A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 59
Capítulo Cinquenta e Nove - Aquela Tortinha


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, eu sei!
Eu disse pra vocês que voltaria e postaria ontem, contudo o capítulo não estava finalizado e eu não sabia como terminar, mas aqui está, mesmo que atrasado.
Espero que gostem, contudo dessa vez não posso dizer pra se divertirem.



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                    Belinda se espreguiçou, enquanto caminhava para pegar o trem e ir de encontro a seu destino esperado e desconhecido. Sabia que antes do término daquele dia estaria na Mansão Malfoy e provavelmente nas mãos de Bellatrix Lestrange, contudo não fazia ideia se Voldemort estaria junto e se estivesse não tinha a menor noção do que iria acontecer. Lestrange suspirou e enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta de moletom cinza que usava, muito concentrada em fazer os pés se mexerem um após o outro e se obrigando a entrar no trem, era uma decisão difícil, contudo única, já que não havia outra alternativa para ela. Sem falar no cuidado de não chutar Rúnda, que andava cruzando por suas pernas.

                    Lestrange sentiu alguém a encarar e olhou para o lado direito, Draco estava olhando fixamente para ela, somente alguns passos de distância. Ele parecia preocupado.

            Draco se surpreendeu por Belinda manter o olhar e assentir de leve, como se o informando de que não sairia correndo, embora sua a vontade fosse essa. Malfoy pensou em tentar uma aproximação naquele momento, contudo se conteve, poderia botar todo o trabalho dos últimos dias a perder e isso era inadmissível.

—Acho que tá na hora de vocês conversarem. –Douglas falou, fazendo Draco bufar e desviar o olhar para o loiro.

—Vai por mim, ainda não é hora.

—Por que? –Daniel quis saber.

—Vocês tem certeza que conhecem a Belinda? –Draco debochou, ganhando dois socos. –Filhos da puta! –Ele xingou, massageando o ombro esquerdo, onde ambos os socos pegaram, o de Tayner na lateral e o de Daniel atrás.

                      Belinda desviou o olhar do trio, encarou o grande trem que a levaria para seu inferno pessoal e suspirou. Todos estavam excitados pela volta pra casa, contudo ela gostaria somente de fazer o tempo parar e andar aleatoriamente pelo mundo.

—É verdade! –Belinda despertou dos devaneios ao ouvir Gina, se aproximando ao lado de Dino.

                      Bell arqueou a sobrancelha e encarou a ruiva conversando animadamente com Dino. Bell sorriu, sabia que eles estavam juntos a algum tempo.

—Bell. –Dino sorria animadamente ao cumprimenta-la, se juntando ao enorme grupo que Lestrange nem notara que a cercava.

—Oi. –Ela deu um pequeno sorriso de canto.

—Senta com a gente?

                        Belinda sorriu e negou.

—Não estou apta para aturar casais, sinto muito. –Ela disse tranquilamente, embora todos soubessem que ela estava a flor da pele.

—Para de palhaçada. –Gina a cortou.

—Não é palhaçada, sério. –Bell comentou.

—Belinda.

—Gina.

                        A ruiva rolou os olhos, fazendo o grupo dar sorrisinhos.

—Tudo bem. –Gina se deixou vencer. –Sei que nesse momento não posso te convencer de nada.

                        Belinda sorriu um pouco, mesmo que não sentisse nada.

—É bom saber que estamos de acordo.

—Não é exatamente isso. –Harry falou baixo, contudo alto o suficiente para se fazer ouvir.

—Quieto, Potter. –Belinda mandou e o grupo riu.

—Mas antes de eu te deixar em paz, preciso saber de uma coisa. –A ruiva decretou, pegando Rúnda do chão, que começava a se enroscar nas pernas dela.

                       Bell sempre gostou da proximidade que Gina tinha com seu mascote, que se aninhou nos braços da ruiva.

                A expressão de Gina estava curiosa e com uma leve animação, o que despertava a curiosidade de Belinda.

—E o que seria?

                        Belinda estava quase seca, embora tentasse colocar ânimo na voz.

—Você perdoou o Malfoy?

                        A pergunta a pegou de guarda baixa, o que a fez arquear a sobrancelha e fazer bico.

—Por que acha isso?

—Fiquei sabendo que você deu uma tortinha pra ele. –Gina foi clara. –Isso deve significar algo, não é?

                     Lestrange ponderou. Obviamente sabia significar algo, contudo não era perdão, não, não isso, não sabia se já conseguiria dar um passo tão grande assim, não após tudo o que passaram e toda a mágoa que foi causada.

—Não, eu agradeci a ele pelo presente. –Belinda afirmou. –Sou grata a ele pelo significado do que ele fez, que é bem maior do que vocês podem imaginar. –Bell deu um curto sorriso. –Sou grata por ele ter feito com que eu me permitisse passar um bom dia, mesmo sendo um dos dias que eu menos gosto. –Belinda decidiu ser o mais verdadeira possível. –Sou grata pela doce, mesmo que longínqua lembrança, de um dia calmo e que o verão queimava a pele em uma cidade qualquer, com risos e crianças correndo. –Deu de ombros e encarou a amiga. –Sou grata a Draco por guardar a memória mais doce da minha vida, mesmo que em um dos piores dias e momentos. –A expressão de Gina refletia o choque do restante do grupo, embora Bell ignorasse isso, estava decidida a dar a verdade aos amigos, não sabia quando poderia ser tão honesta assim outra vez. –A tortinha significou minha gratidão e ele sabe disso. –Deu de ombros outra vez, parecendo distante. –Sabe, posso estar magoada com Draco, isso todos sabem, mas ninguém mais é capaz de me oferecer as lembranças que ele pode, isso é triste, não é? É até idiota, na realidade, mas sei que ele é a única família que me resta, por isso creio que um dia, não sei quando, mas em algum momento o perdoarei, entretanto agora o máximo que eu posso ter com o Malfoy é gratidão e um bote salva-vidas no momento que a insanidade estiver me sugando para um lago frio e escuro, porque sei que ele vai me ajudar, é até pretensioso, egocêntrico e egoísta dizer isso... –Ela olhou Draco, que subia na plataforma naquele instante, os olhares se cruzaram. –Sei que quando eu estiver a ponto de desistir, é aquele imbecil que vai me tirar da merda, Weasley. –Bell voltou os olhos pra ela e deu um curto sorriso. –É isso que aquela tortinha significou.

—Belinda, eu... –Hermione começou.

—Está tudo bem. –Bell deu seu típico sorriso de canto, que não permitia nenhum sentimento se expor. –Bem, antes de deixarmos o trem nos falamos. –Um coro iria dar início. –Eu quero um tempo sozinha. Na verdade eu preciso disso.

—A gente vai te esperar. –Dino prometeu e Bell sentiu que a promessa ia além daquele dia, o que a fez sorrir.

—Obrigada, meu querido parceiro de soneca. –Ela lhe deu uma piscadela e ele sorriu.

                     Belinda passou pelo mar de gente nos corredores do trem, todos em busca de alguma cabine para se sentar com os amigos, enquanto Lestrange só seguia para o fundo do trem, em busca do silêncio e solidão. Como esperado não havia ninguém para aqueles lados, o que lhe deu uma cabine solitária e silenciosa, na qual se jogou em um dos bancos e fechou os olhos, sem ter que se preocupar com Rúnda, que estava com Ginny.

               Lestrange fechou os olhos e respirou fundo, não dormira nada na noite anterior, sua mente lhe antecipava o que estava por vir e lhe pregava peças sempre que o sono se aproximava. Era uma sensação opressora e desgastante, dificultando, em determinados momentos, até a respiração.

                 Belinda respirou fundo e sentiu o colar de Cedrico pesar em seu peito, a fazendo segura-lo com a mão esquerda e visualizar o rosto do amigo, primeiro as bochechas coradas pelo frio e o sorriso caloroso, em seguida o rosto pálido e sem vida. Foi quando a porta se abriu, quase imperceptível, mas que a assustou ao ponto de sentar no banco e encarar o loiro parado a sua frente, com a expressão preocupada.

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?

Quem vocês acham que é a pessoa que está sendo louca o suficiente de invadir o espaço da Lestrange?

Deixem seus comentários.

Beijos e até o próximo capítulo.

Novamente desculpem pelo atraso.



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