A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

- referência ao contexto histórico da crise de 1929



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29 de outubro de 1929

Angeline PDV

Quando chego na cozinha no andar térreo percebo que Charles já saiu para trabalhar. Ele é capitão na polícia da cidade, Charles está na reserva do exército e por isso trabalha na polícia. Ele é um excelente policial, muito famoso e temido tanto pelos criminosos quanto pela população. Charles não se importa com isso, ele diz que tem de ser assim. São ‘ossos do ofício’.

Se ele quisesse me matar seria facílimo. Ele tem uma arma e é só puxar o gatilho. No entanto, isso nunca aconteceu. Ele tem outros planos para mim, vai saber o que passa naquela mente diabólica... Sei lá, foi bom para ele não ter me matando quando eu era bebê, ainda bem pois ele não tem mais filhos além de mim, talvez ele vai me fazer casar com um homem rico para ele ficar rico também. Não sei se felizmente ou infelizmente ele não quis me matar. Eu gostaria que ele acabasse com esse martírio logo. Viver assim é um suplício. Mas piedade ou misericórdia é uma coisa muito distante de Charles. Ele não se daria o luxo. Ele não seria capaz e nem seria tão bondoso comigo. Ele não é capaz de nenhuma bondade. Nenhuma.

Parece que vai me matar de tanto bater, mas só parece. Acho que ele sabe de alguma forma quando parar. a cada vez parece que ele chega mais longe e demoro mais para me recuperar dos ferimentos. É um milagre que minha pele não esteja marcada, penso que poucas partes ficariam normais se todas as marcas de agressões aparecessem.

Minha mãe compreenderia, eu não faria algo para magoá-la. Eu sei que ela preza a minha vida, mas ela entenderia que viver com Charles ninguém merece.

Eu ligo o rádio para ouvir músicas enquanto preparo a comida. Sempre gostei de cozinhar ouvindo rádio. Porém, entre uma música e outra o locutor anuncia:

[Interrompemos a nossa programação para uma notícia desastrosa... ele pára para respirar por um instante... ] E eu me pergunto:

— O quê?

[A bolsa de valores de Nova York quebrou. Repito: a bolsa de valores de Nova York quebrou.]

— E o que isso quer dizer? – pergunto em voz alta para ninguém em especial. Como se o rádio me ouvisse. A transmissão é de lá para cá, não é mão dupla. O locutor não pode me ouvir.

[Mais informações ao longo de nossa programação. E agora a temperatura, num oferecimento do supermercado Da mamãe, nesse momento estamos com 50° Fahrenheit em Columbus... ]

O rádio continua tocando uma música, mas eu fico cismando comigo mesma. O que será que isso significa? Será que atacaram Nova York e vai começar outra guerra? Mas quem poderia ou quem se atreveria a invadir Nova York?

Quando eu realizo que se for assim como eu penso Charles vai ser convocado para o exército e isso quer dizer que eu vou ficar livre dele, um sorriso se forma em meus lábios e termino o almoço alegremente.

...XXX..


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