele usava roupas escuras que destacavam seu cabelo branco, e em sua mão destacava um anel de ouro com uma Vanadinita incrustada.

— Vejo que está totalmente preparado para sua busca. — Pôs a mão direita no ombro de seu filho, Alek olhou brevemente para a mão antes de voltar seus olhos cinzas para os azuis de seu pai. — Saiba que eu e sua mãe estamos orgulhosos de você, e o que você está fazendo é muito importante para todos. Quando voltar começaram os preparativos para sua coroação.

— Me disseram que só aconteceria quando Faye estivesse grávida.

 O rei deu um sorriso torto e desviou seu olhar para o chão por alguns segundos.

— Eu sei que não gosta de se deitar com sua irmã, você é meu filho e te conheço melhor que ninguém. — Suspirou antes de continuar. — Contudo, precisa de um sucessor forte para governar depois de você meu filho, e o único modo de se obter isso é não misturar o sangue. Traga a garota viva, e tenho certeza de que sua mãe mudará de ideia e te tornará rei, mas antes precisamos da garota.

— A trarei. Ela não terá chance. — Os olhos cinza brilharam com determinação.

 As mãos de Alek arderam, e ele sentiu seu poder se concentrando nelas, ainda olhando para seu pai ele tocou no mapa em cima da mesa, e instantaneamente o pedaço de papel começou a queimar, virando lentamente cinzas, o rei sorriu orgulhoso com a cena.

 

Rainha Negra

 

 Hope se encontrava aflita e estática, seu medo a tomará fazendo-a ficar petrificada no lugar. Seus olhos azuis encaravam as montanhas rochosas de Avalan que estavam à sua frente.

 O sol já não era mais visto, e os poucos raios ainda iluminavam o céu que possuía várias nuvens o deixando sombrio e sem vida, todos sabiam o que se acontecia ao pôr do sol, os dragões que dormiam nas montanhas acordavam para ir à caça de alimento, devido a isso ninguém se aventura a sair de sua casa após o pôr do sol – somente os que moram nas cidadelas – contudo existiam pessoas insanas o suficiente para deixar suas casas ao anoitecer, esses eram os Yhuns.

 A morena não saberia dizer o que a deixava mais apavorada, estar diante a toca dos dragões ou esbarrar em um Yhun que poderia atacá-la, ela não queria estar ali, entretanto, sua mente parecia nublada demais para tomar alguma decisão precisa.

 Foi quando que escutou um som estrondoso como um trovão, que pareceu despertar. A morena girou a cabeça, até que viu a criatura alada, voando ao longe, vindo em sua direção.

 Hope não tivera tempo de pensar, June, sua tão fiel amiga tomara a decisão pela morena e sairá em disparada na direção da floresta, a égua corria rapidamente, contudo ela não foi rápida o suficiente para superar o dragão.

 O animal desceu e pousou bem a frente da égua a fazendo parar de supetão e cair deitada na grama e, no processo, derrubar Hope, a morena olhou para aquele ser assustada, seu coração batia rapidamente em seu peito. Ele era enorme, e derrubou várias árvores com seu pouso rápido, seus olhos eram grandes e verdes, suas escamas eram de um azul-escuro que poderia ser facilmente confundido com preto e seus dentes enormes e afiados.

 Ele abriu a boca e rugiu, o som alto fez com que a morena levasse as mãos aos ouvidos, já June, se assustou e se levantou novamente e tentou correr para longe, mas, outra vez, a criatura fora mais rápida e cuspiu na direção da pobre égua uma labareda de fogo. A égua caiu no chão gritando alto, um grito agonizante de um animal abatido, Hope olhou a cena com água nos olhou, viu sua amiga ser queimada até a morte pelo dragão.

 Quando ele desviará sua atenção de Hope para comer a égua morta, a morena aproveitou a deixa para correr em direção à densa floresta, ela correu o mais rápido que seus pés permitiram escutando os sons que a besta fazia enquanto devorava June, Hope chorava tanto que a sua visão estava embaçada, o que fez com que ela acabasse esbarrando em vários galhos, estes, por sua vez, cortavam sua pele pálida. Nervosa, a morena escorregou em uma pedra e caiu no chão, batendo a testa no processo. Hope estava tonta e olhou para céu escuro enquanto sentia um filete de sangue descer por seu rosto.

É assim que vou morrer então? Tia Gretel se sacrificou muito para no final, eu morrer devorada por essa praga?

 Não, Hope não queria morrer daquele jeito, com custo se arrastou até uma enorme árvore e se escondeu do dragão, que já estava a sua procura para devorá-la. Ela tremia e chorava, seu coração estava em disparada e sua respiração ofegante e ruidosa, mesmo que ela tentasse se acalmar, seu corte na testa sangrava e o sangue escarlate descia por seu rosto branco.

 Quando inesperadamente uma sensação estranha tomou conta de seu corpo, não fora como nenhuma das outras vezes, dessa vez seu corpo parecia estar sendo queimado como se estivesse sendo queimada viva era doloroso de tal modo que não aguentou e soltou um grito. O grito da garota chamará a atenção do dragão que estava a sua procura, vendo que ele vinha em sua direção, Hope tentou se levantar e correr, mas mal conseguia se mexer devido à sensação dolorosa que ainda sentia.

 A criatura, vendo a morena tentar fugir, cuspiu em sua direção uma labareda de fogo, que para sorte de Hope acertará uma árvore. Ela andava lentamente em zig-zag pelas árvores, não adiantava correr, pois não conseguia – seu corpo ainda estava sentindo a sensação dolorosa – não adiantava se esconder, pois ele já a tinha visto, a única coisa que a restará fazer fora continuar seguindo em frente, com a esperança de que isso a mantivesse viva.

 Ela olhou para trás e viu que a criatura alada estava cada vez mais perto, seu enorme corpo empurrava as grandes árvores para sua passagem, algumas se partiam no meio e caiam no chão. A morena tentou apressar o passo e correr, contudo era tarde demais, o dragão cuspiu outra bola de fogo e dessa vez ela passará de raspão nas costas de Hope a fazendo cair de susto e de dor.

 O longo cabelo negro de Hope agora estava curto e com as pontas queimadas, ela sentia uma enorme dor nas costas que provavelmente se encontrava com queimaduras, aquele seria seu fim, e ao constatar isso a morena chorou mais do que nunca, enquanto via o dragão se aproximar, com seus grandes olhos verdes focados nela.

 Ela não lutou nem reagiu, apenas virou a cabeça de lado com os olhos fechados e cruzou os braços na frente de seu rosto, e esperou pelo seu fim, desejando que fosse rápido e indolor.

 Foi quando o clarão surgiu, era uma luz forte que preencheu completamente a floresta, e vinha do lugar mais inesperado possível, às mãos de Hope. Suas palmas queimavam e ela não sabia o motivo, pois seus olhos continuavam fechados. Tão rápido quanto surgiu, o clarão desapareceu. A garota esperou e esperou por seu fim e quando percebeu que já tinha se passado um longo tempo, abriu rapidamente os olhos e não encontrou o dragão, pois, o mesmo fugiu não havia vestígios da luz somente as marcas que o dragão deixara no chão, para lembrar Hope que nada daquilo era um sonho.

 A morena encarou as mãos, que já não ardiam mais como o resto de seu corpo e suas costas, contudo ela estava exausta e fraca e não demorou a cair no chão, desmaiada.

 Enquanto isso no castelo, Alek se olhava no espelho, o mesmo mal piscava, não acreditava no que seus olhos viam, não acreditava no que ele tinha acabado de fazer.

 Ele jogou água no rosto e esfregou seus olhos, para ter certeza de que não estava sonhando, contudo quando os abriu novamente tudo ainda estava igual. Ele olhou para o chão e praguejou, e novamente olhou para o espelho vendo seus cabelos que antes eram brancos, agora estavam negros assim como sua sobrancelha.

 Aquilo foi necessário para achar a garota, seu cabelo se destacaria e chamaria uma atenção desnecessária e todos saberiam quem ele é. Ele sabia que a tinta de polvo não duraria muito, no máximo 13 dias, mas se sentia um estranho se olhando no espelho, como se não fosse ele.

 Muito a contragosto, ele vestiu as peças de roupa que as criadas lhe trouxeram, era simples demais para ele, o tecido o deixava incomodado, estava acostumado com tecidos de alta qualidade, não com aquilo, se sentia sujo as usando mesmo que as roupas fossem novas.

 Ao terminar de se vestir, olhou novamente no espelho e não viu o príncipe Alek ali, na sua frente se encontrava outra pessoa, e ele não gostava nenhum pouco dela. Mesmo que não pudesse, ele pegou seu anel e o pôs no dedo, o anel era feito de um metal raro, mais raro que o ouro, sua coloração variava entre a prata e o azul e no meio se encontrava um Musgravite, ele sabia que não o poderia usar o anel, ele se destacaria em meio suas vestes, contudo precisava de algo ali que o lembrasse de quem ele era, ele era o sucessor do trono e futuro rei.

 Ele entrou em seu quarto e encontrou Faye dormindo tranquilamente em sua cama, foi até um móvel que estava perto da grande janela e de dentro de uma de suas gavetas tirou sua adaga e guardou – caso precisasse dela em momentos que não tivesse em mãos sua espada – pegou também um saquinho simples onde guardou rubbins, o suficiente para sua viagem, por ser príncipe nunca precisou se preocupar com dinheiro, contudo agora seria um camponês e se quisesse ter algo para comer iria precisar dele.

 Por fim, antes de sair do quarto, se aproximou de Faye e beijou sua testa, apesar de tudo que acontecia entre ambos, ele ainda a amava como sua irmãzinha. Então ele saiu pela porta a caminho de sua jornada.

 

Rainha Negra

 

 O rastreador havia encontrado o rastro de Hope próximo às fazendas Glacis, coisa que Garner e Millas não tinham conseguido, mas a culpa não era deles, eles simplesmente não tinham as mesmas habilidades de Thomas, o melhor rastreador de Drokhani.

 Eles seguiram para leste, tendo toda a certeza de que a garota estaria na resistência.

 Alek ia cavalgando logo atrás do rastreador, com Fergus ao seu lado e três espadachins atrás de si, ele cavalgava em silêncio apreciando a paisagem da floresta, aquela simples floresta sem vida lhe chamava a atenção devido à raramente sair da Capital.

— Soube que irá se tornar rei assim que retornar com garota. — O atual moreno virou sua cabeça para ver Fergus.

— Sim. — Foi tudo que respondeu antes de continuar a olhar a paisagem.

— Agora sei qual era seu interesse em caçá-la a todo custo.

 Alek se virou para o homem barulhento que não o deixava apreciar a vista.

— Comandante Fergus o senhor sabe como minha mãe se tornou rainha? — Com a demora de resposta Alek contínuo. — Ela possuía um enorme poder, mais forte que qualquer um de sua família, contudo tinha três irmãos que estavam na frente na linha de sucessão ao trono, então quando todos menos esperavam ela matou os dois mais velhos junto com suas esposas e seus filhos, e deixou que o terceiro fugisse para Drameda desde que nunca mais voltasse.

 Fergus encarava o garoto com muita atenção, prestava atenção em cada detalhe da história.

— Ninguém esperava que ela com 16 anos fosse tão forte, nem mesmo meu avô, contudo ele se recusou a dar o trono para ela, disse que uma mulher jamais seria digna do trono de Gavin ainda mais uma tão nova, então ela o manipulou com seu dom, e fez que ele tomasse veneno no lugar de seu vinho até que viesse a falecer. Depois ela se casou com seu primo, Lorde de Cassy Rose para manter a linhagem pura e poderosa. Ela fez de tudo para conquistar seu poder e eu farei o mesmo.

 Após dizer isto Alek fora mais pra frente, evitando ficar ao lado de Fergus, e continuou a apreciar a paisagem, até que ele escutou um grito de Thomas:

— Parem! — Todos olhavam para ele. — O rastro agora segue para o norte.

 Todos se entreolharam, se questionando o motivo da mudança de direção, contudo não foi dita uma única palavra apenas seguiram o rastreador com vários pensamentos na mente de cada um.

  Não muito longe dali estava Hope andando perdida pela floresta.

 Quando a mesma acordou já era de manhã, aos custos ela se levantou e andou na direção de um lago que havia passado no dia anterior. Andar era uma tarefa árdua, seus pés estavam doloridos devido às rochas que pisara enquanto corria do dragão.

 Quando finalmente achou o lago, olhou seu reflexo no espelho, ela estava totalmente acabada. Seu cabelo longo que chegava ao quadril estava curto, batia um dedo acima de seus ombros com algumas pontas desproporcionais, a maior parte do seu rosto estava vermelho devido ao sangue, assim como suas mãos que na noite anterior estavam cheias de cortes, contudo agora já não havia nenhum tanto nas mãos quanto na testa.

 Ao tirar a manta que sua tia lhe dera vira um grande queimado na mesma que não daria mais pra usar, já a do seu vestido estava menor e mal dava pra perceber, passou as mãos ao longo de toda a costa em busca de algum queimado, contudo não achou nada e suspirou aliviada.

 Ela lavou seu rosto e suas mãos na água do lago, tentou pentear seus cabelos, mas sua tentativa foi inútil ele ainda estava uma bagunça, pegou sua bolsa que para sua sorte não havia perdido e comeu a última fruta que restará nela, pegou água do lago usando a garrafa que antes se encontrava o vinho e bebeu o líquido, mesmo que aquela água não estivesse com um gosto tão bom ela fora o suficiente para matar sua sede.

 Hope se encostou a uma árvore próxima ao lago, passou a mão no colar que sua tia lhe dera e começou a chorar enquanto olhava para a água, chorou por tudo que havia acontecido, chorou por sua tia, chorou por seu tio, chorou por June, chorou por estar perdida e sem comida, chorou até não restar mais lágrimas.

 Quando escutou trotes de cavalo ao longo, se escondeu e ficou olhando na direção dos barulhos até que viu um grupo de homens passando, em seu perfeito estado jamais faria o que veio a sua mente, entretanto ela estava sozinha e precisava de ajuda, não importa de quem fosse.

 Hope saiu de trás da árvore e correu até ficar na frente do grupo de homens que pararam de cavalgar para olhar a garota.

 Alek olhou aquela garota dos pés a cabeça, até que a morena também olhou para ele, e ambos ficaram trocando olhares intensos.

Ela estava sendo caçada, e ele a estava caçando.


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Notas finais do capítulo

Faye se pronuncia Fei
Yhun se pronuncia Irun
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Se quiserem saber mais sobre os Yhuns ou sobre a moeda de troca em Rainha Negra (rubbins), entrem na pagina do facebook da fanfic, lá vocês encontraram breves explicações de ambos e também possui foto dos personagens.
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Se gostou do capítulo comente ♡
Se tiver algum erro cabeludo no meio do capítulo, comentem para que eu possa corrigi-lo.
♡♡♡



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