Drive My Soul escrita por annademonangel


Capítulo 10
Capítulo 10




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Capítulo Dez

 

 

— Você bateu no rosto de Edward? — Dr. Cullen perguntou, incrédulo.

— É — eu admiti.

— Por quê? Ou será que eu realmente quero saber?

Eu fiz uma careta. Por mais que Carlisle me amasse, ele amava mais a Edward.

— Ele me beijou para provocar Jacob. Fez isso para que Jacob se irritasse e se transformasse em lobo, e funcionou. Ele queria que eu tivesse medo de Jacob e o deixasse. Queria que ele tentasse me machucar.

A dor passou pelo rosto de Carlisle enquanto ele terminava de trabalhar no meu braço; eu tinha quebrado um osso da minha mão cujo nome eu não lembrar, era complicado demais, e rachado o pulso. Doeu como quando quebrei minha perna. A desculpa que demos a Charlie foi que eu tentei dar um soco em Edward, mas ele desviou e eu acabei socando a parede atrás dele. Charlie passou a odiar Edward ainda mais, e Jacob correu comigo para o hospital. Edward tinha uma expressão peculiar; tremia, como se estivesse se esforçando para manter a boca fechada. Ele ficou lá, parado, no gramado em frente a minha casa, até Jacob virar na esquina com a minha picape e me levar para Carlisle, no hospital.

— Eu acho que você fez a coisa certa — Carlisle disse, trazendo-me de volta ao presente.

— Mesmo?

— Sim. O que Edward fez foi incrivelmente estúpido e imprudente. Nunca teria dado certo. Mas eu acho que você bater nele foi pior do que qualquer outra coisa.

Ele levantou meu braço, como se o observasse.

— Você tem certeza disso, Bella?

Eu suspirei.

— Carlisle...

— Apenas pense nisso, Bella. — Ele pediu baixinho. — O maior foco da vida dele é te manter segura. Você machucar a si mesma enquanto tentava machucá-lo é a pior coisa do mundo para ele.

Eu respirei fundo, mordendo meu lábio inferior. Compreendendo-o. Eu já sabia disso — inconsciente, talvez, mas sabia. Apenas soava diferente vindo de Carlisle, sempre tão bondoso.

— Eu sei que você ama o Jacob, Bella, mas também sei que ama o meu filho. Alguma parte de você, tenho certeza, é completamente apaixonada por ele. Caso contrário, você não teria batido nele. E a parte incrivelmente egoísta de mim está te implorando para que você escolha Edward. Eu sei como ele se sente, e ele está determinado a te provar isso. Não é como na primeira vez em que vocês se viram, Bella. Ele te quer ainda mais, e não é por causa da competição ou pelo seu cheiro. É por que ele te conhece, e por mais constrangedor que isso possa parecer vindo do pai do seu ex-namorado vampiro, ele te conhece de maneira que ninguém jamais conhecerá. — Eu corei, mordendo mais uma vez meu lábio, mas ele continuou. — Ele tinha você, e então te perdeu. Ele conhece os dois lados da cerca, Bella, mas prefere estar no lado em que você está. Eu acho que o que eu estou tentando lhe dizer é, que por mais egoísta que isso possa ser, eu preferiria que você escolhesse o meu filho. O estado dele é de partir o coração, Bella.

Eu assenti. Foi difícil encontrar palavras para lhe responder. Eu não conseguia pensar em nenhuma. Fiquei grata quando Jacob apareceu no quarto do hospital, batendo na porta. Ele enrijeceu quando viu Carlisle, mas ainda sorria.

— Obrigada, doutor — disse muito educadamente.

— Só estou fazendo o meu trabalho — Carlisle sorriu, brilhante. Ele saiu da sala, mas não antes de olhar para mim mais uma vez. Ele sorriu e suspirou baixinho, depois se virou e foi embora.

Jacob veio à cama, sentando na beirada e beijando o topo da minha cabeça.

— Pronta para ir para casa, Bells? Charlie está na sala de espera — Jacob estendeu sua mão para mim e eu a aceitei, feliz. Eu estava tão cansada. Queria apenas um banho quente e uma boa — e longa — noite de sono.

Eram oito horas quando chegamos em casa, mas quando eu terminei meu banho já eram nove. Eu vesti um pijama e fui para meu quarto, me cobri com um edredom muito macio e escorreguei para a inconsciência.

 

Uma linda garotinha, de pele ruiva, estava ao meu lado, segurando a minha mão. Ela tinha longos cabelos negros e olhos de ônix. Não podia ter mais do que quatro ou cinco anos. Eu virei meu rosto para baixo, para olhar para ela. A garotinha estava puxando minha mão.

“O que foi?” Eu perguntei a ela.

“Você o ama.”

“Quem?” Eu perguntei em resposta. Ela apontou para o topo de uma colina muito verde, sorrindo. Não havia ninguém lá.

“Eu não consigo ver...” Disse a ela.

“Mas conseguirá”, sorriu, e depois, saltitante, sumiu por entre as árvores da floresta. Eu estava no alto de uma outra colina, tentando ver o quem estava no lugar em que ela apontara...

 

Eu acordei num salto. Eram sete e trinta e nove, um minuto antes do meu alarme disparar. Estendi a mão para desligá-lo, em seguida, rolei para fora da cama e fui me vestir. Hoje era um dia ensolarado — também mal pude acreditar. Coloquei uma camiseta que Phill havia me dado de presente uma vez, do seu time de baseball, com uma jeans escura. Eu estava em êxtase; um dia ensolarado era um dia sem Edward. Um dia sem constrangimentos, timidez e, o melhor de tudo, um dia sem ninguém para me interromper enquanto eu corria para a lanchonete.

Eu estava morrendo de fome, e como tinha dormido mais cedo ontem à noite, acordei mais cedo, dispensando apertos no botão “soneca” e ganhando meia hora a mais na minha rotina matinal. Resolvi fazer alguma coisa diferente no cabelo e usar pela primeira vez a maquiagem que Renée me dera no natal.

Usei um mousse para fazer ondas longas no meu cabelo, depois passei um pouco de rímel e um batom cor de boca. Olhei para o relógio. Ainda tinha mais quinze minutos extras. Decidi, ao invés de fazer meu casual leite com cereais, fazer ovos com bacon. Estava com fome, afinal, o drama da noite passada tinha sido demais para mim, e eu estava absurdamente faminta.

Foi um pouco difícil cozinha com apenas uma mão, e eu só consegui quebrar dois ovos. Pensei que conseguiria quebrar ao menos meia dúzia. Eu joguei o bacon no micro-ondas e coloquei uma fatia de pão na torradeira. Quando tudo ficou pronto, engoli a comida em menos de cinco minutos.

Agora eu estava cheia. Peguei minha mochila e praticamente me lancei para dentro da picape de um vermelho desbotado. O céu era muito azul, sem quaisquer interferências de nuvens. Que pena que meu pulso estava quebrado — caso contrário, eu poderia caminhar na Primeira Praia com Jacob. Acho que seria melhor apenas sentar em um banco, na garagem, enquanto ele trabalhava em carros ou motos. Eu sorri. Pareceu uma ótima idéia para mim.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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