Só hoje. escrita por J Prado


Capítulo 1
Você.


Notas iniciais do capítulo

Hey. Estava triste e como sempre faço quando estou triste... escrevi.

PS. Se você, meu alvo nesse texto, algum dia, estiver lendo isso...Não fique brava. Sei que odeia ser exposta, mas de forma alguma lhe expus, ou seja, sem estresse.



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É você. Não existe ninguém além de você. Nunca existiu. Eu, antes de você, achava que tinha me apaixonado. Achava que aquilo que eu sentia era amor, paixão. E aí veio você. Como amiga, depois namorada. A pessoa mais complicada e ao mesmo tempo a melhor pessoa que já conheci. Insegura, dramática, chorona, com medo de que as diferenças atrapalhassem. Quem atrapalhou fomos nós.

Houve um tempo em que te odiei. Odiei o efeito que você causava em mim, odiei o que você me fazia sentir, odiei como eu dependia de você, do seu amor, mesmo negando isso. Sua insistência em ser a pessoa mais certinha do universo, sua insistência em cagar regras na minha vida me fazia querer vomitar. E eu te amava. Amava mais que tudo, sem exagero. Seu ciúmes descontrolado, sua obsessão... eu, definitivamente, te odiava. Fazia de tudo pra estar longe de você, por que nossa... eu realmente não queria estar por perto. Eu era malandra, eu era carnal. Brigavamos o dia todo e à noite...à noite, era só tesão. Você tinha os melhores gemidos que já ouvi, e o desejo saia pelos poros. Tinha o melhor jeito de me fazer transbordar, de me elevar.

Ainda sim, de dia, a única coisa que transbordava era a minha raiva, o meu cansaço. Cansaço? Sim. Cansaço de quem não aguentava mais ser sempre a errada, a louca, a turrona, a descontrolada, a insensível. Eu era mesmo tudo isso, mas... na sua voz, enquanto me distorcia, nas suas palavras, parecia ruim ao quadrado.

Você começou a me chamar pelo meu nome. Aí, foi o comecinho do nosso fim. Te ver tratar uma amiga do jeito que já tinha me tratado e já não tratava mais, doeu. Rasgou-me o peito, rasgou-me a alma. Eu queria você, mais do que qualquer coisa. E odiava você com a mesma força, com a mesma intensidade. Dei um fim. Achei que isso abriria teus olhos e lhe mostraria que eu era a pesaoa certa pra você. Seu amor, e que me mudar não fazia sentido. Mas você sumiu. Voltou. Apaixonada, por outra, por uma amiga. Outra essa que te traia e me contava. Que te enganava e me confidenciava isso. Outra. Não eu. Terminaram. Ouvi seu choro, fui seu ombro. E, mesmo após tudo isso, você não percebeu, que não tinha sem jeito, eu era pra você. Me mandou embora. Eu fui. Se era para seu bem, eu iria.

Eu mudei. Me tornei controlada, respeitada, sensível, tudo o que você pelo jeito, sempre procurou. Sonhei contigo o sonho mais estranho do mundo. Gemidos e choros se confundiam, mas a voz chamando meu nome me deixava claro. Era você. Te procurei. Estava com outra. Iam casar. Eu fiquei feliz, porque sua felicidade pra mim era a prioridade do momento. Chorei? Inundei. Dias. Meses. Te procurei novamente, e a vida tinha lhe passado uma rasteira, e lhe tirado ela. Devolvido eu. Eu. A única pessoa que sempre iria te amar mais que tudo e que iria lutar contra esse amor mais que tudo também. "Voltou mudada", você me disse. Eu tive que concordar. Feliz, porque talvez, só dessa vez, eu conseguisse lhe agradar. Não. Não consegui. Não consigo. Não conseguirei, de forma alguma. Não é o que o destino quer. Ele quer que eu sofra, que eu conheça outras pessoas, que eu me perca em outros corpos.

E agora, escrevendo esse texto, me lembro de algo que você, meu grande amor, me disse uma vez... "nosso amor foi feito pra doer". Só queria lhe avisar que dói. Todos os dias, todos os momentos em que me lembro que, na verdade, nunca nos pertencemos e que sempre vamos nos pertencer. E toda vez que eu ouvir "Só hoje" do Jota Quest, vai doer um pouquinho mais, porque vou me lembrar que agora, somente eu, preciso de você.


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