Foi um beijo intenso cheio de paixão. Ambos se entregaram completamente àquele momento. Depois de alguns segundos o ar se fez necessário e os dois se separaram. Estavam ofegantes e confusos.

— Porque você fez isso? – León disse ainda ofegante e com o rosto colado ao de Violetta.

— Porque eu te amo e tenho certeza que você ainda me ama. – aproximou-se mais e selou seus lábios. Depois disso afastou-se e foi embora. – Eu não vou desistir de nós dois. – ela disse já distante dele.

...

Violetta’s POV

Acordei com o sol invadindo meu quarto. Levantei e fui até à janela, o dia estava lindo.

Um sorriso enorme se formou em meu rosto quando me lembrei do que aconteceu na noite anterior, ou melhor, na madrugada de hoje.

...

— Bom dia! – desci para tomar café.

— Nossa! Parece que a festa foi boa. – Angie notou que eu estava feliz e de muito bom humor.

— Foi ótima. – respondi. – Cadê a Julieta?

— Brincando no quarto dela. As crianças acordam cedo, ao contrario de certas pessoas que chegam de madrugada.

— Realmente hoje eu acordei muito tarde, mas eu dormi muito bem. Tive sonhos maravilhosos.

— Agora eu fiquei curiosa pra saber o que aconteceu nessa festa.

— Eu só estava precisando daquilo.

— Daquilo o que? – me olhou maliciosa.

— De tudo que aconteceu ontem e que eu não vou contar. – terminei meu café da manha e fui brincar com minha irmãzinha.

...

Passei o resto do dia aproveitando o tempo com minha família.

Hoje era aniversario do León. Eu queria poder ir atrás dele, mas sei que nós acabaríamos discutindo e eu definitivamente não queria estragar o dia de hoje. Preferi ficar em casa com minhas lembranças dos nossos momentos juntos.

...

Mais um dia estava começando, mas hoje não seria um dia comum. Hoje pode ser o começo de algo novo.

Levantei, tomei banho, tomei café e esperei Angie ir para o trabalho e levar Julieta para a escola.

Depois que elas saíram, chamei um taxi. Eu precisava ir a um lugar.

...

— Em que posso ajudar senhorita Castilho?

— Eu vim saber mais sobre o acidente que matou meu pai. Me disseram que o senhor que é o delegado que está cuidando do caso.

— Mas o que a senhorita deseja saber sobre a morte de German Castilho?

— Tudo. – o delegado pediu para eu me sentar e aguardar um instante. Ele saiu da sala e voltou com alguns papeis.

— Bem, o senhor German sofreu um acidente de carro há três anos. No local nós encontramos um corpo carbonizado que foi reconhecido pelo que sobrou das roupas. O laudo da pericia apontou que ele perdeu o controle do carro, fazendo-o capotar e incendiar-se. Isso é tudo o que sabemos. – o delegado fechou a pasta e voltou a encarar-me.

— Então foi mesmo um acidente? – fiquei frustrada por não ter conseguido nenhuma informação nova.

— Tudo indica que sim.

— Mas então porque ainda estão investigando?

— Ainda precisávamos de algumas respostas.

— E conseguiram?

— Tudo que eu podia dizer eu já disse.

...

Voltei pra casa. Ainda estava pensativa e não tinha me convencido de que tudo foi apenas um trágico acidente. Para mim essa história ainda não fazia sentido e eu queria descobrir a verdade, se houvesse uma.

A campainha tocou e eu fui atender.

— Lara? – me surpreendi ao vê-la.

— Posso entrar? – ela estava séria e nem um pouco simpática.

— Claro.

— Eu vim até aqui pra esclarecer tudo.

— Tudo o que? – senti um arrepio percorrer todo o meu corpo.

— Eu já sei tudo sobre você e o León.

— Mais uma vez eu vou perguntar: tudo o que?

— Vamos pular a parte em que você se faz de desentendida e de vitima. Eu sei que você e ele namoravam.

— E daí? Eu nunca quis esconder isso de ninguém.

— Você não me engana. Esse seu jeito de santinha não me convence nem um pouco. Eu sei que você é uma sonsa, uma vadia.

— Quem você pense que é pra entrar na minha casa e falar desse jeito comigo. – eu estava me controlando.

— Eu só vim te dar um recado. Fica longe do León. Ele é meu namorado e a gente se ama.

— Se tem tanta certeza disso porque veio até aqui? – eu a encarei.

— Vai embora. Volta pra onde você estava e de onde nunca devia ter saído. – ela me ameaçou.

— E se eu não quiser fazer isso? – continuei a desafiá-la.

— Se você tenta atrapalhar minha vida eu vou tornar a sua um inferno.

— A minha vida já se tornou um inferno. – andei até a porta e a abri – Agora sai da minha casa.

— Você não sabe do que eu sou capaz. – falou quando passou pela porta.

— Não sei mesmo – segurei no braço dela – mas eu não tenho medo de você. – eu soltei seu braço e ela foi embora.

Bati a porta com força assim que ela saiu.

— Quem essa garota pensa que é. – falei sozinha.

Eu não fiquei com medo dela. Mas fiquei com muita raiva.

Essa garota não podia entrar na minha casa e me ameaçar daquele jeito.

Respirei fundo e depois de alguns minutos consegui me acalmar e tomei uma decisão. Peguei meu laptop e comprei minha passagem de volta para Barcelona.

Consegui um voo para hoje. Fiz minha mala e chamei um taxi.

...

— Aonde você vai? – Olga perguntou quando me viu descer as escadas com minha mala.

— Barcelona. – respondi – Tenho que ir Olga o taxi já chegou. – dei um beijo em sua bochecha e não dei tempo para ela dizer qualquer coisa.

Entrei no taxi e cerca de uma hora depois embarquei com destino a Barcelona.