A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 54
Capítulo Cinquenta e Quatro - Draco Malfoy




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                Draco chamou Taylor na Ala Hospitalar na mesma noite, algum tempo depois que seu pai se foi. Não adiantaria ficar ali e ele não ficaria, tentaria outro modo, um que o deixasse em mais evidência do que ficar trancado em um quarto, quem sabe daquele modo Belinda o notasse e se importasse. Malfoy ouviu os passos baixos no solo e abriu os olhos, encarando o moreno.

—Soube que sentiu minha falta, Malfoy. –Taylor brincou, estava com as mãos nos bolsos e um leve sorriso.

—Você sabe o que quero. –Foi direto, sentando na cama.

—Parece tão irritado. –Parker zombou, mas enfiou a mão no bolso e parou ao lado da cama, estendendo algo que parecia um caramelo.

—Jura? –Resmungou, rasgando a embalagem e ingerindo o doce, que assim que mastigou sentiu o liquido viscoso em sua boca, era agridoce.

—Ela saiu bem abalada daqui. –Taylor informou, fazendo Draco o encarar curiosamente. –Eu estava vindo aqui mais cedo, estava decidido a entregar o antidoto, já que não parecia fazer sentido você continuar aqui e ela não vir.

—Não me diga. –Parker rolou os olhos para o deboche do outro.

—Mas a vi saindo daqui, ela parecia preocupada e um tanto... Perdida?! –Ele pareceu pensar.

—É, eu vi isso também. –Malfoy admitiu, engolindo o resto do pseudo doce. –Ela não veio por minha causa, meu pai mandou chamá-la. –Suspirou. –Mas ela parecia fora do ar enquanto estava aqui.

               Draco fechou os olhos e Ty notou o quão abalado o rapaz estava, não só porque estava sendo tão transparente na sua frente, mas assim como todos viam o quanto Belinda estava abalada, era notório o mesmo em Draco.

—Belinda tá além do meu alcance, Draco. –Taylor esclareceu. –Ela terminou comigo... Se é que podemos dizer que nós tínhamos algo pra ser terminado.

—Acho que ela acabou terminando com todos nós.

               A piada fez Taylor dar um sorriso de canto.

—Mas o que me preocupa é...

—O que ela é capaz de fazer? –Draco abriu os olhos tempestuosos, vendo a expressão apreensiva do outro. –Se ela seria louca ou está desesperada e perdida o suficiente para pular de cabeça da Torre de Astronomia? –Ele estava sério.

               Taylor foi pego de surpresa.

—Você notou?

—Devo dizer que raramente não noto as coisas na Belinda.

              Havia algo sombrio em Draco. Taylor o viu sair da cama e se espreguiçar, alongando os músculos e fazendo os ossos resmungarem.

—O que faremos? –Taylor quis saber.

—Ainda não sei. –Ele foi firme. –Mas ficar aqui não tá ajudando, pelo contrário. –Suspirou. –Agora não é o que faremos, é o que eu farei. E eu vou começar a agir da minha forma.

—E isso seria bom? –Taylor realmente pareceu intrigado.

—A gente vai descobrir.  –Draco comentou com um leve sorriso.

—Senhor Malfoy? –Madame Pomfrey surgiu em frente ao seu leito. –Você não deveria estar de pé!

            Draco fez careta, realmente precisava voltar a agir de seu modo, sem focar só no fato de Belinda estar mal e enquanto essa preocupação continuasse a rondar sua mente, ele não iria conseguir focar em nada e isso dificultaria sua visão para as demais coisas. Estava na hora de Draco Malfoy voltar a ser Draco Malfoy.

—Não tenho porque continuar nesse lugarzinho. –Disse secamente. –Estou bem.

—Você passou mal mais cedo...

—Eu sei. –Cortou. –Mas agora estou bem. Ficarei doente de verdade se continuar nessa cama horrivelmente desconfortável e tomando essa água que vocês chamam de sopa.

              Madame Pomfrey ficou vermelha de raiva diante o deboche e cara de desprezo do rapaz.

—Não acho que seja sábio você sair agora.

—Não acho que continuarei por aqui. –Ele contestou. –Podemos chamar meu pai novamente e ele decide o que é melhor.

             Madame Pomfrey sabia que Lucius Malfoy faria tudo o que o mimado de seu filho pedisse, por tanto não havia motivos para mais dor de cabeça.

—Se é o que quer, mas depois não diga que não lhe avisei.

—Tanto faz.

           Madame Pomfrey saiu resmungando pelo corredor, enquanto Draco pegava suas vestes dentro da gaveta da cômoda ao lado de sua cama e Taylor ainda estava surpreso por como o rapaz agiu.

—Agora sei porque todos te odeiam. –Comentou e Draco deu um sorriso de escárnio.

—Não acho que seria diferente, mesmo que eu agisse de outro modo, Parker. –Ele informou. –Até porque eu sou um Malfoy.

             Taylor bufou e depois rolou os olhos, dando um curto sorriso.

—Você é irritante.

            Taylor o viu dar de ombros, entendia o que Draco estava fazendo, estava sendo ele mesmo para eliminar os obstáculos e chegar ao resultado que queria, estava cansado de estar preocupado e não chegar a lugar nenhum.

—Você vai ficar aqui pra ajudar a me vestir ou pra pagar um boguete pra mim? –Draco debochou. –Porque, honestamente, eu recuso os dois.

              Taylor riu.

—Vai se foder, Malfoy.

—Assim que eu sair daqui, parceiro.

—Vê se acha uma solução. –Taylor mandou, lhe dando as costas. –E qualquer coisa é só pedir ajuda.

—Tanto faz.

             Taylor riu e deixou a Ala Hospitalar. Talvez fosse esse Malfoy a reconquistar Belinda, esse era mais decido que o garoto assustado por perder a melhor amiga, esse não temia passar por cima de ninguém pra alcançar os objetivos. Era o que diziam "Sonserinos não morrem por um amigo, eles matam."

             Malfoy retirou o roupão horroroso e vestiu suas roupas da Sonserina, se sentindo bem mais confortável ali, mas ansiava por chegar ao seu quarto e tomar um banho, depois ir comer alguma coisa realmente boa, já estava enjoado de sopa.

            Draco sabia que deveria pensar cuidadosamente seus próximos passos e só reaparecer em frente a Belinda na manhã seguinte, contudo sabia também que deveria esperar a semana dos N.O.M.s passarem, ela deveria estar nervosa e ansiosa diante as provas, isso lhe daria tempo o suficiente para ponderar suas opções e estudar o humor de Belinda, essa era a melhor escolha a ser feita.

            Pensar, planejar cuidadosamente, observar e executar.

        Não meteria os pés pelas mãos outra vez, contudo voltaria para a Brigada Inquisitorial e avaliaria o que ocorreu em sua ausência e estava ocorrendo, talvez Umbridge deixasse algo escapar e assim ele achasse uma solução para, pelo menos, aliviar a raiva que Belinda estava sentindo. Sabia que não iria reconquistar a melhor amiga de uma hora para outra, Bell era cuidadosa e seletiva, ele precisaria de muito mais que uma informação chocante para fazê-la desculpa-lo pelos erros, mesmo que ele se negasse a admitir culpa pelo que ocorrera a Potter e seus amigos. Isso o fez recordar que ainda precisava achar uma forma de se vingar da burrice de Chang se deixar ser pega e de Pansy por segurar a garota e chamar os demais membros da Brigada.

          Malfoy se esgueirou para seu quarto, evitando que qualquer um o visse, logo que entrou no conforto e segurança de seu dormitório, removeu as vestes comuns e foi para o banheiro, precisava tirar o cheiro insuportável de hospital e se sentir ele mesmo outra vez. Necessitava também estudar a matéria que perdera nos dias na Ala Hospitalar, tinha que se manter no topo das médias dos N.O.M.s e mostrar sua capacidade em magia. Tinha que mostrar que por ser um Malfoy não aceitava perder, nem nas notas e nem as pouquíssimas pessoas com quem se importava. Iria mostrar que conseguiria tudo o que queria, inclusive o perdão de Belinda, independente de quanto tempo aquilo fosse lhe custar.

 


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Notas finais do capítulo

Que o Draco reconquiste logo a amizade da Bell, porque estou preocupada com essa garota, cada dia que passa ela parece estar pior, mesmo que finja o contrário.

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Beijos e até o próximo capítulo.



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