A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 36
Capítulo 36




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1942

Um dia mamãe e eu estamos sozinhas em casa quando alguém toca a campainha. Antes mesmo da pessoa chegar na porta já sabia quem era. Não se tratava de alguém comum como o carteiro por exemplo. Era um vampiro como  nós. Podia ser perigoso.

Eu parei de ler imediatamente e Esme deixou o vaso de flores que trazia para a sala em cima de uma estante. Ela fez menção de ir abrir a porta andando em direção a entrada, mas eu a contive.

— Não mamãe, pode ser um daqueles vampiros maus que você disse. Fique atrás de mim que eu a protejo.

— Obrigada, querida. Mas não se preocupe que eu sei quem é. É seu irmão Edward que finalmente voltou para casa.

Já faz sete anos que eu fui transformada, mas eu ainda me lembro do que ouvi dele.

— Eu achei que ele tivesse ido embora para sempre – agora eu estou surpresa que ele tenha retornado. – Mas fico feliz por você mamãe.

Retiro-me da posição em sua frente e deixo com que ela passe para abrir a porta:

— Edward! – ela exclama, jamais a vi tão feliz.

— Mãe! – responde Edward ainda cabisbaixo e sem querer encarar Esme nos olhos. – Não sou digno de seu perdão.

Ele ergue a cabeça e percebe minha presença:

— Essa é sua filha, Esme?

Ela acompanha o olhar do filho:

— Sim, esta é minha querida Angeline. – Esme rapidamente vem ao meu lado e afaga meu ombro me estreitando junto a si.

Edward vem ao meu encontro se aproximando cautelosamente.

Ele segura minha mão e abaixa a cabeça para beijá-la. Nunca ninguém fez isso comigo e eu adoraria. Mal posso acreditar que agora alguém está fazendo. Vou ao delírio. Esperei tanto por isso! Mas ele é meu irmão não devemos nos casar. Quer ele seja meu irmão de sangue ou não, isso não é certo. Puxo a mão de volta e deixo ela cair ao lado de meu corpo.

— Não estou cortejando você irmã.

— Me desculpe – respondo me sentindo mal pela grosseria com que o tratei.

— Tudo bem, não se sinta constrangida.

— Edward, que tal você e a sua irmã irem caçar, filho?

— Ótima ideia mãe – diz Edward.- Assim podemos nos conhecer melhor.

— Você não vem com a gente mamãe? – pergunto um tanto receosa.

— Não, não quero atrapalhar; vocês dois precisam se conhecer.

Edward revira os olhos. Agora eu entendo o que isso significava naquela época, ele já sabia de toda a minha história, pois podia ler os meus pensamentos. Nada na minha mente era oculto para ele. Mas ele deixaria com que eu lhe contasse o que ele já sabia de antemão.

— E também porque alguém precisa ficar para esperar seu pai chegar em casa.

— Ele vai nos encontrar onde quer que estejamos mãe, você sabe que isso não é impedimento nenhum – retruca Edward.

— Vocês me convenceram com seus argumentos – diz Esme cedendo por fim. Que argumento eu usei? Usei algum argumento? Será que Esme percebeu meu medo de ficar sozinha com um homem? – Eu vou com vocês – fico muito feliz. Sou muito apegada a minha mãe. Acho que tanto tempo longe teve esse efeito, não quero me separar dela nem por um instante. – Mas não se acanhem com minha presença, podem ficar a vontade para dialogar.

— Vai ser de muita ajuda você ir junto conosco, mamãe. Você será como mediadora da nossa conversa.

— Tem medo de ficar sozinha comigo irmã? – pergunta Edward por fim, não mais conseguindo se conter. – Não precisa.

Embora ele tenha dito que não teria motivo para ficar apavorada, eu fico. O fato de ele ter dito isso demonstra que tenho razão em ter medo.

— Edward! – diz Esme exasperada. – Tenha mais respeito com a sua irmã. Você não sabe que é complicado superar? Isso é sério, não se deve brincar com esse assunto. Muito menos rir.

— Me desculpe mãe. Eu sei que você também passou por isso e eu a respeito muito.

— Pois tenha esse mesmo respeito pela sua irmã.

— Tudo bem. Eu estou bem – ter a minha intimidade exposta dessa maneira me deixaria o rosto totalmente corado de constrangimento se eu ainda fosse humana. – Não quero que briguem por minha causa.

— Eu é que tenho que te pedir desculpa irmã. Sinceramente.

— Tudo bem, Edward.

— Eu sinto muito mesmo pelo que vão pensar, mas eu preciso dizer o que fiz e saber se mesmo assim ainda irão me aceitar de volta...

— Nada do que você tenha feito me fará te amar menos, Edward – diz Esme.

— Mas eu matei pessoas más, inclusive acabei com seu ex-marido Charles. Me vinguei dele pelo que tinha feito a você... – olha para mim de relance e agora que ele sabe complementa. – A vocês duas.

— Filho! – exclama Esme consternada.

— Esme, me deixe falar, por favor. Eu preciso contar a vocês o que eu fiz esse tempo que estive fora. Quero que vocês saibam exatamente toda a verdade. Tenho que ser honesto, não esconder nada. Será que você vai me perdoar por isso?

— Edward! – ela exclama novamente, mas dessa vez enternecida abrindo os braços para acolher o filho. – Claro que eu posso te perdoar, querido. Nunca mais suma e me deixe preocupada – diz fingindo estar zangada.

— Eu prometo, mãe – *promessa que ele descumpriu quando foi para a Itália ao pensar que Bella tinha morrido.

Eu fico calada apenas observando, quase como uma estátua em pé no meio da sala. Realmente poderia me passar por uma se meus olhos não se movessem e eu não fingisse respirar movendo os ombros. Eu não sei o que fazer nesse momento constrangedor, é mais sábio, portanto, não fazer nada.

— Eu fiz uma coisa que envolve diretamente as duas, então eu preciso pedir perdão às duas – ele pousa o olhar em mim.

Edward e eu nos entreolhamos e eu não consigo dizer nenhuma palavra, pois estou estupefata.

— Esme, Angeline, eu matei Charles – então quer dizer que ele, meu irmão, foi a causa do sumiço repentino de meu... nem sei como posso chamar Charles... meu progenitor e ex-marido, acho.

— Você fez o quê? – Esme não quer acreditar que o filho fez o que ele está dizendo que fez. Ela não está zangada, é claro; mas nem tampouco contente por causa disso. Ela não é tão sádica a ponto de ficar alegre com a morte de alguém. Até mesmo o violento ex-marido.

Mas e eu? Como eu me sinto quanto a isso? Eu estou aliviada como eu já estava aliviada por não estar mais morando com aquele monstro. Mas agora não sei. Tanto faz que ele tenha morrido.

Nunca mais há a possibilidade de vê-lo novamente. E mesmo se ele me encontrasse não tenho mais razão para ter medo dele, pois ele não poderia me fazer mal nenhum. Na verdade, eu não sei se eu não faria algo para tirar satisfações.

— Eu disse que não precisava, Edward. Eu não queria que você fosse atrás dele se vingar por minha causa, filho – diz Esme, sentando no sofá atrás de si, perplexa e entristecida. Mas ela queria matá-lo quando soube o que ele fez com a mãe e comigo, não queria? e além disso ele me fez perder dois filhos!

— Você ainda não está entendo Angeline? – diz Edward olhando para mim. – Vou explicar mais detalhadamente.

...continua...


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Notas finais do capítulo

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