A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 3
Capítulo Três - Festa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Esse é um capítulo mais leve e tranquilo.
Divirtam-se!



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             As "aulas" que tinha com Rabastan e Rodolphus não eram exatamente exemplares, cada ensinamento vinha acompanhado de uma marca diferente e um grau de cansaço físico novo. Belinda estava aprendendo que quando achava que não podia ficar mais cansada, eles tinham novos truques.
            Lestrange, embora sentisse medo, aprendeu o que eles realmente queriam. Estava melhor em Feitiços, suas defesas melhoravam a cada dia e seus ataques, embora ainda não atingissem Bellatrix, estavam mais fortes.
             Aprender com Rabastan e Rodolphus era uma mesclagem de medo e interesse, eles não ficavam um minuto se quer na teoria, tudo era feito na prática, usando manequins enfeitiçados ou mesmo um contra o outro, obviamente Belinda nunca conseguia acerta-los de verdade e quando seus Feitiços ultrapassavam suas defesas, já estava fraco demais para se quer arranha-los, era energizante e frustante.

               Belinda se enfiou dentro da banheira, o corpo todo estava terrivelmente dolorido, embora já sem as marcas que sofrera durante o treinamento com Bellatrix, que a atingira de todas as formas possíveis, sem falar da tempestade que caíra durante o dia inteiro de treino. Bell  perdera a noção do tempo enquanto estava ali, até mesmo cochilou dentro da banheira com água quente, até que ouviu Draco espancando a porta.
–Que foi? —Gritou ela, sem se mexer mais que o necessário.
–Nós vamos sair para jantar!
–Por que?
–Quando você sair do banheiro a gente conversa e não demora! —Belinda quase o imaginava rolando os olhos e se dirigindo até a cama.
              Belinda se secou e enrolou na toalha, voltando para o quarto e encarando o amigo, que estava jogado como de costume em sua cama, ao lado de uma caixa preta.
–Que merda é essa? —Indicou a caixa.
          Draco a olhou e rolou os olhos.
–Vamos jantar na casa do Ministro.
           Belinda gargalhou da forma mais irônica que conseguia.
–Tá brincando comigo, né? —Ergueu uma sobrancelha, encarando o amigo.
–Não. —Ele estava sério. —Algumas famílias foram chamadas para um jantar na casa do Ministro e papai disse que vamos. —Ele não parecia nada contente. —Mandaram você vestir isso. —Indicou a caixa.
            Belinda respirou fundo algumas vezes e depois abriu o pacote, retirando um bonito vestido azul-escuro dali e logo encarou os sapatos, praticamente horrorizada, o que divertiu o loiro de certa maneira.
–Por que sempre salto? —Draco deu um sorriso de canto, entretido, olhando  para os saltos que ela segurava com irritação.
–Talvez eu tenha sugerido pra mamãe que você é admiradora de sapatos de salto alto. —Deu de ombros, esperando ela digerir o que ele dissera.
–Malfoy, seu desgraçado! —Ele gargalhou, quando ela o encarou.
            Draco ria mais a cada novo xingamento e não sabia de onde Belinda tirara tantos, ele nem sabia que existiam tantas ofensas.
–Sabe que ela ficará muito ofendida se você não usar. —Disse quando a menina parou de xingar, porém parecia que era somente para tomar fôlego.
          Belinda o fuzilou e virou de costas, indo para o banheiro de novo, porém voltando a xingar Draco em voz alta e intensamente.
          O vestido ia até o meio de suas coxas, caia em leves e delicados folhos, um pequeno decote em V exibia seu colo alvo e destacava o cordão de Cedrico, o qual ela não tirara desde que ele colocou em seu pescoço, em uma homenagem ao amigo morto. Nunca usara um vestido tão curto, mas assumia que era lindo.
          Draco encarou a amiga, quando ela retornou ao quarto, e riu.
          Belinda, por conta dos saltos estava quase da sua altura e Draco era um dos mais altos de sua idade em seu Salão Comunal. O vestido azul-escuro parecia refletir em seus olhos, os deixando mais escuros, e no cabelo, fazendo com que ficasse levemente azulado em contraste com a luz. O cabelo fora jogado para o lado e deixava o rosto bem a mostra. Draco olhou para o colar de Diggory no pescoço da menina, mas ela usava também o que ele lhe dera de natal, a pequena esmeralda solitária pendendo pouco a baixo de sua clavícula, a usual pulseira com pequenos pingentes que ganhara dos amigos tilintava em seu pulso esquerdo, a faixa negra se destacava na pele pálida, assim como um anel de ouro branco em seu dedo médio direito.
–Eu devo me preocupar que você esteja perdendo sua essência ou é só uma fase? —Zombou e ela riu de verdade, fazia tempo que ela não ria daquele jeito.
–Não se preocupe, é só uma fase. —Brincou e eles riram.
           Não havia sinal de Rodolphus, Bellatrix, Mark e nem Rabastan quando chegaram a sala, o que deixou os jovens com um humor bem mais tranquilo.

           Belinda e Draco estavam no canto da grande sala da casa do Ministro da Magia, em uma pequena conversa e troca de xingamentos, já haviam cumprimentado a todos os conhecidos na festa  e a menina ameaçara que iria azarar o próximo idiota pra quem tivesse que forçar um sorriso ou cumprimento, foi o que levou Draco a puxa-la para o canto.
–Belinda?
            Belinda se virou ao som da conhecida voz e se surpreendeu, não esperava vê-lo ali. Ele estava extremamente elegante dentro do terno preto e com a gravata levemente frouxa, ele odiava usar gravata apertada, ela sabia.
–Taylor, não imaginava que você estaria aqui. —Ele abriu um grande sorriso e ela o abraçou.
–E eu menos ainda. —Riu e a encarou de cima a baixo quando se afastaram. —Você está linda.
–Você vai querer um lenço, cara? Parece que vai babar. —Draco implicou e Ty riu. —E não a iluda que ela pode acabar acreditando.
–Cala a boca, Malfoy. —Disse ela rindo levemente.
–E aí, Malfoy? —Cumprimentou Taylor.
–Beleza. —Draco sorriu de volta, o que surpreendeu Belinda, mas não deixou ninguém perceber. —Mas lembro que você ia azarar o próximo pra quem tivesse que sorrir, Bell.
–Cala a boca. —Repetiu.
–Por que você iria me azarar, Lestrange? —Belinda sentiu um leve incômodo pela nomenclatura, mas não transpareceu.
           Bell vinha ficando muito boa em esconder seus verdadeiros sentimentos nas últimas semanas. Mostrava o que queria que vissem, nada além disso, somente Draco sabia a verdade e ele só não se deixava enganar porque via pelo que ela estava passando.
–Disse que iria azarar o próximo idiota que viesse falar comigo. —Admitiu dando de ombros.
–Ah, eu sou idiota é? —Ele sorria.
           Belinda não havia notado, mas sentia falta de Ty e seus sorrisos sinceros e abertos.
–O pior deles. —Falou ela, sorrindo abertamente.
–Por que casais tem que ser tão melosos? —Draco encarava a cena com um olhar cômico, que fez Belinda o encarar e bufar.
–Não sei onde você está vendo casal por aqui, muito menos casal meloso.
–E vocês dois são o que? —Provocou.
–Belinda não me quer, cara. —Ty brincou e Draco riu.
            Belinda agradecia intimamente que eles, embora fosse a primeira vez que se falavam de verdade, o fizessem como se fosse algo comum.
–Ela só gosta de se fazer de difícil, nada demais. —O loiro zombou.
–Vai a merda, Malfoy. —Cortou ela.
–Iria contente se pudesse, nenhum lugar é mais irritante que do teu lado.
–Imbecil. —Mas ela ria, assim como ele.
–Idiota. —Revidou e Ty riu dos dois.
–Sua idiota favorita.
–Idiota favorita, é? Sei não, Black. —Disse o loiro. —Zabini acabou de chegar, vou falar com ele, já tô cansado de ti.
–Que absurdo. —Disse rindo. —Vou estar no jardim, qualquer coisa.
–Divirtam-se crianças. —Brincou Draco, colocando as mãos nos bolsos. —E não façam nada que eu não faria.
–Isso não é restrição pra nada, Malfoy. —Bufou ela.
–Realmente, a fama de Draco Malfoy é bem interessante e não muito exemplar. —Ty zombou e os outros dois riram.
–Calados. —Disse indo encontrar o amigo e ela riu.
–Vem, vamos caminhar um pouco, Parker.
            Belinda e Taylor saíram para o frio aconchegante da noite, a grama ainda estava úmida da chuva do final de tarde e algumas nuvens cinza encobriam o céu noturno.
–E então, o que faz aqui? —Ele perguntou e ela o encarou sorrindo.
–Fingindo que somos uma família perfeita. —Ty franziu o cenho e riu.
–Você e Draco realmente pareciam perfeitos irmãos lá no canto, prontos para puxarem as Varinhas e se matarem. —Ela riu.
–Quer algo mais perfeito que isso? —Fingiu surpresa.
–Idiota.
            Caminharam até o fim do jardim, onde havia uma grande árvore de raízes grossas, que formavam pequenos bancos naturais, onde sentaram lado a lado e conversaram bobagens por um tempo, até Belinda estremecer levemente.
–Frio? —Questionou, já começando a tirar o terno.
–Não vou congelar ainda. —Brincou e ele sorriu.
–Espero que não. —Disse colocando o terno por seus ombros e ela sorriu, tanto pela gentileza quanto proximidade.
–Obrigada, nobre cavalheiro. —Zombou e ele sorriu.
–Precisando. —A encarou por sob os cílios e ambos riram.
            Belinda queria beija-lo, mas algo a impedia de ir adiante, o que parecia estar acontecendo também com o rapaz.
–E então, como estão as férias? —Ele questionou, se distanciando um pouco e a encarando.
–Nada demais, porém consegui ficar de castigo e não poderei sair até o fim das férias. —Ty arregalou os olhos e soltou um leve assobio.
–Não sei o que você fez, mas parece ter irritado muito seus tutores. —Ela forçou um sorriso brincalhão.
–Você nem vai querer saber, mas tem haver com uma explosão, um jantar e Lucius Malfoy. —O menino gargalhou.
            Belinda não poderia contar a verdade, isso colocaria Taylor em provável perigo, assim como seus amigos, era melhor uma leve mentira e que não machucaria ninguém.
–Ele deve ter ficado furioso.
–Completamente. —Ela concordou rindo.
             Belinda sentia como se a gravidade a puxasse para perto do menino e ela tivesse que lutar contra isso, era cansativo, mas também estava feliz por estar conversando com ele, eram amigos e ele a compreendia.
–Bem, Mark continua indo direto na mansão, o que é bem irritante. —Respondeu a questão anterior, a conversa havia adotado um tom mais sério nos últimos minutos. —Mas já sei administrar melhor essas visitas, nem tenho mais tanto desejo de mata-lo. —Zombou e ele deu um sorriso de canto.
–Você não querer mata-lo é um avanço que eu não imaginei que aconteceria. —Ela riu e bateu de leve com o ombro contra ele.
–Não sou tão vingativa assim. —Ele a encarou e ergueu uma sobrancelha, o que a fez bufar. —Tá, talvez um pouquinho.
–Claro, pouquinho. —Disse rindo.
             Belinda notou que estavam extremamente próximos de novo e isso fez uma corrente elétrica passar por seus braços e sua boca desejar a dele, como ainda não havia acontecido desde que começaram a ficar. Bell sentiu o coração acelerar e o viu se aproximar um pouco mais ou talvez tenha sido ela mesma a diminuir a distância, não saberia dizer ao certo.
–Belinda. —Draco chamou e ela se ergueu em um salto, encarando o loiro, que deu um sorriso de canto.
–Oi... É... Que foi? —Draco notou um brilho desejoso nos olhos dela, assim como irritação e frustração, mas havia algo como confusão também.
–Papai mandou chamar, nós já vamos.
             Belinda respirou fundo, sacodiu a cabeça para tentar desanuvia-la e encarou Malfoy novamente.
–Claro, só me dá um minuto.
             Draco compreendeu que deveria espera-la, então somente se afastou alguns poucos metros.
            Belinda virou para Taylor novamente, que parecia frustrado e levemente entretido com a confusão da menina. Ela lhe sorriu um pouco.
–Nos vemos em Hogwarts. —Disse ela e ele sorriu, se colocando de pé e ficando mais alto que ela.
            Belinda gostava do fato de que mesmo usando salto alto, Taylor permanecia claramente mais alto que ela, o que a obrigava a erguer um pouco a cabeça para encara-lo.
–Claro. —Ele mantinha o sorriso. —Até lá, Bell. —Se aproximou para lhe dar um beijo no rosto.
            Belinda sabia que deveria ser no rosto, mas no último momento virou e o beijou, sentindo o rapaz sorrir e a puxar pela cintura, logo entrelaçando seu longo cabelo em uma das mãos, o que fez um gostoso calafrio percorrer sua coluna. Ty mordiscou levemente o lábio inferior da menina e ela sorriu.
–Hey casal, daqui a pouco papai aparece aqui! Temos que ir, Belinda! —Draco chamou e ela riu, o olhando por sob o ombros e voltando para Ty.
–Tenho que ir.
–Claro. —A voz de Ty estava com um leve rouco pelo desejo, o que a fez querer beija-lo mais.
            Ela sorriu e lhe deu um rápido beijo, se afastando com agilidade e uma graça quase selvagem, o que Taylor percebeu que ela ganhara naquele pouco tempo de férias. Belinda realmente parecia mudada, os olhos escuros estavam mais frios e sérios que o normal  e embora estivesse sorrindo bastante, nem sempre alcançava os olhos, na verdade, quase nunca.
           Taylor notou, depois de perder Belinda de vista, que ela ficara com seu terno, o que o fez rir. Seria divertido explicar para a família porque depois de um passeio nas propriedades do Ministro, voltara somente com a camisa branca social  e como havia perdido o terno. Ele sorriu com a hipótese e voltou para o salão, onde foi encarado com desgosto e severamente por Clara, ela não seria nada gentil, notou ele e suspirou.

            Belinda passara por um interrogatório, quando notaram que ela usava um terno por cima do vestido e que Draco ainda usava o dele. Ela somente sorria e rolava os olhos, ignorando completamente as perguntas feitas pelos mais velhos.
           Belinda se jogou na cama de Draco, ao seu lado, assim que conseguiram se livrar de Lucius e Narcisa na sala.
–Que bonitinho, está usando o terno no namorado nerd. —Provocou Draco e ela riu.
–Me deixa em paz.
          Draco riu, ela parecia levemente entretida dentro do terno, que nela ficava largo e comprido.
–Você devia adotar esse tipo de roupa, fica bem em você. —Zombou e ela riu.
–Infelizmente só posso adotar o estilo, não o cara que estava dentro dessa roupa. —Bufou. —Mas vamos mudar de assunto, a noite foi boa e não quero estragar agora.
–Como quiser. —Sorriu o rapaz.


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?
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Beijos e até o próximo capítulo.



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