A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

~~o nascimento do filho de Esme (e Charles)



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Outubro de 1921

O tempo de gestação de Esme já acabou e ela está prestes a dar à luz seu menino. Collin, ela vai dar o nome ao bebê em homenagem ao Dr. Cullen, aquele que ela nunca vai esquecer. O médico sempre esteve presente em seus sonhos. Ela sonhava que eles eram casados e tinham uma família enorme, além de seus dois filhos tinham mais seis crianças. Todos viviam uma vida plena, harmoniosa e repleta de felicidade.

Desde hoje pela manhã ela acordou sentido que seria hoje o dia em que seu filho iria nascer. Apesar disso ela ministrou as aulas do dia e agora já está em sua pequena casa, na hora do crepúsculo. Uma tempestade vem se aproximando.

Ela sorri ao se lembrar como estava se sentindo hoje, mal podia caminhar. Sua amiga viu e a ajudou:

— Esme, você está bem? – pergunta Caroline segurando seus ombros e a apoiando para sentar na cadeira. – Você não pode mais trabalhar, precisa repousar para esperar a chegada do bebê.

— Não posso deixar as crianças.

— Eu cuidarei delas o tempo que precisar, não se preocupe minha amiga. Eu só não quero que seu bebê nasça aqui, eu não sei nada... não poderia ajudar vocês dois.

— Você está nos expulsando?

— Claro que não, Esme! Eu estou dizendo que aqui não seria um bom lugar para se ter um filho. As crianças podem ver isso e não é uma coisa que elas deveriam ver, não estão preparadas para saber disso... E eu também tenho um pouco de medo.

— Não precisa ter medo Carol, isso não é tão ruim quanto pode parecer – se ela está com medo, imagine eu.

— Eu sei. Eu vejo o sorriso de alegria em seu rosto a cada contração, mas... Eu preciso dizer o que é melhor para você. Não venha mais trabalhar, fique em casa a partir de hoje.

— Ainda bem que hoje é sexta-feira. Eu só iria ficar mais uma semana, o nascimento do bebê deve estar próximo.

Ela olhou para minha barriga absolutamente enorme:

— Eu acho que seu bebê vai nascer logo. É questão de horas e não de dias. Mas, eu nunca tive filhos, o que eu sei sobre isso?

Me levanto para ir para casa.

— Aonde você vai? – ela me questiona.

— Vou para minha casa. Estou cansada.

— Vou com você.

Caroline me apóia enquanto caminhamos até a minha pequena casa, não muito longe da escola. Ela tem o mesmo nome que a minha mãe, é uma curiosa coincidência. Ela é apenas um pouco mais velha do que eu, mas cuida de mim como se fosse a minha mãe.

— Chegamos – ela diz. - Você está bem Esme? Quer mesmo ficar sozinha? Amanhã cedo venho ver você.

— Claro, Carol. Obrigada por se preocupar. Eu estou bem sim – mentira, ela está sentindo que a hora solene se aproxima. Mas sabe que a amiga tem medo então não pode obrigá-la a ficar.

— Tem certeza, Esme? Posso ficar com você essa noite. Meu marido foi viajar e estou sozinha em casa.

— Sim, Carol. Vai em paz.

— Esme... – diz ela virando para trás.

— Sim?

— Posso tocar? – eu sabia que ela não iria passar toda a minha gravidez sem por a mão na minha barriga uma vez sequer. A curiosidade finalmente venceu seu medo.

— Claro, Carol querida!

Ela volta em minha direção três passos e coloca a mão sobre o alto da minha barriga inchada.

— Está mesmo muito grande! – ela diz. Agora ela prece minha filha mais velha.

Me lembro de Angeline e sei que ela está bem sob os cuidados da avó. A princípio eu daria o nome do meu filho de Carlos Daniel em homenagem ao meu pai que faleceu há cinco anos e ao meu primo que me acolheu em sua casa por um tempo. Mas decidi dar-lhe o nome de Collin que me lembra meu querido Dr. Cullen.

— Aiiii! – sinto um ‘chute’.

— Me desculpe – imediatamente Caroline recolhe sua mão.

— Não foi sua culpa, querida. Meu filho foi quem reagiu ao seu toque. Você sentiu?

— Sim senti. Nossa! Me pareceu tão forte de fora imagine você sentindo isso por dentro! Tem certeza que não precisa que eu fique com você essa noite?

— Não precisa, querida - E se ela ficasse não poderia evitar que Esme sentisse as dores mesmo. Então, não tem problema ela partir.

Por um instante ela hesita, pensando se vai ou fica. Por fim decide ir:

— Até amanhã, Esme.

— Até.

Entro em minha casa. Assim que eu entro sinto outra contração e passo a mão sobre a barriga:

— Tenha calma meu filho!

Vou até a cozinha preparar um pequeno jantar para mim.

...XXX...

 

Agora que já jantei um pouco de comida apenas, nunca fui de comer muito a  noite, assim como a minha mãe faço uma refeição leve, me deito na cama enquanto espero a chegada de Collin. Ouço o ribombar de trovões ao longe, a tempestade está se aproximando. Justamente hoje. Queria que meu filho viesse ao mundo num dia lindo não em meio a uma tempestade.

Será que isso é algum tipo de presságio?

Ela sente uma contração mais forte:

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – suas mãos agarram a cabeceira da cama.

...Horas se passam assim com dores cada vez mais fortes simultaneamente com raios que cortam o céu. Parece que ela comanda a tempestade ou a tempestade que comanda seu corpo.

As rajadas de vento e a chuva são cada vez mais intensas:

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – ela grita, ninguém pode ouvi-la por isso ela pode gritar a vontade conforme a intensidade correspondente.

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – ela grita simultaneamente suas pernas se abrem e levantam para dar passagem ao bebê que está vindo.

— Collin, meu amor – diz ela ternamente, mesmo no meio das dores.

Sua respiração fica mais difícil e rápida e curta. A hora se aproxima.

Um enorme estrondo de trovão ribomba ecoando até em seu íntimo e o raio mais forte rasga o céu:

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – Esme faz uma imensa força para baixo, para ajudar seu filho a nascer.

Ela não tem ideia de como o processo está, qual é o andamento quando mais um raio rasga o céu tão profundamente que seus gritos parecem se misturar com o próprio trovão:

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiii

— Uéééé... uéeéeeeeée – ao ouvir o choro de seu filho Esme força  se levantar e ir até ele. Ela se curva sobre a barriga.

A cama está toda suja com seu sangue, mas apesar disso, Esme pega seu bebê no colo e o traz para si. Se tem uma coisa que ela aprendeu quando Angeline nasceu foi o quanto o cordão umbilical é comprido. Ele não precisa ser cortado imediatamente.

Ela deita novamente com seu filho nos braços. O amamenta e dorme com ele sugando seu seio.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Esme pouco antes de dar A luz seu filho (meu desenho): https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1046106765424606&set=pcb.1046108228757793&type=3&theater