A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 11
Capítulo 11




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Alguns minutos depois o doutor chega. Caroline é quem abre a porta para ele.

— É aqui que mora a nova mamãe? – pergunta o homem.

— Sim. Estávamos esperando você.

Esme se levanta ao ouvir a voz do médico. Ele percebe:

— Não precisa fazer nenhum esforço, querida.

Carol troca um olhar de cumplicidade com o homem:

— Este é meu marido Esme. E esta é minha amiga, querido.

— Já ouvi falar muito de você. Minha esposa passa quase o dia inteiro falando em você. Esme, Esme, Esme. Esse nome é o nome que ela quer dar a nossa filha quando tivermos.

— Querido! – Caroline enrubesce de constrangimento.

— Que foi, querida? Não falei nada de mais, falei? Não era nenhum segredo.

— É uma linda homenagem, Carol – Esme diz. – Fico muito lisonjeada.

— Esme – diz Carol ainda com o rosto abaixado.

— Quê, ela não podia saber, querida? - diz o doutor.

— É que... bem, era particular. Mas agora que ela sabe, bem, não tem problema – Carol levanta a cabeça. – Vamos ao que interessa!

— Posso ver o bebê? – pede o médico. Dr. Melville, ela supõe. Deve ter o mesmo sobrenome que a esposa.

— Uhm... – ele diz examinando a criança. – Precisamos ir ao hospital. Minha carruagem está aqui em frente não se preocupe – responde ao olhar aflito de Esme, pensando em ter de andar tantas milhas até o hospital da vila.

...XXX...

 

O carro chega ao hospital e o médico ajuda a Esme descer e sua esposa também. Os dois trocam um beijo rápido, mas Esme vira para trás rápido o suficiente para vê-lo:

— Ohh, que bonito! - Exclama.

— Desculpe Esme - enrubesce Caroline.

—Desculpe, querida? Eu não estou arrependido de te amar - diz o médico com a expressão do rosto entristecida.

— Você sabe que não era o que eu pretendia dizer, querido. Eu só sei que Esme não vai ser tão confortável com isso, seu marido não foi gentil com ela...

— Oh, não se preocupe comigo. Eu estou bem - diz Esme. - Fico feliz em ver.

Ela sabe que apesar de Charles ter sido um crápula, um canalha, nem todos os homens são maus com suas esposas.

Os três então entram no pequeno hospital da vila. É simplesmente uma casa que foi transformada em um posto de saúde.

A enfermeira logo vem pegar o menino dos braços da mãe:

— Com licença – ela pede para Esme.

— Claro! - responde Esme, sorrindo para a enfermeira.

Esta pega o bebê e vai junto com o médico para o consultório fazer os exames de check-up em Collin. Caroline fica junto com Esme esperando. As duas sentam no banco e se dão as mãos.

— Ele vai ficar bem, não se preocupe – Caroline diz para confortar a amiga.

— Espero que sim – responde Esme. – Não sei se posso perguntar, mas... qual é o nome de seu marido?

— Claro que pode perguntar, tenho até orgulho em responder. Ele é conhecido como o Dr. Melville aqui no hospital, mas em casa eu só chamo ele de Carlos.

Esme fica assombrada quando ouve, Caroline percebe:

— O que foi, Esme?

— Nada. É só que… bem é coincidência demais. Meu pai também se chamava Carlos.

— Ah. O nome do meu marido foi a mãe dele quem escolheu por causa do pai dela que se chamava Carlyle. Ela queria que meu marido se chamasse Carliel, que é como se pronuncia Carlyle, mas meu sogro sugeriu o nome Carlos.

— Deve ser porque esses nomes são comuns hoje em dia.

— Nem tanto. Eu pessoalmente encontrei uma Caroline em toda a minha vida.

— Deve mudar a incidência de Estado para Estado.

— Pode ser... – diz Caroline. – Estão demorando muito. Vou ver o que houve.

Caroline se levanta e caminha em direção ao consultório do marido. Não o encontra lá. ‘É claro’ pensa ‘ele deve estar na UTI neonatal. Mas se ele está lá, algo grave deve ter acontecido com Collin’. Ela anda em direção a sala onde ficam as incubadoras dos bebês recém-nascidos.

Bate na porta antes de entrar: “Tuc tuc tuc”

— Quem é? – pergunta o Dr. Melville.

— Sou eu, querido.

— Esme está com você?

— Não. Eu vim saber o que houve, pois estavam demorando.

— Pode entrar, querida – responde ele.

Caroline entra e vê o filho de Esme ligado em um tubo de ventilação dentro de uma incubadora. Carlos tem um estetoscópio nos ouvidos para auscultar o coração do bebê.

— Querido, ele está bem?

Ele tira o instrumento para ouvir e responde para a esposa:

— Vai ser preciso que ele fique alguns dias em observação.

Troca um olhar com a mulher que revela que não tem muitas esperanças que o menino sobreviva.

— Vamos fazer de tudo. Fique tranquila.

— Precisamos contar para Esme.

— Deixe que eu digo para ela – diz o médico. Ele toma a responsabilidade para si, por isso Caroline ama o marido.

Ela dá um rápido beijo nele.

— Carol... aqui não, querida.

— Não vejo problema nenhum. Quero mostrar para as enfermeiras que você é só meu.

— Minha esposa ciumenta - Carlos pisca e coloca uma das mãos nas costas dela a guiando para a saída.

Ambos saem da sala, Carlos na frente seguido por Caroline. Esme se levanta ao ver o Dr. e a amiga vindo em sua direção:

— Collin, onde ele está? – Esme pergunta aflita.

— Ele vai precisar ficar alguns dias na incubadora – informa o médico.

— Ele também? Mas ele não nasceu prematuro.

— Como? Porque ele também? Você já teve outro filho?

— Sim. A minha filha mais velha nasceu prematura e teve ficar na incubadora por quase um mês.

— Por qual motivo?

— Eu não gosto de falar sobre isso – responde Esme.

— É importante saber. A vida de Collin depende dessa informação - o Dr. pede de forma a pressionar Esme a falar.

— Bem, meu ex-marido me bateu quando eu estava no oitavo mês de gestação e provocou o nascimento de nossa filha. Mas ele ficou ainda mais bravo quando soube que era uma menina e queria matá-la. Eu a deixei na casa da minha mãe, para que ela cuidasse - Esme percebe que falou mais do que precisava e se contém. Ela se segura para não chorar, inclusive.

— Oh! – a história é tão impactante que faz com que Caroline leve a mão a boca. – Meu Deus, como pode existir um homem assim?

Ela dá mais um passo a frente e abraça Esme. Carlos fica atordoado com a história, não sabe o que fazer. Por fim, diz:

— Sinto muito! – Carlos sente-se péssimo por ser homem e existir homens tão perversos.

— Tudo bem. Angeline está bem, sob os cuidados da avó.

Esme pensa que Collin também vai ficar bom depois de alguns dias e poderá viver com ela. Mais tarde ela vai chamar a mãe para morarem os quatro juntos. Felizes.

Caroline vai com Esme até a casa dela. Na charrete é claro, pois Esme não deve andar tanto porque acabou de ter um filho.

...XXX....


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Notas finais do capítulo

O estetoscópio foi desenvolvido pelo médico francês René Laennec, em Paris, em 1816.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estetosc%C3%B3pio
~~ o sobrenome Melville nao inventei, retirei do livro Tim de Collen McCulough, eu adoro e recomendo. é uma historia muito fofa.