A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 40
Capítulo Quarenta - Zonko’s


Notas iniciais do capítulo

Se demorei, desculpe.
Divirtam-se!



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                Belinda se jogou no chão da Casa dos Gritos, a cabeça pesada e dolorida após a recordação que Dorian invadiu. O rapaz manteve o silêncio, somente analisando as terríveis imagens que capturara dela, mas admitia estar surpreso com Belinda, jamais imaginaria que em sua idade ela já passara por algo como aquilo, principalmente conseguir se manter firme diante de tudo.

                Bell virou a cabeça de lado, encarando Dorian, que olhava para o chão, os olhos lilases perdidos em algo que Lestrange não conseguia alcançar, mas reconhecia.

 -Você está se questionando como eu consegui superar? –A voz da menina chegou arrastada aos ouvidos de Dorian, que piscou algumas vezes, para desanuviar a mente, e a encarou, conseguindo focar seu rosto.

 -Como? –Ele ainda estava confuso com o que vira, o que a fez dar um pequeno e compreensivo sorrindo.

 -Você está se questionando como eu consegui superar? –Repetiu.

                Dorian fixou os olhos no rosto dela. O cabelo escuro grudava em sua testa devido ao suor, mas os olhos, aquele mar de escuridão pareciam firmes e decididos, embora o sorriso fosse compreensivo, o primeiro sorriso que trazia compressão direcionada a ele.

 -Estou. –Admitiu. –Mas além disso.

 -Além? –Ela fez careta, sentando de frente pra ele. –O que iria além?

                Dorian notou o cenho franzido.

 -É possível superar isso?

                Dorian, com muita surpresa, viu Belinda rir baixinho e passar a mão no pescoço.

 -Não, não dá. –Ela fez careta, olhou para baixo e sorriu novamente, antes de voltar os olhos negros pra ele. –Mas a gente segue a diante, não é mesmo? Porque nós não podemos simplesmente parar e esperar que as coisas se encaminhem sozinhas... Não, não quando você não tem escolha ou para onde fugir. –Ela ponderou. –A partir do momento que você sabe estar preso, ou você cria novas regras para o jogo ou se deixa levar, nunca gostei de me deixar levar.

                Dorian assentiu lentamente, ela tinha um ponto de vista interessante, algo que ele próprio demorou muito a encontrar, naquela idade, enquanto estava somente no 5º ano de Hogwarts, era somente um aluno encrenqueiro e que gostava de se divertir, embora excelente aluno, não tinha toda a maturidade que Belinda possuía. Contudo, naquela idade, ele não sofreu o que Belinda sofria.

                Dorian achara irônico que ela tivesse entrado em Hogwarts logo após sua saída. Se questionava se eles seriam amigos, se vivessem no Castelo no mesmo período, ele tinha que admitir que tinham muito em comum.

                O silêncio perdurou por um longo tempo, os dois jovens perdidos em suas próprias mentes e lembranças nebulosas, que não eram poucas para nenhum.

                Belinda estremeceu levemente quando o suor gelado escorreu por sua costa. A lembrança que Dorian vira era dolorosa, principalmente por Bellatrix estar presente, todas as recordações com participação de Bellatrix traziam uma dor tangível e Bell se irritava com isso, permitir que alguém visse aquela dor e desespero, mas por algum motivo, apesar do desgosto, não se preocupou com Dorian enxergando aquilo, porque após a lembrança ser trazida à tona, os dois pareciam se compreender um pouco mais, ligados por uma dor e ódio grande o suficiente causados por Bellatrix, porque Belinda, embora Dorian nunca houvesse explicado o significado de seu Bicho Papão, sabia que havia algo ligado a Bellatrix Lestrange.

 -Ao que parece ela só trás sofrimento. –Dorian comentou, atraindo atenção de Belinda.

                Belinda ponderou por um momento e assentiu.

 -Bellatrix não consegue causar nenhuma outra sensação ou sentimento além de dor e ódio, Dorian. –Ela afirmou. –E asco, sem dúvida.

                Dorian bufou e ela sorriu.

 -Você tem problemas mentais muito sérios.

                Lestrange sorriu e assentiu. Dorian e ela tinham mais em comum do que gostariam de admitir.

 -Você, Dorian, é muito parecido comigo. –Ela disse o encarando seriamente. –Embora não vá admitir tal coisa.

 -Você está ficando louca. –Ele falou isso com um leve sorriso e ela sorriu em retribuição.

 -Provavelmente cansaço.

                Dorian olhou para fora, por uma fresta, o dia já começava a clarear.

 -Acho que nos atrasamos, você deve voltar para Hogwarts.

                Bell assentiu, mas estava indisposta a voltar para o Castelo.

 -Não voltarei, ainda. –Ela respondeu, se deitando no chão novamente.

 -Que?

 -Sairei com alguns amigos mais tarde. –Ela anunciou, o pegando de surpresa por lhe contar algo particular com tanta tranquilidade. –Fiquei de me encontrar com eles na Dedos de Mel, então voltar a Hogwarts seria perda de tempo, sendo que estou tão perto.

 -Você vai acabar chamando atenção de seus colegas. –Ele advertiu e ela o encarou. –Estou falando sério. Seus colegas de dormitório vão desconfiar, você desaparece....

 -Chamaria atenção se eu voltasse até lá. –Ela cortou o rapaz. –Ninguém mais se surpreende com meus sumiços, mas todos acham que é por causa dos Lestrange, que eu fico mal pela ligação com eles e desapareço porque todos me olham estranho e cochicham quando passo. –Ela riu baixinho, mas sem humor, e o encarou. –Embora os odeie, a manchete de Vadiatrix serviu pra alguma coisa.

                Dorian balançou a cabeça negativamente e fixou os olhos lilases nela por um tempo relativamente longo.

 -Não vou nem falar o que está passando em minha mente. –Disse pegando a Varinha.

 -Acho que assim é melhor.

 -O que acha de um duelo, enquanto isso?

 -Duelo? –Ela arqueou a sobrancelha e Dorian assentiu.

 -Faz tempo que não duelamos, estamos trabalhando mais em Occlumency, acabamos deixando o resto de lado, então quero ver como você está.

 -Tudo bem.

 

 

                Belinda entrou correndo na Dedos de Mel, sabia que Malfoy, se ainda não tivesse desistido de espera-la, estava na parte de chocolates.

                Draco a encarou de sobrancelha arqueada assim que ela surgiu, as bochechas coradas por conta do esforço da corrida.

 -Atrasada. –Blás falou.

 -Desculpa. –Ela sorriu, enquanto respirava fundo.

 -Nós já estávamos indo embora. –Draco anunciou.

 -Eu mataria vocês.

                Após comprarem diversos doces, o trio decidiu caminhar um pouco, todos dispostos a ficarem longe do Castelo, principalmente Belinda, que estava se sentindo cada vez mais presa ao lugar e a máscara de tranquilidade que tinha de fingir em meio aos amigos.

 -O que vamos fazer? –Blás questionou.

 -Vamos no Zonko’s. –Bell informou, abrindo um sorriso perigoso.

 -Eu me recuso. –Draco anunciou.

 -Porra nenhuma, Black. Você vai lá sim.

                Blás riu.

 -Belinda nasceu pra comer e aprontar. –O moreno comentou, enquanto Draco bufou e enfiou as mãos nos bolsos.

 -Me digam se tem algo melhor que isso. –Ela pediu com tranquilidade.

 -Dormir. –Os dois anunciaram juntos.

 -Bem, tenho que concordar.

 -O que você quer ir fazer no Zonko’s, exatamente? –Draco a encarou.

 -Deixa de desconfiança, Malfoy. –Ela bufou.

 -Impossível, principalmente se estou indo contigo.

                Bell riu, mas acabaram por seguir para o local.

                A loja estava cheia, como de costume. Mas o que atraiu atenção de Belinda, poucos minutos após entrar, foi ver dois ruivos ao lado da prateleira de Xícaras Que Mordem Nariz, isso a fez rir um pouco.

 -Ah não, Belinda. –Draco parou onde estava. –Não confio em você sozinha, mas sempre é pior quando se junta com os gêmeos pobretões.

                Belinda rolou os olhos e encarou o amigo.

 -Deixa de ser covarde.

 -Não é covardia, é autopreservação. –Blás concluiu. –Até eu concordo com o Draco agora.

 -Dois cagões. –Ela disse, começando a ir até os gêmeos, mas vendo os outros pararem perto dos Soluços Doces.

                Bell os viu cochichando, muito concentrados enquanto analisavam as Xícaras, o que a fez pensar bem e decidir não chegar de surpresa.

 -Meus amores. –Ela se anunciou, os fazendo virar para encara-la.

 -Amor da minha vida! –Freddie a recebeu com um abraço.

 -Cada dia mais bonita. –George lhe deu uma piscadela, enquanto puxava uma madeixa de seu cabelo, a fazendo sorrir. –Íamos te chamar pra vir com a gente, mas ninguém sabia onde você estava.

 -Sai cedo. –Ela informou. –Havia marcado com o Blás e o Draco. –Deu de ombros, os dois ficaram em silêncio por um momento e depois assentiram. –Mas vocês queriam minha companhia por qual motivo?

 -Precisamos de ajuda pra explodir a Vaca Rosa. –George foi direto e Belinda sorriu abertamente.

 -Acho que temos muito a conversar, mas não aqui e nem agora, não concordam?

 -Depois que todos forem para os dormitório vamos nos encontrar no Salão Comunal, feito? –Freddie convidou.

 -Estarei lá. –Ela sorriu. –Mas agora preciso ir, se não Malfoy e Zabini vão sair correndo de mim.

 -Eles tem razão de ficar com medo. –George brincou e ela riu.

                Belinda se sentia tranquila e de humor sempre renovado quando estava com os gêmeos, havia algo na loucura deles que a divertia, apesar de todas as confusões que a mente dela estava. George e Freddie eram sempre companhias excepcionais para melhorar o humor.

 -Vamos? –Ela convidou Blás e Draco, que a encaravam desconfiados.

 -Não se preocupem, eu ainda não comprei nada.

                Draco saiu carregando duas sacolas da Zonko’s, contendo todos os tipos de pegadinhas as quais ele, após entregar pra Belinda, ficaria o mais afastado possível. Mas era bom, pra variar, ver que o humor dela estava bem, que ela parecia leve e divertida como ele não via a muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Curtiram?
Deixem seus comentários.
O que acham que acontecerá dessa nova "trégua" entre Belinda e Dorian? E o que vocês esperam que Bell e os Gêmeos aprontem?
Beijos e até o próximo capítulo.



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