A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 51
Capítulo Cinquenta e Um - Aposta Necessária




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          Draco estava atravessando o jardim, para ir para as Estufas de Herbologia, quando Taylor apareceu do nada em sua frente, pulando de trás de uma árvore e pegando desprevenido.
—Mas que porra, Parker?!
—Precisamos conversar. —O moreno estava sério, falando antes que Draco tivesse a chance de se recuperar do susto de sua aparição repentina.
         A frase e preocupação de Taylor só fizeram Draco pensar no pior cenário possível, fazendo seu sangue gelar e sua mente entrar em parafusos.
—O que aconteceu com a Belinda?
—Nada ainda, mas... —Taylor coçou a nuca.
—Ainda?
—Eu estou preocupado com ela, contudo não foi pra isso que vim.
        Malfoy fez careta, já estava atrasado de qualquer modo e Herbologia, apesar de sua fácil compreensão do assunto, não era sua matéria mais querida.
—Tudo bem.
         Caminharam para a pequena estrada que levava a cabana de Hagrid, um lugar afastado o suficiente para Dolores não conseguir vê-los e ninguém lhes interromper àquela hora, sendo que todos estavam em aula.
—Eu acho que sei como fazer pra Belinda te desculpar.
        A frase despertou Draco dos próprios pensamentos distantes, o fazendo encarar Taylor, que estava sério e com os braços cruzados em frente ao peito.
        Taylor notou a confusão na expressão do loiro, Draco tentava assimilar o que foi dito, mas parecia com problemas em conseguir.
—Como? –Questionou por fim.
—Há poucos dias eu tive uma conversa bem estranha com a Bell, ela parecia... –Se conteve. –Sei lá, mais estranha que o normal. —Taylor não queria dizer a Draco como Belinda parecia realmente, porque isso provavelmente iria desesperá-lo e lhe deixar sem o foco necessário para concluir o plano e conseguir o perdão da menina. —A questão é que eu entrei em contato com a Gina e os gêmeos, porque precisávamos fazer algo, não dá mais pra só ver a Bell afastar todo mundo.
—E? —Draco ficou ansioso.
—Nós tivemos uma ideia, mas isso vai ser difícil pra você.
         Draco franziu o cenho, vendo os olhos verdes brilhando e contendo uma leve diversão, o que fez Malfoy ter certeza que ficaria com problemas.
—Difícil?
          Taylor assentiu e meteu a mão no bolso, retirando um envelope pequeno e estendendo para o loiro.
—Você sabe que até vou com a tua cara, né?
—Por que essa frase me preocupa tanto então? –Draco questionou, pegando o envelope e viu o moreno sorrir.
—Mas eu acho que você precisa se ferrar um pouco, pelo menos, pelo que aconteceu.
        Malfoy, as vezes, esquecia que os amigos de Belinda não eram pessoas fáceis e que deixavam de se ressentir facilmente.
—O que merda você tá aprontando, Parker?
        Taylor abriu um largo sorriso.
—Você vai ter que ficar bem doente, parceiro.
         Draco o encarou de sobrancelha arqueada.
—Como assim?
         Taylor deu de ombros.
—Nesse envelope tá tudo o que você precisa saber, todas as instruções e como tudo vai funcionar. Obviamente vai depender de você. —Ele garantiu. —A escolha de ir adiante é tua, mas acho que isso vai amolecer a Bell, pelo menos um pouco.
—Um pouco?
Não podemos garantir completa eficiência e resultados totalmente positivos. –Ty recitou. –Freddie pediu que eu desse esse recado.
—Merlin, que merda vai acontecer?
—A questão é que a Bell irá amolecer, isso é um passo importante.
        Draco assumia que o rapaz estava certo, mas temia o que estava por vir.
—Por que acha isso?
—Porque quando vocês não se falavam, antes, até onde fiquei sabendo, era o que te deixava mole também. –Ty disse. –Toda vez que Bell parava na enfermaria, você corria pra vê-la, mesmo dizendo não se importar.
        Draco ponderou e se viu obrigado a concordar, sempre que Belinda estava na Ala Hospitalar, ele largava tudo e ia vê-la, mesmo que usasse como desculpa sua mãe. Malfoy encarou o envelope e o girou na mão, aparentemente não havia nada demais, só um envelope fino na cor pastel, porém vindo dos gêmeos, ele esperava que lá de dentro até viesse um Unicórnio ou coisa pior.
—Seja o que isso aqui for, se eu forjar uma doença, não vão descobrir na enfermaria? –Ele encarou Taylor novamente, o vendo dar um largo sorriso.
—Eu pensei nisso também, mas não, não será descoberto. —Ele afirmou, sorrindo de canto. —A cura está com a Gina, caso você vá em frente. —Informou. —E para a enfermeira, você estará com uma doença desconhecida, algo que levará tempo para alguém descobrir, mas vamos curá-lo antes de precisar chegar a esse ponto.
—Eu preciso perguntar. —Draco parecia desconfiado. —Como eles conseguiram algo assim? E como sabem exatamente o que irá ocorrer comigo? Porquê da última vez que ajudei Belinda com um produto de teste deles, vi coisas muito estranhas acontecerem. –Draco lembrava das feridas no corpo de Pansy.
        Taylor riu, pois se fizera essa pergunta muitas vezes, desde que recebera o envelope.
—Segundo Gina, os gêmeos tem truques que até Merlin duvidaria.
         Draco quase sorriu com a piada, mas só conseguiu assentir.
—Eu vou ler isso e depois...
—Não precisa me falar. —Taylor garantiu. —Se você for parar na Ala Hospitalar, eu vou saber... E de qualquer modo, nosso tempo tá acabando, eu realmente estou achando que a Belinda pode tomar uma atitude drástica.... E se ela nos ver conversando pode acabar desconfiando de alguma coisa. Só se apressa.
        Draco não respondeu e Taylor se afastou, sabia que Malfoy iria correr o risco, principalmente com a vida de Belinda em jogo. Draco podia ser egoísta como fosse, mas Parker tinha certeza que ele não ficaria de braços cruzados se tratando da vida de Belinda.
        Malfoy sentou na grama e abriu o envelope. Onde continha um saquinho com uma pasta verde-amarelada e uma carta. A carta continha as informações de como o corpo iria se comportar quando Draco ingerisse a pasta e de como a doença iria progredir. Malfoy pensou que o único consolo que a carta trazia, era que a cura estava a alguns poucos metros dele e que, embora o corpo fosse passar por alterações visíveis e que o deixariam mal, ele ficaria bem no fim.
—Se isso não funcionar, eu vou matar alguém. —Ele resmungou, puxando a Varinha do bolso e queimando a carta, sentindo o peso do saquinho com a pasta em seu bolso.
        Draco caminhou para o Salão Comunal e sentou em frente a lareira, brincando com o saquinho em suas mãos, era uma aposta necessário, pois todos viam que Belinda mal falava com as pessoas ultimamente e mesmo na última conversa que tivera com Granger, ela lhe contou, ou melhor, jogou em sua cara, que achava que Belinda era capaz de desistir da própria vida e esse era um risco que ele não estava disposto a correr.
        Draco abriu o embrulho e ingeriu todo o conteúdo de uma vez, mas não sentiu nada, queimou o pacotinho vazio e aguardou. Cerca de 40 minutos se passaram e nada ocorreu, levando Draco a crer que os gêmeos haviam errado a dosagem e nada aconteceria.
—Te achei! –Blás falou.
         Draco ergueu os olhos para o amigo.
—Por que estava me procurando?
—Você sumiu e o Tayner queria saber de ti. –Deu de ombros.
—Diz que não pego homem. –Draco zombou, se colocando de pé.
—Assim você vai decepcionar meu loirinho. –Daniel brincou, descendo as escadas.
        Draco sorriu, por incrível que parecesse, após as duas primeiras semanas afastado de Belinda, Tayner e Daniel acabaram se aproximando bastante, para tentar descobrir um modo de ajuda-lo, contudo isso só os fez descobrir que não se odiavam realmente e que poderiam ser um bom grupo, se quisessem.
—Droga, tenho que tomar mais cuidado em quem dou fora, os amigos ficam de olho.
      Daniel riu.
—Não sei vocês, mas tô morrendo de fome. –Blás disse. –Então deixem pra discutir sobre o Tayner depois.
        Draco assentiu e se retiraram do Salão Comunal.
—E então, alguma ideia pra conseguir falar com a Bell? –Daniel quis saber.
         Malfoy enfiou as mãos nos bolsos.
—Nenhuma. –Não era exatamente mentira, já que a poção dos gêmeos não fez efeito.
         Draco sentou à mesa e Tayner o encarou.
—Ele já disse que não vai aceitar ficar contigo. –Daniel brincou.
          Douglas colocou a mão sobre o peito e se fez de ofendido.
—Você me usa e depois joga fora?
—Ele é desses. –Blás entrou na brincadeira.
          Malfoy sorriu de canto e deixou os olhos vagarem pela mesa da Grifinória, viu todos os amigos de Belinda, menos ela.
—Ela não tá ai. –Tayner informou.
         O almoço estava no meio quando Draco sentiu um calafrio subir por sua coluna e a cabeça girar.
—Draco? –A voz parecia distante.
         Malfoy fechou os olhos com força e sentiu mais calafrios, antes que tivesse alguma reação, a mente escureceu e tudo apagou.

 

         Gina viu a comoção na mesa da Sonserina e os professores se apressarem até lá, retirando Malfoy do Grande Salão em seguida. Ginny notou, naquele momento, que ele realmente aceitou os riscos da Poção.
—Aquele é o Malfoy? –Dino quis saber.
—Ele desmaiou. –Hermione pareceu chocada.
         Gina não questionara muito o que a Poção faria, mas se preocupou naquele momento, temendo que os irmãos matassem acidentalmente Malfoy.
—Preciso avisar a Belinda! –Ela se colocou de pé.
—Acha que ela vai querer saber? –Marcos arqueou a sobrancelha.
—A gente vai descobrir.
         Gina correu para fora do Salão Principal, naquela hora Belinda deveria estar na cozinha.
         Lestrange comia um pão recheado com creme de queijo e bebia um enorme cálice de suco de morango, enquanto o sonho da noite anterior lhe atormentava. Era estranho que estivesse sonhando, noite após noite, com Draco morrendo, normalmente se afogando no próprio sangue ou engolido por chamas.
—Que bom que você está aqui! –Gina se aproximou rapidamente, despertando Belinda de seus pensamentos.
—Quem morreu? –Bell quis saber, sem realmente achar que algo ruim havia ocorrido, já que Ginny vivia correndo pelos cantos do Castelo.
—Malfoy passou muito mal no Grande Salão e foi levado às pressas para a Ala Hospitalar.
        Belinda sentiu o corpo pesar e sua mente querer correr para ver o que acontecera, mas algo a manteve presa no lugar, sem se mover por algum tempo. Draco passara mal.
        Gina viu a expressão inalterada de Belinda, mas os olhos escuros pareciam confusos, ela ficou por um longo momento encarando o nada e por fim assentiu lentamente, como se o gesto lhe exigisse grande esforço, por fim se virou para Dobby.
—Dobby, pode me ver mais um suco?
         Gina se chocou com a reação de Belinda, quase como se não houvesse compreendido o que ela dissera.
—Bell, ouviu o que eu disse?
         Belinda encarou a ruiva, sem realmente ver algo.
—Obrigada por informar, Ginny. –Ela falou, extremamente distante. –Irei mandar uma carta pra casa, assim que acabar aqui. Acho que preciso contar a Narcisa, não é?
       Gina não soube exatamente o que acontecera, mas ficou tão surpresa que assentiu e decidiu se retirar, mas naquele momento Belinda estava perdida em si mesma, fazendo Ginny se preocupar com o momento em que o choque da notícia passasse, mas sabia que Lestrange não aceitaria companhias.


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Notas finais do capítulo

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