Sexta Temporada escrita por Zangado13


Capítulo 6
Segredos Obscuros


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!!!



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Acordei sem fazer barulho, olhei para o lado e lá estava ele, deitado de barriga para cima, com um braço levantado e o outro sobre a barriga nua, o lençol cobria suas pernas, o sol já estava claro e reluzia na sua pele. Eu estava coberta pelo lençol, e sentia o tecido na minha pele nua, virei-me para ele e comecei a relembrar a noite passada. Os seus beijos, o seu toque delicado, a sua paixão, o fogo que acendeu tão rápido que me deu até medo. Encarei aquele rosto durante um tempo, como ele podia ser tão bonito? Ele parecia ainda mais esbelto do que a noite anterior, comecei a sorrir sozinha e a boca do Stefan se abriu, permanecendo os olhos fechados.
— Você fica ainda mais linda quando sorri
Eu me aproximei dele
— Você está acordado?
Ele abriu os olhos e sorriu
— Faz um tempinho
— Podia ter falado
Ele estendeu o braço e me puxou para deitar em seu peito, senti sua boca beijar o topo da minha cabeça
— Como você está?
— Muito bem, e você?
Ele riu e me apertou
— Maravilhosamente bem
— Foi um ótimo jeito de resolvermos as coisas
Eu senti que o abraço se soltou um pouco, eu falei o que não devia. Eu me virei para ele e me segurei no ombro
— Quero dizer que foi bom o jeito que terminamos a discussão
Ele cerrou as sobrancelhas, não estava bravo mas pensou bem no que ia dizer
— Nós não terminamos Alice, foi ótimo o que aconteceu entre a gente. Mas eu ainda quero saber tudo, sem mentiras
Eu assenti e ele esperou que eu dissesse alguma coisa, como não veio nada na minha cabeça naquele momento eu apenas repeti sua última frase
— Sem mentiras
Ele sorriu e me beijou, ficamos um tempo nos beijando, e eu não me cansava daquilo, seu toque era delicado mas ao mesmo tempo eletrizante, quando ele tocava meu rosto, era como se meu corpo todo estremecesse, era uma sensação maravilhosa e eu poderia senti-la para sempre. Se não fosse pelo Damon batendo na porta.
— Alice!! Preciso falar com você, o Stefan não está no quarto e em lugar nenhum. Precisamos achar ele
Nós dois rimos
— Eu acho que sei onde ele está
A porta foi se abrindo devagar
— Espero que estejam vestidos
Deu tempo apenas de puxar o lençol mais pra cima
— Damon!
— Olha só, não é que você não perdeu tempo irmãozinho?
— Some daqui Damon
Diferente do que Stefan pediu, Damon se aproximou de mim e pegou o meu braço
— Fica calmo irmão, só vim alimentar a nossa bruxinha doente. Seus dedos estão ressecando, não viu?
Eu olhei para as minhas mãos e eles estavam cinzas, o feitiço estava sugando tudo em mim, até a minha vida. Damon começou a puxar a manga da blusa e o Stefan me puxou
— Eu posso alimenta-la, precisa de sangue de vampiro não é? Nos dois somos vampiros
Ficamos em silêncio por um tempo e o Damon deu um risadinha irônica, arrumou a blusa e virou as costas
— Você que sabe irmãozinho, você que sabe Esperamos a porta fechar e mesmo assim permanecemos olhando para ela.
— Tem algum problema ser o meu sangue?
Eu neguei com a cabeça, e ele estendeu o braço para mim. Dei um sorriso de agradecimento e furei sua pele com os Meus dentes, comecei a puxar o sangue e aquele líquido quente passava pela minha língua e arrepiava meu corpo, descia pela minha garganta como mel e eu não parei, forcei seu pulso para dentro da minha boca e puxei ainda mais forte, ouvi a voz dele no fundo
— Vai com calma
Eu estava calma, eu estava tranquila, apenas me deixasse ali, o sangue começou a controlar Meus movimentos, minhas unhas já estavam dentro do braço do Stefan, não permitindo que ele se movesse.
— Já chega Alice
Eu já estava cheia, já era suficiente pra me curar, mas eu queria mais, eu ainda não estava saciada, minha sede não tinha passado, aquele doce sangue não poderia ser negado a mim. Eu já não ouvia o Stefan, ele tentou me puxar mas eu rasguei sua veia ainda mais, eu não controlava mais, eu iria matá-lo, até que o Damon apareceu no quarto, eu não vi direito o que aconteceu, apenas senti ele me segurando contra a parede.
— Já tomou o suficiente por hoje pequena
Eu abri a boca de ataque para o Damon, meus olhos estavam pulsando sangue. Eu queria morde-lo, mas ele não se abalou. Continuou me segurando e falou por cima do ombro com o Stefan
— É por isso que sou eu que a alimento.
Colocamos uma roupa e fomos para a sala, estávamos todos em silencio. Eu nao sabia o que dizer, eu tinha acabado de atacar o Stefan, ele percebeu que o único que me controla é o Damon, não era um bom jeito de começar uma relação.
— Porque você conseguiu para-la?
Eu e o Damon viramos o rosto em direção ao Stefan, ele estava olhando para o chão. Nenhum dos dois tinha uma resposta convincente, até porque nao sabíamos o motivo do Damon me controlar. O Stefan nao gostou do nosso silencio e virou para nós
— Por acaso ela tambem tem alguma ligação com você Damon?
Damon deu um sorriso sarcástico
— Não fique tão arredio irmãozinho, não é porque aconteceu com uma que vai acontecer com outra
— Do que vocês estão falando?
O Stefan pensou antes de me responder, mas continuou encarando o Damon
— Elena era minha namorada, e quando se transformou ficou com uma ligação ao Damon.
Eu me levantei na frente do Stefan
— Você acha que sou a Elena?
Ele olhou para mim
— Pelo que estou vendo, esta bem parecido
— Sabe porque o Damon consegue me controlar? Porque ele sempre foi meu amigo, sempre me manteve na linha, desde que tinha 10 anos Stefan.
Ele ficou em silencio
— Se eu for um estepe da Elena pra você, me esquece
Virei as costas e saí da casa. Eu odiava ser comparada a alguém, principalmente a uma garota que nem conheço. Comecei a caminhar pela praça, olhei os adolescentes indo para o colégio, as mães com os filhos indo ao mercado, pessoas trabalhando no Grill, um canteiro de rosas que passei a mão, e logo afastei o braço. Senti uma picada, ao aproximar o dedo do rosto vi que estava sangrando, coloquei o dedo da boca e esperei que ele fechasse, ao olhar de novo, ele ainda estava sangrando, eu estava pior do que imaginava. Senti uma mão em meu ombro, quando me virei era a Caroline.
— O que faz aqui?
Eu a abracei e beijei as meninas
— Vim respirar um pouco, ficar presa com os irmãos Salvatore acaba te deixando louca
Ela riu
— E você?
— Vim almoçar com as meninas, o Alaric saiu com o Enzo e a Bonnie e eu nao estava com vontade de cozinhar.
Eu assenti e sorri
— Quer vir junto? Ai você me conta o que anda acontecendo
Eu pensei um pouco e aceitei. Entramos no Grill, a Caroline acomodou as meninas e pediu sanduiches para elas, ela tinha jeito com as pequenas, fiquei encantada com a maneira delicada de controla-las. Um dos meus sonhos era ser mãe, mas infelizmente nao são todas as vampiras que tem a oportunidade da Caroline.
— O que aconteceu? O Stefan explodiu com você?
Eu desviei os olhos da Jo e olhei para Caroline, ela estava esperando o inicio da nossa conversa. Assenti com a cabeça
— Ele jogou na minha cara que eu era uma mentirosa, e que ele nao sabia quem eu era
— Posso até dizer que avisei
Eu dei um sorriso sem graça e continuei
— Eu achei que íamos discutir a noite toda, ou que nao iriamos nos falar. Mas ele acabou me beijando
A feição da Caroline mudou na hora
— Te beijou?
Eu assenti demonstrando o meu espanto
— É, ele disse que estava gostando de mim e por isso ficou tão bravo, ou algo assim, eu nao lembro direito. Nós passamos a noite juntos, a discussão ficou meio confusa depois disso
Eu vi que ela parecia envergonhada
— Eu te deixei envergonhada? Desculpa, nao sabia até onde vai nossa intimidade...
Ela me interrompeu segurando a minha mão
— Não é isso, apenas é estranho. O Stefan é meu Ex, só ainda nao me acostumei com a ideia de ele estar seguindo em frente
Eu fiquei abismada, nao sabia daquela história, pouca coisa eu sabia deles.
— Nossa, me desculpa. Eu nao fazia ideia
Ela riu
— E nem precisava, já é passado, nós dois somos apenas amigos agora
Agora quem estava envergonhada era eu, fiquei em silencio pois nao sabia o que dizer
— Vamos, continue
Eu hesitei um pouco e depois continuei
— Enfim, eu estou sendo alimentada com sangue de vampiro, mais especifico com o do Damon
— Porque?
— Meu feitiço esta me consumindo, estou ressecando. Minhas feridas nao se curam mais, é como se o vampirismo estivesse evaporando
— E isso é perigoso?
— Não sei, apenas sei que o sangue me ajuda, e o Damon esta cuidando disso para mim. Mas hoje, o Stefan disse que poderia me ajudar. E eu aceitei, parecia que ele sentia ciúmes por ser o Damon cuidando de mim...
Ela assentiu e eu continuei
— Eu me alimentei do Stefan, mas perdi o controle, nao conseguia parar. Quem nos salvou foi o Damon que entrou na hora no quarto e me tirou de cima do Stefan.
— É por isso que você segue a dieta do Stefan?
Eu tomei um gole do suco e continuei falando
— Não é bem dele, já que agora ela tambem toma sangue humano. Mas sim, apenas animais. Eu tive uma época um pouco tenebrosa...
— Igual a do Stefan?
— Pode-se dizer que ainda pior
Comecei a lembrar do século dezenove, o século que decidi ser livre, fazer o que bem entendesse, do jeito que quisesse. Eu nao fazia bagunça, nao chamava atenção. Estava sozinha, em uma cidade pequena, Staunton na Virginia. Controlava meu próprio restaurante, "Coma, dance e saia com uma mordida no pescoço". Não era o slogan perfeito, mas era a realidade. Eu fiz daquele restaurante o maior da cidade, boa comida, boa música e todos os meus clientes hipnotizados, preparados para o banho de sangue no final da noite. Nunca desconfiavam de pessoas limpas, sem machucados, que apenas se lembravam de terem saído para jantar. Eu tinha controle, sabia que se o perdesse colocaria tudo agua a baixo, até que um dia recebi a visita de um outro vampiro, que descobriu o meu plano, eu nao sabia como, mas ele me provocou, estragou o meu disfarce. Começou matando um cliente e me disse para nao desperdiçar, o meu controle consistia em tomar poucas doses, todos os dias, mas naquele momento, graças a ele, eu drenei oito corpos. A partir dali, ele nao matava mais, eu mesma cortava a cabeça de todos eles e tomava todo o seu sangue. Eu matei todos, os clientes, funcionários e até o vampiro que estragou a minha vida. Eu continuei na cidade, mas escondida, matava dois a cada noite, aumentei para quatro. Quando percebi matava todos que passavam na minha frente, fui sequestrada por um grupo de caçadores, me torturaram, me queimaram, me deixaram sem sangue, só consegui fugir quando...
— Alice, seu prato
Pisquei algumas vezes e acordei do devaneio, a Caroline estava me olhando e o garçom me estendo o prato. O peguei rapidamente e agradeci
— Nossa, você viajou bem longe agora
— Memórias ruins
— Imagino
Ela começou a ajudar as meninas a se limpar e comer, enquanto se dividia em duas eu tentei ajudar em coisas básicas, como alcançar o ketchup ou limpar a boca da Jo, já que ela estava mais perto de mim.
— Enfim, você quase matou o Stefan e o que aconteceu?
Eu mastiguei mais rápido para que pudesse responde-la
— No fim das contas o Damon disse que só ele conseguia me controlar, e o Stefan nao gostou disso. E me comparou a Elena, disse que eu tambem tinha uma ligação com o seu irmão, dessa vez que ficou brava fui eu, nao gostei dele ter me comparado com a Elena...
Caroline me olhou em duvida
— Não por ser a Elena, nao gosto que me comparem com ninguém. Nem conheço ela, nao posso dizer nada
Ela sorriu e assentiu
— Vocês se dariam bem, vocês são bem parecidas...
Eu olhei para ela e diminui o sorriso
— Desculpa, nao quis comparar vocês, é que você realmente lembra ela, a pele clara, o cabelo castanho
— Eu vi uma foto dela com o Damon em um dos quartos, ela é muito bonita
— Sim, ela é
Ela estava de cabeça baixa, sorrindo mas como se lembrasse de outros tempos
— Você acha que ela vai acordar um dia?
Caroline me olhou nos olhos
— Com a Bonnie aqui? Acho que nao. O que nos resta é esperar, eu pelo menos irei revê-la, sinto pela Bonnie que nunca mais vai poder conversar com ela.
Eu vi que seus olhos encheram de lagrimas, eu peguei na sua mão
— Ei, vamos mudar de assunto. Nao quero te ver triste
Ela abriu um grande sorriso e suspirou
— Isso, vamos falar sobre o gosto idêntico do Stefan, se bem que ele já ficou com algumas loiras, incluindo eu mesma...
Eu parei de ouvir quando ela disse "gosto idêntico". Eu a interrompi
— Gosto idêntico?
Ela parou e ficou quieta
— Você acha que o Stefan gosta de mim por eu lembrar a Elena?
Caroline pareceu engolir em seco
— Acho que não, não é como se você fosse uma duplicata
Ela riu, tentou fazer uma piada, mas eu sabia exatamente de quem ela estava falando
— Então ele ficou com a Elena por causa da Katherine, e agora comigo por causa da Elena
Ela se assustou
— Você conhece a Katherine?
Eu pensei um pouco
— Passamos um tempo juntas
— E porque nao disse nada?
— Ela esta morta, não teria motivo para tocar no assunto
Ficamos em silencio, e terminei de comer.
— Você se importa de eu ir embora?
— O que você vai fazer?
— Eu tenho que deixar claro algumas coisas com o Stefan
Ela assentiu e eu me levantei, deixei dinheiro em cima da mesa e fui sair, mas ela me segurou
— Não importa o que você pense, quando o Stefan ama alguém, ele realmente ama Alice. Então tente ser paciente
Eu assenti e sai do Grill, e fui em direção a casa dos Salvatore de novo. Meus caminhos eram esses. Entrei na casa, passei pelo corredor, fui até a sala e nao tinha ninguém, fui para cozinha e nada. Passei no quarto do Damon, tambem, subi as escadas até a porta do Stefan. Ela estava aberta, quando entrei fui direto na mesa, onde haviam vários diários e algumas fotos, as que me chamaram a atenção foram a da Katherine Pierce e da Elena Gilbert. As duas eram idênticas, tirando o olhar maldosa de Katherine. Peguei as fotos e passei a admira-las, tentando encontrar algo diferente, nem que fosse algo sem importância.
— Você lembra elas
Virei depressa para trás e o Stefan estava na porta, eu nao o ouvi subindo. Eu nao disse nada
— Principalmente com a Elena, seu jeito bondoso e explosivo de ser
Ele deu um sorriso bobo e foi até a estante de livros
— É por isso que quis dormir comigo?
Ele cerrou as sobrancelhas e me encarou
— Para que eu o lembrasse como era com ela?
Ele se aproximou
— Você acha que eu quis dormir com você? Que eu apenas quis "dormir" com você?
Eu nao disse nada e ele continuou
— Eu estava bravo, magoado. Nao queria nem conversar com você, mas eu me apaixonei, e eu consigo ser um bobo quando me acontece
Fiquei sem palavras, parei de franzir o cenho e fiquei espantada. Apaixonado? Por mim? Pensei que seria apenas uma atração.
— Eu realmente gosto de você, mas nao quero errar de novo. Não quero me machucar de novo, pois toda vez que me entrego, algo da errado. Como se...
— Estivesse destinado a ficar sozinho
Eu completei sua frase e ele levantou os olhos para mim com um pequeno sorriso.
— Eu sei como é
Ele deu um passo para atrás e colocou as mãos no bolso
— Somos bem errados não é?
— Como?
— Estragados, errados, com falhas sem concertos. Nós dois somos estripadores, nao temos sorte no amor, temos nossos segredos obscuros que nos perseguem...
— Talvez seja por isso que nos apaixonamos
— Plural?
Eu levantei os dedos para explicar
— Eu e você, dá dois. Plural
Ele riu da minha reação e eu sorri de volta, ficamos assim por um tempo. Eu nao sabia realmente como reagir, ainda pensava que poderia ser um estepe do Stefan e eu sei que ele ainda tinha curiosidade sobre meu passado.
— E o que fazemos?
— Sempre tem duas opções, nós nos afastamos e fingimos que nada aconteceu, cada um com os seus problemas e pronto...
O sorriso sumiu
— E a outra opção
— Tentamos ficar juntos, corremos o risco de nos odiarmos, perdermos a amizade e nunca mais ficarmos perto um do outro. Nos magoar, machucar, sentir medo e nervosismo, conhecer os segredos um do outro que podem nos matar.
Ficamos em silencio e ele deu alguns passos para frente, colocou as mãos no meu rosto
— Nós temos a eternidade para tentar...
Eu já nao tinha tanta certeza sobre a minha eternidade. Eu dei um passo para atrás
— Eu nao sei
Ele parecia confuso
— Você nao quer?
Coloquei as mãos na cabeça
— Eu nao sei o que quero Stefan. Antes mesmo de termos alguma coisa já nos magoamos, já brigamos. Eu nao sei se vale a pena tentar algo assim.
O silencio pairou novamente, aquele ar constrangedor se espalhava pelo quarto e eu nao tinha ideia do que dizer. Eu queria abraça-lo, beija-lo, mas e se nao desse certo? Eu nao conseguiria viver sabendo que perdi os Salvatore da minha vida. Depois de hesitar algumas vezes, eu pedi desculpa e virei as costas. Eu cheguei até a porta
— Alice
Virei o corpo em sua direção
— E se começarmos de novo?
Eu permaneci na mesma posição
— Não como a moça que cuidou de mim, mas a mulher que me faz pensar nela todos os dias. Jantamos, conversamos, nos conhecemos de novo, e se no final da noite você ainda achar que nao vale a pena. Fingimos que nada aconteceu
Eu pensei em sua proposta, e acredite, eu estava maravilhada com tal ideia. Sorri para ele
— Amanha, me pegue as sete
Pisquei para ele, que sorriu e virei as costas. Fui até o meu quarto e comecei a pensar em como seria na próxima noite. O dia passou rápido, nao tinha o que fazer assim como os outros dias, por incrível que pareça quando nao há alguém atacando Mystic Falls, esse lugar pode ser bem entediante. Eu já estava terminando de ler o segundo livro quando recebi uma almofada na cara, quando me recompus avistei o Damon.
— Levanta
— Porque?
— Vamos sair
— Aonde vamos? Ao Grill? Estou morrendo de fome
Ele sorriu sarcasticamente e me estendeu a jaqueta
— Vamos matar sua fome então
Chegamos até a saída de uma boate da cidade, pequena, difícil de ser encontrada, mas cheia em um sexta a noite. Ele me levou até a porta de trás e me disse que eu iria me alimentar de alguma pessoa la de dentro
— Você esta maluco? Quer que eu perca o controle de novo?
— Você nao vai perder o controle Alice, apenas me escute. Eu vou te ajudar, até o Stefan aprendeu a se controlar
Eu apenas negava com a cabeça, eu tinha certeza que nao daria certo, eu nao sou como algum vampiro normal, quando o sangue entra na minha corrente sanguínea eu perco o controle, nao sou mais eu Alice comandando, e sim o meu monstro interior que nunca se sacia. Demorou poucos minutos para que uma moça saísse da boate, ela estava bêbada, mas nao caindo. Damon a segurou, se apresentou e levou ela até mim
— Agora, faça
Eu hesitei, mas respirei fundo. Segurei em seus ombros e encarei seus olhos verdes
— Você nao vai gritar, fique calma, nada de ruim vai acontecer
Pelo menos é o que eu espero. Ela assentiu e eu a puxei para mais perto, tirei o cabelo de seu pescoço e ouvi seu coração acelerar, um sentimento antigo voltou, espantei aquilo e respirei fundo. Finquei o dente exatamente na sua veia carótida, o sangue saia muito rápido, eu nao precisava nem fazer força. Passou-se trinta segundos e eu estava bem, eu tinha me saciado, o Damon havia me chamado, disse para eu parar, e porque eu nao parei? Droga, nao era mais eu. Quarenta segundos e o corpo da moça começou a amolecer, Damon segurou meu braço e tentou me puxar, eu queria solta-la, mas empurrei o Damon para a parede. Cinquenta segundos, seus olhos fecharam, eu estava drenando o seu corpo, Damon estava na parede.
— Alice, para, você vai mata-la
Meus olhos estavam inchados e pulsando, o sangue passeava por eles, meus dentes tão saltados como o de um monstro, eu senti o sangue parar, tirei minha boca do seu pescoço, mas já era tarde, seus batimentos estavam baixos, ela estava prestes a morrer.
— Fica calma
Eu nao estava calma, meu corpo esta tremendo, eu quero mais, eu nao consigo me controlar.
— Vamos ir aos poucos, uma hora você consegue. A Caroline conseguiu, a Elena conseguiu, até o Stefan conseguiu.
Eu encarei seus olhos, eu sabia como estava meu rosto, deformado e com o sangue passando nas veias saltadas. Coloquei minhas mãos cheias de sangue no buraco que fiz com os dentes, com um puxão rápido tirei a cabeça daquela moça
— Eu nao sou a Elena
Joguei o corpo no chão e corri, corri muito. Eu entrei na floresta, quando comecei a sentir novamente as mãos, que eu percebi que estava voltando ao controle. Sentei no chão e comecei a chorar, eu matei uma moça, tão nova e teve a vida destruída por uma estripadora. Tentei limpar minhas mãos e meu rosto na calça, mas o sangue nao saia, as lagrimas nao paravam, o desespero nao cessava. Eu nao podia ficar fora de controle, eu era alguém que nao queria ser. É por isso que ninguém deve saber quem eu realmente sou, devem fugir, se esconder. Devem me temer, para a própria segurança deles.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!!



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