Her Slave escrita por nymphL


Capítulo 1
I - A tão cobiçada paz


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

CAHAM, Depois de... 3 anos quase, cá estou com a prometida continuação da minha oneshot Kesnhiro.

Três anos se passaram e NENHUMA fic Kenshiro brotou aqui no nyah. Se apareceu, mande-me o link que vou correr e ler agora! Como alguns de vocês pediram nos reviews e eu tava inspirada, pensei "why not?"

Dá pra ler essa fic sozinha, mas é melhor se você ler a oneshot Silence antes, ou você ficará perdido em alguns aspectos.

É uma shortfic, então só 7 capítulos, pessoal xD. Eu já tenho 4 escritos e estou finalizando o 5. E as atualizações serão semanalmente, todo sábado.

Espero que gostem! Boa leitura



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Ken-seeeeei!

O capitão saltou diante da voz estridente, seus sentidos em súbito alerta.

Olhou para todos os lados em busca da co-tenente mais brega da Soul Society e, para seu profundo alívio, notou que estava sozinho. Graças a Kami!

Tudo estava quieto, exatamente da mesma forma que estivera pelos trinta minutos passados quando adormecera em cima dos relatórios inacabados.

Detestava-a com tamanho fervor que até em seus pesadelos a marmota aparecia. Tsc, tsc.

Limpando a saliva do canto da boca, reparou que o silêncio reinava absoluto.

Ah, o silêncio...

Kensei fechou os olhos em puro deleite. Nada, nunca, poderia se comparar à felicidade que sentia sempre que Mashiro se encontrava longe — fosse da Nona Divisão, ou até mesmo da Soul Society.

Duas semanas haviam se passado desde o fatídico beijo ou, como ele preferia definir, o dia em que aprendera a calá-la.

Se fosse um homem inclinado a sorrisos, certamente estaria sorrindo agora. Nunca experimentara tanta paz desde tal aprendizado.

Mas o silêncio só significava algo se Mashiro estivesse por perto — absolutamente longe de missões.

Terminou de assinar o último relatório que Hisagi havia depositado em sua mesa e olhou para a janela, contemplando a tarde de verão. O sol estava longe de se pôr e ele se pegou imaginando se talvez não fosse melhor aproveitar a ausência de seus dois tenentes para visitar o Rukongai.

Na última semana, uma onda massiva de hollows invadira a Soul Society. Desde a derrota de Aizen, tudo andava muito calmo, calmo ao extremo, e durante a sua vida, Kensei aprendera a reconhecer a calma e o silêncio extremo como alerta máximo de perigo. Era como deixar Mashiro sozinha e notar que surpreendentemente ela se mantinha calada. Se tal postura não fosse decorrente de seus beijos apaixonados, certamente não significava algo bom.

Nunca poderia ser algo bom.

O mero pensamento relacionado aos lábios da co-tenente mais brega da história era suficiente para instigar sentimentos contraditórios em si.

Como a odiava!

E como amava a forma como ela deixava se levar pelas carícias e o correspondia com sôfrega paixão. Adorava ouvir os deliciosos suspiros que escapavam de seus lábios inchados sempre que a acariciava de forma mais ávida. Aqueles eram, provavelmente, os únicos momentos em que Kensei apreciava ouvir tantos sons saírem de sua boca.

Entretanto, por mais que houvesse se perdido nela em mais de uma ocasião, nunca se deixara ir mais longe. Mesmo que soubesse que isso castigava a ambos.

Mesmo que tivesse que ouvi-la exclamar de forma manhosa Kensei é tãããão malvado! e passar o resto do dia a ouvir indiretas sobre sua maldade — o que só lhe impulsionava a beijá-la tanto que a deixaria sem falar pelos próximos quinze dias.

Claro, ele sabia que poderia cortar a língua dela a qualquer momento, mas sentia que, de alguma forma, sentiria falta de arrancar sua respiração em beijos avassaladores.

E Kensei estava ciente de que passar de beijos significaria mais do que ele estava disposto a reconhecer. Tornaria seu método para calá-la em algo mais intrincado que sua mente plana e simplória estava pronta para entender.

Infernos! O que começara como um susto se tornara muito complexo.

Admitir que Mashiro mexesse tanto com seus hormônios — nunca ousaria pensar em sentimentos — era perigoso. Daria a ela um poder sobre ele que beirava a blasfêmia. Ninguém deveria ter tamanho poder sobre outrem.

Sacudiu a cabeça, concentrando-se na questão em mãos.

Agora, hollows invadiam o Rukongai a torto e a direito, atacavam as pobres e indefesas almas. Ainda que não fossem incomuns na Soul Society em geral, os ataques nunca aconteciam daquela maneira.

Quando o Comandante Geral anunciara os acontecimentos na Reunião de Capitães, Kensei se mantivera em silêncio. Com todos os problemas que já tinha na Nona Divisão não se atreveria a pegar mais um caso. Entretanto, tão logo foi anunciada a área em que tais ataques ocorreram não pode deixar de olhar para o Comandante Geral com mais atenção. Shinji e Rose também pareciam subitamente atentos e sérios — e seriedade estava longe de ser a melhor qualidade de Shinji.

Antes que qualquer um pudesse se prontificar, ou ser escolhido para tal verificação, Kensei se dispôs a cuidar do assunto.

Naquele momento, sua única intenção era dar a missão à papagaia louca e se livrar dela por uns dias.

De primeira, acreditou que os ataques parariam, mas percebeu que à medida que Mashiro os eliminava, mais apareciam. Sendo a marmota que era, sua co-tenente não era capaz de identificar a razão.

Suspirou cansado. Talvez estivesse sendo duro com Mashiro, uma vez que nem Hisagi conseguira.

Um sorriso irritado se delineou em seus lábios. Por que diabos estava com dó de Mashiro? Havia enlouquecido por acaso?

Teria se esmurrado se a vontade de enforcar a papagaia brega não fosse maior.

Por causa dela e de sua burrice infinita, agora tinha que resolver um problema que qualquer oficial de baixo nível deveria ser capaz de tomar conta. Mas que fora demais para seus dois tenentes.

Ainda se perguntava por que escolhera Mashiro para ser sua tenente há mais de 150 anos. Devia estar muito louco mesmo.

Nem trinta mil beijos, doces com raspas de limão e silêncio infinito seriam capazes de pagar pelos anos horríveis ao lado dela.

Caminhou até sua janela e observou os membros de sua divisão andarem de um lado para o outro atarefados. Os olhos retornaram para a mesa na qual Tachikaze descansava.

Estava na hora de resolver assuntos pendentes.

###

Seus olhos castanhos percorriam cada uma das mulheres na sede da Associação Feminina de Shinigamis com espanto.

“Como assim Kensei-sama nunca foi Capa da Revista???”

A ideia lhe parecia um tanto quanto absurda. Louca até!

Com o dedo indicador tocando o lábio inferior, ela se perguntou por que apenas agora o cogitavam para capa e matéria especial.

“Hellooooo! Você vai ou não vai tirar as fotos?” Matsumoto estalou os dedos na cara da vice-capitã da Nona Divisão.

“Eu?” Mashiro apontou o polegar em sua direção e sacudiu os braços num gesto de desespero. Como assim tirar fotos do Kensei-sama?

Hinamori suspirou. Por mais que Mashiro fosse bem intencionada e uma lutadora entusiasmada, nunca se poderia dizer que era muito esperta ou lógica.

“Esse mês é o aniversário do Taichou.”

“Eu sei, bobinha! É dia 30!”

E então franziu o cenho. Faltavam menos de dez dias para o aniversário dele e ela ainda não escolhera o presente. Nos anos anteriores optara por coisas simples, mas já estava ficando sem ideias. Dar um novo par de luvas, pela décima quinta vez, seria recebido com escárnio por parte dele — aconteceu da última vez — o que sempre os levava a uma briga sem sentido.

Agora, talvez, a briga terminasse de forma mais prazerosa.

Corou ao pensar nos beijos trocados por ambos nas últimas ocasiões. Mordeu o lábio inferior, talvez dar uma luva não fosse tão má ideia...

Mas ter que ouvi-lo falar tantas coisas horríveis... Discutir com ele até que Shinji ou Love o segurassem... Ou até que Hachi pudesse acalmá-lo...

Kuna Mashiro era menos estúpida do que a maioria das pessoas acreditava. Ao longo dos anos e depois de tamanho horror vivenciado na Soul Society e no Mundo Real antes e depois de sua hollowficação, agir como burra, marmota, era quase uma proteção à qual se acostumara. De vez em quando, se perguntava se não havia ficado mais burra do que naturalmente era.

Irritava Kensei porque gostava das reações que nele causava. Às vezes se questionava se ele não agia como um tsundere apenas para manter a pose. Depois de 150 anos, não era possível que não houvesse se acostumado.

Kensei idiota!

Sim, ele era. Talvez por isso ainda se incomodasse com suas provocações — das quais ela se aproveitara e aprimorara ao longo dos séculos. Real ou fingimento, suas interações nunca eram cansativas.

E com os beijos apaixonados no meio...

Kensei malvado!

“Kuna Fukutaichou!” Matsumoto quase grunhiu com o distanciamento da tenente a sua frente. Entretanto, ao reparar na face vermelha da colega, um sorriso malicioso tomou conta de seus lábios.

“Ninguém pediu fotos nuas, mas se você quiser tirar...”

A maliciosa insinuação não passou despercebida por Mashiro que corou ainda mais e se levantou num pulo da cadeira.

“Matsumoto pervertida!”

Antes que Matsumoto pudesse responder, Nanao a interrompeu, ajeitando os óculos com o dedo indicador.

“Silêncio vocês duas!”

Todas as integrantes presentes no encontro se calaram. A vice-capitã da Décima Divisão suspirou. Ainda arrancaria algo de Mashiro. Ela que a aguardasse!

“Precisamos bolar uma estratégia convincente para...”

“Já pediram a autorização dele?” A voz profunda de Rukia se fez ouvir na sala. Ela se mantivera calada até o momento, entendendo a posição em que estavam colocando Mashiro. Fizeram-lhe tal pedido uma vez e não foi nada agradável tentar tirar fotos escondidas de seu Nii-sama. Sentia que nunca fizera pior coisa na vida.

“Porque ele obviamente negou,” Soi Fong atalhou com uma expressão de que porra de pergunta é essa?

“Desculpe...”

“Caham,” Yachiru pigarreou atraindo a atenção de todas. “Vamos terminar isso logo ou não? Eu estou com fome!”

“Mas, Sachou...” Nanao iniciou, mas parou diante da expressão pensativa de Mashiro. Mordia um dedo levemente enquanto murmurava para si, ainda que num tom alto.

“Matsumoto-san é tãããão pervertida!”

“Eu, pervertida? Você que ficou vermelha feito um pimentão quando mencionamos o corpão do Taichou.”

“MAS O QUÊ?” gritou, não sabia se pelo choque ou possessividade. A verdade é que ninguém ousava se referir à Kensei-sama daquela forma. Apenas Lisa, mas Lisa não contava.

Uma explosão de comentários, suspiros cansados e uma escandalosa Yachiru reclamando da fome tomou conta da sala de reuniões da sede da Associação Feminina de Shinigamis — que dessa vez estava bem longe da mansão Kuchiki, Rukia pensava. Achava que aquela história de tirar fotos escondidas de um Capitão nunca poderia dar certo. Se seu irmão, que era controlado, explodira a piscina uma vez e as trancara na sala — estava ausente nessa reunião, graças a Kami —, o que poderiam esperar de alguém esquentado como o Capitão Muguruma? Mataria todas elas sem pensar duas vezes. Kuna Mashiro seria morta dez vezes, se possível fosse.

Nanao massageava as têmporas pressentindo uma leve dor de cabeça. Precisava de uma solução o quanto antes! Ou tiravam aquelas fotos ou a Associação encontraria seu fim antes do que deveria. Ai, como detestava Matsumoto Rangiku, se a loira não fosse tão treteira e barraqueira não estariam naquela situação.

Nas semanas anteriores, durante uma festa, a tenente da Décima Divisão apostara com o vice-capitão da Nona a respeito do aniversário e Kensei. A Equipe de Comunicação da Seireitei tinha a ideia de lançar uma edição em comemoração ao aniversário de Muguruma Kensei.

Quando o Capitão Tousen traíra a Soul Society, a Nona Divisão e a própria Equipe de Comunicação sofreram um duro golpe. As pessoas pararam de comprar a revista e as edições, que antes eram lançadas mensalmente, passaram a ser distribuídas por um valor muito inferior ao original e a cada trimestre. Não ajudava nada que os maiores contribuintes da Revista fossem os traidores da história. Se pudesse, admitiria em voz alta que sentia falta da coluna do Capitão Aizen, ele escrevia muito bem, afinal. A situação só melhorou quando o Capitão Muguruma retornou. Kensei era, afinal, muito respeitado por todos. 

Só que... A Associação Feminina de Shinigamis tivera a mesma ideia. Lançar uma edição especial da já popular Coleção de Fotos do Capitão. Se haviam esgotado todas as revistas sobre o Capitão Shunsui, quão sortudas não seriam se publicassem de verdade algo com o Capitão Muguruma? A edição já tinha até nome Tsundere Hottie. E elas não estavam realmente a fim de voltar atrás.

Precisavam das fotos para ontem e não conseguiram sequer chegar perto do Capitão. Muguruma havia recusado o pedido em mais de uma ocasião e, ao que parecia, nunca aceitaria. Pedir ajuda à sua co-tenente parecera sensato de cara, mas agora começava a se arrepender por ter sugerido em primeiro lugar. Talvez o mais sensato fosse desistir da ideia, mas Matsumoto complicara tudo quando, já totalmente bêbada, decidira apostar com o tenente Hisagi.

Nanao queria se estapear diante da audácia de sua amiga. Ou burrice. Porque ninguém poderia ser tão audacioso assim. De verdade.

Quando Hisagi viera até elas e confessara que desistiram da ideia de lançar uma Edição Especial sobre seu Capitão e sugerira que elas fizessem o mesmo, Matsumoto decidira apostar. E apostara para perder, porque todos sabiam que nunca poderiam ganhar. Mas a ousada tenente achava que sim... Ela tinha que achar que sim!

Dissera que teria as fotos do Capitão Muguruma a qualquer custo e que publicaria a maldita Edição e que ele poderia apostar o que quer que fosse que ela lhe daria caso perdesse. Hisagi era apaixonado por Matsumoto e nunca apostaria nada que a prejudicasse e ninguém na Equipe de Comunicação se envolveria sem a sua palavra, mas os seus rivais — ah, os eternos rivais da Associação Masculina de Shinigami — resolveram se meter. Kira nunca faria nada que pudesse chatear Hinamori, mas Iba não estava preso a nenhum rabo de saia e apostara dinheiro. Mas tanto, tanto, tanto dinheiro que as deixaria pobres para sempre e as faria perder até mesmo o local onde atualmente se encontravam semanalmente. A Associação Masculina de Shinigamis nunca tivera um espaço próprio, utilizando até mesmo a casa de Ichigo para suas reuniões.

Bêbada como estava, Matsumoto se esqueceu de perguntar o que ganhariam caso conseguissem as fotos. Quando se aposta dessa forma, o fracasso é quase eminente e agora... Agora não poderiam perder! Nunca! Não teriam recompensa, verdade, mas a perda lhes custaria muito mais do que qualquer vitória.

“Yah! Você! Onde acha que vai?”

Matsumoto gritou ao vê-la escapar sorrateiramente pela porta. Yachiru a segurava pelo shihakusho, impedindo-a de sair.

Mashiro ainda tentou se soltar, mas Soi Fong a derrubou com um golpe tão sorrateiro quanto sua tentativa de fuga. Nanao, na cabeceira da mesa, gritava para que parassem com aquela loucura toda. A verdade é que, como todas, estava bastante curiosa.

Sorriso malicioso nos lábios, Matsumoto andou até ela e demandou:

“Você vai explicar agora mesmo qual a sua relação com o Muguruma Taichou.”

Mashiro engoliu em seco. Estava lascada.

###

Seu coração batia descompassado quando destrancou a porta do quarto de Kensei para deixar a câmera lá.

No fim, fizera-se de louca e não lhes contara nada. Enfiara as mãos nos ouvidos e começara a cantarolar o mais alto que podia até que todas perdessem a paciência com sua postura infantil — nem Yachiru se comportaria daquela forma — e deixassem o assunto de lado.

Isso não significava, é claro, que nunca mais voltariam a questioná-la. Mashiro sabia bem disso e, pelo mesmo motivo, aceitara trazer a câmera, embora não prometesse fotos boas.

Apesar de viver anos no Mundo Real, não era a mais experiente com máquinas humanas, alegara. Mentira! Uma voz cantou em sua cabeça. Orihime lhe ensinara como mexer num smartphone como ninguém. Claro que elas não precisavam saber, mas...

Mordendo o dedo indicador, depositou a câmera num espaço escondido que lhe pareceu ideal. Ativou o dispositivo para o modo smile, mesmo sabendo que era inútil, Kensei não sorria. Era mais fácil fazer Nemu e o Capitão Kuchiki sorrirem do que arrancar tal gesto de Kensei.

Deu três pulinhos no meio do quarto e sacudiu os braços num gesto desesperado.

Ia ficar louca com aquilo! Por que aceitara? Por que, por quê?!

Antes que Kensei pudesse retornar e a encontrasse em seu quarto — onde diabos estava a essa hora? — decidiu sair e evitar maiores conflitos, também conhecido como ser pega com a boca na botija.

No entanto, antes que pudesse se mover, a porta do quarto foi aberta e uma voz masculina a pegou de surpresa.

“O que diabos você está fazendo aqui?”

###

Kensei se sentia um fracassado. Após passar boa parte da tarde e começo da noite também no Rukongai, não conseguira respostas concretas para o caso em mãos. Hollows apareciam. Hollows de todos os tipos. Simples, Menos Grande e Adjuchas. Nenhum deles exatamente muito forte. Todos facilmente derrotados... Vinham de todas as direções. Aos montes e depois em menor escala. Dois shinigamis de sua divisão os eliminavam, mas também não conseguiam entender o motivo.

Não parecia haver razão por trás de tal invasão.

Em comum, apenas suas posturas amedrontadas. Hollows... Com medo. Seria risível se não fosse preocupante.

Sabia que hollows eram capazes de sentir emoções, mas apenas os Vasto Lordes e Arrancars — era parte hollow também — e em nenhum momento a presença deles fora verificada.

Hollows comuns eram apenas capazes de vivenciar sentimentos negativos como a inveja, ganância e o medo. E o que Kensei vira ali fora terror. Terror absoluto.

Parecia-lhes que era melhor morrerem na Soul Society a continuarem no Hueco Mundo.

Mas até então... Nada de novo no fronte. Mashiro havia relatado isso, Hisagi também.

Ao que parecia a marmota brega era menos burra do que achara.

Agora retornava à sua divisão e se dirigia ao seu quarto.  Estava cansado, tomaria um banho e depois relaxaria. Precisava pensar e nunca conseguia pensar com clareza quando estava cansado.

No outro dia convocaria seus tenentes e com eles traçaria uma estratégia, pensava até em envolver o Capitão Kurotsuchi, mas achava que ainda era cedo. Melhor não... Quem sabe mais à frente. Por hora, tomaria conta do problema com a Nona Divisão. Precisar de ajuda externa no primeiro problema não faria bem a autoestima de seus oficiais.

No entanto, quando abriu a porta deu de cara com Mashiro.

“O que diabos você está fazendo aqui?” Sua pergunta saíra um tanto mais estúpida e grosseira do que pretendia, ainda que a dúvida fosse legítima.

“E-Eu...” Ela mordeu o dedo levemente e então aquela expressão de papagaia louca tomou conta de sua face. “Nah, Kensei bobo! Eu vim ver você!”

Ainda que a expressão do Capitão continuasse a mesma, não pode evitar que seu coração batesse mais rápido, adrenalina correndo rápido em suas veias.

No entanto, por mais que a desejasse — e como a desejava! — não estava com saco para Mashiro e a dor de cabeça que ela sempre provocava.

Fechou os olhos e apertou os punhos com força quando a viu sacudir os braços e fazer biquinho. Como após 150 anos ela ainda dominava a arte de irritá-lo com tamanha facilidade? Não sabia se estava bravo por ver aquele comportamento infantil  que tanto detestava ou se porque sentia a urgência de beijá-la até que o dia raiasse.

“Kensei malvado! Vai me ignorar de novo???”

Abriu os olhos amendoados, as pupilas levemente dilatadas, não sabia se pela raiva ou luxúria. Ou ainda um misto dos dois.

Qualquer que fosse o motivo, decidiu que não perderia tempo tentando entender e se aproximou.

Quando ela abriu a boca, pronta para reclamar naquele tom estridente que mais que odiava, ele a jogou sobre os ombros e ordenou:

“Cala a boca, Mashiro!”

A profundidade incomum em sua voz pareceu deixá-la em estado de alerta e calá-la. Kensei caminhou até a porta de seu quarto e a colocou para o lado de fora, batendo a porta com força em sua cara.

Dentro do cômodo, massageou as têmporas, ciente de que sentiria muita dor de cabeça no outro dia.

Outra coisa, ou a falta de, incomodava-o em demasia.            

Antes que Mashiro pudesse gritar ou abrir ou ainda bater na porta — ainda que as chances de tamanha educação da parte dela fossem paupérrimas — girou a maçaneta e puxou a marmota completamente surpresa pela cintura para si.

Seus olhos castanhos queimaram os dela por um momento antes que sua boca dominasse a dela de maneira ávida e exigente.

Mashiro ofegou, abrindo mais os lábios para que a carícia se aprofundasse, seus dedos enluvados curvando-se na abertura do Shihakushou de Kensei.

Em contrapartida, o Capitão apreciava, como nunca, o silêncio na companhia de sua co-tenente.

O silêncio que lhe fizera falta durante aquele dia todo e o anterior também.

Como o adorava.

Ah, o tão adorado e doce silêncio.


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Notas finais do capítulo

Well, é isso por hoje!

Espero que tenham curtido. É minha mais nova tentativa de espalhar o amor Kenshiro até porque esses dois já são canon pra mim ♥

Esqueci de colocar lá no topo: Agradecimentos especiais pra Michele, minha beta maravilhosa e pra Flávia, Roberta e Fernanda que leram antes e me deram feedback ♥ Amo vocês!

Críticas, sugestões, elogios são todos bem-vindos.
Até mais...

Velvetsins



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