A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 16
Capítulo Dezesseis - A Carta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Divirtam-se!



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           Draco ofegou e viu Belinda se virar com uma agilidade surreal para as quatro patas, os olhos negros pareciam banhados em fúria.
            Belinda encarou Draco, parecendo ver cada detalhe de seu rosto e ouvindo mais claramente que nunca.
—Quando você descobriu que era um Animago? —Draco exigiu. —Melhor! Por que merda não me contou?
           Belinda viu toda a exasperação do amigo e quis perguntar "O que diabos você tá falando, Malfoy?", mas a única coisa que saiu de sua boca foi um grunido animalesco e selvagem.
            Draco viu o Lobo diante dele se calar e a boca cheia de dentes afiados escancarar, ele imaginava que Belinda estivesse surpresa, mas na forma de Lobo o gesto parecia um tanto quanto ameaçador.
—Você não sabia ser um Animago, né? —Draco questionou, se aproximando. Ela balançou negativamente a cabeça. Draco riu, era engraçado de certo modo. —Já ouvi dizer, embora seja raro um Animago, que as vezes acontece quando o Bruxo tem uma emoção muito forte, que acaba perdendo o controle e descobre sua forma de Animago. —Draco sentou na grama, de frente pra ela. —Você sabe como voltar a forma humana?
           Draco viu os olhos lupinos arregalarem e os pelos se eriçarem.
—Eu li algo sobre Animagus uma vez. —Draco pareceu pensar. —Quando Lupin nos dava aulas de DCAT... Não vou explicar meus motivos. —Ele quase podia ver a menina erguer a sobrancelha, mas era difícil identificar esses pequenos gestos com ela naquela forma. —Deixa eu ver se lembro o que dizia das transformações. —Draco sentiu uma baforada quente em seu rosto e bufou em retorno. —Não seja irritante e um aviso, tá precisando escovar os dentes.
           Belinda gruniu e sentiu o som reverberar por seu corpo, o que fez Draco rir um pouco.
—Calma. —Disse ele e a viu sentar sobre as patas traseiras. A cena foi engraçada, o que o fez rir de novo e Belinda rosnar. —Você tá mais parecendo um cachorro que um Lobo.
           Belinda só não saltou sobre ele porque não tinha noção de sua força naquele corpo, nem sabia direito como estava e ficou com medo de ferir o amigo. Por tanto rolou os olhos e se deitou de forma mais confortável, apoiando a cabeça sobre as patas dianteiras.
—Lembrei. —Disse ele após um tempo. —Não em como um Animago volta a forma, mas de um Feitiço que pode trazer o Animago de volta a forma humana.
           Draco se ergueu e Belinda fez o mesmo, se colocando nas quatro patas. Malfoy puxou a Varinha e apontou pra ela, mas notou que ela estava sem roupas, então foi até a mochila da amiga e pegou seu casaco da Grifinória, jogando sobre as costas dela, que assentiu uma vez com a cabeça, em agradecimento.
          Draco tentou o Feitiço e somente fagulhas roxas saíram da ponta da Varinha, o que fez Belinda olhar com desconfiança e recuar um passo, mas na segunda vez sentiu algo atingi-la e começou a sentir frio em seguida.
—Puta que pariu! —Soltou ela, se colocando de pé, enquanto Draco virava de costas.
—De nada. —Disse ele.
          Belinda bufou e vestiu o casaco direito.
—Pode virar. —Falou, já tendo fechado bem em volta de seu corpo.
—É melhor a gente ir, já tá tarde e eu preciso fazer a ronda. —Disse ele. —Pansy só quer um pezinho pra te dar uma detenção. —Informou.
—O que diabos eu sou? —Ela o encarou, os olhos negros estavam brilhantes.
—Um Lobo imenso e de aparência extremamente selvagem. —Disse ele, juntando a mochila dela e entregando.
—Um Lobo? —Perguntou surpresa, começando a juntar os pedaços de pano de sua roupa, que rasgara quando se transformou.
—Que você tá fazendo? —Draco quis saber.
—Vai ser suspeito se alguém encontrar pedaços de roupa aqui. Né?
—É verdade.
          Os dois jogaram os pedaços de pano dentro da mochila dela e logo caminhavam para Hogwarts. A noite estava muito fria e ela se encolhia dentro da capa longa de sua Casa, sendo a única proteção contra o frio.
—Se a gente parar pra pensar, combina bem com você, um Lobo, digo. —Draco falou, quando eles já estavam perto do castelo.
—É... Um Lobo sem matilha. —Disse ela, enquanto eles andavam. —Faz sentido.
          Draco não respondeu, não com o tom tão cansado que ela usara. Quando entraram no castelo, não havia mais ninguém andando por ali, o menino a acompanhou até bem perto da entrada da Grifinória, mas a segurou pelo braço, a fazendo virar de cenho franzido.
—Que é? —Quis saber e ele a largou.
—O que você vai fazer agora? —Perguntou baixinho. —Precisa aprender a controlar isso, mas se não contar pro Ministério, vai ser um Animago ilegal, mas se contar... —Ele se deteu e deu de ombros de modo inseguro.  —A gente não sabe o que eles podem fazer, principalmente porque, pelo que o papai me disse, eles tão se borrando de medo agora, com toda a confusão que tá dando, tão fingindo que tá tudo bem e que tem o controle de tudo, mas tão se cagando. Então ficariam muito nervosos, provavelmente, se aparecesse algum novo Animago nesse momento, principalmente alguém da família Black.
          Belinda mordeu o lábio inferior e os olhos focaram os cinza do amigo, ela sabia que ele pensava na família Lestrange também.
—Eu ainda não tinha pensado. —Passou a mão no cabelo. —Meus dois sobrenomes causariam uma comoção e tanto no Ministério nesse momento... Mas não confio no Ministério, nunca confie muito, mas agora confio menos ainda. —Suspirou. —Eu preciso aprender a controlar isso. Já pensou se eu viro um Lobo a cada momento de raiva? —Sussurrou. —E eu nem sei como voltar a forma original.
—O único Animago que eu conheço é a McGonagall, mas duvido que a velhota vá guardar segredo. —Bufou o loiro.
—O que eu faço, Draco? —Ela se exasperou.
—Eu não sei. —Ele olhou pro lado, sem encara-la.
—Fala Malfoy. —Mandou e ele a encarou de novo.
—Bell, numa hora dessas eu iria falar com o papai, ele conhece todo mundo... Mas eu sei que você não vai querer contar. —Belinda gruniu.
          Lestrange respirou fundo e pensou por um longo tempo. A cabeça começou a trabalhar a mil por hora e ela fechou os olhos, soltando um longo suspiro por fim e voltou a encarar o amigo, que a olhava preocupado.
—Eu acho que sei quem pode me ajudar. —A voz saia em um sussurro. —Vou ver o que posso fazer e depois te aviso, pode ser?
—Tá bom.
—E Draco, só não conta pra ninguém.
          Draco sorriu um pouco e colocou as mãos nos bolsos.
—Eu sei.
           Hermione apareceu no buraco da passagem da Grifinória e encarou os dois.
—Onde você se meteu? —Hermione quis saber, encarando a amiga.
—Relaxa Mi, tô bem. —Asssegurou.
—Eu tava preocupada que a vaca da Parkinson te encontrasse e desse uma detenção, só pra encher a paciência.
          Draco queria rir da cara da menina, que evitava encara-lo.
—Acho que você tem que ir pra ronda, né? —Bell quis saber. —Você e o Draco, aliás. —Indicou o loiro ali ao lado, fazendo Hermione corar um pouco. —Eu vou tomar um banho e dormir.
—Boa noite. —Hermione lhe sorriu.
—A gente se fala depois, Draco. —Bell sorriu. —E valeu.
          Draco sorriu, mas deu de ombros.
—Você fica me devendo essa.
           Hermione o viu dar uma piscadela pra Belinda, assim como um olhar cúmplice e amigável, o olhar que ela só via quando Malfoy encarava Bell.

            Belinda entrou no quarto e passou direto pro banheiro, mesmo sob os protestos de Ginny, ignorando-a, assim como fez com os gêmeos no Salão Comunal.
—Lestrange! —Berrou a ruiva do lado de fora.
—Só preciso de um banho, é rápido!
—Ela tá cada dia pior. —Kátia brincou e Gina riu.
—É a Belinda. —Disse a ruiva, voltando para seu livro e sentindo Rúnda ronronar ao seu lado e logo pular em sua barriga. —Você realmente é como sua dona.
—Eles são o espelho um do outro. —Kátia falou rindo, já arrumando sua cama e tirando as diversas almofadas coloridas de lá e jogando no baú ao pé da cama.
—Nem me fala.
           Belinda saiu do banheiro usando um shortinho solto e uma blusa preta bem maior que ela.
—Você roubou essa camisa de alguém, né? —Gina provocou.
—Do Malfoy. —Bell assumiu, se jogando na sua cama.
—O que a Vaca Rosa queria com você?
           Belinda suspirou e contou o que acontecera na sala, durante sua conversa com Umbridge.
—Essa mulher é horrível!
—Ela vai nos ferrar nos N.O.M.s. —Belinda concordou. —To morrendo de sono, a gente conversar amanhã, tá bom?
          Gina rolou os olhos e sorriu.
—Boa noite, Bell.
           Belinda ficou quieta e esperou todos irem dormir. Viu Hermione voltar sorrindo e se ergueu, fazendo a amiga correr pro banheiro. Bell riu e se colocou de pé, entretanto puxou a mochila e seguiu para o Salão Comunal, precisava ficar sozinha e sabia que Hermione não iria atrás, não por um bom tempo.
          Belinda escreveu A carta e suspirou ao reler suas palavras, era apenas uma carta falando estar bem e que aceitava ir pra casa no final de semana, para jantar com a família. Algo aparentemente inofensivo, mas que o destinatário compreenderia bem. Belinda voltou para o quarto e guardou a carta na gaveta, sem se preocupar em esconder, Hermione estava saindo do banheiro nesse momento e só fez encara-la e rir.
—Nem uma palavra, Lestrange. —Disse a castanha, baixinho.
           Bell sorriu, dando de ombros.
—Eu não ia falar nada.
           Belinda se deitou, finalmente poderia deixar o cansaço lhe dominar e dormir, mesmo sabendo que não seria um sono calmo e que a descansaria realmente. Lestrange sabia que não iria dormir direito, não até saber o que o final de semana lhe reservava.


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?
Deixem seus comentários.
Beijos e até o próximo capítulo.



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